terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vostradeis: O mago, o mito, o picareta

Quando se fala em Fernando Gonsales, o que vem imediatamente à memória é sua principal criação, o rato Níckel Náusea, sucesso das tiras de jornal que faz graça com o jeito de ser dos animais. Mas Gonsales tem outras boas criações no portfólio, e uma delas é agora oportunamente resgatada pela Devir Livraria para os novos leitores em uma edição que vai fazer a cabeça também dos colecionadores e fãs do artista.
Trata-se do álbum Vostradeis: O mago, o mito, o picareta, que reúne as histórias desse suspeitíssimo mago medieval criado por Gonsales nos anos 1980.
Diz o texto de divulgação: "Nas suas perambulações pelas florestas e aldeias medievais, o mago Vostradeis se defronta com demônios, donzelas e escoteiros leprosos. Baseado em fatos absolutamente irreais, é leitura obrigatória para quem quer se informar sobre os bastidores da Idade Média e suas implicações com o mundo caótico atual".
O álbum tem 112 páginas totalmente em cores, apresentação de luxo com capas duras e, além das histórias já publicadas, traz um episódio inédito e notas explicativas do próprio autor sobre os temas abordados.
Num momento em que o gênero da fantasia heróica predomina na cultura pop, Vostradeis é um contraponto muito bem-vindo.

Magnetar

Astronauta: Magnetar é uma novela gráfica escrita e ilustrada pelo premiado quadrinhista Danilo Beyruth, releitura adulta para o conhecido personagem infantil Astronauta, criado por Maurício de Sousa.
Nessa história, o Astronauta está literalmente perdido no espaço, próximo a uma estrela de nêutrons, quando sua mente começa a lhe pregar peças, um perigo mortal para alguém que está a milhões de anos-luz do seu planeta natal.
Fruto direto dos experimentalismos autorizados por Sousa nos vários álbuns comemorativos aos seus 50 anos de carreira, Astronauta: Magnetar inaugura o selo Graphic MSP, publicado pela editora Panini Comics.
Que se pese o talento de Beyruth, reconhecido pelos seus trabalhos anteriores, Necronauta Bando de dois, o que realmente atrai a atenção neste trabalho é a chancela de Maurício de Sousa, empresário que tem prestigio de sobra para garantir o sucesso de tudo aquilo em que toca. Porque, ao fim e ao cabo, o que Beyruth nos apresenta é uma boa história de ficção científica, como muitas outras que já tivemos por aí e nunca interessaram a  ninguém para além dos mais atentos fãs do gênero. Leitores esses que vão perceber claramente a forte influência da espetacular série francobelga Valerian, de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières que, sintomaticamente, nunca esteve na pauta dos editores brasileiros.
Além da aventura principal, o álbum traz um caderno de esboços de Beyruth e a primeira hq do personagem, produzida pelo próprio Maurício de Sousa.
Astronauta: Magnetar tem 80 páginas colorizadas por Cris Peter, e está disponível nas versões capa dura (R$29,90) e cartonada (R$19,90). É, provavelmente, o mais significativo lançamento dos quadrinhos brasileiros em 2012.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nau Literária: crítica e teoria de literaturas

O escritor de ficção científica Roberto de Sousa Causo anunciou que a revista acadêmica Nau literária: crítica e teoria de literaturas – ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul –, publicou em sua edição do primeiro semestre de 2012, um ensaio sobre a noveleta "Harmonia", de sua autoria, recentemente vista na antologia Cidades indizíveis (Llyr, 2011). Trata-se de "Dossiê: A cidade e o romance contemporâneo", desenvolvido pelo acadêmico Ramiro Giroldo, jovem pesquisador que acaba de obter o título de doutor pela Faculdade de Letras da USP.
Diz Causo e sua mensagem: "É muito raro que um escritor como eu receba esse tipo de atenção acadêmica – ainda mais num texto tão bem argumentado e realizado –, por isso o meu desejo de 'festejar com os amigos', enviando o ensaio a vocês".
O estudo pode ser baixado gratuitamente aqui. No mesmo saite também estão disponíveis as edições anteriores da revista, que vale a pena conhecer.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Crônicas da tela mágica

