No final dos anos 1970, uma revista surgiu nas bancas para mudar o paradigma das histórias em quadrinhos fantásticas no Brasil. Tratava-se da revista Kripta, publicada pela então editora RGE (hoje Globo), que trazia histórias de altíssima qualidade originalmente publicadas pela influente editora Warren, nos EUA, em revistas como a Creepy, Eerie e 1984.
Algum material dessa editora já havia aparecido antes por aqui, na pequena série de revistas Vampirella, de modo que o mercado estava pronto para aquele salto qualitativo. Embalada por uma forte campanha publicitária na televisão, a revista Kripta firmou-se, garantindo presença de muitos anos no mercado brasileiro, só parando com a falência da Warren em 1983.
Há alguns meses, a Editora Mythos publicou o primeiro volume do álbum Cripta (240 páginas em preto e branco) com a republicação de algumas das ótimas histórias dessa saudosa revista de horror e ficção científica. A aceitação deve ter sido grande, porque a editora não tardou a lançar uma segunda edição, que está nas bancas de São Paulo.
Mantendo o mesmo acabamento de luxo, esta segunda edição retoma o trabalho de apresentar a toda uma nova geração de leitores a qualidade que os quadrinhos americanos já tiveram um dia. Tal como na primeira edição, as 276 páginas do volume 2 exibem trabalhos de grandes roteiristas e ilustrações de mestres da arte, como Frank Frazetta, Al Williamson, Gene Colan, Gray Morrow, John Severin, Roy Krenkel, Neal Adams, entre outros. Algumas amostras das histórias presentes na edição podem ser vistas aqui.
A seleção do material não é brasileira, pois trata-se da tradução de uma série da americana Dark Horse, que pretende republicar todo o material da Warren em forma cronológica.
O preço assusta: R$48,90, o mesmo do primeiro volume. Mas considerando-se o conteúdo, o valor é amplamente recompensado.
nunca me esqueço de uma história que, creio, foi publicada na Kripta: um homem tinha perdido um braço, e o demônio ofereceu restaurá-lo se ele arrumasse 13 corações (acho). o cara foi preso antes do 13º, mas o coração que faltava veio dele próprio, arrancado pelo braço que o demônio o concedeu. a cena do braço se despregando do corpo do homem e perfurando seu peito ficou na minha memória até hoje, é incrível.devia ter uns 8 anos quando li. até hoje procuro saber em qual edição foi publicada, mas nunca encontrei.
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