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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Lançamento: O Circo das Lembranças Esquecidas, Ariane Saltoris

"O Circo das Lembranças Esquecidas se instala no parque de diversões abandonado, e não é um circo como os outros. O jovem médium Joshua, em busca de inspiração, logo descobrirá a missão tocante da trupe, que não pode deixar o parque até o fim da Festa dos Mortos. Encantado pela estrela do espetáculo, Anna-Sena, Josh reluta a aceitar o pressentimento de que foi levado até ali por um motivo —mas que rumo seguirá, se descobrir que seu papel nesse espetáculo já estava escrito?"
Este é o texto de apresentação do romance de fantasia sombria O Circo das Lembranças Esquecidas, de autoria da escritora brasileira Ariane Saltoris – que há doze anos mora na Alemanha –, uma história de contornos góticos que dialoga com as histórias de horror de Ray Bradbury, como por exemplo, o clássico romance Algo de mal vem por aí
O Circo das Lembranças Esquecidas é uma publicação da Editora Avec, tem 192 páginas e está em pré-venda aqui, com lançamento previsto para 31 de outubro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Em campanha: Vampiros, John Steakley

Estreou há poucos dias, uma campanha de financiamento direto para viabilizar a publicação de Vampiro$ (Vampire$), romance de horror do escritor texano John Steakley (1951–2010), originalmente publicado em 1990 e que serviu de base para a produção cinematográfica Vampiros (1998), de John Carpenter. 
Steakley teve uma carreira significativa no campo da ficção científica, com diversos contos publicados na revista Amazing Stories.
Diz o texto de apresentação: "Misturando ritmo de faroeste, brutalidade de histórias de guerra e o fascínio imortal dos vampiros, a narrativa acompanha Jack Crow, líder de caçadores contratados pelo Vaticano, no combate inglório para erradicar colônias de vampiros. Armados com tecnologia moderna e métodos impiedosos, eles enfrentam criaturas letais, formidáveis e capazes de estratagemas dos mais nefastos."
O livro terá aproximadamente trezentas páginas, capas duras, tradução de L. F. Lunardello e publicação pela editora Diário Macabro, dentro da Coleção John Carpenter, que reúne textos nos quais o famoso diretor de cinema se inspirou para alguns de seus filmes. Já foram publicados nessa coleção O enigma de outro mundo, de John W. Campbell, A cidade dos amaldiçoados, de John Wyndham e Eles Vivem: contos de ficção científica, de Ray Nelson.
Entre as recompensas da campanha, marcadores de páginas, pôsteres e os livros da coleção, entre outros itens exclusivos. O projeto receberá apoios aqui até o dia 15 de outubro de 2025.

sábado, 6 de setembro de 2025

Resenha: Boneshaker, Cherie Priest

Boneshaker (Boneshaker), Cherie Priest. Tradução não identificada. 404 páginas. Baependi: Underworld, 2012.

