segunda-feira, 30 de julho de 2012

Somnium 103

Está disponível para download gratuito o número 103 do fanzine de ficção científica Somnium, numa edição dedicada ao escritor norteamericano Ray Bradbury (1920-2012).
Além de um artigo de Marcello Simão Branco e depoimentos de fãs homenageando o autor – com uma participação especial do roteirista J. M. de Matteis –, a publicação traz contos de Roberto de Sousa Causo, Rita Maria Felix, Miguel Carqueija e Ronald Rahal e uma entrevista com o escritor Leonardo Brum.
Além disso, a edição destaca o Prêmio Argos, promoção interna do Clube de Leitores de Ficção Científica, que chancela a publicação.
A edição tem 61 páginas e capa é de Marcelo Bighetti.

Para quem gosta de steampunk

A estética steampunk, surgida na literatura de ficção científica e explorada depois pelo cinema, fez muitos fãs ardorosos. Também chamados de "góticos marrons", os steamers gostam de se arrumar no grito da moda vitoriana, com suspensórios, chapéu, bengala, polainas, pince-nez, vestidos longos, corselets, muito couro e metal dourado, além de adereços inusitados para dar um chame de estranhamento próprio do gênero.
A nomenclatura steampunk faz referência ao motor a vapor – que nesse subgênero da ficção científica teria ido muito além do que em nossa realidade – e um dos seus aspectos mais recorrentes são os dirigíveis que, de fato, nunca foram movidos a vapor, mas que têm um apelo especial nessa estética.
Para quem deseja dar clima steamer à decoração do ambiente, está disponível para download gratuito este lindo modelo do dirigível P-035 Phanton, que pode ser montado a partir de papel cartão.
O arquivo, disponibilizado pelo saite japonês Hikousen, traz o esquema das peças e todas as instruções para uma montagem perfeita. Apesar de estar tudo escrito em japonês, o modelo é simples e as ilustrações são mais que suficientes para sanar qualquer dúvida. Divirta-se.

Contos do absurdo

Outra boa surpresa é a antologia de literatura e quadrinhos de horror Contos do absurdo, já em sua segunda edição. Trata-se de um trabalho vultoso e caprichado, editado em formato digital por Mario Mancuso, com a presença de autores novos e veteranos. A maior parte dos trabalhos está em preto e branco, mas algumas histórias são coloridas.
A primeira edição, de 90 páginas, traz contos de Moacir Novaes, Alexandre da Costa e Odracir Camargo, e hqs de Jerônimo Souza, A. Lima, Ricardo Fonseca, Leonardo Santana, Moacir Novaes, H-Minus, Leonardo Mello, Pancho, Bira Dantas, Giorgio Galli, Mariana Godoy e Rodolfo Zalla. A capa é ilustrada por Al Stefano.
O segundo número, de 66 páginas, tem contos de Pietro Vaughan, Ale da Costa, Odracir Camargo e Jerônimo Souza, e quadrinhos de Leonardo Santana, Dell Rocha, Giorgio Galli, Maurilio DNA e Bira Dantas. A capa é de Charles Oak. O próprio editor aparece em ambas as edições, com contos e hqs.
Em outros tempos, uma revista como esta seria muito bem aceita nas bancas. Hoje, restrita à internet, pelo menos pode gozar da vantagem de ser distribuída gratuitamente, aqui. Aproveite e baixe as duas.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quer arriscar a sorte?

Para já ir entrando no clima, a 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 9 a 19 de agosto no Anhembi, instalou um equipamento curioso na Praça da República, na capital paulista. Trata-se da Incrível Máquina de Livros, uma traquitana que troca, automaticamente, cada livro doado por outro diferente. Infelizmente não dá para escolher, mas dessa forma a brincadeira tem mais emoção. 
A máquina estará operando até o próximo domingo, dia 29 de julho, das 9 às 16 horas. 
Vai nessa?

