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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Resenha do Almanaque: O homem fragmentado, Tibor Moricz

O homem fragmentado
, Tibor Moricz. 214 páginas. São Paulo: Terracota, 2013.

Um dos temas que tem sido mais utilizados pela mídia recente nas séries e filmes de fc&f é o dos mundos ou realidades paralelas. Basicamente, não há muita diferença: são realidades geralmente similares, mas com pequenas alterações que foram consequência de alguma sutil decisão passada. Mas pode haver também grandes alterações, que tornam uma realidade absolutamente irreconhecível diante da original. Essas ideias foram exploradas primeiro pelos escritores de ficção científica, como por exemplo no conhecido O homem no castelo alto, de Philip K. Dick, recentemente adaptado para uma série de tv pelo canal de streaming Amazon Prime, em que duas realidades paralelas distintas acabam por interagir de alguma forma. Vimos isso também na série de tv Fringe, e no romance pós-modeno A cidade e a cidade, de China Miéville.
Tais especulações renderam até um gênero a parte, o da história alternativa, que consite em dramas históricos nos quais alguma alteração no passado mudou os rumos da história, como por exemplo em A máquina diferencial, de Bruce Sterling e Willian Gibson, obra fundadora do movimento steampunk. Também podemos recordar do subgênero da ficção alternativa, que propõe obras alternativas de uma outra, como O outro diário de Phileas Fogg, de Philip José Farmer, e Frankenstein unbound, de Brian Aldiss. Ou ainda, na mistura de ficção alternativa e história alternativa, como em Anno Dracula, de Kim Newman. 
Enfim, há inúmeras variações sobre o tema. Seria surpreendente que os autores brasileiros apaixonados por ficção científica nunca tivessem enveredado por esses caminhos. A maior parte deles preferiu, contudo, seguir os caminhos da história alternativa, da ficção alternativa e do steampunk. São raros os exemplos de uma história sobre realidades paralelas. E é justamente este o caso do romance O homem fragmentado, do escritor paulistano Tibor Moricz.
Conta a história de um escritor que, sofrendo de culpa pela morte acidental de seu único filho, num momento de depressão intensa decide dar cabo da própria vida com um tiro de revólver na cabeça. Ao acionar o gatilho, porém, nada acontece: a arma parece ter falhado. Mas ao abrir os olhos adepois da grande tolice que havia intentado, dá de cara com a expressão assustada de seu filho não mais morto. 
É claro que a arma funcionou e, na sua realidade original, ele estourou os miolos. Mas sua consciência escapou da morte e passou a saltar entre as múltiplas realidades. A partir daí, a realidade desse homem infeliz vai se tornar um turbilhão de jornadas alucinantes por diversas realidades paralelas nas quais as coisas são cada vez mais bizarras. A certa altura, quando as coisas já pareciam totalmente fora de controle, ele encontra uma outra viajante entre as realidades, que vai ajudá-lo a entender e aceitar o novo modelo da sua vida, no qual a morte é apenas um episódio como outro qualquer.
Moricz é um dos nomes mais destacados da fase inicial da terceira onda da ficção científica brasileira, ainda na primeira década do século XXI. Seu romance de estreia foi Síndrome de Cérbero (2007), seguido de Fome (2009) e O peregrino (2011). Mais recentemente, o autor estabeleceu sua base editorial na internet, publicando exclusivamente em ebooks, inclusive reeditando os seus primeiros trabalhos no formato digital, mas O homem fragmentado segue existindo apenas no formato impresso. O autor sempre se mostrou ousado nas temáticas de seus textos e, apesar de ter iniciado já com boa técnica, ganhou maturidade ao longo do tempo. O homem fragmentado é certamente seu livro mais maduro e intimista, aquele com o qual ficou mais a vontade como autor. A história é intrigante e tem mistério suficiente para motivar o leitor a continuar lendo, mesmo nas situações mais absurdas nas quais lança o protagonista. 
Infelizmente, Moricz parece ter reduzido o ritmo: seu romance  mais recente, a ficção científica planetária Dunya, foi publicada em 2017, há já quatro anos. Talvez esse lapso tenha a ver com a crise editorial que desmotiva a publicação de livros no país, ou porque o Brasil pareça cada vez mais com os cenários absurdistas que o protagonista de O homem fragmentado tem que lidar. O que é uma pena, pois a ficção de Tibor Moricz é cada vez mais necessária no Brasil. 