Há anos aguardando na minha fila de leitura, Boneshaker é um romance retrofuturista steampunk de autoria da escritora americana Cherie Priest, publicado em 2012 pela extinta Editora Underworld. Originalmente publicado em 2009, foi indicado aos prêmios Hugo e Nebula, e venceu o Prêmio Locus de Melhor Romance de Ficção Científica.
A personagem principal é Briar Wilkes, uma mulher de meia idade, neta de um falecido líder carismático da cidade de Seattle, e viúva de Leviticus Blue, gênio da mecânica que criou um veículo perfurador – o Boneshaker do título – que, por acidente, devastou a cidade e rompeu algum tipo de bolsão de gás natural mortal que torna algumas das pessoas tocadas por ele em zumbis. Desde então, parte de Seattle foi segregada com uma muralha altíssima, que contém tanto o miasma quanto os zumbis. 
Briar vive do lado externo da muralha, estigmatizada pela tragédia causado pelo marido, que morreu no acidente, e sofrendo todo tipo de bulling dos demais sobreviventes, que a corresponsabilizam por seus prejuízos. E não se entende bem com o filho adolescente, Zeke, que acha que o pai era um herói e que as pessoas que os maltratam estão erradas a seu respeito. Ele fica sabendo que há pessoas vivendo dentro da muralha e, depois de uma discussão especialmente acalorada com a mãe, decide entrar na área segregada para buscar provas da retidão do pai no antigo casarão de família, que parece guardar muitos segredos incomuns. Para isso, usa um túnel secreto através do qual contrabandistas transportam a "Seiva de Limão", beberragem alucinógena destilada do próprio miasma. Ele pretende retornar antes que sua mãe dê por sua falta, mas ocorre um terremoto, os túneis desabam e Zeke fica preso dentro da área proibida. Desesperada com o desaparecimento do filho, Briar se lança a uma perigosa missão para resgatar Zeke de dentro das muralhas e evitar que ele venha a descobrir o mais sinistro segredo da sua vida. 
Boneshaker tem um texto excelente. Bom de ler e muito saboroso. Os personagens são fortes e interessantes, como o vilão Dr. Minnericht, a lutadora Princesa Angeline, o Capitão Cly e toda a tripulação do dirigível Naamah Darling, o malandro Rudy, o guerreiro Jeremiah Swalhammer e sua armadura de mil e uma utilidades, a barwoman Lucy O'Gunning, e muitos outros. 
O romance segue a risca a regra sagrada do steampunk, fundada pelos escritores americanos Willian Gibson e Bruce Sterling em A máquina diferencial: em algum momento, tem que acontecer uma revolução popular. E ela vai acontecer, é claro, no clímax da história. Também há muitas máquinas a vapor, dirigíveis, máscaras de solda e tudo mais que caracteriza este subgênero, que conta com seguidores ardorosos no Brasil. 
Boneshaker é o primeiro de uma série de sete romances que formam o Universo Clockwork Century:  Boneshaker(2009), Clementine (2010), Dreadnough (2010), Ganymede (2011), The Inexplicables (2012), Fiddlehead (2013) e Jacaranda (2015); nenhum outro saiu aqui. 
O mais curioso é que a autora não seja mais popular, pois não foi à toa que ganhou o Locus. Há, contudo, um segundo romance de Priest em português: Ela está em todo lugar (I am Princess X), história de fantasia urbana que une prosa e quadrinhos, publicada aqui em 2015 pela Editora Gutenberg, mas que não tem qualquer relação como universo de Boneshaker.
Vale a pena buscar nos sebos por um dos raros exemplares desse romance, pois é uma leitura intensa, emocionante e agradável. Tomara que outra editora republique esse título, bem como os demais da série, pois Cherie Priest é uma escritora excelente que merece ser mais lida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Lançamento: Odisseia estelar, Kim Bo-Young

"Em duas histórias independentes, mas interligadas – 'Estou esperando você' e 'Estou indo até você' –, Kim Bo-Young narra, com maestria, o amor atemporal de um par que tenta, através da relatividade, retornar à Terra simultaneamente para, enfim, se casarem. No entanto, imprevistos no espaço-tempo adiam cada vez mais a data da cerimônia e, no transcorrer dos séculos na Terra, os noivos se deparam com um cenário irreconhecível. Diante de toda a desesperança que os desafios das longas jornadas espaciais e as mudanças no planeta despertam, a única coisa que persiste e permanece imutável entre eles é o anseio de estarem juntos. Já em 'Pessoas a caminho do futuro', Selene vive sozinha na residência espacial que há anos é comandada pelas mulheres da sua família. Num ambiente em que não é possível distinguir entre o dia e a noite, ela passa o tempo trabalhando, cuidando da casa e lendo os livros que pertenceram a suas ancestrais. Isso até ser surpreendida por um jovem cuja aparente linguagem grosseira revela um dispositivo-tradutor antiquado. Afinal, por qual motivo, senão uma confusão idiomática, ele teria dito que planeja ir aos 'confins do universo'?"
Esta é a apresentação da coletânea Odisseia estelar, da premiada escritora sul-coreana Kim Bo-Young, primeira obra da autora a desembarcar aqui pela editora Companhia das Letras em seu selo Suma. Nos EUA, os traballhos reunidos nesta edição apareceram na coletânea I'm waiting for you and other stories, em 2021, publicadas na Coreia do Sul no ano anterior.
O volume tem 264 páginas, tradução de Luis Girão, e está em pré-venda aqui, com lançamento previsto para 30 de setembro próximo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Pré-lançamento: Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1900-1949]

