domingo, 31 de dezembro de 2023

Lançamento: A caixa verde, Gertrude Barrows Bennett

A caixa verde
(Claimed) é o 14º volume da coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
Esta novela de horror é de autoria da escritora americana Gertrude Barrows Bennett (1884-1948), publicada originalmente em 1920 sob o psedônimo de Francis Stevens. Considerada a mãe da Dark Fantasy, Bennett é reconhecida por influenciar a ficção de H. P. Lovecraft, sendo esta novela uma espécie de precursora dos mitos de Cthulhu desse autor.
Diz o texto da quarta capa: "O excêntrico milionário Jesse J. Robinson está obcecado por seu mais novo item de colecionador, a misteriosa caixa verde que parece provocar visões paranormais a todos que a possuem, e envolve sua sobrinha e o Dr. Vanaman em uma trama sombria das profundezas do oceano". 
O livro tem 348 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto ao volume, os assinantes recebem, além de um marcador de páginas personalizado, um mapa do "mundo há cerca de um milhão de anos", onde se pode ver, entre outras coisas, o continente perdido de Atlântida.
Os livros do Clube Andarilhos são comercializados inicialmente por assinaturas, mas após algumas semanas são oferecido para venda no saite da editora, aqui.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Resenha do Almanaque: Um vulto nas trevas

Um vulto nas trevas, Simone Saueressig. 80 páginas. Coleção Asa Negra. Novo Hamburgo: da autora, 2004.

Há alguns anos a cultura brasileira de fc&f ignoraria qualquer título que estivesse alinhado com o mercado infanto-juvenil. É claro que isso nunca passou de chauvinismo de fã e ele ainda existe e se aplica em diversos segmentos do fandom, mas desde há algum tempo tem se tentado também prestar atenção nesse tipo de literatura que, de mais a mais, não tem nada de desprezível, ao contrário, identifica-se como uma luva com o tipo mais promissor de leitores de fc&f, o adolescente.
Por isso mesmo não é de se admirar que uma das mais completas autoras brasileiras de fc&f seja uma frequente colaboradora de coleções infantojuvenis. Simone Saueressig é gaúcha de Novo Hamburgo, com muitos livros publicados por editoras importantes, tais como O palácio de Ifê (L&PM, 1989), A fortaleza de cristal (L&PM, 1993), A máquina fantabulástica (Scipione, 1997) e Receita para um dragão (Scipione, 1999), entre outros.
Simone confessa ter sido obrigada a publicar Um vulto nas trevas sozinha, pois as editoras não se dispunham a fazê-lo. Temos que agradecer à autora a iniciativa por publicar este que certamente é um de seus melhores trabalhos, dentro de uma galeria de obras maravilhosas.
Trata-se de uma novela de mistério com características de horror sobrenatural gótico, devidamente adaptada ao moderno ambiente brasileiro urbano e claramente orientada ao leitor jovem, ainda que tenha apelo bastante forte ao leitor adulto pela qualidade da narrativa.
É a história de Beto, um garoto de cerca de dez anos que, junto com seu primo Inácio, de catorze anos, vai passar o final do ano com o avô, Seu Chico, num casarão tão velho quanto estiloso em Gramado. Beto já passara outras férias ali e guardava muitas memórias e impressões das outras estadas.
Seu Chico é viúvo e mora apenas com sua filha adotiva Clarisse, uma jovenzinha muito magra e de aparência débil, mas que realizava praticamente todas as tarefas domésticas no casarão.
Logo na primeira noite, Beto tem uma experiência bizarra que vai pautar todo o drama da narrativa. Sem sono, o garoto levanta tarde da noite para beber água e, da janela da cozinha, avista um vulto diáfano dançar no jardim, flutuando ao redor do poço e desaparecendo num salto. De quem seria aquele fantasma? Por que rondava a casa nas noites claras de verão?
Aterrorizado, Beto passa a ver assombrações em todas as partes do casarão, que se presta perfeitamente a essas coisas. Desse modo, o casarão assume o posto de quinto personagem da história, com suas salas vazias, portas rangedoras, gradil enferrujado e muitas, muitas frestas e goteiras.
Numa das explorações no segundo pavimento da casa, fechado ao uso por estar demasiadamente deteriorado pela falta de manutenção, os garotos encontram um embrulho misterioso que os leva a crer que seja um videogame que o avô estaria escondendo para lhes fazer uma surpresa no Natal. Acreditando que poderão passar os dias divertindo-se com o presente do avô, decidem pedir o adiantamento da entrega do mesmo. Sem alternativa, Seu Chico consente.
Beto e Inácio estão certos em quase tudo. Sim, aquele era mesmo o presente de Natal do avô. Sim, eles vão se divertir muito (talvez um pouco mais do que isso), mas... não é um videogame.
Ao abrirem o pacote, encontram um livro enorme e pesado. Não um livro qualquer, mas um antigo livro de recortar e montar a miniatura de cartão de um casarão chamado "Das Voguel Haus" em alemão - "A casa dos pássaros" em português – exatamente onde eles estavam hospedados naquele momento, o mesmo velho casarão de seu avô.
Desenxabidos e sem muito mais para fazer, Beto e Inácio passam a ajudar o avô a montar a maquete, uma representação exata em cada detalhe do projeto original do casarão.
Eles não sabem, mas esse quebracabeças guarda a resposta da visão assustadora que Beto teve naquela noite de insônia e que continua a atormentar-lhe a imaginação.
Todos os mistérios serão desvendados a seu tempo, não sem uma boa dose de coragem, desprendimento e afeição de ambos os garotos com relação ao seu avô e sua prima que, ao início da história, pareciam tão sem graça.
Um vulto nas trevas é uma história de amadurecimento, de um rito de passagem. Para Beto é a passagem da infância para a adolescência. Para Inácio, a passagem da adolescência para a vida adulta. E para todos os leitores, é uma história de como os laços humanos mais diáfanos são reforçados na tragédia.
Simone trata cada um dos personagens com a maturidade de uma escritora experiente. Todos são perfeitamente caracterizados, críveis e verdadeiros em cada detalhe. Os cenários são descritos com clareza e o leitor percebe-se caminhando pelos corredores da Casa dos Pássaros junto aos garotos, explorando seus recônditos mais obscuros, janelas e portas e móveis que bem poderiam abrir para dimensões tão loucas e perigosas como um guardarroupas de C. S. Lewis ou um buraco no jardim de Lewis Carrol.
Só uma coisa a lamentar neste livro de Simone: ele é muito breve. Esse era um livro que deveria ter mais páginas, só para se demorar a acabar. Prova definitiva que é mal negócio ignorar qualquer dos ambientes criativos da nossa literatura, sob o risco de se perder a melhor parte.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Resenha do Almanaque: Quebra-Queixo Technorama, Volume 1

Quebra-Queixo Technorama, Volume 1, Marcelo Campos, Octávio Cariello & ilustradores diversos. 80 páginas. São Paulo: Devir, 2004.

