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sexta-feira, 11 de julho de 2025

Editora Mão Esquerda

Há algum tempo, tem se estabelecido no Brasil diversas editoras que apoiam seus catálogos em textos em domínio público, de autores obscuros, mas também de alguns mais conhecidos. 
É o caso, por exemplo, da Editora Wish – hoje absorvida pela Darkside – e da editora Andarilhos, cujos lançamentos são sempre destacados aqui. 
A elas soma-se a Editora Mão Esquerda, editada por L. F. Lunardello, cujo objetivo é trabalhar com o horror gótico produzido por mulheres brasileiras e estrangeiras. 
A editora conta com uma série de ebooks de antologias ilustradas, com textos de ficção e não ficção de autoras como Mary Shelley, Clemence Housman, Larissa Prado, Elizabeth Ellet, Narie Corbetta, entre outras, que podem ser baixados gratuitamente aqui
Para garantir que os trabalhos continuem, a editora ainda mantém uma campanha de asinaturas. Para saber mais e apoiar, visite a página do projeto, aqui.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Conexão Literatura 119

Está disponível a edição de maio do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 139 páginas e destaca na capa dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), cuja obra imortal conta com alguns dos maiores clássicos da literatura ocidental, como Romeu e Julieta, Macbeth, A tempestade e Sonhos de uma noite de verão, entre outros. 
Traz ainda contos de Roberto Mollero Tomé, Idicampos, Raci J. Marin, Luciana Simon de Paula Leite, Mí Santiago, Ney Alencar, Mónica Palacios, Emerson Pagnussat e Sellma Luanny; entrevistas com os escritores Daniela Vieira Prenzeler, Luce Pavanello, Maria Tereza Alvim, Merton Somerset, Patrícia Ribeiro Rafael, Sidney B. Silva, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Lançamento: Artur e Isadora na cidade subterrânea, Braulio Tavares

Depois de 26 anos, Artur e Isadora ganham uma nova aventura. Trata-se de Na cidade subterrânea, novela de fantasia em forma de cordel de autoria do escritor paraibano Braulio Tavares e publicada pela Editora 34. A primeira aventura da série, A pedra do meio-dia, publicada em 1998 pela mesma editora, foi muito bem aceita pelos leitores e ainda é comentada pela originalidade da história e da apresentação. 
Diz o texto de divulgação: "Durante uma viagem, o casal se depara com uma enorme cratera na estrada. Ao descerem pela ribanceira, procurando uma passagem, veem o início de um túnel. Curiosos, entram e se deparam com uma complexa cidade subterrânea, habitada por pequenas criaturas que, no entanto, os acolhem com toda a hospitalidade. Em seguida, Artur e Isadora irão ajudar estes estranhos moradores a descobrir suas origens e encontrar novas possibilidades para seu futuro. Uma história em versos que estimula a inteligência e a solidariedade diante de um mundo misterioso ao mesmo tempo tão diferente e tão parecido com o nosso. Empregando as rimas e as sextilhas (as estrofes de seis versos características do cordel) com extrema habilidade, Braulio Tavares produziu uma narrativa que é, ao mesmo tempo, poética, precisa e extremamente fluente. Além das ilustrações de Cecília Esteves — que exploram a linguagem de alto contraste entre o preto e o branco, própria da xilogravura —, esta edição conta com um glossário, um texto sobre cidades existentes debaixo da terra tanto no passado como no presente e uma nota explicativa sobre a literatura de cordel."
O livro tem oitenta páginas, faz parte da Coleção Infanto-Juvenil e pode ser encontrado aqui.
Além de escritor, Braulio Tavares é tradutor, pesquisador e compositor, com parcerias importantes com Zeca Baleiro, entre outros artistas. Entusiasta da cultura brasileira e da ficção de gênero, mantêm o blogue Mundo Fantasmo com mais de cinco mil artigos interessantíssimos sobre os mais variados assuntos culturais.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Pulpversos: poemas especulativos

Até o dia 30 de outubro será possível baixar gratuitamente aqui três novas edições da coleção Pulpversos, periódioco dedicado a poesia que dialoga com a fantasia, a ficção científica e o terror. Editadas por Jaime de Andruart desde 2022, cada uma das três edições é dedicada a um dos gêneros e conta com poemas de diversos autores. 
Um projeto certamente incomum, visto que a maior parte da produção de gênero é realizada em prosa, ainda que eu concorde com Jane Terezinha Mondelo, ex-editora do histórico fanzine Antares, de que toda a fc é poesia, seja em verso ou em prosa. 
Após o dia 30/10, as edições passam a ser vendidas, assim como as  anteriores, também disponíveis no saite da Pulpversos, aqui. Há edições dedicadas especialmente ao afrofuturismo, bruxas, apocalipse e até poemas eróticos. 