Está em pré-venda o segundo volume da série Tênebra, Narrativas brasileira de horror, organizada por Júlio França e Oscar Nestarez , desta feita reunindo contos brasieliros publicados entre 1900 e 1949. O primeiro volume (com a capa em tom amarelo), foi publicado em 2022 com uma seleta contos publicados entre 1839-1899.
Esta nova edição traz quase quatro dezenas de contos, incluindo alguns de autoria de grandes nomes da literatura brasileira. Diz o texto de apresentação: "A fim de reparar o apagamento que o gênero sofreu ao longo da história, tendo sido excluído do cânone literário, o livro reúne 38 histórias escritas por que, embora tenham sido classificados como realistas, naturalistas ou modernistas, também desfiaram a pena nas vertentes sombrias da escrita. São histórias góticas, fantásticas, de suspense ou de crimes que mostram como as poéticas negativas captavam os humores brasileiros no período das Guerras Mundiais. Para além de delinear a realidade grotesca da época, os contos de Tênebra demonstram que o gênero do horror é entretenimento garantido. E bastante presente no gosto popular, haja vista a quantidade de produções literárias que nele se enquadram. Com vampiros, femmes fatales, monstros e outros personagens, esta publicação retira o terror brasileiro das sombras e o leva direto ao seu ávido público."
Os escritores selecionados são Adelpho Monjardim, Afonso Arinos, Alberto Rangel, Alcides Maia, Amélia Beviláqua, Carlos de Vasconcelos, Carmem Dolores, Chrysanthème, Clarice Lispector, Coelho Neto, Cornélio Penna, Delminda Silveira de Sousa, Dinah Silveira de Queiroz, Erico Verissimo, Euclides da Cunha, Francisca S. Queiroz, Gastão Cruls, Gomes Netto, Gonzaga Duque, Graciliano Ramos, Herman Lima, Hugo de Carvalho Ramos, Humberto de Campos, João Alphonsus de Guimaraens, João do Rio, João Simões Lopes Neto, Júlia Lopes de Almeida, Lima Barreto, Lúcio Cardoso, Lygia Fagundes Telles, Mário de Andrade, Medeiros e Albuquerque, Monteiro Lobato, Papi Júnior, Patrícia Galvão (King Shelter), Rachel de Queiroz, Rodrigo Octávio e Xavier Marques. Também oferece um ensaio, de autoria dos organizadores, sobre as vanguardas artísticas do século 20 e como se relacionaram com o gênero no Brasil."  
Tênebra, Narrativas brasileira de horror tem 432 páginas, é publicação da Editora Fósforo e pode ser adquirida aqui, com data de lançamento marcada para o dia 10 de outubro próximo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Os contos brasileiros do Apocalipse

Aluísio de Azevedo começou sua carreira na imprensa do Rio de Janeiro como caricaturista. Tendo que retornar a São Luís (MA) após a morte do seu pai, passou a dedicar-se com afinco à literatura, logo publicando O mulato, livro que causou controvérsias pelo modo como retrata a escravidão e a questão racial. Foi um dos primeiros escritores no Brasil a viver de seu trabalho literário, colhendo os dissabores desta decisão, como a dificuldade econômica constante. O conto “Demônio” poderia ser considerado o testamento literário de um escritor republicano e naturalista já que, depois de sua publicação, Aluísio Azevedo decidiu dedicar-se totalmente à carreira diplomática.


O conto de Joaquim Manuel de Macedo apresentado em Apocalipse, “O fim do mundo” (1857), é o primeiro exemplo de literatura de ficção científica tropical em língua portuguesa. O fim do mundo seria causado por um cometa cuja passagem mortal estava marcada para 13 de junho, dia em que Macedo começou a publicar essa história, em episódios, no Jornal do Comércio (RJ). 
Joaquim Manuel de Macedo alcançou formidável sucesso com seu romance de estreia, A moreninha (1844), considerado o primeiro romance urbano na literatura romântica brasileira.

Não deixe de apoiar a publicação de Apocalipse, aqui.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Lançamento: Fábulas de Laniakea

Está disponível a antologia Fábulas de Laniakea, organizada por Lu Evans e Liana Zilber Vivekananda para o selo Nebula, reunindo contos fantásticos do Japão, China e Brasil, com destaque especial para os textos escritos por mulheres.
Diz Vivekananda em seu texto de apresentação: "Nosso propósito, além de elaborar um conteúdo interessante reunindo culturas diversas e propostas diferentes – temos contos de fantasia, ficção científica, fábulas medievais, mundos fora da Terra e na Terra – é também o de valorizar a participação feminina. Buscamos dar voz às escritoras, tanto do Brasil quanto da China e do Japão. Às vezes, parece que temas tecnológicos ou fantásticos se reduzem mais ao público masculino. Porém, vivemos tempos diferentes. Mulheres astronautas, pilotando aviões, grandes cinetistas, matemáticas e físicas começam a surgir. Sempre com mais dificuldades, pois nossa cultura ainda mantém valores antiquados. Assim, estamos trazendo escritores e escritoras de igual patamar, para o deleite dos leitores". 
A seleta inclui trabalhos da China: Su Min, Luo Xia, Lu Hang, Arthur Liu, Mu Hai; do Japão: Eisuke Aikawa, Eiko Seodora Ozaki, Unno Jūza, Ryūnosuke Akutagawa; e do Brasil: Finisia Fideli, Ney Alencar, Ana Lúcia Merege, Rubens Angelo, Alessandra Dossena, Osvaldo Meza, Liana Zilber Vivekananda, Lu Evans, Dione M. S. da Rosa, Eduardo Brindizi, Romy Schinzare, Valter Cardoso, Rozz Messias, Rafael Bertozzo Duarte. Também publica artigos analíticos de Kanata Inoue (Japão), RiverFlow (China) e Cesar Silva (Brasil), tratando da publicação de fcf em seus respectivos países, cada uma em um recorte específico. 
O volume tem 357 páginas, prefácio de Rodrigo Ortiz Vinholo e pode ser lido gratuitamente online nas plataformas Heyzine e Google Livros.

