sexta-feira, 30 de maio de 2014

Megalon 45

Originalmente publicada em agosto de 1997, volta a estar disponível, agora em formato digital, a edição 45 do fanzine de ficção científica e horror Megalon, editado por Marcello Simão Branco. A republicação do Megalon recupera o cenário da época para a nova geração de fãs dos gêneros, com artigos, resenhas, noticiário e ficção original, incluindo algumas peças que se tornaram clássicos da fc&f brasileira.
Neste número, ficção de Carlos Orsi, Adriana Simon e Fernando Kernstock, artigos sobre o Prêmio Nova, sobre jogos eletrônicos de fc e sobre a ficção de Anne Rice, além das colunas fixas "Terras alternativas", "FcBr" e a interessante "Fc debate", na qual personalidades da fc&f nacional respondem a uma pergunta provocativa do editor. Digitalizado a partir dos originais, a ilustração da capa, de Cerito, mostra sinais de deterioração típicos das impressões jato de tinta antigas.
O editor também disponibilizou um arquivo bônus com interessantes documentos de época, como um recorte de jornal com um artigo sobre o escritor britânico John Windham, a programação da V InteriorCon e o Boletim da Irmandade do Medo nº3. Este publica, entre outros conteúdos, uma interessante lista preparada pela Horror Writers Association com os 40 melhores livros de horror de todos os tempos. Vale a pena dar uma olhada.

Juvenatrix 159

Está circulando mais uma edição do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. Nas 11 páginas do número 159, o Juvenatrix traz contos de Rita Maria Felix da Silva, artigo sobre o filme Alta voltagem (The projected man, 1966), divulgação da produção independente e comentários sobre as bandas de metal extremo Belphegor (Áustria), Rotting Chris (Grécia) e Dark Funeral (Suécia). A ilustração da capa é assinada por Rafael Tavares.
Para obter uma cópia em formato pdf, basta solicitar ao editor pelo e-mail renatorosatti@yahoo.com.br.