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Conexão Literatura 111

Está disponível a edição de setembro do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 142 páginas e destaca em entrevista exclusiva o trabalho do escritor João Barone, mais conhecido como o baterista da banda Paralamas do Sucesso. 
Traz ainda contos de Iraci J. Marin, Idicampos, Sellma Luanny, Luciana Simon de Paula Leite, Mí Santiago, Ney Alencar e Roberto Schima, e entrevistas com os escritores Camila Mota, José Alfinyahu, Lucilla Simonsen Paes de Almeida e Tibério de Tribschen, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Porão do Terror: A revista dos seus pesadelos

A pulverização do fandom na internet causa uma série de fenômenos curiosos. Um deles é a formação de nichos isolados quase que hermeticamente, cujas atividades raramente chegam ao grande público. Eventos, livros e, especialmente, fanzines que, apesar da ousadia amadora, parecem revistas profissionais devido às facilidades da produção digital. É lamentável que muitas dessas propostas acabem não durando, devido às dificuldades em furar a bolha do nicho. 
Mais de uma vez comentei aqui a existência de publicações de fcf&h que iam em numeração avançada, mas eram ignoradas fora de sua esfera de influência. É exatamente esse o caso de Porão do terror, fanzine digital editado por Maicol Cristian através do selo Ficção Barata, que já vai pelo número 3, todos lançados em 2024. 
A publicação traz contos e poemas de autores brasileiros, sempre com "histórias sombrias, grotescas, encharcadas de sangue e repletas de criaturas estranhas, extraídas da mais pura polpa do terror trash", como afirma o editor.
A edição mais recente acaba de ser disponibilizada e apresenta, em 127 páginas, textos de Danilo M. Martins, Diogo Oliveira, Eduardo Andrigo, Eduardo Martínez, Fabio Dellazzari, Genonádio, Guilherme Diniz, John Spectrum, Lisa Domingos, Lúcio Reis Filho, Maicol Cristian, Marcelo Ávila Marques, Mariana Santos, Night Rider, Raphael Rodrigo, Renato Oliveira, Roberto Schima, Rodrigo Ortiz Vinholo e Rodrigo Picon.
A revista, exclusivamente em formato digital, pode ser adquirida aqui. Contudo, exemplares impressos podem ser obtidos na Loja Uiclap.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Conexão Literatura 110

Está disponível a edição de agosto do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 164 páginas e destaca em entrevista exclusiva o trabalho da atriz e escritora Beth Goulart. Traz ainda contos de Ademir Pascale, Bert Jr., Sellma Luanny, Gilmar Duarte Rocha, Luiz F. Haiml, Marco Pedro Alves Ferreira, Idicampos, Roberto Schima, Iraci J. Marin, Ney Alencar, Mí Santiago e Luciana Simon de Paula Leite, entrevistas com os escritores Geny Vilas-Novas, Jorge Guedes, Fabrício Cardoso, Gabriel Casagrande e Mayara Matuk Sarak, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Conexão Literatura 109

Está disponível a edição de julho do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira e lusófona. 
A edição tem 139 páginas e destaca o trabalho do escritor angolano João Kaveto, autor do livro No banco: Os valores de Ngunji à mesa dos Drongos. Traz ainda contos de Luiz H. Haiml, Mírian Santiago, Idicampos, Iraci J. Marin, Ney Alencar, Roberto Schima, Roberto Mollero Tomé e Sellma Luanny, entrevistas com os escritores Ana Rita de Calazens Perine, Jorge Guedes, Roberto Mollero Tomé, Renato Aparecido Rodrigues, Rodrigo Galvão e José Alberto Janeiro, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Conexão Literatura 108

Já está disponível a edição de junho do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 137 páginas e traz contos de Gilmar Duarte Rocha, Idicampos, Iraci J. Marin, Mírian Santiago, Roberto Schima, Luiz H, Haiml e Sellma Luanny, e entrevistas com os escritores Aline Abreu Santana, Natália Macedo e Ramon Felipe, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Conexão Literatura 107