Lançamento: Alguém em Guernica olha para mim, Octavio Aragão

Está em pré-venda aqui a coletânea Alguém em Guernica olha para mim, do escritor e roteirista carioca Octavio Aragão, que já tem em sua bibliografia os romances de ficção alternativa A mão que cria (Mercuryo, 2006) e A mão que pune (Caligari, 2020), sendo também criador da franquia Intempol, que já conta com diversas antologias de contos e vários álbuns em quadrinhos.
Este novo trabalho reúne vinte e dois contos do autor, compilados de seus quase trinta anos de trabalho com os gêneros fantásticos, especialmente a ficção científica. 
Diz o texto de apresentação: "Aragão conta histórias de futuros que vão da luta de um Brasil alternativo contra uma ditadura extraterrena até uma realidade na qual o mundo acaba diante dos boêmios cariocas na década de 1930, passando por símios arqueólogos e santas arquetípicas. Eis um livro que não se contenta em criar mundos, mas também os reconstrói e revoluciona."
O volume tem 176 páginas e é uma publicação da Editora Avec.

sábado, 30 de agosto de 2025

Resenha: Como aprendi a amar o futuro

Como aprendi a amar o futuro: Contos solarpunk
Francesco Verso & Fabio Fernandes, orgs. 350 páginas. São Paulo: Plutão, 2023.

É incrível que não estejamos falando da antologia Como aprendi a amar o futuro desde o seu lançamento há dois anos. Pois trata-se da mais expressiva novidade no ambiente da fc desde o surgimento do cyberpunk, nos anos 1980. Porque ela é estranha e um pouco assustadora, como, aliás, toda a fc deveria ser. 
Desde a publicação em 2012 da antologia Solarpunk: Histórias ecológicas e fantásticas em um mundo sustentável, pela Editora Draco, ficou a impressão que o subgênero ali proposto não passava de uma variação ao cyberpunk com tecnologias verdes. Dizia-se que o solarpunk propunha uma ficção que apontava para um futuro no qual a humanidade daria certo, escapando do apocalipse e da distopia.
Se fosse mesmo isso, seria uma fc ingênua e equivocada, uma elegia a tecnocracia futura na qual todos os problemas causados ao meio ambiente planetário pela tecnologia seriam resolvidos, vejam só, pela própria tecnologia. Há, de fato, muita gente que pensa assim: para quê preservar o mundo hoje se a tecnologia irá nos salvar amanhã?
Bem, não é o que sugerem os treze contos e os três ensaios reunidos nas 350 páginas de Como aprendi a amar o futuro: Contos solarpunk, antologia organizada pelos pesquisadores Francesco Verso (Itália) e Fabio Fernandes (Brasil), publicada pela Plutão Livros em 2023.  
Para os autores presentes na antologia, a concepção do solarpunk não é, de forma alguma, positivista ou utópica.  Pelo contrário, é bastante pessimista, porque reconhece que o ponto sem volta já foi ultrapassado e o desastre ambiental é inevitável. Na verdade, já estamos vivendo suas consequências e não há como escapar, a não ser que aconteça alguma coisa muito radical e subversiva.
Tratam-se de histórias em que pessoas comuns tomam para si a tarefa de construir uma nova forma de viver num mundo devastado pela poluição e pela crise ambiental causadas pelas corporações e pelas elites que continuam fazendo o que sempre fizeram. Trata-se de uma ficção engajada, que pretende mostrar alternativas de sobrevivência dentro desse inevitável futuro ambiental destroçado. Uma fc politicamente militante, mais social e menos individual, que também discute aspectos ligados a diversidade étnica, cultural, de gênero e de pessoas com deficiência. Uma ação de guerrilha tecnológica, na qual grupos comunitários assumem a responsabilidade e o controle de sua sobrevivência em meio ao caos ambiental, a revelia das decisões de governo, que nos colocaram nessa enrascada para começo de conversa. 
Nas 350 páginas da antologia, textos de várias procedências, vindos de Argentina, EUA, China, Austrália, França e Espanha: "Empatia bizantina", de Ken Liu, "O zelador do Farol", de Andrew Dana Hudson, "Beton betularia", de Maria Antònia Martí Escayol, "Omnia sol temperat", de T. P. Mira-Echeverría e Guillermo Echeverría, "Contaminações", de Sylvie Denis, "Com uma bicicleta espacial vai-se a qualquer lugar", de Ingrid Garcia, "A terra-corpo", de Ciro Faienza, "A força da serpente é a força da gente", de Brenda Cooper, "Falácia efetiva", de Qiufan Chen, "O rancho espiral", de Sarena Ulibarri, "Linha de frente", de Gustavo Bondoni, e os brasileiros "Nina e o furacão", de Ana Rüsche e "Presságio de solidão", de Renan Bernardo. Também traz ensaios, assinados por Fabio Fernandes, Andrew Dana Hudson e Francesco Verso, conceituando o subgênero, citando precurssores e estabelecendo seus protocolos, tudo muito didático, embora o texto de Hudson tenha um quê de manifesto.
O time de tradutores também é grande: Jana Bianchi, Fernanda Castro, Morgana Feijão, Marina Scardoelli, Lina Machado, Thiago Ambrósio Lage, André Caniato. A capa traz um trabalho de Sávio Araújo.
Não que inexistam textos na fc tradicional que esbarram no tema, como os de Kim Stanley Robinson, que é citado nos ensaios publicados. No Brasil, escritores como Simone Sauressig ("O cuco de samaúma", em Universo Pulp: Multipunk, Avec, 2022) e Daniel Galera ("Tóquio" em O deus das avencas, Companhia das Letras, 2021) aproximaram-se do tema, mas a eles faltava o componente explosivo que abunda em Como aprendi a amar o futuro.
A edição só está disponível em ebook, e dá para ler de graça emprestando um exemplar na BibliON, aplicativo oficial da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo que, aliás, foi como eu li. 
Vale a pena conhecer a antologia e entender o que realmente vem a ser esse tal de solarpunk. É para mexer com os brios e dar vontade de começar sua própria guerrilha contra o capitalismo agora mesmo.
A luta continua!