Todos os anos, sem falta, o escritor gaúcho José Ronaldo Viega Alves lança um livro inédito com poemas e crônicas. Este ano não poderia ser diferente, e recebi dele a antologia de crônicas Da tela mágica: Escritos sobre a Sétima Arte que, de certa forma, dá continuidade ao trabalho iniciado no volume anterior, Em busca do templo perdido (2011), que também falava sobre o cinema, porém na forma de poemas.
Diz o autor na apresentação do volume: "...quando o assunto é cinema, não dá para passear nesse universo sem estar carregando sonhos recorrentes... numa linha de fronteira entre a ficção e o real, a mentira e a verdade. Faz parte. Será que isso cria uma espécie de 'Cinema Paradiso' só meu?"
O livro reúne 19 crônicas sobre as lembranças do autor a respeito do cinema de antigamente. Algumas delas são muito sugestivas e o título parece revelar conteúdos de ficção fantástica, tais como "Exercícios de viagens no tempo disponíveis aos fãs de cinema", "O homem das estrelas", "Os primeiros andróides", "Fay Wray que amava King Kong", mas pode haver surpresas: nem sempre o desenvolvimento do texto segue aquilo que seu título faz supor.
Viega Alves nasceu, vive e trabalha em Santana do Livramento, é bancário aposentado e membro da Academia Santanense de Letras, com mais de 30 livros publicados.
Da tela mágica tem 68 páginas e é uma publicação da Editora Opção2. Mais informações diretamente com o autor, pelo email ronaldoviega@hotmail.com.

Schopenhauer e o vampiro

Ainda que os vampiros tenham reduzido o ímpeto sobre o mercado nacional de ficção fantástica, que passa por um período de atividade intensa com diversos temas disputando a atenção dos leitores, volta e meia eles voltam a ribalta. Desta vez é J. Modesto, um dos muitos escritores que trafegam por esses caminhos soturnos, que coloca uma dessas abomináveis criaturas frente ao famoso pensador alemão Arthur Schopenhauer no romance Vampiro de Schopenhauer, pela editora Livrus.
Diz o texto da contracapa do volume: "...esse homem ranzinza e pouco sociável, no auge de sua fama e pouco tempo antes de sua morte, encontra-se com um ser imortal, com séculos de existência, avesso ao divino, cuja própria existência coloca em xeque os fundamentos de tudo que ele acredita".
Lançado em agosto, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Vampiro de Schopenhauer ia ser uma das atrações do VI Fantasticon, realizado em setembro, mas problemas de saúde do autor impossibilitaram sua presença ao evento.
A editora Livrus, muito gentilmente, disponibilizou então aos blogueiros interessados em divulgar a obra, um kit composto de um exemplar do livro em questão mais dois de seus romances anteriores, Anhangá (2008) e Trevas (reedição de 2010), ambos publicados pela Editora Giz.
J. Modesto confessa ser admirador da ficção de H. P. Lovecraft, Stephen King, Mary Shelley, Anne Rice e Edgar Allan Poe, além de ser fã ardoroso de quadrinhos e cinema. Ao lado de James Andrade, Nelson Magrini e Sérgio Pereira Couto, fundou o saite Fontes da Ficção, dedicado ao gênero fantástico.
Vampiro de Schopenhauer tem 160 páginas e pode ser encontrado nas boas livrarias.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FCdoB: Hasta la vista, baby!

Há alguns dias, o concurso literário FCdoB, na pessoa do organizador Pedro Rangel, anunciou seu encerramento por conta, entre outros problemas, de dificuldades na captação de patrocínios.
Realizado entre 2006 e 2011, o FCdoB colocou em foco a literatura fantástica, participando de forma importante na construção do mercado que hoje experimentamos.
Diz o informativo divulgado: "No balanço final, os números que comprovam a popularidade sempre crescente do projeto: 743 contos inscritos em três edições – o que consideramos uma marca invejável, levando em conta que se trata de um concurso de um só gênero e que não distribuía  prêmios em dinheiro!" O concurso também pode contabilizar entre seus resultados positivos a publicação de três livros, com os vencedores de cada uma das edições, todos eles disponíveis através da Tarja Editorial.
O saite do concurso permanecerá acessível e maiores informações podem ser obtidas através do email fcdob_concurso@yahoo.com.br.