Está disponível a edição de maio do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 137 páginas e destaca em entrevista o trabalho do escritor Bert Jr., embaixador do Brasil na República de Cabo Verde, na África, e autor do livro Antes do fim do riso. Também traz contos de Idicampos, Iraci J. Marin, Mírian Santiago, Ney Alencar, Roberto Schima e Sellma Luanny, e entrevistas com os escritores Erich Ruy Alves, Jamyle Dionísio e Maurício Ribas, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Resenha do Almanaque: Oneironautas, Fabio Fernandes & Nelson de Oliveira

Oneironautas
, Fabio Fernandes & Nelson de Oliveira, 88 páginas. São Paulo: Patuá, 2018. 

Um jogo muito popular nas ofinas de escrita criativa é o round robin, uma dinâmica que consite em, a partir de uma fragmento de texto inicial, outro autor é estimulado a dar-lhe continuidade. Por sua vez, após ter escrito o trecho que lhe cabia, este passa a tarefa a outro autor e assim por diante até que o texto seja finalizado. Cada autor pode dar ao texto o encaminhamento que quiser, mas deve respeitar o que foi feito antes dele e deixar um gancho dramático que desafie o autor seguinte. O resultado dessa dinâmica costuma ser um tanto desconjuntado, mas isso é o que menos importa: o importante é exercitar a criatividade e a capacidade de improviso. 
Por isso é supreendente o resultado que Fabio Fernandes e Nelson de Oliveira obtiveram na curiosa Oneironautas, noveleta construída no molde de um round robin. É claro que o fato de termos aqui autores experientes e de muitos recursos, além de serem apenas dois, contribuiu para que a narrativa tivesse um padrão mais regular e os conceitos propostos não fossem abandonados pelo caminho. 
Fabio Fernandes é um autor da Segunda Onda da ficção cinetífica brasileira, que fez parte ativa do fandom dos anos 1980/1990, quando a produção nacional era praticada principalmente nos fanzines. Mais recentemente, Fernandes tornou-se referência no fandom digital e forte influenciador dos autores da terceira onda. Seu livro Back in the U.S.S.R., editado pela Patuá em 2019, figurou entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti na categoria Entretenimento. Já Nelson de Oliveira é uma sumidade no ambiente mainstream literário, por duas vezes vencedor do Prêmio Casa de Las Americas. Ficou mais conhecido no ambiente dos fãs de ficção científica com o heterônimo Luiz Brás, que criou especialmente para assinar seus trabalhos nesse gênero. É um escritor consagrado, portanto. 
Logo, não se podia esperar pouco de Oneironautas. A história é um cabo de guerra entre os dois autores, cada um deles retesando a corda o mais que pode para derrubar o oponente. Mas quem venceu a disputa foram os leitores.
Oneironautas é uma viagem lisérgica na qual os dois autores, que se colocam como personagens da história, deslocam-se loucamente pelos sonhos um do outro, encontrando personalidades alternativas de si próprios e de seus acompanhantes, com as quais interagem em situações imprevisíveis e absurdas. Em alguns momentos a narrativa ganha ares de ficção científica, com divertidas referências à elementos da cultura pop, como personagens de desenhos animados, séries de tv, cinema e histórias em quadrinhos. 
De qualquer forma, a história é o que menos importa, já que o grande mérito de Oneironautas é o prazer estético formal da narrativa que, em muitos momentos, flerta com a poesia – embora nunca abandone o padrão de prosa – em quinze capítulos curtíssimos de trezentas palavras cada (uma regra do jogo), mais um epílogo, nomeados de forma nem sempre legível. A edição enxuta vem ilustrada por padrões gráficos que dão ao conjunto uma estética concretista que também remete a uma certa poética. A leitura pode ser tão rápida quanto se queira. Dá para ler o volume todo em pouco mais de meia hora, mas aí se vai perder boa parte da graça, que é vaguear sem freios pelos sonhos absurdos destes dois oneironautas.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Conexão Literatura 103

Está disponível a edição de janeiro do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 147 páginas e traz contos de Idicampos, Luiz F. Haiml, Iraci J. Marin, Luciana Simon de Paula Leite, Ney Alencar, Roberto Schima e Sellma Luanny. Também entrevista os escritores Joaquim Cândido Gouveia (destacado na capa), Bert Jr., Emerson Sitta, Fábio Uchôa, Hélio Bacelar Viana e João Vitor Faria, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e esta edição pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Resenha do Almanaque: Vitrais e As ilhas imaginárias, Jose Ronaldo Viega Alves

Vitrais, Jose Ronaldo Viega Alves. 60 páginas. Porto Alegre: Opção 2, 2005.
As ilhas imaginárias, Jose Ronaldo Viega Alves. 58 páginas. Porto Alegre: Opção 2, 2005.