Já recomendavam em 1922 os participantes da Semana de Arte Moderna que o caminho da identidade da arte brasileira deveria passar pela deglutição e posterior digestão dos produtos culturais estrangeiros. É inevitável que a cultura brasileira tenha que fazer isso, porque somos um povo formado pela justaposição de culturas locais e estrangeiras de quase todos os continentes. Não há praticamente nada brasileiro que não tenha pelo menos um dos pés em alguma tradição cultural ou mitológica estrangeira, em maior ou menor grau de dependência. Com a fc não poderia ser diferente e ainda mais com a fc em quadrinhos.
Temos uma tradição no que se refere a arte fantástica, mas ela não é suficientemente madura, tampouco foi suficientemente explorada, ao ponto de ter digerido por completo as influências estrangeiras, que aparecem vivamente nos produtos modernos, como é o caso de Quebra-Queixo.
Esta hq de fc apareceu pela primeira vez em 1991, na revista Pau-Brasil da Editora Vidente, que apresentou aos leitores várias séries, personagens e autores novos. Marcelo Campos, matogrossense de Três Lagoas, criador de Quebra-Queixo, apresentava desde então um potencial promissor como artista de quadrinhos. Já fizera carreira com personagens infantis nas revistas da editora Abril e desde 1989 fazia ilustrações para quadrinhos americanos. Campos foi um dos únicos que continuou a dedicar atenção ao seu personagem depois do cancelamento do periódico.
Quebra-Queixo é um super herói futurista que atua em Buracópolis, megalópole superpovoada, com altos níveis de desenvolvimento tecnológico e decadência moral. O herói é uma espécie de força da natureza, acionado pela polícia para manter tolerável a desordem da cidade. Brutal e sem qualquer escrúpulo, Quebra-Queixo manda porrada em tudo e em todos os que julgar merecedores do pesado punho da lei.
O clima geral das histórias é cômico e niilista, e remete ao seriado britânico Judge Dreed, ao seriado americano American Flagg e a vários trogloditas dos comics, tais como o Coisa, Hulk, Hellboy e similares.
Boas ideias de fc permeiam as aventuras de Quebra-Queixo. As histórias são crônicas urbanas extrapoladas: Buracópolis espelha desavergonhadamente os problemas da Grande São Paulo, que é, de fato, a personagem principal da história; Quebra-Queixo lá está apenas para permitir que conheçamos melhor as contradições deste absurdo urbano e essa boa sacada redime todo e qualquer pecado narrativo do autor.
Marcelo Campos convidou vários amigos para elaborarem as histórias que compões Quebra-Queixo Technorama, Volume 1. Ao todo são cinco histórias, três delas apresentam outros personagens que vivem nos bairros temáticos de Buracópolis: o ciborgue Zédulixo, o super técnico de manutenção Nego Simão, e a heroína virtual Abantesma Jones. Da mesma forma que Quebra-Queixo, estes paladinos são apenas coadjuvantes das maravilhas urbanas ensandecidas de Buracópolis.
"Seja você, sendo eu", com roteiro e desenhos de Marcelo Campos, abre o volume, recontando a primeira aventura do personagem publicada na Pau-Brasil. Foi totalmente refeita para incorporar as mudanças que o autor queria na história e para atualizar o estilo gráfico, uma vez que a versão anterior tendia mais para o pastiche de super heróis. A confusão se instala em Buracópolis quando a lei reconhece o direito das pessoas adotarem a identidade que bem entenderem, mesmo que sejam baseadas em personagens de ficção ou em pessoas reais, o que abre um perigoso precedente jurídico que precisa ser resolvido no tapa.
A segunda história é "Presente imperfeito" com roteiro de Octávio Cariello e desenhos de Rael Lyra. O ciborgue mutante Zédulixo, que é horroroso mas tem uma boa alma, tenta a seu modo ensinar uma jovem que há lugares em Buracópolis aonde pessoas "normais" não devem ir.
Abantesma Jobes é a protagonista de "A verdade confusa", com roteiro de Octávio Cariello e desenhos de Weberson Santiago. Abantesma é uma jovem milionária excêntrica que depois de testemunhar o assassinato de seus pais, guarda uma identidade secreta de paladina noturna – uma óbvia citação a você sabe quem. Sua zona de ação é uma espécie de mundo virtual que está um tanto confuso porque um vilão roubou a verdade.
"O ponto de fuga", com roteiro de Octávio Cariello e desenhos de Fernando Cintra, conta a história de Nego Simão, um técnico de manutenção de Buracópolis que, auxiliado por Andy, um novato na profissão, vai passar maus bocados para conter um vazamento de lubrificante que pode apagar a realidade.
O melhor episódio é o último, "Plano divino", com roteiro de Octávio Cariello e desenhos de Jefferson Costa. Mama Vodru, um pai de santo do mal, está fechando espiritualmente bairros inteiros de Buracópolis, transformando seus habitantes em zumbis. Para garantir que os impostos e taxas continuem fluindo, a administração da cidade envia Quebra-Queixo para acabar com a festa, mas os poderes de Mama Vodru são superiores: o herói é aprisionado e transformado em seu brinquedo sexual. Para sair dessa fria, só com a ajuda de outro pai de santo, o não tão poderoso mas do bem, Pai Santo Zambelê.
Cada história vem acompanhada de uma capa individual, textos de apresentação dos artistas do episódio e uma vinheta com um jogo de cartas inventado por Campos, citando regras tão absurdas quanto incompreensíveis, o que ilustra perfeitamente o conteúdo do trabalho.
Quebra-queixo é o que podemos chamar de uma fc pós-cyberpunk muito refinada, que não tem pretensão se tornar um jogo de rpg ou um seriado de televisão. Não há racionalidade ou pontos de apoio e identificação confiáveis para o leitor dominar o universo de Quebra-Queixo. Neste caso, não é uma deficiência do autor, mas uma característica da urbanidade pós moderna em que tudo é tão fragmentado, incompleto e absurdo que a atitude arrasaquarteirão do herói passa a ser a única ligação com a normalidade conhecida. O que também não deixa de ser um absurdo.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Resenha do Almanaque: Nova, Volume 1

Nova, Volume 1, Emir Ribeiro. 108 páginas. Ilustrações do autor. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.

Nos anos 1990, a Editora Abril Jovem – que então dominava o mercado brasileiro – arriscou a publicação de novelizações de alguns dos personagens mais famosos dos quadrinhos de super heróis, e distribuiu nas bancas três ou quatro edições com contos e noveletas escritas por bons autores, entre eles nomes importantes da ficção científica americana. Mas as histórias provaram ser desinteressantes tanto para os leitores habituais de quadrinhos quanto para os que gostam de romances, e a proposta não foi além.*
Pouco tempo depois, o quadrinhista paraibano Emir Ribeiro começou a publicar novelizações das aventuras de suas personagens no personalzine Zat! Argumentava que era uma forma de apresentar organizadamente as histórias mais antigas para os leitores novos que não as conheciam, e também para experimentar a evolução e a cronologia das tramas ainda não desenhadas.
Parte desse material chegou a ser distribuído também pela internet com muito sucesso entre os leitores, que apreciam principalmente a sua personagem mais famosa, a super heroína Velta, uma beldade de cabelos louros longuíssimos e roupas sumárias, que dispara raios elétricos nos seus inimigos. Publicada nos fanzines há mais de cinquenta anos, Velta chegou a ganhar edições profissionais por várias editoras e, assim, ampliou ainda mais seu grupo leitores de fiéis.
Em 2003 Emir publicou, por sua própria conta, uma pequena tiragem semi-artesanal de uma antologia com os primeiros contos da Velta, que vendeu pelo correio diretamente aos interessados. Em 2005, decidiu investir em mais um volume, desta vez com novelizações de outra de suas personagens, Nova, criada em 1978. Nova vive no mesmo universo ficcional de Velta e muitas vezes o autor promoveu encontros entre as duas personagens, prática comum nos quadrinhos de super heróis. Este livro não foge a regra.
Nova é uma rica brasileira de 22 anos que se vê acometida por uma doença incurável e sua única alternativa de sobrevivência está num tratamento radical em Zurique, para o qual se candidata. O cientista que realiza o procedimento é um russo que perdeu a esposa na Polônia em 1969 e, desde então, em homenagem a falecida, dedica-se a construir um corpo artificial com o qual pretende salvar a vida de alguém que esteja em fase terminal. O tratamento é um sucesso e Nova não apenas livra-se da doença, mas ganha poderes sobre-humanos, tais como super-força, visão microscópica e capacidade de voar, todos contidos no seu corpo sintético que, além de tudo, recria a imagem de uma ruiva linda e sensual. Porém, o cientista não sobrevive a sua criação. Acossado por terroristas internacionais que lhe financiavam as pesquisas, antes de morrer despacha a melhorada Nova de volta para o Brasil. No voo de regresso, Nova vê matérias de revistas com Velta, detetive bonita e admirada, e sente inveja da fama fácil da loura.
Assim que chega à Santos, sua cidade natal, Nova descobre que Velta também está ali e decide experimentar os limites de seus poderes enfrentando a super-heroína. Depois de ridicularizá-la em público ao resgatar um barco naufragado no Porto de Santos, Nova persegue Velta e ambas lutam ferozmente nas ruas de Belo Horizonte. Nova perde o combate e fica muito danificada. Agora ela precisa encontrar alguém que possa consertar seus circuitos para, depois, reatar os laços familiares que abandonou ao ir para a Europa e reassumir seu espaço na sociedade. Mas o perigo e a violência não vão deixá-la sossegada.
Como se vê, é preciso dar algum crédito à história para aproveitar a leitura. Os componentes dramáticos são típicos dos quadrinhos e não funcionam bem na forma novelizada. Implausibilidades, que nos quadrinhos são toleráveis, no texto ficam muito expostas. Somente quem está acostumado com a leitura de histórias em quadrinhos de super heróis vai ter alguma facilidade para entrar no clima da narrativa.
Emir Ribeiro não é um escritor e provavelmente não tem a intensão de ser. Ele não domina as ferramentas de narração literária e o texto apresenta muitos cacoetes de roteiro, com descrições rápidas e imprecisas que afastam o leitor da história.
As novelizações parecem ser apenas uma brincadeira do autor para com seus leitores mais contumazes e, para isso, têm o tratamento adequado. Mas, caso o autor pretenda uma demanda para além das fronteiras dos leitores de fanzines e de quadrinhos, é preciso evoluir o tratamento do texto. Mas, a vista dos resultados das novelizações profissionais citadas no início do artigo, talvez isso não seja o suficiente.