terça-feira, 16 de maio de 2023

Resenha do Almanaque: Muitas peles, Luiz Bras

Muitas peles, Luiz Bras. 128 páginas. São Paulo: Terracota, 2011

A produção de não-ficção no ambiente editorial fantástico brasileiro não é grande, mas tem se mantido estável, com dois ou três publicações por ano. Contudo, geralmente são textos oriundos de trabalhos de graduação acadêmica, com toda a parafernália que caracteriza os ensaios de pesquisa científica universitária: muitas citações, notações de referência e notas de pé de página, o que torna a leitura fragmentada e cansativa, sem esquecer que são textos voltados a provar uma tese, ou seja, são construídos em torno de um objetivo específico e o perseguem até que seja atingido; afinal, se isso não acontecesse, o trabalho seria rejeitado pela banca e seu autor teria de refazê-lo até obter esse resultado. São, portanto, leituras pragmáticas, de interesse específico, que depois de defendidas, aprovadas e publicadas, ficam nas estantes esperando que futuros pesquisadores acadêmicos as tomem para buscar referências e citações para seus próprios trabalhos.
Mas, algumas vezes, surgem títulos que não foram produzidos para o ambiente acadêmico e tornam-se trabalhos de leitura mais fluida para o leitor leigo, como por exemplo O que é ficção científica (Brasiliense, 1986) e Um rasgão no real (Marca de Fantasia, 2005), ambos de autoria de Braulio Tavares.
E também é o caso de Muitas peles, primeiro livro de não-ficção de Luiz Bras, publicado pela Editora Terracota com recursos do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), distribuído gratuitamente pelo autor. Trata-se de uma coletânea que reúne os melhores artigos de Luiz Bras, publicados na coluna “Ruído branco” do jornal literário Rascunho, de Curitiba.
Luiz Bras notabilizou-se por uma atitude de militância no gênero da ficção científica, atuando como escritor e ensaísta, com propostas de impacto e provocações que transcendem o fandom e ecoam no mainstream literário como nunca antes foi conseguido pelos escritores do gênero. Isso porque Luiz Bras é a persona do multipremiado escritor mainstream Nelson de Oliveira, sendo dele o heterônimo para a ficção científica. Bras tem sido extremamente ativo, publicando vários livros a cada ano, sempre de qualidade acima da média, tendo sido extensamente entrevistado pelo Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica em sua edição referente a 2010, ano em que teve publicada a ótima coletânea de contos Paraíso líquido, pela mesma Terracota.
Não por acaso, Muitas peles traz na capa um desenho de Teo Adorno (outro heterônimo do autor), o mesmo artista que ilustrou a capa de Paraíso líquido, e isso até pode confundir o leitor, mas tratm-se de trabalhos completamente diferentes.
Muitas peles traz dezesseis textos que discutem questões interessantes ligadas ao ato da escrita e da crítica literária, bem como sobre os valores da literatura de gênero, especialmente a ficção científica, frente aos caminhos do mainstream.
Entre os textos está o importante “Convite ao mainstream”, no qual Bras convida todos os autores brasileiros a experimentarem a ficção científica como uma alternativa ao engessamento estilístico da literatura brasileira, um texto que já se tornou basilar no ambiente da fc&f nacional.
Mas o livro tem muito mais a oferecer. Além de “Convite ao mainstream”, Muitas peles traz outros artigos que ampliam a percepção do leitor tanto para a literatura de gênero quanto para o mainstream, como por exemplo “Duas elites”, no qual Bras confronta lucidamente os parâmetros analíticos que predominam nos ambientes da ficção de gênero e do mainstream. O artigo é composto por breves depoimentos de Ana Cristina Rodrigues, Braulio Tavares, Fabio Fernandes, Guilherme Kujawski, Marcello Simão Branco, Roberto de Sousa Causo e Tibor Moricz, todos nomes vinculados ao fandom brasileiro de fc&f, ampliando o leque de opiniões expostas. Faltou, contudo, a contraparte mainstream para configurar um bom debate.
Os demais artigos que compõe o volume são: “O infinito: um delírio?”; “Fim do papel, fim da poesia”; “Escolha um futuro”; “Cinco erros”; “Três leis”; “Sabedoria secreta”; “Olha, mãe, uma cor voando!”; “Encontro com o autor-personagem”; “O autor e seu editor”; “Elogio do acaso”; “Paraíso perdido: a infância”; “Morte e imortalidade” e “Crítica é cara ou coroa”. A coletânea também abre espaço para o artigo “Um bárbaro que se preze não vem para o chá das cinco”, de Roberto de Sousa Causo, escrito a convite de Bras.
Muitas peles é um livro ágil, de leitura leve e agradável, mas de impacto contundente. Sem dúvida, uma das mais importantes publicações do gênero nos últimos anos.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Citizen Who

