sábado, 3 de outubro de 2009

Perdidos no espaço


Muito por acaso, topei com a reprise do clássico seriado de FC Perdidos no espaço (Lost in space), produção dos anos 1960 da CBS que foi parte importante de minha juventude, junto com uma porção de outras coisas úteis e inúteis que consumi ao longo da vida.
O seriado conta as aventuras da Família Robinson, enviada numa espaçonave em forma de disco para colonizar um planeta distante, que perdeu no espaço sideral depois que um sabotador interferiu no computador de bordo.
Raramente tenho interesse de rever seriados antigos porque geralmente me decepciono com a aparência ou a linguagem deles aos meus olhos de adulto. Já não foi nem uma nem duas vezes que fiquei espantado com a falta de qualidade de um seriado que, décadas atrás, me parecia tão legal.
Um dos raros casos em que eu suportei bem as reprises, inclusive curtindo os defeitos especiais, foi o seriado Jornada nas estrelas, mais ou menos da mesma época de Perdidos no espaço, mas que na época fazia muito menos sucesso. Suas histórias mais cerebrais, com meninas de minissaias e beijos interraciais, jogava a exibição para altas horas de madrugada e raramente eu conseguia assistir a um episódio. A minha curiosidade pelos episódios perdidos me animava e eu acabei vendo todas as temporadas de ST mais de uma vez.
Perdidos no espaço, contudo, eu devo ter visto tudo na época. Era exibido em horário nobre, aos domingos, e no final dos anos 1960 era um grande sucesso da TV. Embora todos os aparelhos receptores fossem preto e branco, tinha até gente que jurava ver cores durante a exibição, tal era o fascínio pelo seriado. Por anos evitei rever qualquer episódio, porque tinha certeza que iria detestar e estragar as boas recordações do mesmo. Cai do cavalo.
Perdidos no espaço é tão bom hoje como foi há 40 anos. A interpretação magistral do elenco, especialmente do impagável Jonathan Harris como Dr. Smith, é divertidíssima. Aliás, um elenco que é colírio para os olhos de homens e mulheres; e o robô ainda guarda todo o carisma que tinha então.
As história são delicadas e inocentes, os efeitos visuais são funcionais e as vezes até surpreendem. E as fantasia grotescas dos alienígenas reportam aos clássicos monstros da Universal. Outro ponto alto é a trilha sonora que tem um vigor dramático intenso. A antiga dublagem é perfeita e ainda bem que a mantiveram.
Os episódios são exibidos às 7 horas da manhã pela Rede Brasil (canal 14 da operadora Net) e não consigo sair para o trabalho sem ver o final dramático de cada episódio, com o famoso gancho para o seguinte, com um dos protagonistas em situação de perigo.
Esta semana, uma pequena pérola, foi exibido o antológico episódio "A guerra dos robôs", da primeira temporada, toda produzida em preto em branco. Robby, o robô negro de O planeta proibido, contracena com o elenco e por algum tempo torna-se o robô da família Robinson.
Sei que a primeira temporada é, de fato, mais caprichada que as outras (foram três ao todo) mas, mesmo assim, é um feito que um seriado de FC de pouquíssimos recursos técnicos sob os atuais padrões, consiga ainda entreter nesse nível de qualidade. Minha filha Fernanda, de apenas 10 anos, acompanhou um desses episódios com extremo interesse.
Portanto, eis aqui um seriado que vale a pena ver. Não importa a idade, quando o que se pretende é um bom seriado de aventuras.
Um ótimo contraponto ao lamentável Harper's Island, recentemente exibido pelo SBT, que eu só assisti de teimoso. Mas este é melhor nem comentar.

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