Resenha: A vida e a morte pela cabeça do santo

Fato: a ficção regional não é um dos temas prediletos dos autores de ficção fantástica brasileira. Os motivos dessa antipatia são inúmeros: passam pelo desinteresse do brasileiro médio por sua própria cultura, pelo velho discurso por um texto de alcance 'internacional', sempre na ponta da língua, e até pelo batido argumento de que cada um faz aquilo que quer. E, sendo o autor brasileiro de ficção fantástica um apaixonado pela ficção anglo-americana, geralmente o que ele quer, com raras e honrosas exceções, é mesmo imitar aquilo que o impressionou. Então tome pastiches e mais pastiches – os conhecidos fanfics – que muitas vezes imitam até o improvável vocabulário das traduções que abundam no mercado.
Por isso, é preciso sempre comemorar e valorizar quando um autor brasileiro abraça suas tradições culturais e realiza um texto tão regionalmente saboroso como é o caso do romance A cabeça do santo, de Socorro Acioli, publicado em 2014 pela Editora Companhia das Letras.
Não é surpreendente que o romance seja assinado por uma autora desconhecida da comunidade de autores e leitores de ficção fantástica. Geralmente, os textos mais regionalistas do gênero chegam pelas mãos de autores que não se formaram lendo toneladas de livrinhos baratos de ficção mal traduzida.
Socorro Acioli é uma experiente autora pernambucana de livros infanto-juvenis, premiada com o Jabuti em 2013, jornalista e doutora em literatura pela Universidade Federal Fluminense, que teve a ventura de participar, em Cuba, da oficina Como Contar um Conto, orientada por ninguém menos que o Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, recentemente falecido, e para quem a autora dedica o livro, pois o romance em questão foi trabalhado justamente nessa oficina e entusiasmou o mestre, como nos conta a autora nos seus agradecimentos.
A cabeça do santo conta a história do jovem Samuel que, por causa da promessa feita a mãe moribunda, sai à procura do pai que ele nunca conheceu, mas odeia com todas as forças. Depois de uma exaustiva jornada, quase morto, chega à Candeia, cidade decadente na qual vive sua avó paterna, mas é recebido friamente pela anciã que o despacha por uma picada no meio do mato, no fim da qual encontra uma enorme cabeça de cimento – a tal cabeça do santo – cujo corpo decapitado pode ser visto no alto de um morro próximo. Cansado, sedento, ferido e acossado por uma matilha de cães ferozes, Samuel se refugia no oco da cabeça e, para sua surpresa, começa a ouvir rezas e cantilenas de diversas mulheres que pedem pela intercessão do referido santo (no caso, Antônio, aquele) para conquistar o homem amado. Com a ajuda do menino Francisco, flagrado numa situação constrangedora, Samuel usa de suas habilidades como guia de romeiros, atividade que exercia em Juazeiro do Norte antes da morte de sua mãe, para conquistar fama e fortuna junto àquela comunidade quase extinta. O sucesso de seus "milagres" reacende a vida no povoado e incomoda os poderosos do lugar. A situação se complica quando, por intervenção do apresentador de um programa da rádio local, Samuel se torna uma espécie de messias entre a mulherada da região. E não só isso. Os segredos por trás da estranha cabeça decepada, das desgraças que assolam a vida se Samuel, a procura pelo pai desaparecido e pela moça de bela voz que canta todos os dias no oco cabeça, vão levá-lo a confrontar mistérios deste e de outros mundos.
Contudo, mais que a tragicômica história de Samuel, o que torna A cabeça do santo realmente especial é a qualidade narrativa, repleta de detalhes que reconstroem a região e a cultura nordestinas não apenas através de descrições vívidas de seus cenários, mas principalmente pela musicalidade e sintaxe do palavreado da região, o que dá à leitura um dinamismo ágil e sem esforço.
A edição é caprichada, com 168 páginas em papel pólen e uma capa belíssima na qual se vê apenas a foto envolvente de uma caatinga, de autoria de Márcio Vasconcelos. Título, lombada, orelhas e outros detalhes aparecem somente numa sobrecapa, impressa um preto sobre cartão amarelo, emprestando ao volume a estética das revistas de cordel. Também acompanha um marcador de páginas que remete às fitas coloridas que os romeiros geralmente amarram aos pulsos.
Por tudo isso, A cabeça do santo deve estar entre os melhores livros de ficção fantástica publicados no País em 2014, referência para todos aqueles que buscam encontrar o Brasil em sua própria ficção.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A. C. Crispin (1950-2013)

A arte de escrever novelizações não é muito respeitada no fandom brasileiro, mas não acontece o mesmo nos Estados Unidos, em que a International Association of Media Tie-In Writers-IAMTW reconheceu, em abril de 2013, o valor da obra da escritora A. C. Crispin, concedendo a ela o título de Grandmaster.
Ann Carol Crispin nasceu em 5 de abril de 1950, em Stamford, Connecticut, e em 1972 graduou-se em Literatura pela Universidade de Maryland. Chegou a ser vice-presidente da Science Fiction Writers of America-SFWA, e em 1988, ao lado de Victoria Strauss, fundou a Writer Beware, uma instituição que oferece suporte jurídico para escritores se defenderem de editores e agentes literários inescrupulosos.
Crispin publicou cerca de 26 romances, a maior parte novelizações das franquias de cinema e tv Star Trek, Star Wars, V, Alien e Piratas do Caribe. Seus trabalhos mais autorais são as séries Starbridge – space opera que conta com sete romances – e Witch world, formada por dois romances de fantasia escritos em parceria com Andre Norton.
Nos anos 1990, duas novelizações de Crispin apareceram no Brasil dentro da coleção Star Trek publicada pela editora Aleph: O filho de Spock (Time for yesterday) e Portal do tempo (Yesterday's son). Outros dois títulos,em parceria com Howard Weinstein e vinculados à série V, foram publicados pela editora Europa-América, sendo estes os quatro livros da autora disponíveis em língua portuguesa.
Crispin morreu no dia 6 de setembro de 2013, aos 63 anos, depois de uma longa batalha contra o câncer.