O que pode acontecer quando se reúnem o escritor Nelson de Oliveira e o ilustrador Teo Adorno? A resposta está em Citizen Who: Peripécias do famigerado Escritor Que Não Tem Boas Ideias, que acaba de ser publicado pela Editora Terracota.
Apresentado como "Um cordel bizarro. Edição de luxo", o livro – quase uma revista – tem 64 páginas fartamente ilustradas no estilo modernista de Adorno, com textos curtos, sem rima e sem métrica, mas que ainda assim remetem ao formato de cordel. Trata-se de uma obra claramente experimental, que brinca com a forma, o estilo e os temas abordados, que vão de Cidadão Kane a Doctor Who, como já se percebe no título, passando por Jorge Luiz Borges, A divina comédia e outras citações explícitas e implícitas. O livro ousa também no preço, que vem estampado na capa. Uma leitura divertida que recupera o trabalho de Nelson de Oliveira depois do prolongado auto exílio nas Bahamas. Pelo jeito, ele está mais a vontade com as influências populares, ser perder o estilo difícil de classificar. Na dúvida, vou dizer que é fantasia, mas quem não concordar estará coberto de razão.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Hiperconexões

Uma vez, há muito tempo, a escritora Jane Terezinha Mondello, respondendo a uma afirmação minha de que não sabia escrever poesias, disse-me em uma correspondência uma coisa que nunca mais esqueci: que a ficção científica é fundamentalmente poesia em prosa. E ela estava com toda a razão.
Talvez seja por isso que existe tão pouca poesia de ficção científica. Mesmo no ambiente internacional esse modelo literário é difícil de ser encontrado.
No Brasil tivemos alguns casos expressivos, como o de André Carneiro, nosso escritor de fc mais bem sucedido no exterior, que também desenvolveu uma valorizada obra poética, do escritor Braulio Tavares, que tem um vínculo especial com o cordelismo e já produziu pelo menos um livro de fantasia em versos - Arthur e Isadora ou A pedra do meio-dia -, bem como o escritor José Ronaldo Viega Lopes, do qual já comentei aqui algumas publicações.
Então é com muito entusiasmo que apresento a antologia poética Hiperconexões: Realidade expandida, organizada por Luiz Bras para a Editora Terracota, definida como a primeira antologia de poemas sobre o pós-humano da literatura brasileira.
Diz Reynaldo Damazio na orelha do livro: "Em Hiperconexões: realidade expandida, trinta e um poetas de estilos variados toparam a provocação de pensar e escrever sobre o devir, tateando o provisório e flertando com o precário, numa aposta quase insana, ou insólita, de que a humanidade renovada se insinua entre os escombros da civilização formatada pelos códigos do instinto predatório, que ao mesmo tempo soube, com alguma crítica e autocrítica, tocar a beleza."
São estes os poetas convidados: Ademir Assunção, Amarildo Anzolin, Ana Paluso, Andréa Catrópa, Braulio tavares, Claudio Brites, Daniel Lopes, Edson Cruz, Elisa Andrade Buzzo, Fabrício Marques, Fausto Fawcett, Gerusa Leal, Ivan Hagen, Jane Sprenger Bodnar, Luci Collin, Marcelo Finholdt, Márcia Barbieri, Marco A. de Araújo Bueno, Mariana Teixeira, Marília Kubota, Marize Castro, Ninil Gonçalves, Patricia Chmielewski, Renato Rezende, Rodrigo Garcia Lopes, Ronaldo Bressane, Sérgio Alcides, Thiago Sá, Valério Oliveira e Victor Del Franco, além do próprio organizador, que escreveu uma espécie de prefácio que é também um poema. Há de tudo um pouco, de poemas tradicionais a pós-modernos, de concretismo a prosa, um bestiário amplo do que a ficção científica pode gerar quando flerta com outros formatos e estilos.
O livro já está disponível, mas a noite de autógrafos está marcada para 2 de fevereiro de 2014, na Casa das Rosas, em São Paulo, a partir das 18h30.
Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no saite da antologia, que pretende formar uma linha de diálogo entre os leitores e os poetas, com notícias, textos, frases, vídeos, indicações de leituras, entrevistas e o que mais couber nesse bequer literário.

