Boneshaker (Boneshaker), Cherie Priest. Tradução não identificada. 404 páginas. Baependi: Underworld, 2012.
Há anos aguardando na minha fila de leitura, Boneshaker é um romance retrofuturista steampunk de autoria da escritora americana Cherie Priest, publicado em 2012 pela extinta Editora Underworld. Originalmente publicado em 2009, foi indicado aos prêmios Hugo e Nebula, e venceu o Prêmio Locus de Melhor Romance de Ficção Científica.
A personagem principal é Briar Wilkes, uma mulher de meia idade, neta de um falecido líder carismático da cidade de Seattle, e viúva de Leviticus Blue, gênio da mecânica que criou um veículo perfurador – o Boneshaker do título – que, por acidente, devastou a cidade e rompeu algum tipo de bolsão de gás natural mortal que torna algumas das pessoas tocadas por ele em zumbis. Desde então, parte de Seattle foi segregada com uma muralha altíssima, que contém tanto o miasma quanto os zumbis.
Briar vive do lado externo da muralha, estigmatizada pela tragédia causado pelo marido, que morreu no acidente, e sofrendo todo tipo de bulling dos demais sobreviventes, que a corresponsabilizam por seus prejuízos. E não se entende bem com o filho adolescente, Zeke, que acha que o pai era um herói e que as pessoas que os maltratam estão erradas a seu respeito. Ele fica sabendo que há pessoas vivendo dentro da muralha e, depois de uma discussão especialmente acalorada com a mãe, decide entrar na área segregada para buscar provas da retidão do pai no antigo casarão de família, que parece guardar muitos segredos incomuns. Para isso, usa um túnel secreto através do qual contrabandistas transportam a "Seiva de Limão", beberragem alucinógena destilada do próprio miasma. Ele pretende retornar antes que sua mãe dê por sua falta, mas ocorre um terremoto, os túneis desabam e Zeke fica preso dentro da área proibida. Desesperada com o desaparecimento do filho, Briar se lança a uma perigosa missão para resgatar Zeke de dentro das muralhas e evitar que ele venha a descobrir o mais sinistro segredo da sua vida.
Boneshaker tem um texto excelente. Bom de ler e muito saboroso. Os personagens são fortes e interessantes, como o vilão Dr. Minnericht, a lutadora Princesa Angeline, o Capitão Cly e toda a tripulação do dirigível Naamah Darling, o malandro Rudy, o guerreiro Jeremiah Swalhammer e sua armadura de mil e uma utilidades, a barwoman Lucy O'Gunning, e muitos outros.
O romance segue a risca a regra sagrada do steampunk, fundada pelos escritores americanos Willian Gibson e Bruce Sterling em A máquina diferencial: em algum momento, tem que acontecer uma revolução popular. E ela vai acontecer, é claro, no clímax da história. Também há muitas máquinas a vapor, dirigíveis, máscaras de solda e tudo mais que caracteriza este subgênero, que conta com seguidores ardorosos no Brasil.
Boneshaker é o primeiro de uma série de sete romances que formam o Universo Clockwork Century: Boneshaker(2009), Clementine (2010), Dreadnough (2010), Ganymede (2011), The Inexplicables (2012), Fiddlehead (2013) e Jacaranda (2015); nenhum outro saiu aqui.
Boneshaker é o primeiro de uma série de sete romances que formam o Universo Clockwork Century: Boneshaker(2009), Clementine (2010), Dreadnough (2010), Ganymede (2011), The Inexplicables (2012), Fiddlehead (2013) e Jacaranda (2015); nenhum outro saiu aqui.
O mais curioso é que a autora não seja mais popular, pois não foi à toa que ganhou o Locus. Há, contudo, um segundo romance de Priest em português: Ela está em todo lugar (I am Princess X), história de fantasia urbana que une prosa e quadrinhos, publicada aqui em 2015 pela Editora Gutenberg, mas que não tem qualquer relação como universo de Boneshaker.
Vale a pena buscar nos sebos por um dos raros exemplares desse romance, pois é uma leitura intensa, emocionante e agradável. Tomara que outra editora republique esse título, bem como os demais da série, pois Cherie Priest é uma escritora excelente que merece ser mais lida.
Vale a pena buscar nos sebos por um dos raros exemplares desse romance, pois é uma leitura intensa, emocionante e agradável. Tomara que outra editora republique esse título, bem como os demais da série, pois Cherie Priest é uma escritora excelente que merece ser mais lida.
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