quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Flores do Lado de Cima 11


Em pleno recesso de festas, desandou a saírem novos fanzines e, como ainda faltam algumas horas para a virada, não é impossível que apareçam mais surpresas em dezembro. E aqui está uma delas. Trata-se da 11ª edição de Flores do Lado de Cima, fanzine de musica, poesia e literatura de horror cujo editorial vem assinado por Liartemis. Neste número, entrevista com o escritor Giovani Coelho, biografia do escritor e poeta inglês Lord Byron (1788-1824), com direito a alguns poemas, contos de André Bozzetto Junior, poemas de Lisa Stér Cöy e Sr. Arcano, um artigo de Iam Godoy sobre o 1º Subway Rock Fest, acontecido novembro na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, e divulgação de bandas. Clique aqui para baixar gratuitamente o arquivo pdf.
E, embora não seja exatamente a ideia deste fanzine, Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Crepúsculo vermelho

Esta me surpreendeu.
Estou trabalhando no fechamento da lista de livros de ficção fantástica publicados em 2009 e, há algumas semanas, durante minhas andanças, encontrei nas bancas o sugestivo romance Crepúsculo vermelho, de Laura Elias, publicado pela editora Mythos, que é obviamente uma historia de vampiros na esteira dos bestsellers de Stephanie Meyer.
O acabamento profissional do volume, que se apresenta nos moldes das coleções de histórias populares para mulheres, como as coleções da Harlequim e da Nova Cultural, levou-me a acreditar que se tratava de uma tradução, praxe nos títulos dessas duas editoras. Afinal, elas também costumam lançar histórias com vampiros, lobisomens e até viagens no tempo, sim senhor!
Geralmente, os fãs de literatura fantástica não dão muita bola para esses livrinhos que, apesar disso - ou talvez exatamente por isso -, vendem muito bem. Conheço muitas mulheres que leem essas histórias com avidez e os sebos mantêm uma seção bem organizada para elas, porque a procura é intensa.
Não é por acaso que a série Crepúsculo e outras do mesmo calibre estão fazendo tanto sucesso. Nada de novo sob o sol, esse tipo de história faz sucesso há décadas nos livrinhos de banca.
Bom, relacionei o título e a autora e, há pouco, fui a internet pesquisar o título original, coisa que nem sempre é fácil de identificar. E qual não foi minha surpresa ao me deparar com o blog da autora, que é brasileira, está publicando seus trabalhos desde 2005 pela Mythos e já emplacou nada menos que 26 títulos, mais quatro e-books. O blog relaciona todos eles, muitos publicados sob pseudônimos. A maior parte dos romances é realista, mas há dramas históricos e um bocado de fantasia, tudo regado com muito glamour e erotismo.
O Anuário sempre teve dificuldade em identificar esses títulos porque eles têm uma rotatividade muito alta e são republicados muitas vezes, mas desta vez conseguimos pescar alguns. E esse peixão acabou caindo na rede. Sorte nossa!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mais fanzines para encerrar o ano


Há alguns dias eu havia fechado minha contabilidade dos fanzines virtuais de 2009 e, pouco depois, fui surpreendido com mais dois lançamentos, já em plena época natalina. As comemorações não permitiram que eu atualizasse a informação com a devida rapidez, mas acho que ainda dá para salvar a pátria.
O primeiro a desembarcar por aqui foi a terceira edição de Black Rocket, fanzine de ficção científica editado por Charles Dias que contribuiu para aumentar em 100% o número de publicações do gênero em 2009. Pois é, agora somam duas.
Apesar de ter sido a única edição do ano, Black Rocket 3 vestiu a temporada e dedicou suas páginas para apresentar meia dúzia de contos sobre o Natal, divididos igualmente entre o passado, o presente e o futuro. A semelhança com Charles Dickens não deve ter sido mera coincidência, assim como com a antologia Enquanto houver Natal, organizada por Gumercindo Rocha Dorea para a Editora GRD em 1989. Coincidência ou não, o que importa é que o tema é rico e sempre oportuno.
Os contos são assinados por por Leonardo Carrion, Ubiratan Peleteiro, Aguinaldo Peres, Charles Dias, Carlos Relva e Joshua Falken. A bela ilustração da capa é do francês Jacques Parnel.
O outro fanzine veio reforçar o já amplo leque de opções em horror no ano. Trata-se da 33ª edição do Adorável Noite, editado por Adriano Siqueira e distribuído pelo selo Overmundo.
Siqueira vem se tornando uma personalidade de destaque no meio alternativo do horror, encabeçando várias iniciativas. Adorável Noite é historicamente sua contribuição mais significativa, sendo que em 2009 lançou cinco edições.
Este número 33 traz contos e poemas de Dvorá-ke, Dayana Rodrigues, Pedro Tennaxx, Maria Tereza Santos Bezerra, Huevillyn Cipriano Romão, Michelle Mian e Bárbara Júlia. A expressiva ilustração da capa é assinada por Dayana Rodrigues.
Apesar de ser distribuído de forma eletrônica, o pdf de Adorável Noite está formatado para ser impresso em papel, dobrado e montado no formato A5, mas permite a leitura no monitor pois cada uma das peças publicadas encerra-se em sua própria página. O fanzine ainda mantém um site e um blog que valem a pena conhecer.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tempos modernos