O homem fragmentado

O publicitário paulista Tibor Moricz tem sido uma das vozes mais potentes da terceira onda da ficção científica brasileira desde suas primeiras incursões, logo depois de publicar, em 2007, o romance Síndrome de cérbero (editora JR), que rendeu boa audiência para a história de um homem que busca corrigir suas erros e amarguras através de viagens no tempo. No ano seguinte, publicou Fome (Tarja), coletânea de contos num mesmo universo pós-apocalíptico que retratam o destino terrível dos últimos sobreviventes sobre o mundo. Em 2011, o autor voltaria a retratar um homem em busca de redenção no romance O peregrino (Draco), cuja resenha pode ser lida aqui.
O autor retorna agora ao tema da jornada de um homem destruído pela culpa no romance O homem fragmentado. A história conta a experiência de um suicida que repete sua vida sucessivamente, não como ela foi, mas como poderia ter sido, uma vida diferente e assombrada. Diz o texto de divulgação: "O homem fragmentado fala de alguém que vê seu mundo ser desconstruído e assiste, perplexo, a ruína de todas as suas verdades. Ao ponto irreversível da loucura ou da liberdade numa última e epifânica revelação".
O homem fragmentado tem 212 páginas e é uma publicação da Editora Terracota.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Todos os Portais

Antes de desaparecer da nossa realidade, o famigerado escritor Nelson de Oliveira deixou um último legado: uma seleta com o melhor do que foi publicado pelo projeto Portal, série de seis antologias de contos de ficção científica de autores brasileiros organizada pelo próprio Oliveira e publicada de forma independente entre 2008 e 2010.
O manuscrito com o material selecionado foi herdado pela Editora Terracota, que o publica agora sob o título de Todos os Portais: Realidades expandidas.
Diz o texto de apresentação: "Imaginem delicados psicotrópicos artificiais capazes de abrir portas da razão e os portões da percepção. Imaginem sutis substâncias alucinógenas capazes de estimular a fantasia e a inteligência, sem provocar danos neurológicos irreversíveis. Todos os Portais: Realidades expandidas são essas drogas seguras".
O volume reúne trabalhos de Ana Cristina Rodrigues, Ataíde Tartari, Braulio Tavares, Brontops Baruq, Carlos Emílio C. Lima, Claudio Brites, Fábio Fernandes, Geraldo Lima, Ivan Hegenberg, Jacques Barcia, Laura Fuentes, Luiz Bras, Marco Antônio de Araujo Bueno, Maria Helena Bandeira, Mayrant Gallo, Mustafá Ali Kanso, Petê Rissatti, Ricardo Delfin, Richard Diegues, Roberto de Sousa Causo e Tiago Araújo.
Todos os Portais: Realidades expandidas será lançado no dia 24 de novembro, a partir da 15h30, na Biblioteca Viriato Corrêa (Rua Sena Madureira, 298, São Paulo). A entrada é gratuita.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Caminhos do fantástico