*A partir de 2014, esse mesmo tipo de publicação voltou às livrarias por iniciativa de diversas editoras que tentam assim aproveitar o crescimento do mercado de literatura jovem adulta e, principalmente, os lançamentos nos cinemas e na tv com os desgastados personagens dos quadrinhos.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Lançamento: Wyna, daqui a três estrelas

Romance de estreia de Gabriele Sapio, O peregrino de Antares: Wyna, daqui a três estrelas traz uma história de ficção científica mística que conta como um terráqueo foi escolhido e preparado por seres dos planos cósmicos mais altos para o contato com uma fascinante mulher do sistema estelar de Antares, ambos destinados a uma união de almas que transcende o tempo e o espaço para, com essa relação, garantir a ocorrência da linha do tempo positiva para a humanidade da Terra.
A autora informa que seu romance "reúne elementos comuns tanto ao gênero da Ficção Científica como de uma modalidade especial de romantismo que somente pode ser evidenciado em poucas obras de Ficção Científica da atualidade que é o denominado Romantismo Cósmico".
Gabriele Sapio é Mestre em Direito Constitucional (UFC) e Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais (UMSA), e publicou antes o livro A educação no Brasil e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (Ícone, 2017). 
Wyna, daqui a três estrelas tem 240 páginas, ilustrações de Wilton Kleyton da Silva, e é uma publicação da Editora Dialética. Disponível aqui nos formatos físico, ebook e audiobook.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Poranduba tem saite

Enquanto os apoiadores do jogo de cartas Poranduba aguardam o recebimento dos decks adquiridos quando da campanha de financiamento direto, os editores inauguraram o saite Cartas de Cultura, com referências completas sobre o jogo e os conteúdos de cada carta criada para essa primeira edição.
O saite foi produzido por Leonardo Tremeschin, do blogue Mitografias, também uma referência para a pesquisa sobre folclore. Lá estão todas as cartas para baixar, regras e os relatórios de pesquisa, num total de quase 130 páginas de textos inéditos, além de uma demo para Android, que permite jogar uma versão do Modo Padrão um contra um.  
Ainda é possível registrar-se na fila de espera para adquirir os decks da segunda edição. Vale a pena visitar, e as cartas são todas muitos bonitas.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Tapioca Fantástica 2: Populário

Está circulando mais uma edição da revista literária eletrônica Tapioca Fantástica, editada por Diogo Andrade, voltada a publicação de textos de ficção fantástica de escritores brasileiros. A edição, qeu segue o tema "Populário" e busca inspiração nos elementos da cultura popular, traz dez contos de autoria de Ian Fraser, Mariana Madelinn, Bernardo Stamato, Elias Flamel, Anderson Shon, Bruno Crispim, Clecius Duran, Ana Lúcia Merege, Carolina Mancini e do editor. Mancini também é responsável pelas ilustrações internas e da capa da edição. 
Tapioca Fantástica está disponível aqui para leitores Kindle, mas pode ser lida online no aplicativo do próprio saite.
A edição anterior, publicada em abril de 2023 e subtitulada "Piratas", continua disponível aqui.

domingo, 24 de dezembro de 2023

Boas Festas!

e próspero Ano Novo!
Muito obrigado por sua amizade e companhia!

sábado, 23 de dezembro de 2023

Lançamento: Voltas ao redor do Sol

Criado em 1985, o Clube de Leitores de Ficção Científica publicou em 2005 a antologia de contos 20 voltas ao redor do Sol em comemoração aos seus vinte anos de fundação, com trabalhos coletados entre seus sócios e com a tiragem totalmente distribuída entre seu corpo social. 
Até agora, essa tinha sido a única publicação do tipo patrocinada pelo Clube que, geralmente, investe seus recursos na produção do fanzine Somnium e do Prêmio Argos. Porém, há tempos circula internamente a ideia de publicar uma série de antologias anuais sob o selo do CLFC, o que nunca aconteceu embora seja o sonho de muitos dos associados. 
Talvez não seja ainda o caso mas, há poucos dias, surgiu de surpresa a antologia digital Voltas ao redor do Sol, de intenções similares aquela de 2005 pois se apresenta como uma edição comemorativa aos 38 anos da instituição. 
Organizado por Rubens Angelo e com prefácio de Carlos Orsi, o volume tem 164 páginas com contos de Gerson Lodi-Ribeiro, Simone Saueressig, Alexey Dodsworth, Clinton Davisson, Jorge Luiz Calife, Romy Schinzare, Octavio Aragão, Ataide Tartari, Israel Neto, JM Beraldo e Lu Evans, time que mistura veteranos presentes na antologia anterior com escritores da chamada Terceira Onda, ou seja, surgidos já no era da internet. 
Diz o texto de divulgação: "Nestas páginas você poderá saborear histórias de alguns dos grandes nomes da ficção científica nacional, narrativas essencialmente fantásticas que extravasam as fronteiras da ciência, explorando com humor, horror ou ironia os mais diversos temas: horror cósmico, engenharia genética, crimes, religião, mitologia, conspirações…"
Firulas a parte, é estranho que um clube de especialistas em FC tenha explicitado na capa de um livro por ele chancelado o termo "sci-fi", reconhecido pelos fãs no mundo inteiro como pejorativo em relação ao gênero; mesmo nos EUA, a abreviação usada por autores, editores e fãs sérios é "SF", ficando "sci-fi" reservado às manifestações da FC em outras mídias, especialmente audiovisuais e quadrinhos. Tenho para mim que as pretensões comerciais que hoje norteiam as ações do fandom brasileiro tentem se apropriar do "sci-fi" de forma a evitar o preconceito histórico contra a FC (assim como desde há alguns anos e ainda hoje se usa o termo "distopia") e atrair um público menos familiarizado com a produção literária do gênero, mas é um tiro que pode sair pela culatra, afastando os leitores maduros receosos de que se trate de novelizações. 
Outra estranheza, não tão misteriosa mas igualmente lamentável, foi a opção por uma imagem gerada em IA para a capa. Talvez este seja um indicativo de que a antologia não é assim tão singular. Como não parece haver motivo particular para se comemorar de modo tão especial a efeméride de 38 anos, talvez seja esta a primeira da tão acalentada série de antologias anuais, afinal, todos os anos haverá aniversários. 
E isso realmente valeria comemorar.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Revista Escambanáutica 4, ano 3