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Lançamento: A maldição do intelecto, Frank Challice Constable

Chegou aos assinantes a edição de agosto da Coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
A edição apresenta a novela de ficção científica A maldição do intelecto (The curse of intellect), do advogado e escritor britânico Frank Challice Constable (1846-1937), originalmente publicada em 1895. 
Diz o texto de apresentação: "Quando o peculiar Reuben Power decide que a humanidade precisa de uma nova perspectiva, ninguém esperava que ele traria de volta um macaco dotado de inteligência. Mas o que começa como um experimento ousado logo dá início a uma série de intrigas".
O volume tem 188 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto a ele, os assinantes recebem um marcador de páginas personalizado e um intrigante cartão de visitas.
Os livros do Clube Andarilhos são comercializados inicialmente por assinaturas mas, após algumas semanas, podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O Eternauta e outros contos de ficção científica

A editora de quadrinhos Trem Fantasma, que já publicou um e outro livros literários, como A mão de Deus: Uma biografa de Hugo Pratt, de Ángel de la Calle, inova agora anunciando possivelmente para dezembro de 2025 o primeiro livro de ficção científica literária de seu catálogo. Trata-se da primeira tradução para o português da coletânea O Eternauta e outros contos de ficção científica, do escritor argentino Héctor Germán Oesterheld (1919-1977), mais conhecido por seus roteiros para quadrinhos mas que também enveredou, tal como outros roteiristas dessa área, para a produção literária. Até hoje, a única maneira de ler os contos de Oesterheld era buscar por uma edição em espanhol, mas isso agora será devidamente superado. 
Diz o texto que anunciou a publicação: "Trata-se de uma coletânea de contos escritos entre 1962 e 1968 e compilados originalmente em 2005 pela editora argentina Colihue. Entre esses contos, uma história inacabada do Eternauta. Além de inédito no Brasil, tem algo mais que preparamos para deixá-lo único no mundo. É um livro ilustrado por ninguém mais ninguém menos que... SHIKO! O multipremiado artista e rei das aquarelas espetaculares."
Ainda não foram divulgados maiores detalhes sobre a produção mas, assim que houver mais a dizer, informarei aqui. Por hora, fiquem com uma das sensacionais ilustrações de Shiko, artista paraibano que, no início do século, fez participações ocasionais no Hiperespaço e que hoje é um dos grandes nomes dos quadrinhos brasileiros.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Alguns autores de Apocalipse

