Houve um tempo, perdido na história, quando os livros ganhadores dos principais prêmios internacionais nunca eram publicados no Brasil ou, quando eram, vinham muito tempo depois, já quase esquecidos. Felizmente, esse tempo tenebroso ficou no passado e hoje tudo que é reconhecido é aqui traduzido quase que imediatamente! Verdade? É claro que não. Há centenas, senão milhares de títulos festejados no mundo inteiro que nunca tiveram tradução no Brasil. Isso porque quase sempre o interesse dos editores brasileiros recai não na qualidade do que pretendem publicar, mas nos apelos de eventuais adaptações audiovisuais. Assim, títulos que se sabem receber alguma atenção de Hollywood são celeremente traduzidos, na expectativa de uma "barbada". Inclusive já aconteceu de editoras anunciarem traduções de textos que haviam sido sondados para adaptações serem sumariamente cancelados com as notícias de que a adaptação não viria.
Para nossa sorte, não é o caso da editora Intrínseca, que acaba de lançar Babel ou A necessidade de violência, da escritora sino-americana Rebecca F. Kuang, romance de fantasia originalmente publicado em 2022 e vencedor dos prêmios Locus e Nebula, mas que segue protocolos de ficção científica ao tratar do poder das palavras e sua instrumentalização política.
Diz o texto de apresentação: "Em 1828, um menino se torna órfão pelo rastro do cólera em Cantão, na China. Sob o nome de Robin Swift, ele é levado a Londres pelo misterioso professor Lovell e por anos se dedica ao estudo de diversos idiomas, como latim e grego antigo, preparando-se para um dia ingressar no prestigiado Real Instituto de Tradução da Universidade de Oxford, conhecido como Babel. Com sua torre imponente que guarda segredos inimagináveis, Babel é o centro mundial do saber. No Instituto, Robin descobre que aprender a traduzir é também aprender a dominar a magia. Através de barras de prata encantadas, é possível manifestar as nuances e os significados perdidos na tradução – e essa arte trouxe aos britânicos uma dominância sem precedentes. Para Robin, Babel é uma utopia dedicada à busca do conhecimento. Mas o conhecimento obedece ao poder... Chinês criado na Grã-Bretanha, o jovem começa a se questionar se servir a Babel significa trair sua pátria e se vê dividido entre a Instituição e uma obscura organização destinada a impedir a expansão colonialista. Quando a Grã-Bretanha vislumbra entrar em guerra com a China motivada por prata e ópio, Robin vai precisar escolher um lado. Afinal, será possível mudar as instituições por dentro ou a violência é inerente à revolução?"
Como se vê, trata-se de uma aventura metalinguística, que guarda alguma semelhança com a surpreendente série R.O.D.: Read ou die, de Hideyuki Kurata, publicada no Japão entre 2000 e 2016, mas cada uma original e identificada em seu próprio universo.
Kuang é mestre em Filosofia por Cambridge e doutoranda em Literatura e Línguas do Leste da Ásia em Yale. Tem em seu currículo a bem sucedida trilogia A guerra da papoula, indicada a diversos prêmios e também publicada no Brasil pela Intrínseca.
Babel tem 592 páginas, tradução de Marina Vargas e pode ser adquirido no site da editora, aqui.
Para nossa sorte, não é o caso da editora Intrínseca, que acaba de lançar Babel ou A necessidade de violência, da escritora sino-americana Rebecca F. Kuang, romance de fantasia originalmente publicado em 2022 e vencedor dos prêmios Locus e Nebula, mas que segue protocolos de ficção científica ao tratar do poder das palavras e sua instrumentalização política.
Diz o texto de apresentação: "Em 1828, um menino se torna órfão pelo rastro do cólera em Cantão, na China. Sob o nome de Robin Swift, ele é levado a Londres pelo misterioso professor Lovell e por anos se dedica ao estudo de diversos idiomas, como latim e grego antigo, preparando-se para um dia ingressar no prestigiado Real Instituto de Tradução da Universidade de Oxford, conhecido como Babel. Com sua torre imponente que guarda segredos inimagináveis, Babel é o centro mundial do saber. No Instituto, Robin descobre que aprender a traduzir é também aprender a dominar a magia. Através de barras de prata encantadas, é possível manifestar as nuances e os significados perdidos na tradução – e essa arte trouxe aos britânicos uma dominância sem precedentes. Para Robin, Babel é uma utopia dedicada à busca do conhecimento. Mas o conhecimento obedece ao poder... Chinês criado na Grã-Bretanha, o jovem começa a se questionar se servir a Babel significa trair sua pátria e se vê dividido entre a Instituição e uma obscura organização destinada a impedir a expansão colonialista. Quando a Grã-Bretanha vislumbra entrar em guerra com a China motivada por prata e ópio, Robin vai precisar escolher um lado. Afinal, será possível mudar as instituições por dentro ou a violência é inerente à revolução?"
Como se vê, trata-se de uma aventura metalinguística, que guarda alguma semelhança com a surpreendente série R.O.D.: Read ou die, de Hideyuki Kurata, publicada no Japão entre 2000 e 2016, mas cada uma original e identificada em seu próprio universo.
Kuang é mestre em Filosofia por Cambridge e doutoranda em Literatura e Línguas do Leste da Ásia em Yale. Tem em seu currículo a bem sucedida trilogia A guerra da papoula, indicada a diversos prêmios e também publicada no Brasil pela Intrínseca.
Babel tem 592 páginas, tradução de Marina Vargas e pode ser adquirido no site da editora, aqui.
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