Ligados

A revolução digital chega lentamente ao mercado editorial brasileiro. A viscosidade é tão densa que mesmo nestes tempos de tablets e smartphones, ainda são publicadas revistas eletrônicas no formato pdf que, há dez anos, julgava-se que seria o formato definitivo das publicações digitais. Apesar de estar obsoleto pelos formatos mais espertos, como o epub, que funciona melhor nos dispositivos móveis modernos, o pdf ainda tem seus apreciadores.
E é nesse formato que estreia a revista independente Ligados, produzida no Rio Grande do Norte por um grande grupo de colaboradores.
Diz o texto de apresentação: "Somos ambiciosos, queremos criticar a literatura e mostrar literatura. Falar de cinema, e fazer cinema. Discutir política, sem fins partidários, e elaborar revoluções na mente de nosso leitor e sociedade. Então, nessas poucas muitas páginas espere por uma overdose de cultura, literatura, cinema, teatro, música, fotografia, desenho, história e crítica".
A revista pretende ser mensal, com lançamento fixado no dia 20 de cada mês. Mais informações no saite, que disponibiliza a edição para leitura gratuita.

Somnium 104

Está disponível uma nova edição do fanzine Somnium, órgão oficial do Clube dos Leitores de Ficção Científica editado por Daniel Borba. Em suas 67 páginas, apresenta contos de Ana Lúcia Merege, Miguel Carqueija, Ricardo Guilherme dos Santos e Zé Wellington, além de uma entrevista com os vencedores do Prêmio Argos 2012, anunciados durante o VI Fantasticon realizado em São Paulo em setembro último. Havia alguma expectativa pelo divulgação dos números finais da votação realizada entre os membros do Clube, mas a publicação não os revelou. A ilustração da capa é de Sid Castro.
O arquivo pdf pode ser baixado gratuitamente a partir do saite do CLFC, aqui, onde também estão disponíveis as edições 101, 102 e 103.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Futuro presente: laboratório de ficção científica

Esta dica é para aqueles que querem melhorar a qualidade de sua escrita exercitando o gênero da ficção científica com um dos melhores autores do gênero na atualidade. Trata-se de uma oficina literária, coordenada por Luiz Bras (autor do romance Sozinho no deserto extremo), que vai acontecer em São Paulo entre os meses de novembro e dezembro.
Diz o texto de divulgação: "O laboratório tem por objetivo estimular, de maneira livre porém disciplinada, a produção de bons textos de ficção científica, em prosa ou verso. As atividades práticas de redação e leitura crítica realizadas em sala buscam o aprimoramento da escrita literária individual. Os textos produzidos pelos participantes serão analisados à luz do que há de melhor na ficção científica estrangeira e brasileira".
Serão quatro encontros (dias 7, 14 e 28 de novembro e 5 de dezembro) das 19 às 22 horas, no Salão Social do Condomínio Alfa Centauro (Rua Caiowáa, 1794). As inscrições podem ser feitas pelo email luiz.bras@uol.com.br. O valor é de R$250,00 e as vagas são limitadas.

Ciência em um minuto

Até o dia 27 de outubro, estão abertas as inscrições para o Festival do Minuto, o maior concurso de vídeos da América Latina, que acontece desde 1991.
Podem participar profissionais e amadores, desde que seus vídeos não passem de 60 segundos de duração. Valem filmes em película, animações, vídeos feitos em câmeras digitais, entre outros suportes audiovisuais. Desta vez, o tema é "Ciência" que, como é óbvio, deve favorecer a presença de muitas peças de ficção científica.
Diz o relise: "Ciência. É só pensar no termo que já vem à cabeça um laboratório, um rato para experiências e um cientista maluco de avental branco? Pois ciência é muito mais do que essa visão estereotipada, já que nos deparamos com ela nas mínimas coisas do dia a dia – da lâmpada elétrica ao telefone celular, do banho quente aos tratamentos de saúde, da conservação ambiental ao uso da internet. Por isso, o termo pode trazer inúmeras ideias para criar belos vídeos de um minuto. É no que aposta o novo concurso do Festival do Minuto. Mas, afinal, o que é ciência? Mesmo que sua definição seja bastante abrangente, podemos dizer que ciência é o resultado do esforço humano para aumentar o que se sabe sobre determinado assunto com base em um método científico, ou seja, na observação, no questionamento e no raciocínio lógico. É desse conhecimento que resultam boa parte das descobertas e das invenções. Em resumo, ciência também é resultado da nossa criatividade."
O concurso tem apoio da Fapesp e vai distribuir seis laptops aos vencedores.