Marcelo Grassmann (1925-2013)

Num país em que a tradição do fantástico é tão tênue como no Brasil, é importante que nos lembremos de todos os artistas que dedicaram suas carreira a construção de um imaginário especulativo iminentemente nacional.
É o caso do artista plástico Marcelo Grassmann que, através de ilustrações de seres fantásticos e imaginários, criou um ambiente repleto de maravilhamento que dialoga intimamente com os conceitos de ficção fantástica nacional, especialmente aquela desenvolvida pelos autores da Segunda Onda da Ficção Científica Brasileira.
Grassmann nasceu no dia 23 de setembro de 1925, em São Simão, São Paulo. Entre 1939 e 1942, estudou entalhe em madeira para móveis na Escola Profissional Masculina do Brás mas, já em 1943, passou a produzir ilustrações em xilogravuras, e foi na gravura que desenvolveu a maior parte de sua obra.
Ainda nos anos 1940, trabalhou como ilustrador em diversos jornais importantes, como Diário de São Paulo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Estado da Guanabara. Mais tarde, estudaria a arte da gravura em metal, com Henrique Oswald (1918-1965), e litografia, com Poty (1924-1998). Um prêmio no Salão Nacional de Arte Moderna de 1953 o leva a estudar na Academia de Artes Aplicadas, em Viena, na Áustria.
Os desenhos de Grassmann são de um detalhismo impressionante e retratam cavaleiros medievais, seres mitológicos, dragões, harpias, demônios, monstros e criaturas híbridas. Sobre sua obra, disse o escritor Braulio Tavares em um artigo publicado no blogue Mundo Fantasmo: "É curioso que numa época como a atual, em que a Fantasia Heróica vem conquistando tantos leitores no país (através de séries como O Senhor dos anéis, Game of thrones e outras) a obra de Grassmann estivesse meio esquecida. Porque ele descobriu esse universo meio século atrás, e o cultivou com sensibilidade estética e uma certa sensualidade, que corria paralela com os monstros, com o lado tenebroso.  Foi o nosso grande fantasista, criando uma obra pessoal, sombria, mas cheia de inventividade, retornando, numa espiral insistente, aos temas, paisagens e seres que mais o atraíam".
Em 1969, a obra completa de Grassmann passou a integrar o acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. A casa em que ele nasceu, em São Simão, foi tombada em 1978 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo-Condephaat e é hoje um museu dedicado à sua memória.
Grassmann morreu no dia 21 de junho de 2013, aos 88 anos, depois de uma crise aguda de pneumonia.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Números da literatura fantástica no Brasil em 2013

Enfim, o Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica fechou sua lista de lançamentos de 2013 e já podemos esmiuçar os meandros estatísticos dessa relação.
O aspecto que mais salta aos olhos é a forte retração na quantidade de lançamentos comparando-se aos números de 2012 (veja comentários sobre o desempenho de 2012 aqui). Foram 597 lançamentos inéditos em 2013, enquanto em 2012 foram 805. A queda é identificada apenas no que se refere aos lançamentos nacionais, pois entre os estrangeiros, foram 305 em 2013 contra 270 em 2012, ou seja, apesar da queda geral, o segmento de traduções cresceu.
Vejamos os números finais dessa lista:

Lançamentos de autores brasileiros
Romances: 105 de fantasia, 27 de fc e 30 de horror.
Romances digitais: 19 de fantasia, 19 de fc e 9 de horror.
Coletâneas: 18 de fantasia, 13 de fc e 25 de horror.
Coletâneas digitais: 4 de fantasia,5 de fc e 6 de horror.
Novelizações: 1 de fantasia.
Não ficção: 4 de fantasia, 3 de fc e 3 de horror.
Não ficção digital: 1 de fantasia.
Total de lançamentos de autores brasileiros: 292

Republicações de autores brasileiros
Romances: 3 de fantasia, 4 de fc  e 1 de horror.
Romances digitais: 4 de fantasia, 19 de fc e 17 de horror.
Coletâneas: 1 de horror.
Coletâneas digitais: 1 de fantasia.
Total de republicações de autores brasileiros: 50