Não há dúvidas quando ao tipo de abordagem que os leitores brasileiros de fantástico mais apreciam. Ray Bradbury é uma unanimidade porque é mestre em elaborar personagens e cenários líricos. Mesmo os leitores de ficção científica hard aceitam bem os seus textos porque sua poesia compensa totalmente a falta de rigor científico.
Da mesma forma, os textos fantásticos brasileiros que mais agradam aos leitores são justamente aqueles nos quais os autores conseguiram inserir mais lirismo. Porém, essa prática não está atualmente na moda por aqui. Ao contrário, há uma supervalorização estilística da agressividade e da violência crua, talvez reflexo direto dos tempos duros que vivemos.
Não que inexistam poetas em atividade, ao contrário, o movimento poético brasileiro é intenso e tão marginal quanto a fc&f brasileira.
Mas parece ser uma impossibilidade teórica tanto para os poetas quanto para os escritores combinarem poesia e ficção científica em especial, com raríssimas exceções como o caso do saudoso André Carneiro (1922-2014). Outro exemplo é Jose Ronaldo Viega Alves que produz não somente uma poesia sensível e criativa, mas também impõe em seu repertório uma dose generosa de fantasia e ficção científica.
Viega Alves nasceu em Sant'Ana do Livramento (RS) em 1955. É bancário, também produz contos e crônicas e participou do fandom brasileiro, embora tenha sido pouco publicado nos fanzines. Sua produção foi dirigida para concursos – em muitos dos quais foi premiado –­ e para as mais de cinquenta antologias poéticas das quais participou. Também apresenta seus trabalhos em coletâneas individuais, com dezenas de títulos publicados.
Em 2005, o autor lançou, pela Editora Opção 2 de Porto Alegreas, as coletâneas poéticas Vitrais e As ilhas imaginárias, formadas em sua maior parte por textos curtos de um estilo que, se não chega a ser tradicional, tampouco pode ser classificado como experimental. Alguns tomam até duas páginas, mas a maioria não passa de poucas linhas.
Ambos os títulos têm trabalhos assemelhados e não há uma abordagem diferenciada entre eles, que bem poderiam formar um volume único.
A leitura é rápida e agradável com muitos momentos expressivos. Nem tudo é fantasia, é claro, há um bocado de realismo romântico, mas tudo acaba alinhavado pela continuidade dos poemas que ora falam de robôs, teletransporte e viagens no tempo, ora de memórias da infância, sonhos, amor etc.
Não é possível fazer uma resenha convencional dos livros de Jose Ronaldo Viega Alves. Quando se trata de poesia, o melhor mesmo é lê-la.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Resenha do Almanaque: Natureza móbile, José Ronaldo Viega Alves

Natureza móbile
, José Ronaldo Viega Alves. 54 páginas. Ilustrações de José Ronaldo e Arthur Filho. Porto Alegre: Opção 2, 2006.

Natureza móbile é uma coletânea poética do escritor gaúcho José Ronaldo Viega Alves, publicada em 2006 pela editora portoalegrense Opção 2, num acabamento artesanal simples e intimista.
Traz 28 poemas curtos, construções concretistas e haikais. Este formato já garante, por si, uma variação importante aos trabalhos de ficção fantástica publicados no Brasil, em que predomina a prosa. Mas não é apenas o aspecto formal que destaca Viega Alves, mas a sutileza que ele demonstra ao observar os detalhes do cotidiano à luz do maravilhamento próprio de quem aprendeu a se emocionar com as batalhas espaciais das histórias de ficção científica.
As poesias não são todas classificáveis como fantásticas, mas o conceito que as sustenta é muito identificado com aquele que se percebe nas histórias de fc&f. Como, por exemplo, neste pequeno poema chamado “Viajantes no tempo”: Quantos desses seres humanos / Com quem cruzamos / nas ruas diariamente / vivem no presente? Ou nesta frase, retirada de “O livro das 1001 perguntas”: Máquina do tempo enferruja?
Assim, de surpresa em surpresa, Viega Alves nos presenta em Natueza móbile sua visão de um mundo que mostra o maravilhoso no cotidiano.
O volume se une a outros títulos do autor, formando um mosaico multicolorido de impressões emocionantes de se contemplar.