Balas perdidas d'além mar

Quem não gosta de surpresas? Pois aqui está que é de encher os olhos.
Desde maio último, está disponível para download gratuito a 12ª edição da excelente revista Bang!, dedicada a literatura fantástica, publicada pela editora Saída de Emergência e distribuída em Portugal na rede de livrarias Fnac. Infelizmente, não temos a revista real no Brasil, mas podemos saboreá-la gratuitamente em formato digital, aqui
A edição tem 76 páginas e traz ficções de Rita Fernandes, Peter Watts, Sherrilyn Kenyon, David Soares, J. B. Machado, Gilmar Fraga e Paulo Stenzel, além de uma seleção de minicontos de diversos autores e artigos de David Soares, Afonso Cruz, Antóniop de Macedo, João Lameiras, João Seixas, João Monteiro, Inês Botelho e Luís Filipe Silva. A ótima ilustração da capa é de José Alves da Silva.
Não é aprimera vez que divulgo a Bang! neste blogue e posso afirmar, com alguma convicção, que não será a última. A capa da edição 13, com uma ilustração de Pedro Potier, já está circulando nas redes socais, com a promessa de publicação no início de agosto.
Vida longa e próspera à Bang!

O lado b da literatura

Há alguns anos surgiu na internet uma lista de discussão sobre a fc&f no espaço acadêmico, e um dos grandes debates de então era a viabilidade de se criar uma publicação, possivelmente periódica, para abrigar ensaios e monografias acadêmicas sobre o gênero. Apesar de ter muita gente graúda no debate, a proposta não passou disso e foi enterrada no "cemitério da fc", como dizia o saudoso fanzineiro e colecionador de livros Ruby F. Medeiros. Mas é fato que, cada vez mais pesquisadores têm se dedicado a estudar os gêneros em suas muitas manifestações midiáticas; já há algum tempo que são publicados pelo menos três bons livros a cada ano. Por isso, enfim, podemos festejar que aquelas longas discussões começam a dar frutos. 
Os pesquisadores Denise Helena Lazarin e Rodolfo Lorato Rondero organizaram, para a Editora da Unicentro (Guarapuava/PR), a antologia Literatura Lado B, com dez ensaios ligados à ficção fantástica, por diversos autores. São eles: "A noite dos mortos-autores", por Denize Helena Lazarin; "O gótico na teoria do romance inglês", por Camila Mello; "O vampiro na literatura" por Elimara Rita Mota de Andrade e Marcia do Carmo da Silva; "Alienígenas comunistas ou vaginas do espaço?" por Rodolfo Rorato Londero; "As ucronias", por Campo Ricardo Burgos López, "A ficção científica e a sala de aula", por Carlos Alberto Machado; "As distopias hipodérmicas", por Ivan Carlo Andrade de Oliveira, "Regresso à morada impossível", por Elton Honores; "O poder feminino em Sword of Truth", de Terry Goodkind, por Mary Anne de Mattos Witkowski; e "Quadrinhos de Will Eisner", por Leilane Hardoim Simões e Edgar Cezar Nolasco.
Literatura Lado B tem 180 páginas e pode ser obtido gratuitamente, em formato digital, aqui.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Revolução do gibi

Quem é mais jovem não pode imaginar como era comprometedor gostar de quadrinhos há uns 60 anos. Os gibis formavam então um mercado pujante e forravam as bancas, mas ninguém que quisesse ser levado a sério podia ser pego lendo quadrinhos. Nenhum acadêmico brasileiro se prestaria ao papel de elaborar estudos sobre a arte a não ser que fosse para desqualificá-la. Afinal, a cultura de massa era, e ainda é em algumas escolas, o símbolo maior do imperialismo capitalista no mundo. 
Mas as coisas mudaram. Agora que o mercado de quadrinhos literalmente morreu no Brasil, a academia parece ter superado o antigo trauma e as livrarias recebem continuamente novos ensaios sobre a arte.
É o caso da coletânea Revolução do gibi: A nova cara dos quadrinhos no Brasil, de autoria do jornalista e professor universitário Paulo Ramos, que compila artigos e entrevistas publicados pelo autor no Blog dos Quadrinhos, saite de divulgação que tem acompanhado atentamente a indústria das hqs no Brasil nos últimos anos. Dividido em vinte capítulos, cada um deles analisa um momento da evolução recente do mercado dos quadrinhos, tal como o jogo das cadeiras nas bancas, a migração dos quadrinhos brasileiros para as livrarias, o crescimento do mangá, a evolução dos quadrinhos na internet, e por aí vai.
Ramos também é autor de A leitura dos quadrinhos (Contexto, 2009) e Bienvenido: Um passeio pelos quadrinhos argentinos (Zarabatana, 2010), ambos premiados com o Troféu HQMix.
Revolução do gibi tem 520 páginas e é uma publicação da Devir Livraria.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O fator Jobs