Está disponível a décima segunda edição da revista Escambanáutica, publicação do Coletivo Escambau inteiramente dedicada à literatura fantástica brasileira produzida por novos autores. Trata-se de uma realização da Secretaria de Cultura do Ceará com apoio do XII Edital Ceará de Incentivo às Artes. 
A edição, que tem editoria de Wilson Júnior, traz em 89 páginas ficções de Ariel Ayre, Roberto Cassano e Taciano Filho com histórias de fantasia com forte predomínio do folclore e da cultura popular. A capa traz uma ilustração de Moacir Fio dedicada ao Natal.
A revista está disponível para venda aqui; com alguma sorte, é possível encontrá-la de graça.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Juvenatrix 253

Está circulando a edição de dezembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
O mais antigo fanzine em publicação regular no Brasil traz, em nove páginas, o quinto capítulo da novela "Os guardiões dos escudos negros e de prata", de Caio Alexandre Bezarias, iniciado na edição 248, resenha do editor ao filme The hideous sun demon, de 1958, e a HQ “Eles podem voltar!”, com roteiro de Rosatti e desenhos de Laudo Ferreira Jr., reproduzida do nº 13 do fanzine, publicado em 1995. A capa traz a imagem do cartaz do filme resenhado e a edição é completada com notícias e divulgação de publicações alternativas e bandas de metal extremo.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas diretamente com o editor pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Potocando 2: Ascensão

Está disponível a segunda edição da revista de RPG Potocando, editada por Elves Cunha, Gustavo Claude e Thyago Costa para o Escamba Clube, que oferece a cada edição um jogo inédito completo e algumas aventuras para subsidiar as partidas.
Desta vez o RPG apresentado é Ascensão, criado por Gustavo Claude. Diz o texto de apresentação: "Na costa do Mar de Sangue, seitas disputam recursos, enfrentam bestas mágicas e exploram reinos místicos em busca da Ascensão. Inicie sua jornada em busca da imortalidade, superando desafios e crescendo em poder, glória e iluminação. Em Ascensão, os jogadores serão pessoas que acabaram de entrar no mundo dos imortais e se reunirão com alguns companheiros para cumprir missões para suas seitas enquanto procuram recursos e oportunidades para ficar mais poderosos, marcial e politicamente. Os personagens viajarão pelo cenário enfrentando bestas demoníacas, intrigas palacianas, os perigos do ambiente e outros Imortais, na busca por desenterrar relíquias ou segredos e proteger seus aliados. Este cenário amplo permitirá a construção de histórias diversas, como aventuras de exploração ou conflitos, tramas políticas, como conspirações e assassinatos, além de explorar o cotidiano da vida dos Imortais, como seus treinamentos, competições e seus conflitos ideológicos. Ascensão também explora o conceito de mundos paralelos, os reinos místicos nos quais os imortais poderão enfrentar ambientes e inimigos diversos, cujas limitações estarão na imaginação dos criadores dessas aventuras".
A publicação ainda traz contos de Flávio A. S. Fernandes, Pedro Icaro e R. R. Portela, todos ambientados no cenário do jogo.
Potocando 2: Ascensão tem 98 páginas e pode ser baixado gratuitamente aqui. O número anterior, Poder Cabano, também está disponível.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Prêmio Odisseia 2024

Estão abertas as inscrições para o prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2024, o já tradicional prêmio vinculado ao congresso literário do mesmo nome, realizado anualmente em Porto Alegre. 
Agora são onze as categorias: Narrativa longa horror, Narrativa longa fantasia, Narrativa longa ficção científica, Narrativa curta horror, Narrativa curta fantasia, Narrativa curta ficção científica, Projeto gráfico de horror/fantasia/ficção científica, Quadrinhos fantásticos de horror/fantasia/ficção científica, Narrativa longa literatura juvenil de horror/fantasia/ficção científica, Artigos fantásticos de horror/fantasia/ficção científica e a nova categoria Conto inédito de horror/fantasia/ficção científica.
Podem ser inscritas obras impressas e digitais com primeira edição publicada em 2023, exceto obviamente para a nova categoria Conto inédito, cujo prêmio aos três primeiros colocados é a presença na publicação do evento – a revista Odisseia de Literatura Fantástica 2 – e um troféu ao primeiro deles.
O regulamento integral pode ser lido aqui, e as inscrições ficarão abertas até o dia 31 de maio de 2024.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Contos de Natal Dark

A Editora Darkside Books, a exemplo do que já fez em outros anos, acaba de lançar a coleção Contos de Natal Dark, com nove ebooks com contos de natal de terror dos mais destacados autores brasileiros do gênero, traçando um vívido instantâneo do estado da literatura de horror no país. 
São eles: Ato de constrição n.o 5, por Cesar Bravo; O castelo de memórias de Joseph Klein, por Enéias Tavares, O item mais precioso, por Roberto Denser, O estreito, por Irka Barrios, O melhor presente do mundo, por Paula Febbe, Olhos de semente, por Nilsen Azevedo, Papai Noel fidaputa, por Marco de Castro, Paraíso, por Márcio Benjamin e Quebra Facão, por Paulo Raviere. 
E o melhor de tudo é que estão todos disponíveis gratuitamente aqui, uma bem-vinda maneira da editora presentear os fãs.
Aproveite!

domingo, 17 de dezembro de 2023

Psiu 10

Está disponível a décima edição de Psiu, tradicional fanzine de quadrinhos editado por Edgard Giimarães, através do selo EGO da Editora Marca de Fantasia, agora em formato exclusivamente digital. 
A publicação recupera trabalhos antigos nunca vistos pelos leitores desta geração, mas também apresenta material inédito.
Em 66 páginas, esta edição traz trabalhos de Luiz Iório, Raimundo Jr., Umberto Losso, os argentinos Carlos Ortega e Sergio Más, o português Absinto, Cerito, Marcelo Rodrigues, Luciano Irrthum e o próprio editor, além do resgate de trabalhos de 1930 do cartunista J. Carlos, reproduzidos do suplemento infantil O Tico-Tico
Esta edição do Psiu pode ser baixada gratuitamente aqui. As edições anteriores estão também disponíveis.

sábado, 16 de dezembro de 2023

Múltiplo 86

Está disponível a edição de dezembro do fanzine de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim pelo Estúdio Múltiplo, voltado à produção brasileira independente de quadrinhos de ação e aventura. 
A edição tem 72 páginas e traz quadrinhos de Omar Viñole, Luiz Iório, Oscar Suyama, os artigos "Fanarts usando IA", por Quiof Thrul, e "Heróis regionais", por Andrej Biasic. E ainda, as colunas "Vi, li e gostei..." por Adalberto Bernardino, e "Múltiplos projetos hqs BR"  pelo editor. A ilustração da capa é de Luiz Iório, que também comparece com uma porção de pinups produzidas com IA, também usada nas suas hqs publicadas. 
Todas as edições do Múltiplo podem ser baixadas gratuitamente aqui.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Prêmio Litera 2023

