sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Novos fanzines de Roberto Hollanda


Há alguns dias recebi a edição 17 do fanzine Arlequim, de Roberto Hollanda, com mais um capítulo da curiosa história de Emília, Narizinho e Pedrinho depois que ficaram adolescentes, quase adultos. Emília agora é Arlequina, uma entidade mágica poderosa que trafega pelos mundos da literatura, convivendo com personagens e ambientes de fantasia de diversas procedências. Narizinho, agora chamada simplesmente de Lúcia, tornou-se uma bela jovem também iniciada nas artes da magia, e Pedrinho, agora Pedro Malazartes, é um delinquente juvenil que deseja apenas satisfazer seu próprio ego.
Nos últimos episódios, acompanhamos a queda de Arlequina que, acusada de adultério por seu marido legal, o Marquês de Rabicó, foi atirada numa espécie de prisão, um limbo onde são lançadas as ideias abandonadas. Neste episódio, Lúcia e Pedro voltam ao Sítio do Picapau Amarelo em busca de ajuda para resgatar a amiga, e conseguem cooptar quatro super-heróis mirins, os filhos de Dorothy, de O mágico de Oz. O grupo invade a prisão e luta com os guardas, mas as coisas não saem muito bem e Dorothy decide interceder para salvar seus filhos.
Hollanda mantém o projeto de concluir este arco de histórias na edição 20, mas no editorial já deu a entender que suas ideias voltaram a fervilhar e, ainda que vá definir a aventura dessa forma, deve publicar mais edições futuramente.

Juntamente com Arlequim 17, recebi o primeiro e único número publicado até o momento do fanzine Nouvelle Magique, igualmente produzido por Roberto Hollanda. Desta vez, Hollanda homenageia os pioneiros dos quadrinhos, numa história que também envolve uma boa dose de fantasia. Ela acontece no início do século XX. A jovem Lívia, apaixonada pelos avanços da arte e da tecnologia, está entusiasmada com a nova arte das Histórias em Quadrinhos. Ela faz aulas de desenho e produz suas histórias, mas seu professor rejeita os trabalhos e a alerta para que não as faça mais. Um pouco desorientada, a menina acompanha Miele, sua colega de classe, para ver Madame Jollit, uma artista que percebe nela um grande talento e a inicia na verdadeira arte secreta dos Quadrinhos, que tem o poder de manipular a realidade.
O desenho de Hollanda, que não é nada realista, pode desagradar os leitores que pensam que o realismo é componente imprescindível nas HQs. Quem pensa assim, infelizmente vai perder um grande trabalho. Não consigo imaginar uma imagem melhor para as histórias que o Hollanda cria, pois os desenhos combinam perfeitamente com o clima de irrealidade do enredo. É possível que o realismo até prejudicasse esse clima.
Para conhecer o trabalho de Roberto Hollanda, leia este post que disponibiliza links para baixar as primeiras edições de Arlequim. Mas quem realmente valoriza o trabalho, não vai se incomodar em escrever para o editor e comprar o fanzine em papel: Rua Sousa Aguiar, 322, casa 5, Rio de Janeiro, RJ. CEP 20720-035.

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