Total de publicações de autores brasileiros: 342

Lançamentos de autores estrangeiros
Romances: 169 de fantasia, 52 de fc e 35 de horror.
Romances digitais: 4 de fantasia e 1 de fc.
Coletâneas: 8 de fantasia e 2 de horror.
Coletâneas digitais: 1 de fantasia.
Novelizações: 6 de fantasia, 10 de fc e 1 de horror.
Não ficção: 6 de fantasia, 4 de fc 6 de horror.
Total de lançamentos de autores estrangeiros: 305

Republicações de autores estrangeiros
Romances: 4 de fantasia, 4 de fc e 2 de horror.
Romances digitais: 1 de horror.
Coletâneas: 1 de horror.
Total de republicações de autores estrangeiros: 12

Total de publicações de autores estrangeiros: 317

Mais ponderações a respeito dos números de 2013 serão fornecidas na versão real do Anuário, a ser publicada dentro de alguns meses. Por hora, está disponível aqui, para leitura e download gratuito, um ebook com a lista completa dos lançamentos de 2013.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Iain M. Banks (1954-2013)

Escocês, Iain Menzies Banks nasceu em 16 de fevereiro de 1954 em Dunfermline, Fife, estudou inglês, filosofia e psicologia na Universidade de Stirling. Seu livro de estreia foi The Wasp Factory, lançado em 1984, um romance de crime e horror. Sua produção de ficção científica seguiu em paralelo com uma bem sucedida carreira mainstream, sendo que o autor usava a inicial do nome do meio apenas para assinar os trabalhos de fc.
Seu primeiro romance de fc foi Pense em Phlebas (Consider Phlebas), publicado em 1987, primeiro da série The Culture, que conta com nove livros (o último deles publicado em 2012), uma space opera de fortes componentes políticos. Este título foi publicado em Portugal em 1991 pela Clássica Editora, volume 4 da coleção Limites, sendo o único trabalho do autor traduzido para a língua portuguesa.
Além das histórias dessa série, Banks escreveu os romances de fc Against a dark background (1993), Feersum Endjinn (1994), The algebraist (2004, finalista do Hugo) e duas coletâneas de contos.
Entre seus muitos prêmios, estão dois British Science Fiction Association Award: em 1994, por Feersum Endjinn, e em 1996, por Excession. No total, Banks publicou 27 romances, sendo o último deles, The quarry, lançado postumamente, em 2013.
Banks também era poeta e compositor, e mantinha uma forte atividade política, sendo publicamente favorável à criação de um estado palestino e à independência da Escócia.
Em abril de 2013, o próprio Banks anunciou em seu saite que havia sido diagnosticado com um câncer terminal na vesícula biliar, e que não viveria mais do que um ano. Banks morreu no dia 9 de junho de 2013, aos 59 anos.

Colin Wilson (1931-2013)