Apesar de não ser sempre, não é novidade que as telenovelas brasileiras flertam com o fantástico, eventualmente com resultados razoáveis. Exemplos dessa prática vêm desde os primeiros tempos da televisão no Brasil.
Alguns títulos interessantes são as novelas de terrir O beijo do vampiro e Vamp, as comédias de fantasia Deus nos acuda, Um anjo caiu do céu e Sete pecados, e os grandes sucessos Pantanal, O clone, e A viagem, entre outras, para ficar nas bem sucedidas. Os maus exemplos ficam para outra oportunidade.
Boa parte dos trabalhos aborda a fantasia de forma periférica, investindo nos dramas de relacionamento, tratados de maneira realista, de modo que os conteúdos especulativos não chegam a assumir um papel preponderante. Talvez seja por isso que a maior parte dos exemplos registrados evita a ficção científica, que é um gênero que não facilita ser colocado em segundo plano. Dos exemplos acima, apenas O clone é FC e imagino que a autora, Glória Peres, deve ter cortado um dobrado para manter as questões científicas a uma distância razoável.
Agora será a vez do dramaturgo Bosco Brasil arriscar-se num panorama de FC para a próxima novela das sete da Globo, que estreia no dia 11 de janeiro.
Tempos modernos vai mostrar os conflitos sociais em um condomínio instalado num edifício de última geração, controlado por um computador com inteligência artificial. A personalidade da máquina terá papel importante, pois será ela quem vai "contar" as histórias. Tendo acesso a todos os ambientes do edifício, terá uma visão privilegiada do que acontece dentro e fora de cada unidade. E, sendo um personagem inumano, deve dar uma conotação cômica a esses dramas, nos moldes de inúmeros seriados americanos, como Meu adorável marciano e Alf.
Ainda que não seja de todo original, a ideia é ótima. Mas como o autor não tem em seu currículo nenhuma obra dentro do gênero, vamos ter de esperar a estreia para ver se a promessa se cumpre.
Enquanto isso, algumas cenas podem ser vistas nos comerciais de divulgação. Além do nome da novela, que faz referência ao longa metragem de Charles Chaplin e/ou à canção de Lulu Santos, fica óbvia a citação ao filme 2001, uma odisseia no espaço, na aparência dos terminais do dito computador, com aquela grande lente vermelha idêntica à de HAL9000.
No elenco, Antônio Fagundes, Eliane Giardini, Priscila Fantin, Guilherme Weber, Grazi Massafera, Viviane Pasmanter, Alessandra Maestrini, Regiane Alves, Thiago Rodrigues, Fernanda Vasconcellos, Felipe Camargo, entre outros. A direção é de José Luiz Villamarim.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Biblioteca Mal Assombrada

Biblioteca Mal Assombrada é um blog dedicado à divulgação e discussão da literatura de horror, editado pelo jovem escritor curitibano Mario Carlos Carneiro Jr.
Fiquei horas lendo o material ali postado e identifiquei uma grande quantidade de títulos novos e antigos que eu não conhecia, sinal que Carneiro Jr. é muito bem informado. O blog também publica entrevistas e cobertura de eventos.
Os primeiros posts, de junho e julho de 2009, são deliciosos. Abordam principalmente livros esgotados, nacionais e estrangeiros, adquiridos em sebos, que pouca gente se dá ao trabalho de comentar. Os posts mais recentes são dominados pela cena atual, que está bombando e absorve todas as atenções.
O editor estreou como autor em 2009, emplacando textos em quatro antologias: Draculea (AllPrint), Alterego (Terracota), Galeria do Sobrenatural (Terracota) e Invasão (Giz). Um belo começo.
O blog é legal e vale a pena acompanhar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Horror dominou internet em 2009