Provavelmente a consciência mais criativa do século 20, Steve Jobs (1955–2011) foi o homem que primeiro sonhou com a realidade digital que hoje vivemos. E já virou lenda. 
A grafic novel O zen de Steve Jobs vem emoldurar essa lenda contando o modo como o cofundador da Apple, mesmo depois de ser afastado da empresa que ajudou a construir, voltou ainda mais vitorioso. 
O roteiro de Caleb Melby, jornalista e colaborador da Forbes, mostra como Jobs foi introduzido na filosofia oriental pelo monge budista Kobun Chino Otogawa, seu amigo pessoal, e como esse conhecimento se tornou a chave de seu sucesso como engenheiro e empresário.
Os desenhos são creditados ao estúdio de arte Jess3, com uma técnica de colorização em alto contraste, que remete à linguagem da gravura e do silk screen.
O zen de Steve Jobs tem 80 páginas e é uma publicação da Devir Livraria.

Sonhos azuis

Chega às livrarias mais um álbum de quadrinhos financiado pelos Proac – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. Acordes é uma crônica sobre os últimos momentos da vida um homem idoso preso ao leito, cuja única memória que lhe resta é um sonho com um fusca azul e um posto de gasolina na Patagônia. 
Diz o relise: "Acompanhe as últimas horas de vida de Antônio, um ancião que afirma ser aquele que, um dia, foi conhecido como 'O Homem Mais Famoso do Mundo'. Agora, com uma ajuda muito especial, ele irá juntar as peças que faltam e tentar entender o que aconteceu. É uma história sobre sonhos e o que acontece quando acordamos deles."
A história foi escrita e ilustrada por Rogério Vilela, num criativo e bem realizado trabalho em preto e azul, é claro.
Acordes tem 72 páginas e é uma publicação da Devir Livraria.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mais clássicos

O saite Gabinete do Dr. Lucchese oferece mais uma digitalização do histórico fanzine literário Antares, publicado nos anos 1980 pelo Clube de Ficção Científica Antares, de Porto Alegre. Agora é a vez do  número 20, que tem 10 páginas e traz alguns dos contos classificados no II Prêmio Fausto Cunha, um concurso promovido pela entidade. Os contos publicados são de Haroldo Teixeira, Miguel Carqueija e Liani Zanesco, um poema em inglês de Gustavo Wanitt e um trecho do conto "A última chance", de Roberto de Sousa Causo, que também assina a ilustração da capa. O arquivo digital, em pdf, pode ser baixado aqui
Outro fanzine de fc&f que está disponibilizando seus antígos exemplares em formato digital é o Megalon, editado entre 1988 e 2004 pelo jornalista Marcello Simão Branco, que acaba de disponibilizar o quarto número, originalmente publicado em maio de 1989. A edição tem 22 páginas, com diversos artigos sobre quadrinhos, cinema e literatura, traz ainda uma detalhada biografia do escritor norte americano Robert Heinlein e um conto de Jorge Luiz Calife. A capa é de Roberto Schima. Para obter uma cópia, basta solicitar ao editor pelo email marcellobranco@ig.com.br.