Iniciativa do perfil  TT Literário, que tem boa presença nas redes sociais, o Prêmio Litera ranqueia, em consulta popular através de formulários online, os favoritos do público nas criativas categorias de Protagonista literário, Casal literário, Amizade, Meme ou confusão literária, Hype literário, Sáfico, Merecia mais, Página de promoção, Book influencer, Lançamento independente, Capa, Ilustrador, Lançamento LGBTQIA+, Romance, Romance brasileiro, Fantasia, Fantasia brasileira, Ficção científica e Suspense/thriller brasileiro. Não há explicação do porquê de apenas algumas das categorias serem exclusivas para trabalhos brasileiros, enquanto que nas demais as produções estrangeiras e nacionais concorrem em igualdade de condições, mas é de se supor que houve algum motivo para isso. 
De qualquer modo, as categorias de interesse são as que tratam de fantasia, ficção científica e terror, e são estas que vou transcerver aqui. O acesso às informações não é fácil: as listas ficam esparramadas pela timeline do perfil e é preciso muita dediacação para entender o que é o quê. Algumas categorias tem apenas quinze posições enquanto outras chegam até a quarenta e cinco. A título de registro, cito apenas as dez primeiras. 
Ficção científica
1- 24h para correr, Marina S. Dutra
2- Aurora, Vitória Souza 
3- Marea infinitus, Lis Vilas Boas
4- Incompletos, Laís dos Passos
5- Anima: Ameaça virtual, Mariana Madelinn, Carol Vidal & Ricardo Santos
6- Vigilantes e o multiverso do caos, Denise Flaibam
7- As foices, Neal Shusterman
8- Uma galáxia multicor e os confins do universo, Becky Chambers
9-  A torre acima do véu, Roberta Spindler
10- Nós fazemos o mundo, de N. K Jemisin.
Fantasia
1- Marcada com sangue, Tracy Deon
2- A hospedeira do caos: Espelho d'água, Marcella Albuquerque
3- Caledrina Cefyr e a fonte perdida, Gabriela Costa
4- Tulipa Luz e os fantasmas do passado, Lolline Huntar'z
5- Os devaneios de Rory Agnes, Anne C. Freitas
6- Aurora dourada, Pamela Guerardi
7- Nilue, Thais Lopes
8- Entre beijos e flechas, Vanessa Freitas
9- Pequenas maldições: Criaturas nefastas, Caroline Carnevalle
10- Divinos rivais, Rebecca Ross.
Fantasia brasileira
1- O invasor de sonhos, Gricia Mendes
2- Até o amanhecer, Vanessa Freitas
3- Entre beijos e flexas, Vanessa Freitas
4- Prata manchada, Fernanda Redfield
5- Servante: Fogo e obediência, S. C. Deborah
6- Mensageiro do legado, Thainá Fernandez
7- Tulipa Luz e os fantasmas do passado, Lolline Huntar'z
8- Sangue de areia, Mari Lima
9- Aurora dourada, Pamela Gerardt
10- A sereia sem dons, Cristina Bomfim.
Thriller/suspense brasileiro 
1- Em quadrados, Ana Camarinha
2- A cópia, Gabby Meister
3- O mistério da casa incendidada, Rafael Weschenfelder
4- Trem de louco, Bruno de Deus
5- A outra Ana, Vinicius Oliveira Rocha
6- Xuxa preta, Alan de Sá
7- Acalanto, Auryo Jotha
8- O monstro dançante, Gabrielli Casseta
9- Medeia morta, Claudia Lemes
10- Má influência, Dan Rodriguez.
Observa-se a forte presença das mulheres entre os escritores ranqueados em praticamente todas as categorias. Infelizmente, a organização do Prêmio Litera não informa os detallhes editoriais de cada título, mas as listas ainda podem servir como indicação de leitura. 
Mais posições destas e de outras categorias podem ser garimpadas no perfil do prêmio, aqui.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Vencedores do Argos 2023

O Prêmio Argos de Literatura Fantástica, criado em 2000 e promovido anualmente pelo Clube de Leitores de Ficção Científica, pretende reconhecer os melhores trabalhos em romance, antologia e história curta de ficção científica, fantasia e horror escritos em língua portuguesa publicados no ano anterior. A cerimônia foi transmitida pela internet e seu vídeo está disponivel aqui.
Os vencedores da edição 2023 foram anunciados, em cerimônia presencial, no último dia 13 de dezembro, às 18h, no Auditório Principal da Universidade Veiga de Almeida, na cidade do Rio de Janeiro. São eles:
Romance: Estação das moscas, Cirilo Lemos, coleção Dragão Negro, Draco;
Coletânea: Os Pilares de Melkart, Ana Lúcia Merege, Draco;
Conto: Jogo do destino, Ana Lúcia Merege, Draco.
Parabéns aos premiados.
Em 2023, o método de escolha dos vencedores mudou, sendo realizado um primeiro turno de votação exclusiva entre os membros do Clube que indicam cinco finalistas em cada categoria (divugados aqui), que foram depois votados publicamente através de formulários digitais na internet. O novo formato de votação causou embaraço à organização, que identificou inúmeros casos de votação em bloco e divulgou ter anulado mais da metade dos votos recebidos. Certamente cabe uma reformulação no regulamento para que esse tipo de intervenção no processo eletivo seja evitado nas próximas edições.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Relíquia de dezembro: Princesa Coração de Gelo, Senhora Molesworth

A Sociedade das Relíquias Literárias é um projeto da Editora Wish para viabilizar a tradução e publicação em ebook de textos raros de ficção fantástica internacional, resgatando assim obras desconhecidas de autores em domínio público, quase sempre inéditas em português. Uma assinatura mensal dá ao apoiador o direito de um novo ebook a cada mês, entre outras recompensas aditivas. 
A relíquia de dezembro é a novela A princesa Coração de Gelo (Princess Ice-heart), conto de fadas natalino da escritora holandesa Mary Louisa Molesworth (1839-1921), originalmente publicada em 1895. Também conhecida como Mrs. Molesworth, a escritora desenvolveu toda a sua carreira na Inglaterra produzindo especialmente histórias de fadas e contos infantis. 
Diz o texto de apresentação da obra: "Para ajudar a governar o povo, o rei Coração Valente conta com quatro conselheiras muito sábias: as fadas do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste. Quando ele é levado a uma missão oficial por uma delas, a rainha Claribel se ressente por ser deixada grávida e sozinha. O que ela não esperava é que seu ressentimento traria uma maldição para sua filha. Agora, será preciso um milagre para derreter o coração da princesa. Ou, talvez, uma ideia bem inusitada".
O volume tem 88 páginas, tradução de Karine Ribeiro, ilustração de Giovana Teixeira na capa e também uma breve biografia da autora, que legou uma produção de mais de cem histórias. 
Para fazer parte da Sociedade, basta formalizar o apoio na página do projeto, aqui.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

VI Prêmio ABERST de Literatura - 2023

Criado em 2018, o Prêmio ABERST é uma promoção da Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror, e aponta os melhores trabalhos especificamente inscritos para o certame,  publicados pela primeira vez entre 1 de julho do ano anterior e 30 de junho do ano corrente. 
Os vencedores da edição de 2023 foram anunciados em cerimônia presencial transmitido pela internet, cujo vídeo pode ser assistido aqui. E os ganhadores são (detalhes editoriais não foram informados): 
Prêmio Sebastião Salgado – Projeto Gráfico: Rio nosso de cada dia, Fabiano Soares;
Prêmio Catacumba – Quadrinhos de Crime ou Terror: Terra roxa, Kiko Garcia;
Prêmio Lúcia Machado de Almeida – Narrativa curta de ficção de crime: Morte sem dor, Thais Messora;
Prêmio Stella Carr – Narrativa curta de suspense: A sexta vítima, Anne van den Bedum;
Prêmio Lygia Fagundes Telles – Narrativa curta de terror: A casa que pedia, Julia do Passo Ramalho;
Prêmio Maria Firmina dos Reis – Narrativa curta século XXI: A maldição do conhecimento, Vitor de Lerbo;
Prêmio Marcos Rey – Narrativa infanto-juvenil – Jovem adulto: Sofia Santos e o mistério da sereia vermelha, Lara Dezan & Lucas Camillo;
Prêmio Rubem Fonseca – Narrativa longa de ficção de crime: O homem de palha, Pablo Zorzi;
Prêmio Cláudia Lemes – Narrativa longa de suspense: O maníaco de Salga Odorenga, Ana Nahas;
Prêmio Rubens Lucchetti – Narrativa longa de terror: Sina, Márcio Benjamim;
Prêmio Eliana Alves Cruz – Narrativa longa século XXI: Dias de chuva, Carolina Mancini;
Prêmio revelação 2023: Thiago Barrozo;
Prêmio Grand ABERST: Carolina Mancini.
Está disponível aqui a relação completa dos finalistas, menções honrosas e destaques de cada categoria. Parabéns a todos.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