Arlequim Fase 2

Enfim, depois de mais de um ano de espera, finalmente vem a público o número 21 de Arlequim. Com 24 páginas e capa em cores, a edição dá início a um novo arco de histórias com a 'Commedia Dell'Arte' dos nossos tempos, a humanizada boneca de pano Emília.
Iniciada em 1991, esta surpreendente criação do quadrinhista fluminense Roberto Hollanda estava planejada para se encerrar no número 20, mas o autor percebeu que havia mais a contar depois que os primeiras histórias foram republicadas em formato mais sofisticado, nos álbuns Hora de fazer a fantasia (2007, Marca de Fantasia) e Amor mecânico (2009, do autor). Dessa forma, Arlequim ganhou uma bem vinda sobrevida, apreciada já nesta edição, que insere no universo do Reino das Águas Claras os personagens Cazuza, criação de Viriato Correia no romance homônimo de 1938, e Carlos Lara, emprestado de O feijão e o sonho, de Orígenes Lessa. Acompanha a edição um especial de 12 páginas com uma história avulsa de princesas e dragões.
Arlequim 21 custa R$10,00 e pode ser encomendado pelo email arlequimhc@yahoo.com.br.
Todas a primeira fase do fanzine Arlequim pode ser obtida em formato digital no blogue do autor, aqui.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

QI 117

Edgard Guimarães revela ao mundo sua identidade secreta de super-fanzineiro na ilustração que Lancelott fez especialmente para a capa do novo QI. E esta é uma edição que eu tenho que comentar, porque Guimarães fez uma compilação de todos os posts que eu já publiquei aqui no Hiperespaço sobre o QI, o que tomou duas das 28 páginas da publicação.
Mas é claro que as atrações do QI não se resumem a isso. A edição está muito boa, com vários artigos interessantes sobre quadrinhos, assinados pelo próprio editor e pelos colaboradores Denilson Rosa Reis, Worney Almeida de Souza e Aimar Aguiar, cujo depoimento é o tema da coluna "Memória do fanzine brasileiro". O destaque vai para um artigo sobre o romance Agá, de Hermilo Borba Filho. A edição é completada pelas colunas "Mistérios do colecionismo ", "Fórum", "Edições independentes" e o folhetim em quadrinhos "Fazenda de robôs" (nome provisório).
Os assinantes regulares recebem, encartado no exemplar, mais duas lâminas da revista Cotidiano alterado, cuja distribuição foi iniciada na edição anterior, bem como um card em cores com uma miniatura da ilustração da capa.
O QI é distribuido apenas para assinantes. Mais informações com o editor, pelo email edgard@ita.br.

Megalon 10

Foi digitalizada mais uma edição do legendário fanzine de ficção científica e horror Megalon. Desta vez é a edição número 10 que está disponível, originalmente publicada em maio de 1990 pelos editores Marcello Simão Branco e Renato Rosatti.
O periódico de 34 páginas apresenta contos de Roberto de Sousa Causo e do norte americano Mark Lucke (traduzido por Rosatti), artigos de Jorge Luiz Calife, Gilberto Schoereder, Cesar Silva e Roberto Causo, resenhas de Jeremias Moranu sobre a ficção brasileira publicada no exterior, e resenhas de livros estrangeiros recomendados por Orson Scott Card – que seguem inéditos no Brasil. A capa é assinada pelo ilustrador americano Steven Fox, que se tornou colaborador frequente da publicação. Algumas páginas apresentam dificuldade para a leitura, mas nada que não seja perdoável, afinal deve ser fruto da deterioração do pigmento dos originais que eram então datilografados a máquina. Como bônus, acompanha o boletim de três páginas Brasil FFN, também publicado na época, cujo objetivo algo ingênuo era divulgar a fc entre os editores brasileiros.
Para obter uma cópia gratuita, basta solicitar pelo email marcellobranco@ig.com.br.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Resenha: O incrível Cabeça de Parafuso e outros objetos curiosos