Dezembro ainda dura duas semanas inteiras, mas eu já vou fechar a contabilidade dos fanzines de do ano.
Terrorzine, editado por Ademir Pascale e Elenir Alves para o site Cranik, chega a sua 16ª edição mantendo o padrão que o caracterizou ao longo do ano, qual seja, o corpo principal ocupado por uma seleta de 17 minicontos de diversos autores e entrevistas com escritores. Nesta edição, os eleitos foram Gerson Lodi-Ribeiro e Mário Carneiro Jr., além de muita divulgação de livros. O arquivo eletrônico de Terrorzine 16 pode ser baixado aqui.
Funhouse Xtreme, editado por Iam Godoy para a Ravens House Brasil, tornou-se um fanzine muito divertido, com ilustrações e artigos chocantes e curiosos.
Esta edição é especialmente dedicada aos zumbis, e faz um levantamento da filmografia dessa espécie bizarra de seres autônomos mas não necessariamente vivos.
Também traz uma reportagem sobre 4º Cine Fantasy, acontecido em São Paulo de 6 a 15 de novembro, com fichas dos filmes exibidos e entrevista com os organizadores do evento, Vivi Amaral e Eduardo Santana. Mais uma resenha do curta metragem nacional O livro de Jó e o resultado do concurso Casal Zumbi do Zumby Walk 2009. A edição em formato pdf pode ser baixada aqui.
No total, contabilizei 41 fanzines eletrônicos publicados em 2009, sendo que apenas um deles não é de horror. Predomínio absoluto do gênero pelo menos no ambiente virtual. Mérito dos fãs de horror, que estão se mostrando ativos e interessados.
Por outro lado, os números revelam também o desinteresse e a desmobilização dos fãs dos demais gêneros fantásticos. Isso é preocupante porque certamente terá reflexos negativos mais tarde, em outros segmentos dessa atividade cultural.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Xochiquetzal

Está divulgado, no site da editora Draco, Xochiquetzal, uma princesa asteca entre os incas, primeiro romance do veterano contista carioca Gerson Lodi-Ribeiro, um dos sobreviventes dos grupos de autores-fãs iniciados nas artes literárias no boletim do extinto CFCA – Clube de Ficção Científica Antares, de Porto Alegre, no início dos anos 1980. Então, Lodi-Ribeiro investia na ficção científica de cunho tecnológico mas, com o passar dos anos, migrou cada vez mais para os exercícios de história alternativa, no qual se especializou e é hoje o autor mais bem preparado para escrever esse tipo de histórias no país.
Sua obra prima, a noveleta "A ética da traição", publicada ainda no século passado, está entre os melhores trabalhos da ficção fantástica brasileira. Ela abriu uma nova frente na ficção brasileira e na obra do autor, que passou a usar cada vez mais os conhecimentos de náutica militar que domina muito bem. Nesse modelo, Lodi-Ribeiro tem realizado seus melhores trabalhos recentes, boa parte deles ambientados entre os séculos XVI e XIX, com grandes caravelas na imensidão do mar violento e desconhecido - imagem também usada por dez entre dez ensaistas de ficção científica para ilustrar o maravilhamento da aventura espacial.
Xochiquetzal é princesa de uma nação asteca que, no ambiente construído para o romance, não foi exterminada pelos invasores espanhóis. Ela narra, em forma de diário, suas experiências na companhia do marido, o navegante e conquistador Vasco da Gama, que roda o mundo a serviço de um poderoso império português.
O mundo de Xochiquetzal apareceu pela primeira vez em 1998, num conto da antologia Outras Copas, Outros Mundos, publicada pela Editora Ano-Luz – da qual o autor era então participante societário – e voltou a comparecer em outras antologias brasileiras e estrangeiras. O texto é reunião de parte desse material, revisto a ampliado, de forma que resulta num romance.
Apesar de toda a fantasia que define a história de Xochiquetzal, a mais pitoresca está fora do livro. Durante muitos anos, a comunidade de leitores e fãs de FC&F brasileira e estrangeira acreditou que as história da princesa asteca eram escritas pela autora carioca Carla Cristina Pereira, festejada pela comunidade brasileira desde quando se tornou "a primeira brasileira" indicada ao Sidewise, prêmio norteamericano exclusivo para trabalhos de história alternativa. Mesmo os editores da Ano-Luz, sócios de Lodi-Ribeiro, acreditavam que Carla Cristina Pereira existisse de fato. Até o lançamento deste romance, o autor nunca havia assumido que Carla Cristina era um de seus heteronômios (o autor assinou outros trabalhos com pseudônimos, embora não tenha feito o mesmo segredo).
Com uma década de mistério finalmente revelada, alguns estudos sobre FC brasileira publicada durante o período terão de ser revistos, já que essa grande representante feminina da ficção científica nacional era, de fato, um homem.
Não chegou a surpreender, entretanto. Há anos sabia-se que Carla Cristina Pereira era uma personalidade fictícia, já que ela não mostrava qualquer existência para além dos escritos a ela creditados. Além disso, Lodi-Ribeiro era o único que dizia conhecê-la pessoalmente e, para olhos atentos, não era difícil perceber que o estilo narrativo de Carla Cristina Pereira, bem como suas virtudes e vícios literários, eram idênticos aos de Lodi-Ribeiro.
Superada a fase de segredos, Gerson Lodi-Ribeiro pode afinal usufruir do reconhecimento que Carla Cristina Pereira conquistou em seu lugar. Mas a ficção científica brasileira fica, no todo, um pouco decepcionada por perder uma de suas mais expressivas escritoras. Ainda que fosse um segredo de polichinelo, foi bom enquanto durou.
Lodi-Ribeiro declarou, em recente entrevista ao site Cranik, que o romance deve ser colocado à venda ainda em 2009, mas o lançamento oficial deve acontecer somente em março de 2010.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Vertigo