QI 185

Está circulando o número 185 fanzine Quadrinhos Independentes-QI, editado por Edgard Guimarães, inteiramente dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos, destacando a produção independente e os fanzines brasileiros. Este número inaugura com antecedência as edições de 2024, sendo referente ao período janeiro/fevereiro. 
A versão impressa tem 36 páginas, sendo que a digital vem com duas páginas a mais que explicam como funciona a dobra especial da capa, que traz uma ilustração do editor em homenagem o cartunista Péricles (1924-1961) e seu personagem mais popular, o Amigo da Onça.  O conteúdo de ambas é o mesmo, com colaborações de Luiz Cláudio Lopes Faria, Luiz Iório, Henrique Magalhães, Mário Labate Santiago, E. Figueiredo, Alex Sampaio, Lincoln Nery, Manoel Dama, Pedro José Rosa de Oliveira em quadrinhos, artigos e ilustrações, além das colunas "Fórum" com as cartas dos leitores, "Edições independentes" divulgando lançamentos de fanzines do bimestre anterior e "Mantendo contato", de Worney Almeida de Souza. 
Junto a esta edição do QI, os assinantes receberam o quarto número da série Hq além dos balões, fascículo de oito páginas com um texto de Fábio Sales sobre o esporte do basquete nos quadrinhos, e a Minúscula enciclopédia dos quadrinhos, fanzine de dezesseis páginas com verbetes de autoria de Guimarães para cinquenta e quatro personagens dos quadrinhos brasileiros. 
Exemplares impressos do QI e seus encartes podem ser adquiridos mediante assinatura. Mais informações, diretamente com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com. Contudo, versões digitais de todas as edições, desde o primeiro número, bem como de todos os seus encartes, estão disponibilizadas no saite da editora Marca de Fantasia, aqui, além de muitas outras publicações que valem a pena conhecer.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Lançamento: Amplificador, Cesar Bravo

Está disponível o novo romance de horror Amplificador, do escritor paulista Cesar Bravo, que retoma o conceito visto em seus livros anteriores, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue (2019) e DVD: Devoção Verdadeira a D. (2020), no qual elementos tecnológicos do cotidano são vetores de dramáticas alterações físicas e psíquicas nos personagens. 
Diz o texto de divulgação: "Talvez, apenas talvez, a tecnologia esteja muito mais ligada à biologia dos nossos corpos e mentes do que possamos imaginar. Você já ouviu ruídos tarde da noite e que te deixaram receoso? Já assistiu algum filme ou programa na tv que pareceu mexer não apenas com seu cérebro, mas com sua carne? Ou até aquele acorde visceral que te colocou em um estado vibratório único e imersivo? Estamos sós neste universo? Nesse planeta? E mesmo que estejamos, somos seres livres ou meras cobaias em um plano sombrio e muito maior?"
O que mais impressiona na edição da Darkside Books é a caprichada produção gráfica, que emula uma caixa amplificadora de som.  
O volume tem 352 páginas e está disponível no saite da editora, aqui.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

LiterAvec 2023

Começa nesta sexta-feira, 8 de dezembro, a edição 2023 do LiterAvec, evento voltado à divulgação de obras e autores publicados pela Editora Avec, de Porto Alegre. 
A programação é composta por seis transmissões ao vivo (uma na sexta, quatro no sábado e uma na segunda-feira) com a participação de diversos autores da casa, numa proposta aparentemente voltada à formação de novos autores, como se pode perceber pelos temas das transmissões agendadas. Confira:
8/12, 20h: "Como escrever histórias de fantasia", com Thunder Dellu, Diego Aguiar, Clinton Davisson e Ricardo Santos, moderação de Lukas Malk.
9/12, 13h: "Como escrever histórias sombrias", com Oscar Nestarez e Julio Rosa, moderação de Lia Carliane.
9/12, 15h: "Como trazer o imaginado e o pesquisado para histórias viciantes", com Marcella Rossetti, Mia Sardini e Sergio Rossoni, moderação de Jessica Pertile.
9/12, 18h: "Como escrever histórias emocionantes", com Nikelen Witter, Roberto Pellanda, A. Z. Cordenonsi e Duda Falcão, moderação de Luciana d'Anunciação.
9/12, 20h: "Processos, realizações e desafios de se publicar no Brasil", com Arthur Vecchi, Fabio Brust, Camila Villalba e Mathias Streb, moderação de Thaina Christine.
11/12, 20h: "Como trazer a atualidade e o obscuro para histórias impactantes", com Mariana Madellin, Douglas MCT, Carol Vidal e Roberto Fideli, moderação de Ismael Chaves.
O evento é totalmente online e pode ser acompanhado no canal da editora Avec, aqui.

Escambanáutica 3, ano 3

Está circulando a décima primeira edição da revista Escambanáutica, publicação do Coletivo Escambau inteiramente dedicada à literatura fantástica brasileira produzida por novos autores. Trata-se de uma realização da Secretaria de Cultura do Ceará com apoio do XII Edital Ceará de Incentivo às Artes. 
A edição tem 78 páginas e traz ficções de Lígia Gomes, Raphael Carmesin e Well Morais, que navegam entre a fantasia, o horror e a ficção científica, não necessariamente nessa ordem. A editoria é assinada por Wilson Júnior e a ilustração da capa é de Carolina Mancini.
A revista está disponível para venda aqui; com alguma sorte, é até possível encontrá-la de graça. 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Prêmio Jabuti 2023

Completando 65 anos em 2023, o Jabuti é a mais prestigiosa premiação do ambiente editorial brasileiro. Desde 2020, a Câmara Brasileira do Livro, promotora do evento, introduziu a categoria "Romance de Entretenimento", dedicada à literatura de gênero. 
Já falei aqui sobre o significado discutível de existir uma categoria com esse nome, uma vez que toda a literatura de ficção é, basicamente, de entretenimento. Queremos acreditar que sua instituição era destinada a reconhecer a crescente presença da literatura de gênero no mercado editorial, mas parece que este ano não foi bem assim e a literatura de gênero retomou sua histórica invisibilidade: o romance vencedor foi um trabalho mainstream no qual nada evidencia tratar-se de uma peça de gênero. 
Fica a pergunta: se o Jabuti entrega o prêmio de Melhor Romance de Entretenimento para um trabalho mainstream, qual o motivo de existir da categoria? Já não bastaria a de Melhor Romance?
E enquanto autores e editores da fcf nacional lamentam a falta de representatividade da categoria em 2023, registro aqui o resultado final do certame: 
Romance de Entretenimento
Vencedor: Dentro do nosso silêncio, Karine Asth, Bestiário.
Demais finalistas:
12321: O amor é um palíndromo, Marina Kon, Penalux;
A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê, Ian Fraser, Intrínseca;
O luto da baleia, Solange Cianni, edição de autor;
Selvagem, Marília Passos, Labrador;
Cores e pesadelos: Cenas de um crime, Ricardo Carvalhaes Fraga, Autografia;
Mata-mata (versão estendida), Zé Wellington, Draco;
Negrilin, Maria Luiza Vargas Ramos, Alternativa;
Sente-se comigo, Luciana Chardelli, 7Letras;
Viralizou, Igor Verde, Juan Jullian, Galera Record.
A relação completa dos vencedores de todas as categorias do 65º Prêmio Jabuti pode ser conferida aqui.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

HQ Memories 14

HQ Memories
é um fanzine de e sobre quadrinhos editado pelo cartunista Luigi Rocco sob a chancela do selo Inumanos Agrupados, dedicado a resgatar trabalhos e autores esquecidos dos quadrinhos brasileiros e estrangeiros.
Esta edição, lançada agorinha em dezembro de 2023, traz em 36 páginas os quadrinhos "Thogmazh, a múmia", de Almir Bortolassi, publicada originalmente em 1966;  a conclusão da aventura "Pabeyma, o homem cósmico", de 1965, de Nelson Ciabattari y Cunha, Carlos Cunha e Luís Quevedo, "Príncipe Submarino: O grito de guerra da selva!", de 1949, de Bill Everett; e "Intellectual Amos", de 1945, de André LeBlanc. 
Detalhes de cada um dos trabalhos apresentados podem ser conferidos no blogue da publicação, aqui.
HQ Memories pode ser encomendado diretamente com o autor, pelo email luigirocco29@gmail.com.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Lançamento: Estelar, Volume II