Faltam poucos dias para a abertura da sexta edição da Fantasticon que, mais que um simpósio de literatura fantástica, é um verdadeiro congraçamento de editores, autores e fãs ligados à literatura de um gênero que cresceu e apareceu no ambiente editorial nos últimos anos.
O saite do evento dispõe da programação de palestras e debates que acontecerão nos dias 15, 16, 22 e 23 de setembro, no auditório da Biblioteca Viriato Correa (Rua Sena Madureira, 298, São Paulo).
Além do simpósio em si, a Fantasticon abriga diversas atividades paralelas, como oficinas, exposições, seções de autógrafos e uma mancheia de lançamentos. Entre eles, a aguardada seleta Caminhos do Fantástico, organizada por Silvio Alexandre e Claudio Brites com histórias de fantasia, terror e ficção científica selecionadas através de um concurso realizado no primeiro semestre de 2012.
Publicado pela editora Terracota, o volume traz textos de Leandra Lambert, Luís Roberto Amabile, Marcelo Augusto Galvão, Cláudia Cristina Guelfi Faga, Alexandre Jarém Indá Mandarino, Antonio Ismailey Moreira de Souza, Leandro Gomes Nogueira, Cícero Fernando Pereira Leitão, Gilberto Garcia da Silva, Marcelo Luiz Bigheti, Tibor Moricz, Bruna Dantas Lobato, Elisa Gonçalves Celino, Marta Rolim e Ícaro dos Santos França.
A lista completa dos lançamentos da Fantasticon pode ser vista no saite do evento, aqui.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Galeria do sobrenatural

Este livro foi lançado em 2009, mas somente agora chegou às minhas mãos. Trata-se da antologia Galeria do sobrenatural: Jornadas além da imaginação, organizada por Silvio Alexandre para a editora Terracota, na qual a ideia é homenagear o famoso seriado televisivo Twilight Zone, que fez sucesso nos anos 1960 e até hoje é referência de qualidade no que se refere a ideias e histórias.
Diz o relise da época do lançamento: "Esta antologia de histórias sobrenaturais evoca esse espírito de reflexão e presta uma homenagem, em seu cinquentenário, à criação de Rod Serling, que usou da ficção científica, da fantasia e do horror como instrumentos para expor suas idéias. Para ele, a condição humana só tem sentido se for para o aperfeiçoamento moral, espiritual e intelectual. Os seres humanos podem aprender a lidar com a vida de uma maneira mais satisfatória, tirando lições das situações em que se envolvem e onde é possível apresentar as contradições humanas. Sem isso, a existência humana se torna um pesadelo sem sentido, como Serling mesmo mostrou em várias de suas histórias".
O livro, de 160 páginas, apresenta dezoito contos assinados por Andréa Del Fuego, Braulio Tavares, Claudio Brites, Cláudio Villa, Danny Marks, Fábio Fernandes, Giulia Moon, Jana Lauxen, Lucio Manfredi, Luis Filipe Silva, Márcia Olivieri, Mario Carneiro Jr, Max Mallmann, Miguel Carqueija, Octávio Aragão, Regina Drummond, Shirley Souza e Tatiana Alves e uma história em quadrinhos de Cavani Rosas e Braulio Tavares. Um time de respeito num livro que deveria ter sido mais comentado e hoje já faz parte daquele conjunto de títulos que cairam no esquecimento frente a avassaladorea onda de lançamentos dos últimos dois anos.
Não sei dizer se o volume ainda está disponível no mercado, mas creio que pode ser conseguido da mesma forma que eu o obtive: através de um de seus autores, o carioca Miguel Carqueija, que pode ser contatado pelo email mcarqueija@gmail.com.