Ainda deve estar nas bancas a primeira edição da revista Vertigo, com uma seleta de histórias ditas adultas, mas que não chegam a tanto. O selo Vertigo, que já peregrinou por meia dúzia de editoras no Brasil, junta-se ao restante da linha editorial da DC e espera-se que a partir de agora ganhe alguma regularidade no país.
Cinco séries foram selecionadas para compor a revista, dentre as quais chama a atenção "Lugar nenhum", baseada num livro do escritor britânico Neil Gaiman, roteirizada por Mike Carey e ilustrada por Glenn Fabry. Trata-se de uma fantasia dramática, bem ao estilo do autor, que flerta com a ficção alternativa ao tomar emprestado, já de saída, o Gato de Botas, ou Marquês de Carabás. A aventura promete, mas o episódio é curtinho e termina antes de começar a empolgar.
Outro destaque deveria ser "Hellblaser", de Mike Carey e Steve Dillon, que dá sequência as aventuras macabras de John Constantine, mas o episódio publicado está entre os mais fracos que já li desse personagem. Então o espaço de destaque da edição ficou aberto para que as outras séries aparecessem com mais ênfase, e "Escalpo", de Jason Aaron e R. M. Guéra abiscoita o título, com uma eventura policial casca grossa com índios lakota modernos, envolvidos com cassinos e bandidagem.
Completam a edição a série histórica "Vikings", de Brian Wood e Davide Gianfelice, e "A Tessalíada", de Bill Willingham e Shaw McManus, dentro do universo de Sandman, a mais fraca da edição, mas que na abertura traz uma excelente ilustração de Dave McKean que, sozinha, vale mais que a história toda.
Pena que o papel escolhido para imprimir seja inadequado para o tratamento de cores das ilustrações, que ficam escuras e mortiças. De qualquer forma, a revista tem um ótimo custo benefício, uma vez que custa apenas R$10,00. Vale a pena acompanhar.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Rumo à fantasia nas bancas.


Roberto de Sousa Causo anunciou em sua página eletrônica desta semana na revista virtual Terra Magazine, que a editora Devir distribuiu em bancas selecionadas na região sudeste a antologia Rumo à fantasia por ele organizada, com contos de Ambrose Bierce, Anna Creusa Zacharias, Braulio Tavares, Bruce Sterling, Cesar Silva, Daniel Fresnot, Eça de Queiroz, Gian Danton, Jean-Louis Trudel, Orson Scott Card, Rosana Rios e Ursula K. Le Guin (com uma história ganhadora do Prêmio Hugo).
O livro inaugurou o selo Quymera da editora, destinado exclusivamente a publicação de textos de fantasia. O preço de capa reflete a política editorial da Devir em oferecer livros por preços bem razoáveis: R$ 24,50. Nada mal para um livro de 196 páginas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