O humor na ficção fantástica é um tema incômodo. De fato, o humor não é comum no ambiente literário, embora a situação seja bem diferente em outras artes, como o cinema, que está repleto de títulos que tratam os gêneros fantásticos com bom humor, indo da paródia escrachada à ironia tão sofisticada que muita gente sequer a entende. Na televisão não é incomum que a ficção científica, o humor e a fantasia sejam tratados de forma divertida. Nas histórias em quadrinhos o assunto também não é raro, embora seja desconfortável para certos leitores encararem seus personagens preferidos em situações cômicas, mesmo que de leve.
Por isso é tão interessante a leitura de O incrível Cabeça de Parafuso e outros objetos curiosos (The amazing Screw-On Head and other curious objects), obra autoral de Mike Mignola publicada no Brasil pela Editora Nemo.
O álbum reúne histórias curtas que Mignola produziu para publicações diversas, junto com algumas peças feitas especialmente para a edição. Os trabalhos têm o mesmo clima gótico e selvagem das histórias de Hellboy, mas o personagem de maior sucesso do autor não comparece em nenhuma delas.
E não é que Mignola é um hábil manipulador do humor? O que já podia ser vislumbrado nas histórias de Hellboy, aparece aqui com toda a sua criatividade, agregado ao já rico caldo de mistura de gêneros com o humor nonsense que, por falta de uma definição melhor, vamos classificar como humor negro.
A primeira história, que dá nome ao álbum, conta uma aventura – a única que Mignola fez até hoje – do agente secreto Cabeça de Parafuso, uma espécie de robô que troca de corpo conforme a necessidade da missão. Ele é convocado pelo presidente Abrahan Lincoln para recuperar o antigo Fragmento do Kalakistão, intraduzível manuscrito de Gung o Magnífico, roubado pelo Imperador Zumbi, gênio morto-vivo que almeja dominar o mundo, é claro. Esta história, publicada em edição única, ganhou o prêmio Eisner de Melhor Publicação de Humor em 2003.
A segunda peça da seleção é "Abu Gung e o pé de feijão", uma narrativa da juventude de Gung o Magnífico, releitura macabra do conto de fadas "João e o pé de feijão", originalmente publicada em 1998 na antologia Scatterbrain, da Dark Horse, especialmente redesenhada para esta publicação.
Em seguida, temos "O mágico e a cobra", curiosa adaptação para os quadrinhos que Mignola fez a partir de uma história criada por sua filha aos sete anos de idade. Conta sobre um mago, sua cobra e três sólidos simples. A história, também ganhadora do prêmio Eisner 2003 de Melhor História Curta, foi publicada originalmente em 2002 no álbum Happy endings.
 "A bruxa e sua alma" é a história curta de dois marionetes criados por uma velha bruxa que são amaldiçoados pelo demônio.
Em "O prisioneiro de Marte", a mais divertida de todas as histórias do volume, um homem relata animadamente aos amigos sua experiência com a morte e consequente viagem ao planeta Marte, onde frustrou os preparativos dos traiçoeiros alienígenas para uma invasão à Terra – citação óbvia ao clássico Guerra dos mundos, de H. G. Wells.
Completa a coletânea "A capela dos objetos curiosos", um tour visual por uma macabra exposição que reforça a tessitura intertextual dos contos publicados.
Além de tudo, o álbum traz um caderno de 11 páginas com esboços do autor, desenhos de concepção das histórias tão divertidos de olhar quanto as próprias hqs.
O incrível Cabeça de Parafuso e outros objetos curiosos tem 104 páginas em cores, encadernação em capa dura e preço sugerido de R$49,00. Uma obra de arte para quem gosta de humor incomum e principalmente para aqueles que são fãs do traço deste que é um dos maiores quadrinhistas da atualidade.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Feiticeiro Negro ataca!

A editora Ornitorrinco avisa aos fãs de literatura fantástica no Rio de Janeiro que, dia 10 de novembro, às 15 horas, Rua Pereira da Silva nº 86, em Laranjeiras, acontece o lançamento do romance O estigma do Feiticeiro Negro, de Miguel Carqueija e Melanie Evarino.
O evento contará com uma mesa redonda sobre literatura infanto juvenil que, além dos autores, terá a presença de Ana Lúcia Merege e Estevão Ribeiro, e mediação de Ana Cristina Rodrigues. A entrada é gratuita e todos são bem-vindos.