Dinamite & Raio-Laser: Zero

O Brasil vive um momento de efervescência no mercado de quadrinhos, com muita coisa que estava fora de catálogo sendo recuperada para os novos leitores, mas as novidades também têm vez. 
Dinamite & Raio-Laser é uma série de tiras publicada na internet, vencedora do prêmio HQ Mix, que chega à publicação em álbum com a aventura inédita de um novo estudante na Escola de Heróis. 
A história é de Alexandre Maki, e os desenhos são de Samuel Fonseca, que rechearam o trabalho de referências aos mangás, tanto nos nomes dos personagens quanto no estilo do desenho, mas percebe-se também uma poderosa influência dos videogames e dos desenhos animados.
Dinamite 7 Raio-Laser: Zero tem 48 páginas em cores e é uma publicação da Devir Livraria.

A volta das Lôcas

Uma das mais criativas séries de quadrinhos dos anos 1980 está de volta ao Brasil. Trata-se de Love & Rockets, série dos irmãos Jaime e Gilbert Hernandez, que chegaram a ter algumas edições publicadas no Brasil no início dos anos 1990 pela Editora Record. 
Entre as diversas séries da revista, Lôcas, realizada por Jaime Hernandez, era a mais amalucada, com histórias que não se definiam seja em gênero, número ou grau, girando entre um grupo de garotas às voltas com problemas na vida profissional, social e sentimental. Maggie, a personagem abordada pelo álbum publicado agora pela Gal Editora, é uma mecânica, mas não uma mecânica qualquer: ela trabalha numa oficina de manutenção de foguetes. E o mundo em que ela vive não é exatamente igual ao nosso, já que nele existem dinossauros, super heróis e espaçonaves.
A série ganhou muitos prêmios e é um marco do quadrinho alternativo norte americano, com fãs tão importantes como Alan Moore, Neil Gaiman e Daniel Clowes, por exemplo.
Lôcas: Maggie, a mecânica tem 152 páginas, custa R$39,90 e já está disponível nas lojas especializadas.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Próxima parada: Paraíso

Brasil 1500: Chegada ao paraíso dá sequência à série de álbuns sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, iniciada em 2011 como álbum Brasil 1500: Segredo de Estado
Na primeira parte da história, a aventura se passava em Portugal, antes da frota cabralina lançar-se ao mar. Agora, acompanhamos o que acontece durante a longa travessia do Atlântico, e como e o que os marujos encontram no novo continente.
A história é contada sob a ótica de Gonçalo, aprendiz a serviço do navegador Mestre João que, por sua vez, é espionado por Mendoza, agente secreto da coroa espanhola, infiltrado na tripulação.
A obra é assinada pelo roteirista Fábio Fonseca e tem arte de Andrei Miralha e Otoniel Oliveira, o mesmo trio que realizou o primeiro volume.
Brasil 1500: Chegada ao paraíso tem 48 páginas em cores e é uma publicação da Devir Livraria.

Senta a Pua! 2: A missão

Depois de ser reconhecida pelo público e pela crítica, a obra de resgate histórico de Celso Menezes e Felipe Massafera ganha sua primeira sequência. Trata-se de Jambocks! Parte 2: Defendendo o Canal do Panamá, que retoma as façanhas dos pilotos da FAB na Segunda Guerra Mundial. Este novo volume narra o treinamento dos pilotos no Panamá, antes de embarcarem para a Itália, contado por Max, um jovem escritor pacifista, testemunha ocular dos fatos. 
O ponto alto do trabalho são as pinturas fotográficas de Massafera, que lhe valeram um prêmio HQMix em 2010. O álbum ainda conta com um prefácio assinado por João Barone, escritor e presidente do Grupo Histórico FEB, também conhecido como o baterista dos Paralamas do Sucesso.
É desta forma que o álbum justifica o título incomum da série: "Jambocks foi o nome de código que os americanos deram aos pilotos brasileiros, e a explicação dada foi apenas que, embora não constasse em nenhum dicionário, a palavra significava 'chicote'. Anos mais tarde, o Brigadeiro Rui Moreira Lima ficou sabendo que, na verdade, era um chicote especial. No início o Sambok era uma vara de madeira usada para castigar os escravos na Indonésia. Em 1804 os sul-africanos brancos trocaram a vara por couro de rinoceronte ou hipopótamo e usavam o agora chamado Sjambok para castigar os escravos negros. A palavra foi então 'americanizada' e usada para identificar o Grupo de Caça brasileiro na Itália. No livro Senta a Pua!, o Brigadeiro Rui atenta para a ironia de que um nome utilizado para um instrumento que causava sofrimento aos negros estava agora sendo usado contra os arianos de Hitler."
Jambocks! 2  tem 56 páginas em cores e é uma publicação da Devir Livraria, com recursos do Proac – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Geração subzero