QI 100


Há poucos dias foi distribuída a edição número 100 do prestigioso fanzine QI, editado por Edgar Guimarães, muitas vezes premiado com o Angelo Agostini.
A edição, de traz uma sugestiva capa desenhada pelo editor, artigos sobre Mauricio de Sousa, O fim do QI, divulgação e distribuição de revistas independentes, quadrinhos de Laerçon e Sapão, mais quatro páginas da novela gráfica "Fazenda de robôs", criação do próprio editor que nesta edição atingiu a expressiva marca de 104 páginas, seção de cartas, a última lista de lançamentos de fanzines e o derradeiro capítulo da série "Entendendo a linguagem das HQs". Também anexa o formulário de votação para o 26 º Prêmio Angelo Agostini, e o divertido gibizinho A saga de um fanzineiro, com uma HQ de Guimarães e Antônio Eder, que o leitor tem que desgrampear e montar. O QI em si tem apenas 24 páginas, mas com tantos "suplementos", é um verdadeiro almanaque.
Esta edição era aguardada com ansiedade e preocupação por leitores e fanzineiros, pois há algum tempo Guimarães anunciou que encerraria a publicação nesse número. Desde então, o fórum do fanzine fervilhou de cartas sugerindo alternativas e implorando a continuidade da publicação. Parece que a choradeira fez efeito.
O editor decidiu continuar o fanzines, mas vai implementar algumas mudanças para facilitar o trabalho e diminuir o investimento. Por exemplo, não publicará mais as listas de lançamentos, um hercúleo trabalho de pesquisa que estava a cargo unicamente do editor. Mas ficou uma brecha para que os editores interessados anunciem seus fanzines de graça: basta respeitar as novas regras da seção.
O editor também afrouxou as regras para publicar colaborações. A partir do QI 101, a publicação será gratuita, desde que o trabalho atenda as expectativas do editor. Anúncios, entretanto, continuarão a ser cobrados.
Todas as permutas foram suspensas e o fanzine agora só poderá ser obtido através de assinaturas. Quem quiser receber todos os seis números que QI publicará em 2010 deve efetuar a assinatura até o dia 10 de janeiro, pois a tiragem do fanzine será suficiente apenas para atender às assinaturas. Vou providenciar a minha, pois as mudanças do QI tendem a torná-lo ainda melhor do que é.
Mais informações com o editor, através do correio convencional: Rua Capitão Gomes, 168, Brasópolis, MG, CEP 37530-000.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FCdoB volume 2


Conforme já havia comentado aqui, há alguns meses fui contatado por um dos coordenadores do concurso literário FCdoB, Pedro Rangel, interessado em usar um antigo texto meu como prefácio do livro que publicaria os ganhadores da segunda edição do concurso, realizado ao longo de 2009.
Fiquei um pouco surpreso a princípio, porque achava que o texto estava superado. Mas Rangel insistiu que ele estava perfeito e como não vi motivo para atualizá-lo, autorizei a publicação "in natura". Desde então estava na espera pelos resultados do concurso que, conforme Rangel confidenciou, recebeu perto de 250 trabalhos.
Finalmente, os ganhadores foram apresentados aqui, e o livro, cuja primeira edição foi publicada com recursos próprios, desta vez saiu pela editora Tarja, a mesma que tem publicado o Anuário Brasileiro da Literatura Fantástica, e tem realizado um surpreendente trabalho editorial ao longo dos últimos anos.
A capa da nova edição, produzida por MilaF e Verena Peres, está mais vibrante e focada no gênero do que a do primeiro volume. A antologia tem 208 páginas e traz 26 trabalhos de autores novos, entre eles alguns nomes já vistos em outras publicações, como Hugo Vera e Maria Helena Bandeira.
Uma amostra da edição, com direito aos prefácios e dois contos, pode ser obtida no site da editora, aqui, e o livro real pode ser pré-adquirido aqui.
Parabéns aos vencedores e aos organizadores do concurso, que se firma como evento do calendário do fandom brasileiro, e a editora Tarja, que demonstra não ter medo de investir no novo.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Afro Samurai

Há alguns dias, achei na banca de revistas o primeiro número da novela gráfica de ficção científica Afro Samurai, de Takahashi Okazaki. Publicado pela editora Panini Comics no selo Planet Mangá, adaptado para leitura ocidental.