sábado, 4 de novembro de 2023

Conexão Literatura 101

Está disponível a edição de novembro do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
A edição tem 169 páginas e destaca o personagem Arsène Lupin, o ladrão elegante criado pelo escritor francês Maurice Leblanc, que ganhou muita visibilidade recente devido à série de tv que é o tema da matéria de abertura, completada por entrevistas com Ronaldo Júlio – um dos dubladores da edição brasileira da série – e também com a escritora Simone Saueressig que, em 2022, publicou o romance O jovem Arsène Lupin e a dança macabra, pela editora Avec.
Também são entrevistados na edição os escritores Fauno Mendonça, Heider Broisler, Israel Dantas, Magda Medeiros, Maria Denise de França, Tiago Magalhães Ribeiro e Carlos Carvalho. Na ficção, textos de Iraci Marin, Idicampos, Mónica Palacios, Ney Alencar, Roberto Schima e Sellma Luanny, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e esta edição pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Conexão Literatura 100

Está disponível a edição de outubro do periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale, dedicado à divulgação de novos autores e obras da literatura brasileira. 
Lançado em 2015, Conexão Literatura chega à centésima edição com 144 páginas e destaca em entrevista o trabalho do empresário Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica e de tantos outros personagens icônicos dos quadrinhos brasileiros. 
Também são entrevistados os escritores Carlos Fernando Verne, Heverson de Souza e Costa e Jão Fadário. Na ficção, textos de Ney Alencar, Ana Pauyloa Seixlack, Daniela Onnis, Idicampos, Iraci Marin, Luciana Simon de Paula Leite, Roberto Schima, Mirian Santiago e do próprio editor, além de poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
A revista tem distribuição gratuita e esta edição pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.

quinta-feira, 2 de março de 2023

Sol noturno

 A editora potiguar Sol Negro, administrada por Márcio Simões, completou dez anos de atividades em 2021, e para não deixar essa importante efeméride passar sem registro publicou, ainda em 2022, o livreto comemorativo Sol noturno: Poemas sob o signo do sol negro, organizado pelo próprio editor, com poemas e textos que têm como tema o sol negro, além de uma lista de suas publicações, ano a ano. 
A editora também oferece dezenas de títulos interessantes em suas coleções Cinzas ao Sol (poesias, em edições bilíngues), Os Dentes da Serpente (poesia contemporânea), Caravela Negra (ficção), Hermeneus (ensaios e não ficção), Imago (literatura plástica) e Plaquetas Sol Negro (ficções curtas e poemas em edição única), sempre com traduções exclusivas e preços acessíveis.
Sol noturno está disponível em forma de ebook, mas pode ser também obtido em formato impresso, diretamente com a editora, aqui. A editora também podeser encontrada nos Instagram, aqui.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Insólita

Insólita: Revista Brasileira de Estudos Interdisciplinares do Insólito, da Fantasia e do Imaginário
é um periódico acadêmico dedicado aos estudos do fantástico. 
Editado por Laura Loguercio Cánepa, Nara Lya Cabral Scabin e Genio de Paulo Alves Nascimento através da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi (PPGCOM-UAM), teve seu prim eiro número lançado em 2021, com periodicidade semestral. 
Como toda publicação acadêmica, Insólita apresenta artigos e ensaios científicos, mas também traz entrevistas com personalidades do meio, além de poemas que ilustram os volumes.
Em julho de 2022, a publicação chegou ao quarto número que, em 118 páginas, publica o dossiê "Mídias sonoras, narrativas e imaginário", organizado por Daniel Gambaro, o artigo "Ficção científica, mortes e viagens intergaláticas: narrativa fantástica e estilo insólito na série de animação The midnight gospel", de Ana Catarine Mendes da Silva e João Paulo Hergesel; resenha de Emanuelli da Silva Monsores e Ellen Alves Lima ao livro Drácula: O vampiro camaleônico (2014), de Yuri Garcia, entrevista com o pesquisador, produtor e cineasta Fabiano Pereira com Rodrigo Areias; e o poema "Parede do banheiro", de Francisco Gabriel Garcia, que também assina a ilustração da capa. 
A edição pode ser acessada aqui, para leitura e download gratuitos. As edições anteriores também estão disponíveis.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Cidade dos deitados, Heloísa Prieto