Com uma estratégia de marketing de mestre, foi lançado no último dia 11 de julho, no Rio de Janeiro, a antologia Geração subzero, organizada por Felipe Pena para a Editora Record. Trata-se de mais uma antologia de ficção fantástica brasileira, em nada diferente das boas antologias do gênero, mas que ganhou relevo na mídia devido principalmente ao seu título, que faz referência declarada à bem sucedida antologia mainstream Geração zero zero, organizada pelo escritor Nelson de Oliveira.
Apesar de comentários divulgados na internet sugerirem uma confrontação acadêmica entre esta antologia e aquela organizada por Oliveira, na verdade isso também é uma estratégia de visibilidade, pois o próprio Nelson de Oliveira está entre os autores subzerianos selecionados, assinando com seu heterônimo fabulista Luiz Bras.

Pena, que é doutor em Literatura, selecionou vinte textos de ficção fantástica para demonstrar que existe toda uma geração de autores que trafegam pela literatura de entretenimento, atendendo ao seu público, mas que não tem sido observada pelo jornalismo cultural, como afirma no próprio subtítulo do volume "20 autores congelados pela crítica, mas adorados pelos leitores”. Uma frase um tanto exagerada, convenhamos. Entre os autores publicados estão, de fato, grandes vendedores de livros, como André Vianco e Eduardo Sphor, mas a ficção fantástica brasileira está longe de ser "adorada" pelo público. Não deixa de ser uma ótima frase de efeito, contudo, tanto que já reflete resultados, o que é bom para a antologia e para todo o gênero, alcance que se mostra ainda mais amplo devido ao fato dos direitos da venda do volume terem sido doados pelos autores à ONG Ler é Dez, Leia Favela.
Além dos já citados Braz, Vianco e Spohr, compõem a antologia textos de Thalita Rebouças, Carolina Munhóz, Martha Argel, Delfin, Eric Novello, Raphael Draccon, Ana Cristina Rodrigues, Juva Batella, Estevão Ribeiro, Pedro Drummond, Luis Eduardo Matta, Sérgio Pereira Couto, Julio Rocha, Helena Gomes, Vera Carvalho Assumpção, Janda Montenegro e Cirilo S. Lemos. Muitos deles são experientes na literatura de gênero, especialmente no campo infanto juvenil, aos quais o organizador também gosta de definir com outra máxima: “Escrever fácil é muito difícil”.
O livro terá lançamento também em São Paulo, no dia 17 de julho, às 19 horas, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073). Sem entrar no mérito da qualidade intrínseca da obra, Geração subzero já é, sem dúvida, um dos mais importantes lançamentos da literatura fantástica brasileira em 2012.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Novos velhos fanzines