Está disponível o segundo volume da antologia digital Estelar especial de férias, organizada por Lu Evans para o selo Nebula, com cinquenta contos de ficção fantástica de autores brasileiros. 
Os autores presentes na antologia são: Roberto de Sousa Causo, Marcia Medeiros, Everaldo Vasconcelos, Liana Zilber Vivekananda, Tibor Moricz, Ana Lúcia Merege, Octavio Aragão, Simone Saueressig, Gerson Lodi-Ribeiro, Nikelen Witter, Saulo Adami, Sandra Menezes, André Cáceres, Ana Rüsche, Gustavo BrasmanGraci Rocha, Luiz Felipe Vasques, Alessandra Dossena, Bruno Anselmi Matangrano, Roberta Cirne, Gilson Cunha, Vera Bulla, Rafael Bertozzo Duarte, Gisele Wommer, Roberto Fideli, Regina Drummond, Bruno R.S. Coelho, Tânia Souza, Osvaldo Meza, Nicole Sigaud, Vagner Abreu, Julia de Sousa Dias, Raphael Rodrigo, Rozz Messias, Bertoldo Schneider Jr, Dandara Evans, Ney Alencar, Adriana Teixeira Simoni, João De Lucca, Ciça Ribeiro, Roberto Minadeo, Alethea Silveira, Roberto Marmolaro, Dione M. S. Rosa, Alessandro Mathera, Nancy Scarlett-Hayalla, Rodrigo Ortiz Vinholo, Romy Schinzare e Diego Guerra, além da própria organizadora. Todos os contos foram anteriormente vistos em outras publicações do selo, e o prefácio é assinado por Rubens Angelo. 
O volume tem 609 páginas e está disponível para venda aqui. Também é possível ler o livro online sem pagar nada, aqui.
Curiosamente, os livros do selo Nebula são todos editados em Santa Fé, cidade do estado do Texas, nos Estados Unidos da América. Portanto, sem que ninguém percebesse, Lu Evans vem realizando, há algum tempo, o milagre da publicação extensiva de autores brasileiros nos EUA. É certo que não é exatamente dessa forma que a galera desejaria ser publicada na gringa pois assim ainda não dá para ganhar o Hugo mas, enfim, já é um começo.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Resenha do Almanaque: Vitrais e As ilhas imaginárias, Jose Ronaldo Viega Alves

Vitrais, Jose Ronaldo Viega Alves. 60 páginas. Porto Alegre: Opção 2, 2005.
As ilhas imaginárias, Jose Ronaldo Viega Alves. 58 páginas. Porto Alegre: Opção 2, 2005.

Não há dúvidas quando ao tipo de abordagem que os leitores brasileiros de fantástico mais apreciam. Ray Bradbury é uma unanimidade porque é mestre em elaborar personagens e cenários líricos. Mesmo os leitores de ficção científica hard aceitam bem os seus textos porque sua poesia compensa totalmente a falta de rigor científico.
Da mesma forma, os textos fantásticos brasileiros que mais agradam aos leitores são justamente aqueles nos quais os autores conseguiram inserir mais lirismo. Porém, essa prática não está atualmente na moda por aqui. Ao contrário, há uma supervalorização estilística da agressividade e da violência crua, talvez reflexo direto dos tempos duros que vivemos.
Não que inexistam poetas em atividade, ao contrário, o movimento poético brasileiro é intenso e tão marginal quanto a fc&f brasileira.
Mas parece ser uma impossibilidade teórica tanto para os poetas quanto para os escritores combinarem poesia e ficção científica em especial, com raríssimas exceções como o caso do saudoso André Carneiro (1922-2014). Outro exemplo é Jose Ronaldo Viega Alves que produz não somente uma poesia sensível e criativa, mas também impõe em seu repertório uma dose generosa de fantasia e ficção científica.
Viega Alves nasceu em Sant'Ana do Livramento (RS) em 1955. É bancário, também produz contos e crônicas e participou do fandom brasileiro, embora tenha sido pouco publicado nos fanzines. Sua produção foi dirigida para concursos – em muitos dos quais foi premiado –­ e para as mais de cinquenta antologias poéticas das quais participou. Também apresenta seus trabalhos em coletâneas individuais, com dezenas de títulos publicados.
Em 2005, o autor lançou, pela Editora Opção 2 de Porto Alegreas, as coletâneas poéticas Vitrais e As ilhas imaginárias, formadas em sua maior parte por textos curtos de um estilo que, se não chega a ser tradicional, tampouco pode ser classificado como experimental. Alguns tomam até duas páginas, mas a maioria não passa de poucas linhas.
Ambos os títulos têm trabalhos assemelhados e não há uma abordagem diferenciada entre eles, que bem poderiam formar um volume único.
A leitura é rápida e agradável com muitos momentos expressivos. Nem tudo é fantasia, é claro, há um bocado de realismo romântico, mas tudo acaba alinhavado pela continuidade dos poemas que ora falam de robôs, teletransporte e viagens no tempo, ora de memórias da infância, sonhos, amor etc.
Não é possível fazer uma resenha convencional dos livros de Jose Ronaldo Viega Alves. Quando se trata de poesia, o melhor mesmo é lê-la.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Conexão Literatura 102

Está disponível a edição de dezembro do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 158 páginas e, como se percebe pela capa, é especial de Natal. Traz contos de Bert Jr, Gabriel Elias Josende, Adayl Falconi Chiodi, Ney Alencar, Idicampos, Iraci J. Marin, Isa Oliveira, Alexandre Vilaron, Roberto Schima, Mírian Santiago e Sellma Luanny. Também entrevista os escritores Alessandro Sato, Gabriele Sapio, Cassio Giorgetti, Evandro Nunes, Fauno Mendonça, Isa Oliveira, J.A.P. Filho, José Gomes e Leslie Hein, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e esta edição pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Lançamento: Ficções completas, Arnaldo Baptista

Está em pré-venda a coletânea Ficções completas, que reúne três textos de ficção científica escritos nos anos 1970 pelo compositor e multi-instrumentista Arnaldo Baptista. 
Arnaldo, com seu irmão Seginho e a cantora Rita Lee, formaram nos anos 1960 a importante banda Os Mutantes, que já trazia a marca da ficção científica em algumas canções, como em "Dois mil e um": "Astronauta libertado / Minha vida me ultrapassa em qualquer rota que eu faça / Dei um grito no escuro / Sou parceiro do futuro na reluzente galáxia", uma composição de Rita Lee e Tom Zé. Com o fim da parceria, Arnaldo criaria no final dos anos 1970 a banda Patrulha do espaço, na qual atuou pouco tempo. 
O livro traz dois contos nunca antes publicados: "O abrigo" e "The moonshiners", acompanhados da novela "Rebelde entre os rebeldes", publicada em 2008 pela editora Rocco.
Diz o texto de divulgação: "'O abrigo' narra a fuga de um planeta Terra tornado inabitável; 'The moonshiners', escrito originalmente em inglês, retrata o encontro entre dois humanos e duas alienígenas que formam uma espécie de comuna flower power interplanetária; 'Rebelde entre os rebeldes' é uma novela de contornos épicos com colônias e batalhas espaciais."
O livro traz ilustrações creditadas à inteligência artificial Horácio – personagem de um dos contos –, além de prefácio do jornalista Jotabê Medeiros e posfácio dos pesquisadores André Araújo e Fernando Silva e Silva. 
Ficções completas é uma publicação da editora Grafatório e as entregas estão programada para começar no dia 27 de dezembro.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Resenha do Almanaque: Incidente no Caribe, Denise Reis

Incidente no Caribe, Denise Reis. Prefácio de André Valente. 128 páginas. Rio de Janeiro: da autora, 2005.

