Desde 2005, a tradicional editora Autores Associados sustenta o selo Ciranda das Letras publicando romances para leitores jovens e, a partir de 2010, nele criou a coleção Jovem Leitor, voltada para a publicação específica de ficção científica e fantasia para jovens, algo que realmente faltava no mercado nacional. Não que inexista fc&f para jovens no país, mas ela está geralmente mesclada àquela dirigida a outras faixas etárias, sem identificação clara por parte do editor, e até dos próprios autores.
A ficção fantástica necessita de selos voltados aos jovens para formar leitores para o gênero, com textos pensados para eles, com qualidade para torná-los leitores maduros e críticos. Isso está sendo perseguido cuidadosamente pela Autores Associados.
A coleção Jovem Leitor estreou com o romance Nômade, do escritor brasileiro Carlos Orsi, autor conhecido e respeitado no ambiente da fc&f nacional, com vários outros livros publicados. Trata-se de uma ficção científica espacial, que conta a aventura de um grupo de jovens a bordo de uma espaçonave que tem sua vida perfeita e segura repentinamente transformada num jogo mortal.
O segundo volume da coleção veio em 2011, a movimentada história de ficção científica Sonho, sombras e super-heróis, de Luiz Bras, que conta como um garoto que não podia sonhar é usado por um gênio do mal para viabilizar seu plano de dominação mundial a partir da pequena cidade de Cobra Norato.
Também de 2011 é o romance Dark life: Vida abissal, da escritora norteamericana Kat Falls, que antecipa um futuro no qual os oceanos da Terra subiram de nível, inundando os continentes até restarem poucas áreas de terra seca: a maior parte da humanidade vive sob os mares. A história ganhou sequência em 2012 com o romance recém publicado Rip tide: Maré bravia.
A série já está negociada com a Disney para ser levada ao cinema pelo conhecido diretor Robert Zemeckis.
A coleção ainda foi reforçada em 2012 pelos romances de fantasia O valor absoluto de Mike e A garota que podia voar.
O valor absoluto de Mike, da escritora holandesa Kathryn Erskine, é uma fantasia científica que conta a história de um garoto que quer impressionar seu pai sendo um bom matemático, mas acaba envolvido num estranho projeto de engenharia no qual tem que trabalhar com uma tia de 80 anos, um homem sem-teto e uma menina punk-rock.
A garota que podia voar, da canadense Victoria Forester, tem uma premissa deliciosa que lembra o realismo fantástico latinoamericano, com uma porção de personagens curiosos, como um garoto que tossiu uma chave de fenda e um pacote de pregos, um homem que fala de trás para frente e, é claro, uma menininha que flutua por aí.
Os livros são muito bem produzidos, as capas são lindas e os romances de Orsi e Braz trazem ilustrações internas assinadas por Renato Alarcão.
Eis aqui uma coleção que merece ser prestigiada e que já demonstrou disposição em investir em bons textos de autores brasileiros.
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