Cidade dos deitados
, Heloísa Prieto. Ilustrações de Elizabeth Tognato. 64 páginas. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

Mesmo para um leitor especialista, muitas vezes certos títulos escapam, seja porque foram publicados em tiragens muito reduzidas, porque tiveram distribuição irregular ou regional, ou porque acabaram sendo colocados nas estantes erradas das livrarias, misturados a títulos que nada tem a ver com eles. Também pode ser porque a editora não promoveu o volume adequadamente ou porque circulou em um nicho não muito permeável a outros públicos. Fato é que sempre acabamos por encontrar, as vezes sem querer, um título interessante que passou despercebido quando de sua publicação. Este é o caso de Cidade dos deitados, da escritora paulistana Heloisa Prieto, publicado em 2008 pela editora Cosac Naify na coleção Ópera Urbana. 
Muitas coisas tornam este um volume especial. A começar pela capa dura, o papel encorpado e brilhante do miolo e as páginas pretas com todo o texto em branco. Mas o que se destaca, além do texto delicioso, são as ilustrações de Elizabeth Tognato, que dão um show visual que torna a leitura quase como a de uma história em quadrinhos. 
A inspiração são os cemitérios da capital paulista, que conseguimos reconhecer seja pelas vívidas descrições da narrativa, seja pelas ilustrações, que não têm um estilo único: cada página é uma surpresa, passando por montagens, bicos de pena, crayons, grafites, fotografias, lápis de cor, arte igital e muito mais.
O texto é uma novela-poema de horror que se lê em não mais que meia hora. Narra o passeio de uma transeunte (provavelmente a própria autora) por alamendas de um cemitério durante uma estranha noite insone, recheada de aparições e habitantes noturnos, até as primeiras luzes da manhã. 
Leitores de Neil Gaiman vão perceber a mesma satisfação melancólica de O livro do cemitério, e os fãs de Stephen King recordarão do mesmo clima onírico de "Andando na bala" (publicado na coletânea Tudo é eventual). Mas o texto de Prieto escapa da armadilha do pastiche na medida em que se apega a sua própria história pessoal – o texto faz referência a perda de uma parente querida –, aos espaços físicos paulistanos e ao imaginário brasileiro sobre os cemitérios e o "mundo dos mortos". Desse modo, replica o enlevo sem perder a originalidade. E o volume ainda vem acompanhado de um libreto de 36 páginas recheado de informações sobre cemitérios famosos de São Paulo e do mundo. Apesar do tema algo mórbido, tem uma leitura tão deliciosa quanto a da novela em si.
Por sua apresentação gráfica e título, qualquer um diria que Cidade dos deitados é um livro juvenil, e o encarte faz parecer que é, realmente, paradidático. Mas não é nada disso. Não que não possa ser lido por jovens, de fato acredito que o volume faria muito sucesso entre os adolescentes, mas a escrita é madura e exige participação do leitor, sem a qual pode nao ser possível aproveitar todos os detalhes do história.
Por este e outros aspectos já citados é que posso dizer que Cidade dos deitados é um trabalho de fronteira muito rico, que pode ser percebido em diversos níveis e matizes por diversos públicos. 
Enfim, Cidade dos deitados é uma dessas agradáveis surpresas, um encontro noturno com uma aparição delicada, sem o travo do horror que geralmente acompanha tais eventos.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Conexão Literatura 92

O periódico eletrônico Conexão Literatura, editado por Ademir Pascale e dedicado à divulgação e publicidade de novos autores e obras da literatura brasileira, chega a edição 92 – referente a fevereiro de 2023 – e traz, em 101 páginas, contos de Gilmar Duarte Rocha, Idicampos, Iraci J. Marin, Ney Alencar e Roberto Schima, além de entrevistas com artistas, ficção, poemas, crônicas, resenhas e artigos de assuntos variados.
Conexão Literatura tem distribuição gratuita e esta edição pode ser baixada aqui. Números anteriores também estão disponíveis.