Incidente no Caribe, de Denise Reis, é uma novela que se insere no tema da transmigração de um personagem contemporâneo para uma utopia tecnológica, uma tradição desde a proto-ficção científica que caracteriza boa parte dos primeiros exemplos da literatura do gênero e, principalmente, aquela feita no Brasil. Porém, Incidente no Caribe não é exatamente uma obra de ficção científica, mas uma fantasia esotérica.
Dr. Renato Di Cosmo é um renomado físico brasileiro em férias no Caribe. Ele mergulha sozinho no mar da Ilha de Bimíni e ali encontra submersas ruínas de uma construção antiga em ouro e cristal. No mesmo instante, é arremessado para uma outra realidade, na qual emerge nu e desorientado numa praia deserta com duas luas no céu. Depois dos primeiros momentos de pânico, começa a explorar a região e localiza água e alimento mais que suficientes para manter-se vivo.
Muito tempo depois, Renato encontra uma aldeia vivendo uma utopia de conforto e fartura. São cidadãos de Aztlan, uma grande metrópole insular que está em guerra contra um inimigo distante. Em breve, seus dirigentes vão acionar a arma suprema, recentemente desenvolvida, que derrotará para sempre todos os seus inimigos. Porém, Renato é alertado por um sábio resignado que alienígenas amistosos previram que o disparo dessa arma vai também arrasar o planeta e destruir a humanidade. Eles têm um plano de evacuação em suas espaçonaves para uns poucos escolhidos, mas o nome de Renato não está nessa lista. Sua única esperança de sobrevivência é encontrar o portal que o trouxe até ali e fazer o caminho inverso, retornando ao seu próprio tempo antes da catástrofe.
Este é o resumo da novela que parece ter sido o primeiro e único trabalho de Denise Reis no gênero. Nas orelhas da capa do volume descobrimos que a autora é engenheira, jornalista e ex-sócia da Editora Leviatã, do Rio de Janeiro.
Denise Reis tem um texto leve que se lê com facilidade, não utiliza vocabulário rebuscado nem pratica exercícios formais intrincados, narrando a história com simplicidade, o que é ótimo para qualquer tipo de literatura e muito desejável para atingir o público jovem. Um bom caminho para qualquer autor dar sequência ao seu trabalho literário mas que, infelizmente, parece não ter encontrado sequência neste caso. 
O prefácio é assinado pelo linguista André Valente, que comete uma gafe logo nas primeiras linhas, quando diz: "A autora extrapola os limites do romance de ficção científica e nos oferece um texto profundamente humanístico".  Não era necessário que, para elogiar a autora, o prefaciador tivesse que desqualificar o gênero em que a obra se insere. Fica patente o preconceito ao sugerir que só extrapolando as fronteiras da ficção científica uma obra possa atingir o humanismo. 
Ainda bem que a autora não compartilhou desse preconceito ao fazer constar "Ficção Científica" na capa do volume. Ponto para ela. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Relançamentro: O inverno do vampiro

Esta em pré-venda o romance de horror O inverno do vampiro, do escritor portoalegrense Júlio Ricardo da Rosa, pela editora Avec.  
Diz o texto de divulgação: "Início dos anos 60, Porto Alegre. Durante um inverno dos mais rigorosos, um homem, recém-chegado à cidade, é atacado por criaturas que se nutrem de sangue humano. Junto com seu excêntrico senhorio e um médico, enfrentam esta ameaça pelas ruas de uma cidade que recebe as primeiras imagens de televisão, em que bondes circulam até a meia-noite e os cinemas dominam o imaginário dos seus habitantes. Os códigos para enfrentar estes seres encontram-se em um diário que narra acontecimentos passados em 1941, durante a grande enchente, e a maldição que se estendeu sobre um sacerdote. A batalha final se dará nas ruas e no silêncio de um prédio que esconde uma terrível ameaça".
O volume tem 144 páginas e é uma reedição do trabalho galardoado com o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2020, originalmente publicado em 2019 com recursos do próprio autor. 
O inverno do vampiro pode ser adquirido no saite da Avec, aqui.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Juvenatrix 252

Está circulando a edição de novembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
Em quatorze páginas, traz conto de Caio Alexandre Bezarias, resenhas do editor aos filmes Monstrosity (1963), Monster from Green Hell (1957) e a clássica série de tv O elo perdido (Land of the lost, 1974/1976), além de uma hq de Angelo Júnior, que também assina a ilustração da capa.
A edição é completada com notícias e divulgação de publicações alternativas e bandas de metal extremo.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Lançamento: Os fantasmas entre nós, Gih Alves

"Na Universidade Agnes Dantas, os estudantes aprendem com o paranormal. Embora seja admirada em todo o país, a instituição só não tem uma reputação perfeita porque, todo ano, pelo menos dois alunos morrem em suas instalações sob circunstâncias suspeitas. Para Manuela e Isadora, as provas, a vida longe da família e os sentimentos confusos que uma tem pela outra já são problemas suficientes para ocupar a cabeça. Até que, depois de serem atacadas por uma fantasma loira em um banheiro da universidade, elas se dão conta de que podem ser as próximas vítimas dessa trama e, ao tentarem desvendar esse mistério, vão perceber que há mais fantasmas entre elas do que imaginavam."
O texto acima apresenta aos leitores a trama de Os fantasmas entre nós, romance de estreia da escritora gaúcha Gih Alves, que trafega livremente entre a fantasia, o horror e, porque não dizer, também a ficção científica, sendo um ótimo exemplo da New Weird praticada no país. Afinal, a fantasmagoria que Gih Alves utiliza em seu universo tem fundamentos cosmológicos e cientificistas, dialogando de maneira muito próxima com o interessante seriado de tv Lockwood & Co., com um toque a mais de romance.
O livro, que tem 273 páginas e é uma publicação do selo Seguinte da editora Companhia das Letras, já disponível nas livrarias.

sábado, 25 de novembro de 2023

Bang! 34

Bang!
é um periódico português editado por Luís Corte Real para a Editora Saída de Emergência, uma das melhores publicações lusófonas dedicadas ao fantástico. 
A edição 34, publicada em novembro de 2023, tem 84 páginas profusamente ilustradas com artigos sobre literatura, cinema, música, jogos de tabuleiro e resenhas assinados por António Monteiro, João Ruy, Adelino Cunha, Guilherme Pimenta, Tiago Manuel da Hora, Marcelo Lourenço, Cláudia Araújo Teixeira, Bruno Martins Soares, Célia Almeida Nogueira, Jorge Palinhos, Joana Caetano, Fernando Ribeiro e António Sousa Lara. 
Destaques para os romances Windhaven, de George R. R. Martin  e Lisa Tuttle, em artigo assinado pelo pesquisador brasileiro Bruno Anselmi Matangrano; Oceânia, da escritora portuguesa Lucy Angel, com excerto e entrevista com a autora; Quando o Vaticano caiu, do português Pedro Catalão Moura, também com trecho e entrevista com o autor; e os contos "A escolha", da "best seller" americana Nora Roberts, e "Lyra", da fotógrafa e maquiadora portuguesa Mara D’Eleán: o conto ilustra um singular ensaio fotográfico com a própria escritora como modelo.
A versão impressa da Bang! é distribuida gratuitamente apenas nas livrarias Fnac em Portugal, mas os brasileiros têm acesso gratuito a todo o seu conteúdo em versão digital, aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Resenha do Almanaque: A cidade invisível, José Ronaldo Viega Alves

A cidade invisível, José Ronaldo Viega Alves. 58 páginas. Porto Alegre: Opção2, 2006.

A cidade invisível é uma coletânea de crônicas inspiradas na história, nas paisagens e nos personagens da cidade de Sant´Ana do Livramento, onde Viega Alves reside desde o nascimento.
Crônicas são peças raras na produção de ficção fantástica brasileira e é surpreendente a quantidade de boas ideias que o autor encontra em seus devaneios, muitas delas perfeitamente funcionais em qualquer outra cidade do Brasil ou do mundo. São trinta textos, todos entre 50 e 250 palavras, cada um discorrendo sobre um aspecto da cidade e do valor que imprimiu no imaginário do autor.
Algumas dessas crônicas também tratam do fascínio que Viega Alves nutre pelo cinema, seja pelos filmes como pelas salas exibidoras e as pessoas por detrás delas, tanto das películas quanto as que trabalham nas salas de cinema.
A edição artesanal é simples, mas revela muito carinho por parte do editor.
Um trabalho necessário num ambiente que, ao optar pela prosa mais convencional da pulp age, ignora formatos literários igualmente legítimos, como a poesia e a crônica que podem ser vistas aqui.