Os bons tempos voltaram ainda melhores, pois agora é "de grátis". Tudo bem que são coisas antigas, mas em meio às piadas particulares, que muitos dos novos leitores talvez não entendam, tem muita coisa legal.
É o caso específico do Hiperespaço The Next Generations, cuja primeira edição, publicada em novembro de 1988, foi agora disponibilizada pelo saite O Gabinete do Dr. LuccheseEditado por um grupo de escritores cariocas, Hiperespaço TNG foi uma publicação sui-gêneris no fandom, a começar pela adoção consentida do título, enquanto o Hiperespaço original estava adormecido, entre 1988 e 1993. Há um pouco de tudo para se ler na edição, que tem 29 páginas. 
Outro antigão que retorna em formato digital é Megalon, distribuído por seu editor original, Marcello Simão Branco. A bola da vez é a edição número 3, de 20 páginas, originalmente publicada em março de 1989, que tem na capa justamente uma ilustração minha. Cópias podem ser obtidas solicitando-se pelo email marcellobranco@ig.com.br.
Juvenatrix é outro fanzine sobrevivente dos anos 1980, contudo a edição 137, distribuída agora pelo editor Renato Rosatti, é atualíssima, acabada de sair do forno. Em suas 21 páginas traz contos de Rynaldo Papoy e Dalila Rocha Sousa, resenhas dos filmes A noite dos coelhos (1972), O sangue de Drácula (1970), Epidemia de zumbis (1966) e A mortalha da múmia (1967), além de artigos e divulgação de produções alternativas e bandas de rock extremo. A capa tem uma ilustração de Mário Labate. Cópias podem ser solicitadas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

ReVirada Nerd

Foi-se o tempo que ser nerd era vergonha para alguém. 
Nos dias 13 e 14 de julho a Devir Livraria realiza a ReVirada Nerd, evento de congrassamento de fãs de quadrinhos, RPGs, cardgames e tudo o que diz respeito ao mundo nerd. As atividades iniciam às 9 horas de manhã do dia 13 e se entendem ininterruptamente até as 21 horas do dia 14, virando a noite em clima de festa. As horas da madrugada são as mais movimentadas do evento, vale a pena comparecer nesse horário. Até mesmo um caprichado café da manhã não faltará aos noctívagos presentes. 
Além disso, a ReVirada Nerd oferece milhares de quadrinhos, RPGs, livros, importados e nacionais e mais uma porção de coisas legais, tudo com descontos especiais!
A Devir Livraria fica na Rua Teodureto Souto, 624/630, no Cambuci, em São Paulo, e a programação completa pode ser vista aqui.

Os livros e os livros de Ronald Rahal


Há algumas semanas, o escritor Ronald Rahal solicitou que eu divulgasse seus livros aqui e, desde então, eu tentava entrar, sem sucesso, no saite da editora Agbooks, que hospeda todos os seus escritos. Meu navegador sempre me alertava sobre algum risco de carregar o saite, depois pedia senhas, um embaraço. 
Não sei o quê a Agbooks tem contras os clientes para submetê-los a essa burocracia. Mas, enfim, consegui contornar os obstáculos impostos pela editora e chegar aos livros em questão, que são quatro ao todo.
O primeiro deles, publicado em 2009, é 4891, novela de 86 páginas que faz homenagem ao clássico 1984, de George Orwell.
Em 2010 o autor publicou dois romances. Regresso à máquina do tempo é uma megassaga de 561 páginas, que é também uma homenagem a um clássico da ficção científica, A máquina do tempo, de H. G. Wells, enquanto Inventário final, de 175 páginas, investe numa narrativa original, também sobre viagens no tempo.
Em 2011, Rahal apresentou o romance Vinci 238 que, em suas 352 páginas, evoca a memória do gênio renascentista Leonardo Da Vinci para contar uma história sobre a multiplicidade dos universos.
Todos os textos são oferecidos em formato real e virtual (pdf), e a Agbooks franqueia a leitura das primeiras páginas dos livros, aqui.
Sucesso, Ronald!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Guerra dos tronos em quadrinhos