terça-feira, 8 de março de 2011

Muitas peles


Acaba de ser publicado, pela Editora Terracota, a coletânea Muitas peles, de Luiz Bras.
O livro traz na capa um desenho de Teo Adorno, o mesmo artista que que ilustrou a capa da excelente coletânea de contos Paraíso líquido, do mesmo autor, publicada em 2010 pela mesma Terracota, e isso até pode confundir o leitor, mas trata-se de um trabalho completamente diferente. Muitas peles é o primeiro livro de não ficção de Luiz Bras e reúne os seus melhores artigos publicados na coluna sobre literatura "Ruído Branco" do jornal Rascunho.
Diz o texto de apresentação: "A literatura contemporânea é composta de muitas vozes, muitos olhares, muitas peles, que não se deixam reunir pacificamente em certas doutrinas ou em certos grupos muito bem definidos. Essa multiplicidade pode ser conferida facilmente nas livrarias, nas bibliotecas, nos eventos literários espalhados pelo país.
E a crítica contemporânea? O tempo das escolas analíticas muito bem definidas – de expressão estruturalista, sociológica, psicanalítica, pós-modernista etc. – também é coisa do passado? Tudo indica que sim. Hoje, a multiplicidade de enfoques e ferramentas analíticas indica que também a crítica é composta de muitas vozes, muitos olhares, muitas peles.
É preciso refletir sobre o presente, usando as ferramentas do presente. A crítica literária de agora evita basear-se no modelo clássico, aristotélico, de enquadramento em normas rígidas. Para dar chance a interpretações inauditas, ela prefere ir em busca da geometria não euclidiana, da física não newtoniana, da razão não kantiana, da epistemologia não cartesiana."
Entre os textos está o importante "Convite ao mainstream", no qual Bras convida todos os autores brasileiros a experimentarem a ficção científica como uma alternativa ao engessamento estilístico da literatura brasileira.
A edição, no formato diferenciado de 12x17 cm, teve o apoio da ProAC - Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. Mais informações no blogue de Luiz Bras, aqui. Altamente recomendável.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Lançamentos à vista


Dia 28 de novembro abrigará o lançamento de nada menos que 3 antologias de ficção fantástica na capital paulista.
Entre 15 e 18 horas, na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509) será apresentada Contos imediatos, antologia de ficção científica organizada por Roberto de Sousa Causo para a editora Terracota, com um time de peso: Luiz Brás, Ataíde Tartari, Sidemar V. de Castro, Ademir Pascale, Miguel Carqueija, Tatiana Alves, João Batista Melo, Chico Pascoal, André Carneiro, Jorge Luiz Calife, Mustafá Ali Kanso e Tibor Moricz.
Praticamente no mesmo horário, na Livraria Cultura do Shopping Market Place (Av. Dr. Chucri Zaidan, 902), rola o lançamento dos dois primeiros volumes da coleçao de antologias Imaginários, publicada pela editora Draco.
A coleção não pretende tematizar seus volumes, que misturam FC, fantasia e horror sem cerimônia. O volume 1 traz textos de Gerson Lodi-Ribeiro, Giulia Moon, Jorge Luiz Calife, Ana Lúcia Merege, Carlos Orsi, Flávio Medeiros, Roberto de Sousa Causo, Osíris Reis, Martha Argel, Davi M. Gonzales e Richard Diegues.
O volume 2 dá espaço aos autores portugueses João Barreiros, Jorge Candeias, Sacha Ramos e Luis Filipe Silva, ao lado dos brasileiros Alexandre Heredia e André Carneiro. Ambos os volumes foram organizados por Tibor Moricz, Saint-Clair Stockler e Eric Novello.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Galeria do Sobrenatural

Este livro eu ainda não vi, mas me parece garantido recomendá-lo, devido aos autores relacionados. Trata-se da antologia Galeria do Sobrenatural - Jornadas além da imaginação, organizada por Silvio Alexandre para a Editora Terracota.
O objetivo da antologia é comemorar os cinquenta anos da série de televisão Além da imaginação (Twilight zone), produzida e apresentada por Rod Serling na década de 1960. Então é de se esperar histórias exóticas com aquele finalzinho que faz a cabeça virar.
A seleta conta com trabalhos de Andréa Del Fuego, Braulio Tavares, Cavani Rosas, Cláudio Villa, Danny Marks, Fábio Fernandes, Giulia Moon, Jana Lauxen, Lucio Manfredi, Luis Filipe Silva, Márcia Olivieri, Mario Carneiro Jr., Max Mallmann, Miguel Carqueija, Octávio Aragão, Regina Drummond, Shirley Souza e Tatiana Alves.
O lançamento acontece no próximo dia 31 de outubro, a partir das 15 horas na Livraria Martins Fontes, Av. Paulista, 509, em São Paulo, quando devem comparecer alguns dos autores publicados. Na oportunidade, a jornalista Fernanda Furquim vai conduzir um batepapo sobre o seriado, depois da apresentação do episódio piloto, de 1959.