 

Para mais informações e apoios, viste a página da campanha, aqui.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Em campanha: Bruxas e bruxaria

Como já observei anteriormente, o campo de publicação de livros de fcf no Brasil tem migrado com rapidez para o ambiente das vaquinhas virtuais, o conhecido crowdfunding, que conta com diversas plataformas na internet. A cada semana, mais e mais títulos são anunciados, e já configuram o modelo editorial dominante na literatura de gênero. 
São raros os casos de fracasso da campanha, mas cada título geralmente não vai muito além de suas metas básicas de arrecadação, com uma média de apoiadores na casa dos 100 indivíduos. Em alguns casos, contudo, a campanha obtém um sucesso muito superior as suas metas, e este é o caso da campanha de finaciamento da antologia Bruxas e bruxaria: Contos das Ilhas Britânicas, que já dobrou a meta com quase 400 apoiadores confirmados.
Diz o texto de apresentação do projeto: "A antologia Bruxas e bruxaria: Contos das Ilhas Britânicas (1829-1909) inaugura a coleção Cadernos Escarlates, uma nova coedição das editoras Clepsidra e Ex Machina que almeja montar uma ampla biblioteca dedicada a contos sobrenaturais de diferentes países e tradições, mesclando clássicos de leitura obrigatória e raridades inéditas. Cada novo volume da coleção trará um tema e um recorte geográfico, no qual incluiremos algumas das joias narrativas descobertas em nossas pesquisas. Para inaugurá-la, o tema escolhido foi 'bruxas e bruxaria', enquanto o recorte geográfico foi o território das Ilhas Britânicas, compreendendo produções da Irlanda, da Inglaterra e da Escócia. A curadoria se preocupou em cobrir a presença das bruxas em contos que representam a tradição gótica, a narrativa vitoriana de horror, o feérico e o maravilhoso de inspiração folclórica, o realismo com viés de denúncia, o registro de lendas, o impacto delas no imaginário coletivo (com uma ficção inspirada por um sonho) e, por fim, um dos textos que influenciou a representação das bruxas em filmes europeus."
O volume terá cerca de 144 páginas com os contos “As bruxas de Traquair” (1829), de James Hogg; “Levana e as Nossas Senhoras da Dor” (1845), de Thomas de Quincey; “A bruxa: uma lenda de Portugal” (1846), de William H. G. Kingston, “Janet, a retorcida” (1881), de Robert Louis Stevenson, “As mulheres com chifres” (1887), de Speranza (Jane Wilde), “A mulher encantada” (1888), de Anna Kingsford, “A queima de uma bruxa” (1909), de Baillie Reynolds. A organização é de Cid Vale Ferreira.
A campanha pode ser apoiada aqui até o dia 5 de setembro de 2025.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Lançamento: Fantásticas 2025

Depois de duas edições, lançadas em 2017 e 2018 pela Editora Giz, a série de antologias Fantásticas, organizada pelos escritores Giullia Moon e Walter Tierno reunindo contos de fantasia com protagonismo feminino, chega a sua terceira seleta, agora pela editora independente Sisko
Diz a organizadora no post de divulgação: "A palavra pra definir o Fantásticas 2025 é: riqueza. Estranho? Pois a palavra, que geralmente se associa a coisas materiais, desta vez indica riqueza de inspirações, culturas, sentimentos, estilos, sensações. O Fantásticas é um mini universo, que traz uma amostra (muito boa, por sinal) da nova safra de escritores de fantasia, horror e FC, lado a lado com escritores experientes, que nos deram o prazer de compartilharem sua vivência com os novatos.
A edição reúne textos dos seguintes autores e autoras: Ana Cristina Rodrigues, Daniel Constantini, Dany Fernandez, Dea Henrique, Fernando M, Gabriel Schmidt, Iolanda Kurimori, Jota Marques, Joy Novaes, Nayra Belarmino, Patricia Hradec, Rachel Lorien, Ricardo Avari, Rodrigo Ortiz Vinholo, Soira Celestino, Minerva Aine e Thiago Assoni Desiderio. 
O volume terá lançamento oficial no dia 14 de setembro, às 15h30, na Poison Books (rua Serra de Botucatu, 1211, Tatuapé, São Paulo), com a presença dos organizadores e diversos dos autores selecionados.