Depois de arrebentar em forma de séries de livros e TV, A guerra dos tronos, fantasia épica de George R. R. Martin, chega também aos quadrinhos adaptada pelo romancista Daniel Abraham e o ilustrador Tommy Patterson. 
A série gráfica, originalmente publicada pela Dynamite Entertainment, foi apresentada em revistas periódicas, mas chega ao Brasil na forma de um álbum com 240 páginas, reunindo as seis primeiras edições. 
Considerada uma saga adulta de alta fantasia, A guerra dos tronos conta o drama de Westeros, um mundo no qual a sobrevivência depende da capacidade de se resistir a um secular e rigoroso inverno que se aproxima. Mas não há como salvar a todos. Então, os reinos de Westeros estão em guerra pelo controle dos limitados recursos necessários para garantir a vida durante essa mini-era glacial.
O volume conta com prefácio do próprio George Martin e um making off com rascunhos, esboços e estudos dos personagens.
Independente de ser um produto claramente dirigido aos fãs, vale a pena dar uma olhada no material, pois o álbum é uma publicação da editora LeYa através do selo Barba Negra, que tem editado alguns dos melhores trabalhos em quadrinhos disponíveis no mercado, tais como O gosto do cloro, de Bastien Vivès, Lucille, de Ludovic Debeurme, Koko be good, de Jen Wang, O pequeno pirata, de David B, e O Paraíso de Zahra, de Amir e Kalil. Está muito bem acompanhado, portanto.

Fantasticon 2012

O mais importante evento de ficção fantástica no Brasil divulgou a data em que acontecerá em 2012, e com uma grande novidade: ocupará dois finais de semana. 
Conforme o cartaz disponível no saite do evento, a Fantasticon 2012 acontece nos dias 15, 16, 22 e 23 de setembro, no mesmo espaço de suas últimas edições, a Biblioteca Viriato Correa, na Vila Mariana, em São Paulo. 
Iniciada como uma atração paralela nos Encontros Internacionais de RPG, aos poucos a Fantasticon ganhou autonomia, crescendo a cada edição, sendo hoje referência no campo da literatura fantástica no País.
Além de palestras e painéis com autores e editores, e muitos lançamentos de livros e seções de autógrafos, a Fantasticon deste ano, numa parceria com a Editora Terracota, promete publicar uma antologia original de ficção fantástica, fruto do Concurso Literário Caminhos do Fantástico 2012, que ainda está em curso. Há algumas semanas a organização divulgou os títulos dos textos habilitados e não-habilitados a participar, sem contudo identificar seus autores.
A programação oficial ainda não foi divulgada.

