Há algum tempo, têm aparecido nas redes sociais insinuações de que existiria um novo gênero de ficção fantástica, a "fantasia cristã".
Da mesma forma que no rock'n'roll, a certa altura, surgiu o gênero White Metal, que é um tipo de heavy metal com letras de cunho religioso, me parece que a ideia de uma fantasia cristã seria um tipo de literatura proselitista com conteúdos dessa religião. De qualquer forma, para o bem e para o mal, o fandom já conta com seu primeiro periódico de fantasia cristã, a Revista De Higgs, subtitulada Ficção Científica e Fantasia Cristã.
O primeiro número da publicação, editada por Eduardo Y. Nishitani e João G. Moreira, foi disponibilizado gratuitamente aqui em outubro de 2024. Tem 94 páginas e traz contos de A. A. Crittelli, Carminda Nogueira, Celso Lima, Daniel Grisolia, Machado de Assis, Fred Utsunomiya e Marcelo Luiz Dias, Rafael Máximo e Eduardo Nishitani, além de alguns podemas e uma entrevista com o escritor Sammis Reachers. A publicação tem diversas ilustrações geradas por IA, e a capa, que aparenta ter a mesma produção, é creditada a Rafael B. Duarte.
Talvez alguns cristãos tenham se ressentido do sucesso da série Harry Potter, de J. K. Rowlling, que evidencia práticas da religiosidade celta, e do crescimento das artes de viés afro-brasileiro, especialmente o afrofuturismo, nas quais elementos da religiosidade africana são evidenciados como traços de identidade cultural. E mais do que isso, a ideia de uma "fantasia cristã" parece vir do mesmo berço do equivocado "racismo reverso", um conceito intolerante e de disputa de poder. E isso nem seria necessário, já que toda a fantasia é, historicamente, de fundo cristão.
Da mesma forma que no rock'n'roll, a certa altura, surgiu o gênero White Metal, que é um tipo de heavy metal com letras de cunho religioso, me parece que a ideia de uma fantasia cristã seria um tipo de literatura proselitista com conteúdos dessa religião. De qualquer forma, para o bem e para o mal, o fandom já conta com seu primeiro periódico de fantasia cristã, a Revista De Higgs, subtitulada Ficção Científica e Fantasia Cristã.
O primeiro número da publicação, editada por Eduardo Y. Nishitani e João G. Moreira, foi disponibilizado gratuitamente aqui em outubro de 2024. Tem 94 páginas e traz contos de A. A. Crittelli, Carminda Nogueira, Celso Lima, Daniel Grisolia, Machado de Assis, Fred Utsunomiya e Marcelo Luiz Dias, Rafael Máximo e Eduardo Nishitani, além de alguns podemas e uma entrevista com o escritor Sammis Reachers. A publicação tem diversas ilustrações geradas por IA, e a capa, que aparenta ter a mesma produção, é creditada a Rafael B. Duarte.
Talvez alguns cristãos tenham se ressentido do sucesso da série Harry Potter, de J. K. Rowlling, que evidencia práticas da religiosidade celta, e do crescimento das artes de viés afro-brasileiro, especialmente o afrofuturismo, nas quais elementos da religiosidade africana são evidenciados como traços de identidade cultural. E mais do que isso, a ideia de uma "fantasia cristã" parece vir do mesmo berço do equivocado "racismo reverso", um conceito intolerante e de disputa de poder. E isso nem seria necessário, já que toda a fantasia é, historicamente, de fundo cristão.
Quem tem o mínimo de informação sabe muito bem que a obra mais influente do gênero, O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien, é toda ela uma releitura de conceitos bíblicos, visto que Tolkien era um católico fervoroso. Tanto que converteu seu colega e amigo, C. S. Lewis, que se tornou um grande pensador da religião cristã e transpôs sua fé para a fantasia na série de romances As crônicas de Nárnia.
Sem esquecer da literatura do escritor carioca Miguel Carqueija que, há décadas, pratica ficção científica e fantasia de viés cristão no Brasil e nunca precisou ser sectarista para isso.
Mas vale experimentar. Sem preconceitos.
Sem esquecer da literatura do escritor carioca Miguel Carqueija que, há décadas, pratica ficção científica e fantasia de viés cristão no Brasil e nunca precisou ser sectarista para isso.
Mas vale experimentar. Sem preconceitos.
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