sábado, 16 de agosto de 2025

Lançamento: Visionários da ficção científica 1

Nos últimos anos, tem se intensificado o surgimento de publicações digitais cuja classificação é ambígua no formato editorial. Parecem antologias, com trabalhos de diversos autores, mas trazem títulos recorrentes e numeração, sendo portanto mais próximos aos periódicos. Algumas dessas produções tiveram edição real, como as séries Imaginários (2009-2012), Sagas (2010-2014), Multiverso Pulp (2020-2022) e Mystério Retrô (2019-2025). Mas o formato está se estabelecendo mesmo em edição virtual, por editoras pequenas e editados por fãs, tais como Científica Ficção, Suprassuma, EscambanáuticaTapióca Fantástica, Literatura Fantástica etc. Visionários da ficção científica vem se somar à categoria com o recente lançamento de seu número 1.
Diz o texto de apresentação: "Quando surgiram os grandes temas sci-fi que hoje nos são tão familiares, como marcianos e robôs? Este livro vai ajudar a responder algumas destas perguntas, com histórias pioneiras que certamente influenciaram, em seu nascedouro, grandes temas da ficção científica: eletricidade, Marte e robôs!"
Editada por Rubens Angelo pelo selo SciFi Tropical, Visionários da ficção científica 1 traz, em 177 páginas, textos de Arthur Conan Doyle, Robert Duncan Milne, de H. G. Wells, George C. Wallis, J. J. Connington e Eando Binder, autores em domínio público (ou quase), outra característica de muitas publicações recentes no mercado nacional. O prefácio é assinado por Daniel Fontana.
Visionários da ficção científica 1 está disponível aqui, unicamente em edição virtual.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Lançamento: O sistema do Doutor Alcatrão e do Professor Pena, Edgar Allan Poe

A Sociedade das Relíquias Literárias - SRL é um projeto da Editora Wish para viabilizar a tradução e publicação em ebook de textos raros de ficção fantástica internacional, resgatando assim obras desconhecidas de autores em domínio público, quase sempre inéditas em português. Uma assinatura mensal dá ao apoiador o direito de um novo ebook a cada mês, entre outras recompensas aditivas.
A relíquia de agosto é a novela de humor negro O sistema do Doutor Alcatrão e do Professor Pena  (The system of Doctor Tarr and Professor Fether), originalmente publicada em 1845, de autoria do escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849), um dos mais clássicos autores de toda a ficção fantástica, que inaugurou a arte do conto moderno e antecipou diversos dos gêneros que se tornariam sucesso décadas depois. 
Diz a sinopse: "Durante uma viagem pelo interior da França, um cavalheiro curioso decide visitar um hospício que segue o enigmático "sistema tranquilizador". Convidado para jantar com o diretor e seus inusitados amigos, ele se vê em meio a uma noite desconcertante, repleta de conversas absurdas, histórias grotescas e comportamentos bizarros.
O volume ocupa o número 65 da coleção SRL; tem 110 páginas, tradução de Oscar Nestarez e traz também uma biografia do autor. A capa tem uma ilustração de Mari Morgan. 
Para fazer parte da Sociedade, basta formalizar o apoio na página do projeto, aqui.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Lançamento: Yumi e o Pintor de Pesadelos, Brandon Sanderson

Yumi e o Pintor de Pesadelos: Uma história Cosmere
(Yumi and the Nightmare Painter: A Cosmere novel) é um romance de fantasia de autoria do escritor americano Brandon Sanderson, que tem inundado o mercado com sagas enormes, como Elantris e Mistborn, entre outras. Trata-se do terceiro volume da série Projetos Secretos, que foi antecedido por Tress, a garota do Mar Esmeralda e O manual do mago frugal para sobrevivência na Inglaterra medieval.
Diz o texto de apresentação: "Yumi passou a vida inteira em obediência, e isso lhe concedeu o poder de invocar os espíritos que oferecem ajuda vital a seu povo. No entanto, o que ela mais deseja é ter ao menos um dia em que possa ser uma pessoa normal. Pintor patrulha as ruas escuras sonhando em ser um herói, objetivo que só lhe trouxe isolamento e dor. Cada um a seu modo, os dois têm de enfrentar o mundo sozinhos. Quando seus caminhos se cruzam, Yumi e Pintor vão precisar lutar para corrigir os próprios erros e se reconciliar com o passado, ao mesmo tempo que buscam manter o equilíbrio precário de seus mundos. Caso não consigam desvendar o mistério que os uniu antes que seja tarde demais, correm o risco de perder para sempre não apenas os laços que se fortalecem entre eles, mas também os mundos que sempre lutaram para proteger."
Yumi e o Pintor de Pesadelos tem 552 páginas, ilustrações de Aliya Chen, tradução de Pedro Ribeiro e é uma publicação da Editora Trama, com lançamento previsto para 1 de setembro de 2025.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Kitembo a todo vapor