Polêmico e crítico desde a juventude, Colin Wilson desenvolveu uma ampla obra vinculada à filosofia e à psicologia. Sua estreia na literatura aconteceu aos 24 anos, com The outsider (1956) — seu livro mais conhecido —, no qual toma a vida trágica de Vincent Van Gogh e outros artistas e pensadores para analisar o espírito da modernidade. Mais tarde, Wilson enveredaria pelo ocultismo, ufologia, literatura policia e ficção científica, sempre com com trabalhos notáveis.
Colin Henry Wilson nasceu no dia 26 de junho de 1931 em Leicester, na Inglaterra, onde passou a infância. Abandonou a escola aos 16 anos para trabalhar, mas voltou aos estudos mais tarde. Serviu na Real Força Aérea, de onde foi expulso depois de uma falsa acusação de homossexualismo. Foi para Londres em 1954, com a firme intenção de se estabelecer como escritor e, durante algum tempo, sua casa foi um saco de dormir, período em que escreveu uma história de crime inspirada em Jack o Estripador, que só foi publicada em 1960 sob o título de Ritual in the dark. Em 1956, ano em que publicou The outsiders, Wilson fundou com o dramaturgo John Osborne, a sociedade dos Jovens Furiosos (Angry Young Men), que reuniu vários escritores britânicos de sua geração. Outro título do autor muito lembrado é O oculto (The occult), de 1971, um compêndio histórico sobre santos, magos e sociedades secretas.
Seu envolvimento com a ficção científica começou a partir do contato com August Derleth, depois que Wilson criticou duramente, no livro The strength to dream: Literature and the imagination (1961), o trabalho de H. P. Lovecraft, que acusou ser um escritor ruim e ultrapassado. Indignado, Derleth o desafiou a escrever um romance no gênero, e Wilson criou então Parasitas da mente (The mind parasites).
Publicado em 1967, o livro toma os mesmos aspectos que caracterizam a mitologia lovecraftiana para construir uma história de horror que chegou a ser classificada como sádica. A história toda é relatada pelo próprio autor no prefácio do romance, que revela que, apesar da má impressão sobre a pessoa e o estilo de Lovecraft, o quanto as ideias do autor americano o impressionaram.
Wilson voltaria ao gênero fantástico em 1976 no romance de ficção científica Vampiros do espaço (The Space vampires), que conta o que acontece depois que astronautas encontram uma espaçonave abandonada com um casal de alienígenas congelados, uma história assustadora que também ecoa influências lovecraftianas. Em 1985, o livro foi adaptado para o cinema por Tobe Hooper, no longa metragem Força sinistra (Lifeforce), com muitas alterações no enredo.
Ao longo de sua produtiva carreira literária, que conta com mais de cem livros publicados, Wilson escreveu outros textos curtos de fc&f — alguns deles vinculados aos Mithos de Cthulhu — como "The return of the Lloigor" (1974), que fala do mitológico Necronomicon, também citado na novela "The tomb of the old ones" (2002).
Sugundo a revista Locus, outros títulos do autor vinculados à ficção fantástica são A gaiola de vidro (The glass cage, 1967), The philosopher’s stone (1969, dedicado a Jorge Luis Borges), The personality surgeon (1985) e a série Spider world (1987-2003). Contudo, sua produção principal seguiu focada em textos de não-ficção, especialmente sobre parapsicologia e estados alterados de consciência.
Colin Wilson sofreu um derrame em 2012, quando perdeu a capacidade de falar, e morreu no dia 5 de dezembro de 2013, aos 82 anos.

Carqueija & Carqueija

O escritor Miguel Carqueija disponibilizou duas novas novelas de ficção científica na rede social Recanto das Letras.
A âncora dos argonautas, publicada em 1999 na Coleção Fantástica Hiperespaço-Megalon, recebeu uma nova revisão do autor para esta edição. Conta a história de duas irmãs gêmeas, dotadas de poderes paranormais, que têm de enfrentar uma força maligna que ameaça a vida de um futuro Papa. A história faz referência à mitologia grega e à obra de H. P. Lovecraft (1890-1937). Maria Eugenia Santos assina o prefácio e o posfácio da edição.
Enquanto a vida nos mover conta a história de uma policial e uma adolescente na cidade do Rio de Janeiro de um futuro decadente, uma nova face na obra autor que sempre se caracterizou por cenários positivistas, mas tem se rendido à força das distopias. O prefácio e o posfácio são assinados por Eliane Auer.
As novelas estão disponíveis em arquivos de texto e podem ser baixadas gratuitamente.

Lovecraft roloaded

Lançada em 2012 em pequena tiragem, a coletânea O mundo fantástico de H.P. Lovecraft, organizada por Denilson Ricci, esgotou-se rapidamente.
Como Ricci tem recebido muitos pedidos, decidiu realizar uma nova edição, revista e melhorada. O livro de mais de 300 páginas reúne uma grande quantidade de textos do autor, entre contos, poesias e ensaios, além de uma biografia e alguns artigos.
O volume será comercializado unicamente em pré-venda ao preço de R$69,00, com descontos progressivos para quem adquirir mais de um exemplar.
Mais informações diretamente com o editor no Sitelovecraft ou na sua fanpage.