The Spirit: Mais aventuras

Em algum momento dos anos 1980, Will Eisner veio enfim a ser reconhecido como o grande mestre dos quadrinhos, e seu personagem mais famoso, Spirit, um dos modelos criativos da arte, referência para todo o artista que quer ser respeitado nesse ambiente. Até quem nunca teve um pingo de Eisner naquilo que faz, diz com toda a convicção ter sido influenciado por ele.
Eisner veio diversas vezes ao Brasil e desenvolveu uma grande afetividade com os artistas e leitores brasileiros. Mesmo quando investiu duramente contra os super-heróis, coisa que por aqui é muito perigosa para a credibilidade crítica, ninguém nunca ousou discordar dele.
Por esses motivos, a obra de Eisner foi muito bem publicada por aqui, inclusive seus trabalhos autorais, que foram mais longe e mais fundo que a maior parte de seus colegas de arte. Editar Eisner no Brasil é um tipo de mérito, quase uma honraria. Todo mundo quer publicá-lo. Contudo, apenas a Devir Livraria está atualmente trabalhando com autor, publicando sua obra com o carinho de fã.
Mesmo sem ter mais nada novo para ser mostrado – Eisner faleceu em 2005 – a lenda continua a produzir frutos. Como é o caso de The Spirit: Mais aventuras, que dá sequência a The Spirit: As novas aventuras, publicado em 2010 pela mesma editora.
O novo álbum reúne as edições de 5 a 8 da revista The Spirit: The new adventures, originalmente publicada pela Dark Horse Books em 1998. A publicação apresenta sete histórias, produzidas por grandes artistas dos quadrinhos, tais como Paul Chadwick, John Ostrander, Paul Pope, Eddie Campbell, Angus McKie, Tom Mandrake, Scott Hampton, Joe R. Lansdale, Dennis P. Eichhorn, Gene Fama, Marcus Moore e Pete Mullins, entre outros. Também apresenta as capas originais e pinups especialmente produzidas para a coleção.
The Spirit: Mais aventuras tem 128 páginas em cores, e está disponível em brochura e capa dura.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A face do leviatã

O escritor e roteirista Gian Danton acaba de disponibilizar, pela editora Livrorama, a coletânea autoral A face do leviatã e outros contos de terror, reunindo 19 textos publicados em fanzines, coletâneas e sites ao longo dos últimos 20 anos.
Gian Danton é mais conhecido como roteirista de quadrinhos, tendo recebido em 1999 um Prêmio SBAF pela novela gráfica Manticore, realizada em parceria com Antonio Eder e Jeferson Arantes, obra também ganhadora dos prêmios Ângelo Agostini e HQ Mix.
A face do leviatã tem 131 páginas e pode ser encomendada no site da editora.

Megalon 9

Cumprindo a proposta de disponibilizar digitalmente todas os 71 números, Marcello Simão Branco apresenta mais uma edição do seu histórico fanzine Megalon, desta vez a de número 9, originalmente publicada em março de 1999. A edição de 34 páginas traz um conto de Jorge Luiz Calife, artigos de Éder Scarrot, Roberto de Sousa Causo, Gilberto Schoereder, Calife e Roberto Schima, que também assina um poema. Entre as atrações desta edição está um relato sobre a visita de Frederik Pohl ao Brasil e a estreia da coluna "Books to look for", de Orson Scott Card. A capa tem uma ilustração de Roberto Schima.
Para obter uma cópia gratuita, basta solicitar ao editor, pelo email marcellobranco@ig.com.br.

Juvenatrix 140

Está disponível mais uma edição do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. A edição de 22 páginas traz contos de Rynaldo Papoy, Dalila Rocha Sousa, Emanuel R. Marques e Sr. Arcano, resenhas dos filmes O lodo verde (1968), Oásis dos zumbis (1982), Da Terra à Lua (1950), Projeto dinossauro (2012) e Míssil para a Lua (1958) e A casa silenciosa (2011), uma lista dos filmes da clássica produtora britânica Hammer lançados em dvd no Brasil, além de notícias e divulgação da cena alternativa. A capa tem uma ilustração de Erik Muller Thurm. Para obter uma cópia gratuita, em formato PDF, basta solicitar ao editor pelo e-mail renatorosatti@yahoo.com.br.

Duas Asas do Vento

A Devir Livraria dá continuidade à sua coleção de livros de bolso Asas do Vento com mais dois títulos inéditos. São eles Encontro com o destino (Rendez-vouz avec la destinée), do francês Jean-Pierre Laigle, e o terceiro volume de Duplo Fantasia Heróica.
Encontro com o destino é uma novela de ficção científica espacial, e seu autor, Jean-Pierre Laigle, é conhecido como editor do fanzine Antarès que, nos anos 1990, publicou diversos textos de autores brasileiros. A bela ilustração da capa é mais um trabalho original e exclusivo de Vagner Vargas, e a imagem  limpa dos elementos tipográficos pode ser vista aqui.
Já o novo número de Duplo Fantasia Heróica traz mais um episódio da série de Christopher Kastensmidt, "O desconveniente casamento de Oludara e Arani", ao lado da estréia na editora da fantasista gaúcha Simone Saueressig com "O relato do herege". A capa tem uma ilustração de Jonathan “Jay” Beard.
Mais informações sobre estes e outros títulos da Devir  no saite da editora, aqui.