A editora Kitembo, especializada em livros de ficção fantástica com temas de matriz africana e de escritores brasileiros negros, anunciou o lançamento simultâneo de quatro novos títulos.
Pensamentos afrofuturistas é uma antologia com oito contos instalados nesse subgênero da ficção científica, escritor por Lu Ain Zaila, Kinaya, Raphael Silva, Wilson de Carvalho, Rodrigo Cândido, Will Braga, Waldson Souza e Helena Rocha. O volume tem 144 páginas e organização de Lu Ain Zaila.
Ubuntu 2048 é uma novela afrofuturista de 204 páginas do escritor Raphael Silva, que conta a história em que o jovem Tsehaí e a androide Kinaya desafiam o destino à eles imposto.
Saia desta casa é uma novela de mistério de Hedjan C. S., no mesmo universo de Barretos, homens e livros. Luma é a nova moradora uma casa antiga cheia de mistérios. Sua amiga de infância, Moara e o jovem Akin, vão ajudá-la a investigar um deles.
E Sobafônicos, noveleta de quarenta páginas de Israel Neto, parte do universo Ancestral, conta sobre uma sociedade em que a fala é um tabu e, em meio a escuridão da sua estrela, aguarda o retorno dos seus líderes, quando três vozes prometem mudar todo o mundo.
Além destes, outros títulos muito interessantes podem ser adquiridos diretamente no saite da Editora Kitembo, aqui.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Lançamento: O Garoto do Colorado, Stephen King

"Em uma ilha na costa do Maine, um homem é encontrado morto por um casal de estudantes. Agora, anos depois do ocorrido, os jornalistas locais Dave e Vince reconstroem o caso ao lado de Stephanie, estagiária do Weekly Islander, e apuram o que pode ter acontecido com o indivíduo que ficou conhecido como o Garoto do Colorado. Contudo, quanto mais eles analisam os desdobramentos e as circunstâncias desconcertantes da morte, menos entendem a conjunção que levou ao fim do sujeito. Foi um crime de caso pensado? Uma fatalidade? Ou há algo mais? Reunindo as teorias dos jornalistas e as de Stephanie, o trio revive cada detalhe da primavera de 1980, tecendo possíveis desfechos que envolvem as pontas soltas do incidente."
Este é o texto de apresentação da novela de terror e mistério O Garoto do Colorado (The Colorado Kid), originalmente publicada em 2005, de autoria do escritor americano Stephen King, que não precisa de apresentações, sendo um dos maiores bestsellers do mercado livreiro no mundo inteiro.
A novela, lançada no Brasil no último dia 5 de agosto, tem 144 páginas, tradução de Regiane Winarski e é uma publicação da editora Companhia das Letras pelo selo Suma. 

sábado, 9 de agosto de 2025

Lançamento: O ninho do pássaro, Shirley Jackson

Publicado originalmente em 1954 e até este momento inédito no Brasil, O ninho do pássaro (The bird's nest) é um romance de horror psicológico de Shirley Jackson (1916-1965), escritora americana mais conhecida pelos romances A assombração da Casa da Colina e Sempre vivemos no castelo.
Diz o texto de apresentação: "Elizabeth Richmond, ou Lizzie, sente dores de cabeça quase todos os dias. Cheia de tiques nervosos, é uma funcionária não muito exemplar do museu de Owenstown, onde passa o expediente conferindo listas de objetos e respondendo cartas sem grande importância. Avoada e com recentes problemas de memória, ela vive com sua tia Morgen num casarão decorado com bibelôs excêntricos. Aos poucos, no entanto, seus lapsos ficam mais graves, a realidade ao seu redor parece mudar, e ela passa a suspeitar que alguém tem acompanhado de perto todos os seus movimentos. Alguém que ela ainda não conhece, mas que lhe é estranhamente familiar. Poder ser Betsy, o demônio selvagem e depravado; ou Beth, jovem sensível que raramente dá as caras; ou até mesmo a petulante Bess, sempre aflita com a herança que um dia receberá da mãe. Conforme Lizzie, Betsy, Beth e Bess – suas diferentes personalidades – crescem e lutam entre si, o bom dr. Wright faz o que pode para trazê-la de volta à normalidade. Mas até ele corre o risco de ser manipulado por essas íntimas desconhecidas."
O ninho do pássaro tem 264 páginas, tradução de Débora Landsberg e é uma publicação da editora Companhia das Letras pelo selo Alfaguara.