domingo, 8 de julho de 2012

O gosto do cloro

Depois de uma prolongada fase de experimentalismos formais e narrativos, as histórias em quadrinhos demonstram ter chegado à maturidade com o lançamento de O gosto do cloro (Le goût du chlore), uma crônica em quadrinhos do francês Bastien Vivès, originalmente publicado em 2008, quando o autor tinha apenas 22 anos. É o primeiro trabalho de Vivès publicado no Brasil, através do selo Barba Negra da Editora LeYa, numa edição de alto luxo com 144 páginas belamente coloridas.
Conta a história de um jovem que é intimado por seu terapeuta a praticar natação para ajudar no tratamento de uma escoliose severa. Relutante, ele vai a uma piscina pública e passa a conviver ali num micro universo social, uma comunidade de anônimos colocados juntos por apenas alguns minutos por semana. E são todos realmente anônimos, uma vez que o leitor sequer fica sabendo os nomes dos personagens principais.
O jovem chega à piscina um tanto inseguro, pois o que ele conhece da natação é suficiente apenas para não morrer afogado. Só sabe boiar e nadar de costas, e muito mal. Mesmo assim, fica elaborando competições imaginárias com os demais freqüentadores, entre os quais está uma garota bonita, que nada muito bem, mas sua timidez galopante impede que se aproxime dela.
Até o dia em que um amigo o acompanha à piscina, um jovem em tudo diferente dele. Animado e extrovertido, logo está de conversa com a garota que ele observava a distância, e essa é a deixa para que, enfim, ele lhe dirija a primeira palavra, um prosaico "oi" na hora de ir embora. Na semana seguinte, a moça toma a iniciativa de falar com ele e começa então uma espécie de amizade de bolso, restrita aquele universo molhado. Todas as semanas, os jovens encontram-se na piscina e a experiente nadadora passa a instruir o rapaz nos fundamentos da arte. Durante um desses treinamentos, ele sugere atravessar a piscina de ponta a ponta, totalmente submerso, e passa então a treinar natação em apnéia. Num desses momentos, a garota fala-lhe alguma coisa sob a água, através de mímica labial, que ele não chega a compreender, muito menos nós, visto que os movimentos são em francês. Isso, somado a um desfecho ambíguo, ao mesmo tempo trágico e anticlimático, conduz o leitor a participar da história decidindo pelo destino das personagens.
O gosto do cloro foi o terceiro trabalho publicado de Vivès e tornou-se sua obra prima ao receber o Prêmio Revelação do Festival de Angoulême, em 2009. O que destaca o trabalho entre o que geralmente se vê nos quadrinhos modernos é a delicadeza narrativa, tanto no roteiro quanto nos desenhos, numa estética minimalista e econômica. O ambiente da piscina, não muito rico em detalhes, transforma-se num universo de tons e texturas, onde a expressão física predomina. Reconhecemos os personagens mais por sua movimentação corporal do que por qualquer outro detalhe. A superfície água, quase sem movimento, marca a fronteira entre dois mundos distintos, cada um com seu próprio tempo e história, e o texto mínimo, sem grandes tensões, favorece um ritmo ágil e agradável na leitura. O efeito sequencial ganha relevância, com angulações e enquadramentos belos e cinematográficos.
Hoje com 28 anos de idade, Vivès continua produtivo, publicando de dois a três títulos por ano. Só em 2012 já lançou em seu país os álbuns Le Jeu Vidéo e La Famille. Aqui está um autor que deve ser observado de perto.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nas garras do futuro

O escritor Miguel Carqueija está promovendo seu novo livro Nas garras do futuro, coletânea de contos de ficção científica publicado pela editora Agbook, com posfácio de Ronald Rahal.
Carqueija diz que são "onze histórias diferentes, visões de um futuro decadente e problemático. A Guerra da Água, a desertificação da Amazonia, a decadência social e outros problemas para a humanidade futura. Apesar de tudo, pode haver uma luz no fim do túnel..."
O livro tem 111 páginas e está disponível tanto em formato virtual quanto impresso em papel.

Dia do amigo leitor

Em 2011, o ativista cultural Ademir Pascale, promoveu uma campanha de valorização da literatura fantástica brasileira durante o Dia do Amigo, que é comemorado em 20 de julho, e a promoção está de volta este ano. Pascale convocou autores e editores a disporem seus títulos para aquisição com descontos vantajosos, de modo a incentivar que todos os amigos se presenteiem mutuamente com livros. 
A campanha está aberta e mais de 50 autores e editores já estão cadastrados na promoção. Se você é também autor ou escritor de ficção fantástica, participe. Basta enviar um email para amigosdocranik@ig.com.br, aos cuidados de Ademir Pascale, que ele mesmo vai explicar como a coisa funciona.
E se você é leitor, aproveite os descontos. A lista completa de editoras e autores cadastrados pode ser conferida aqui.
E tenha um feliz Dia do Amigo!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Repercutindo as listas

O blogue Nós Geeks gostou tanto das listas de lançamentos de FC&F em 2011 que está retransmitindo uma parte dela em outra frequência, o que é bem legal, pois assim mais gente terá acesso a informação. O blogue é editado por Fernando Firpo, ele mesmo um fã de FC&F. 
A lista divulgada foi a de romances brasileiros de ficção científica, mas é legal dizer que, historicamenrte, o melhor da produção brasielira no gênero está nos formatos mais curtos, como contos e novelas, e em 2011 não foi diferente. Quem quer apreciar o melhor da FC&F brasileira, deve ficar atento também a lista de coletãneas e antologias, que estão disponíveis nos posts de junho.