Megalon 44

Está disponível para download gratuito, aqui, o número 44 do histórico fanzine de ficção científica e horror Megalon, editado por Marcello Simão Branco e originalmente lançado em maio de 1997.
A edição, que traz na capa uma ilustração colorida de José Carlos Neves, tem 40 páginas e, no editorial, exorta os fãs de fc a pesquisarem e escreverem a história do gênero no Brasil. Curioso é que esse processo, que já era feito em pequena escala por alguns pesquisadores do fandom, como Braulio Tavares, Libby Ginway e Roberto de Sousa Causo, acabou sendo abraçado pelo próprio editor que, junto comigo, iniciaríamos em 2004 um estudo minucioso no Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, projeto que em seu início incomodou muita gente que acusou a publicação de 'reescrever' a história. O projeto foi adiante e gosto de acreditar que a iniciativa motivou outros pesquisadores a realizarem seus próprios estudos, alterando significativamente o cenário que hoje descortinamos sobre a história de fc&f no País.
Mas isso é só  começo. A edição também traz ficção de Gerson Lodi-Ribeiro, artigo sobre os vinte anos de Star Wars, depoimentos de Gumercindo Rocha Dorea e Rui Guerra sobre José Sanz (falecido em 1987), reportagem sobre a III HorrorCon, mais um artigo da série "Terras Alternativas", entrevista com o escritor Carlos Orsi, além do noticiário do fandom e divulgação de publicações. Completa a edição, um valioso artigo comentando o resultado do Prêmio Nova 1996, que é um documento utilíssimo para mapear a produção nacional de fc&f naquele ano.
O editor também disponibilizou gratuitamente um arquivo-bônus com alguns raros documentos da época.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Festival Boca do Inferno

Relembrando os velhos tempos das HorroCons, saudosos encontros de fãs de horror que aconteciam nos anos 1990, o pessoal do saite Boca do Inferno, que desenvolve um excelente trabalho de divulgação da cultura alternativa, programou para os dias 10 e 11 de maio um verdadeiro festival para comemorar seus treze anos de atividades.
Os trabalhos iniciam-se às 13 horas do dia 10, e oferecem exibições de curtas-metragens, palestras e bate-papos sobre esse que, sem dúvida, é o gênero que mais mexe com o imaginário das pessoas.
Alguns dos temas das palestras que serão realizadas: "Breve relato sobre os fanzines brasileiros de horror", "Um estudo em terror: A filmografia maldita de Sherlock Holmes", "Exorcismo: Realidade e ficção na literatura e cinema", e muito mais. Entre os palestrantes, os pesquisadores Renato Rosatti, Filipe Falcão, Matheus Ferraz, Ivo Costa, Luciano Milici, todos ligados ao saite, além de Joel Caetano, Fabiana Servilha e Renato Siqueira, experientes cineastas ligados à prática do gênero no Brasil.
Coincidentemente, o evento está abrigado no mesmo local onde aconteceram as HorrorCons, a Biblioteca Viriato Correa, R. Sena Madureira, 298, na Vila Mariana, em São Paulo. Mais informações, assim como a programação completa do evento, podem ser obtidas aqui.

QI 126

Está chegando aos assinantes a edição 126 do Quadrinhos Independentes, ou simplesmente QI, multipremiado fanzine editado por Edgard Guimarães, que se dedica a discutir os quadrinhos no Brasil e a produção fanzineira ligada à Nona Arte.
A edição tem 20 páginas com artigos do editor sobre histórias que tratam de problemas com línguas estrangeiras, o personagem O Careca, de Alain Voss, trabalhos de Gutemberg Monteiro na Warren e os trabalhos de Eduardo Vetillo. Também traz as seções "Mistérios do colecionismo", "Mantendo contato", "Fórum", o catálogo "Edições independentes" e alguns desenhos e quadrinhos do editor, que ainda assina a ilustração da capa, colorida manualmente.
Mas não é só. Junto com a edição 126 do QI, os assinantes recebem o quarto fascículo do faroeste Buster, as duas últimas lâminas do fanzine experimental Cotidiano Alterado, e o fanzine Quadrinho Europeu no Brasil, publicação de 36 páginas com um levantamento detalhado sobre a edição nacional de quadrinhos vindos do Velho Mundo, parte da Pequena Biblioteca sobre Histórias em Quadrinhos, que entregou outro volume junta à edição anterior.
QI é distribuído unicamente por assinaturas. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.