Afro Samurai ficou conhecido do público brasileiro em 2008, quando a MTV exibiu a sua versão em animê. Mesmo assim, a versão gráfica surpreende por conta do estilo do autor, que não segue os padrões dos ilustradores japoneses mais festejados. É um desenho estiloso, com distorções dramáticas e acabamento realista de um gekigá, cheio de sombreados e um toque especial de vermelho nas cenas mais sanguinolentas.
A história é a mesma do animê. Afro Samurai é um ronim negro que vive num futuro indefinido, mistura de alta tecnologia e medievalismo japonês. Ele participa de um esporte mortal cujo objetivo é conquistar o posto de Número 1, o mais poderoso samurai do seu mundo. Uma das regras da competição determina que apenas o samurai de número imediatamente subsequente pode desafiar o seu superior, ou seja, só o samurai número 2 pode desafiar o número 1, e assim por diante. Isso cria alguns problemas de lógica, mas o autor sabe como evitá-los e a gente nem liga muito.
Os samurais são identificados por bandanas numeradas, que eles conquistam depois de derrotar o adversário. Creio que não seria necessário matar mas, no mundo de Afro, a morte é a cereja do bolo. O adversário derrotado sempre morre, e da maneira mais violenta possível.
Afro está numa trilha de vingança. Quando criança, testemunhou quando o atual Número 1 decapitou seu pai, que era o então Número 1. Expulso do refúgio onde vivia, Afro foi abandonado a própria sorte apenas com a espada de seu falecido pai. Para sobreviver nesse mundo selvagem e violento, desenvolveu uma segunda personalidade que o acompanha como uma sombra e o fustiga com provocações o tempo todo.
Contra ele há o fato de que Número 1 não está disposto a permitir a chance de ser derrotado. Ao longo de seu reinado, cercou-se de tecnologia de ponta e de uma horda de guerreiros especialistas que impedem que qualquer um se aproxime dele. E os movimentos de Afro estão sendo cuidadosamente monitorados por sua equipe de segurança.
Mas Afro está decidido e a morte não é uma alternativa. Contudo, para desafiar o Número 1, ele terá que subir no ranquing.
Afro Samurai será apresentado em duas edições bimestrais de 168 páginas cada.
Recomendo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Trek Monsters no Art Attack

Uma das brincadeiras modernas mais divertidas é a toyart, que consite na criação ou costumização de brinquedos, geralmente com um tema absurdo ou humorístico.
Algumas empresas internacionais já se especializaram na fabricação de bonecos padronizados para que os consumidores os personalizem conforme sua vontade. Mas boa parte dos praticantes dessa arte controem seus próprios bonecos a partir de materiais comuns, como tecido, madeira, biscuit etc. O acabamento pode reproduzir um artista famoso, um personagem dos quadrinhos, da TV ou do
cinema, pode ainda ser um monstro, um animal maluco etc.

Há até uma coleção de miniaturas de plástico muito popular entre as crianças, os Gogos, que podem ser comprados com algumas moedas em qualquer banca de revistas. Mas algumas peças exclusivas de toyart já estão no acervo de galerias de arte e podem custar pequenas fortunas.
Na internet, a toyart mais comum é feita em papel, disponibilizado em arquivo digital para imprimir, recortar, montar e pintar. Também há esquemas já pintados, para os colecionadores menos criativos. Os bonecos costumam tem um estilo geométrico nada realista e são geralmente muito simples de montar. O que dá o tom mesmo é o acabamento.

Agora é a vez da toyart em papel chegar às crianças através da coleção Trek Monsters da revista Art Attack, publicação da editora Panini que dá suporte ao programa de arte e criatividade homônimo, exibido no Disney Channel.
A edição número 15, de novembro, apresentou o primeiro de três bonecos utilitários, já pintados e recortados, que podem ser montados sem o uso de tesoura ou cola. Trata-se do sugestivo Caramujo Babão que, depois de montado, além de resultar nom toy muito maneiro, é também um cofrinho de moedas.
Nas edições 16 e 17, a serem publicadas nos próximos meses, virão a Cigarra Gulosa (um portatrecos) e a Lagarta Escabelada (portalápis). Os bichinhos são criações do artista plástico Carlo Giovani, que também dá dícas para os leitores criarem seus próprios bonecos.
A Revista Art Attack custa R$9,90 e pode ser encontrada nas bancas de revistas.