Agenda: games e geeks

O SBC Geek inaugura uma nova fase ocupando agora as instalações da Gibiteca Municipal Eugênio Colonnese, que tem abrigado uma série de atividades ligadas a quadrinhos, jogos e rpgs. E não poderia ser mais adequado, uma vez que o tema deste encontro é o jogo online League of Legends, da KeyD Stars.
Entre as atrações, que conta com filmes, exibições de filmes e animes, e mesas de RPG, haverá um bate-papo sobre “Asterix e a origem das lendas da Idade Média”, com uma exposição de quadrinhos ligados ao universo medieval, e palestra com o técnico e especialista da KeyD Stars, Coach Renan Philip, com direito a um gameplay de League of Legends.
O evento acontece no sábado, dia 10 de maio, das 10 às 17 horas, e a Gibiteca Eugênio Colonnese fica dentro da Cidade da Criança, Rua Tasman, 301, Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo. A entrada é gratuita.
Mais informações na fanpage do SBC Geek, aqui.

Mais Velta

O incansável Emir Ribeiro disponibilizou os números 4 e 5 de sua revista em quadrinhos eletrônica Velta, A Super-Detetive, com reedições das histórias clássicas da sensual super-heroína criada por Ribeiro nos anos 1970. Ambas as publicações têm 36 páginas coloridas sob edição do blogue Rock & Quadrinhos.
O número 4 traz a história "Carnaval", na qual a protagonista enfrenta a vilã Carateca Mascarada, além de um passo-a-passo de como desenhar a Velta.
O número 5 traz a HQ "Terror em Serrotinho", na qual Velta enfrenta um monstro imune aos seus poderes, e a cronologia das histórias do índio Itabira, outra criação do editor, ilustrada por Ailton Elias Gonçalves.
Para os fãs mais ardorosos, como é o meu caso, Emir lançou também um cd com as cinco edições em alta resolução de Velta, A Super-Detetive que, assim como outras publicações do autor, pode ser encomendado diretamente através do saite Detetive e Aventureira Velta.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Juvenatrix 158

Está disponível a edição número 158 do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix. A edição tem 12 páginas e traz contos de Fernando Sorrentino (Argentina) e Rita Maria Felix da Silva, artigo sobre o filme O Conde Drácula (1970) e mini-resenhas de Cabana do Inferno 2 (2009), Capitão América 2: O soldado invernal (2014), Deadgirl (2008), Os demônios da noite (1995), Divergente (2014), Ghost image (2007), Inatividade paranormal 2 (2014), A maldição da Sétima Lua (2008), Os mercenários (2010), Morte negra (2010), Noé (2014) e Silent Hill: Revelação (2012). Divulgação de fanzines e bandas de metal extremo completam a publicação, que tem na capa uma ilustração de Rafael Tavares.
Para solicitar uma cópia, em formato pdf, basta enviar um e-mail para renatorosatti@yahoo.com.br ou renatorosatti@terra.com.br.

Depois da escuridão

A editora independente Atomic Quadrinhos, que tem oferecido ótimas publicações nos últimos meses, acaba de anunciar o lançamento de mais um título imperdível – e isto não é frase feita, todos vão concordar comigo. Trata-se de Depois da escuridão, álbum de terror criado pelo genial quadrinhista mineiro Mozart Couto, certamente um dos mais admirados e respeitados artistas dos quadrinhos brasileiros.
Mestre da anatomia e um fenômeno na técnica do pincel, Couto surgiu para o mercado no final dos anos 1970, nas revistas de saudosa editora Grafipar. Desde então, tem sido uma referência na arte, tendo participado de todas as fases que os quadrinhos brasileiros, fazendo horror, ficção científica, fantasia, erótico, humor, filosófico e, mesmo sendo artista muito profissional, é simpático à atividade fanzineira: Mozart assinou várias capas do fanzine Hiperespaço. Portanto, não é de se estranhar sua participação no bonito projeto da Atomic, de Marcos Freitas.
O álbum tem 52 páginas em papel reciclato, no formato 22x30 cm, impressas digitalmente em p&b. É ou não é imperdível?
Quem reservar um exemplar ganha um Pôster exclusivo em A3, mas esta é uma oferta limitada, se demorar, acaba. Mais informações, no blogue da Atomic, aqui.