O horror está definitivamente em alta nos dois lados do Atlântico. Dentro da noute: Contos góticos, organizada por Ricardo Lourenço, é a mais nova antologia de textos clássicos do gênero, publicada em 2017 através do Projecto Adamastor.
São 397 páginas com 27 contos e novelas em domínio público, nas palavras do organizador, "uma amostra representativa da literatura gótica produzida por escritores portugueses e brasileiros, assim como dos principais temas que caracterizam o género".
Os textos estão divididos em duas seções principais: a primeira parte é voltada aos autores portugueses: Eça de Queirós, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Alberto Osório de Vasconcelos, Raul Brandão, Fialho de Almeida, Ana de Castro Osório, Florbela Espanca, Álvaro do Carvalhal, Júlio César Machado, Beldemónio, Manuel Teixeira Gomes e Mário de Sá-Carneiro. Já a segunda parte é inteiramente dedicada aos autores brasileiros: Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, Júlia Lopes de Almeida, Inglês de Sousa, Rodolfo Teófilo, Alberto Rangel, Afonso Arinos, Medeiros e Albuquerque, Aluísio Azevedo, Thomaz Lopes, Machado de Assis, João do Rio, Gonzaga Duque e Humberto de Campos, boa parte deles já vistos em seleções similares, por isso mesmo, formam um apanhado bastante representativos do que de melhor se viu em matéria de horror gótico entre os autores de língua portuguesa.
A antologia está disponível aqui para download gratuito, em dois formatos para dispositivos móveis.
domingo, 26 de março de 2017
domingo, 19 de março de 2017
Mistério de Deus
Há anos esperava que o meu amigo Roberto de Sousa Causo trouxesse à luz a história de Mistério de Deus, do qual fui leitor beta. A espera finalmente acabou em 2017, com o lançamento do romance pela Devir Livraria.
Mistério de Deus não é continuação nem spin-off de Um anjo de dor, romance de horror de Causo publicado em 2009 pela mesma Devir Livraria. Mas há pontos de contato entre as duas histórias, a começar pelo cenário de Sumaré, cidade no interior paulista onde o autor passou boa parte de sua juventude.
Tenho na memória, muito nitidamente, a maioria das cenas do romance, que conta a história de um ex-presidiário, leão de chácara num inferninho de Sumaré nos idos de 1991, que é levado pelas circunstâncias e por um profundo senso de justiça, a intervir nas ações de um grupo criminoso que aterroriza a região a bordo de um maverick preto envenenado. Mas não é só isso, há algo sobrenatural em torno das ações do bando, e o rapaz vai ter que levar sua determinação ao limite para tirá-los de cena.
A história tem um contorno realista que dialoga com um modelo literário que está muito em voga, como o do romance indicado ao Jabuti Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera (Companhia das Letras, 2012), um drama policial de contornos regionalistas que aos poucos assume os protocolos das histórias de horror.
Seguindo as orientações de mestres do gênero, especialmente de Stephen King, Causo não se furta a mostrar a cara do monstro no momento adequado e com toda a crueza possível. Porém, a elegância narrativa não permite que a história assuma caminhos demasiadamente apelativos, com sangue e tripas espirrando na cara do leitor, como seria de se esperar no estilo brutalista tão popular no gênero atualmente.
O livro tem 600 páginas – é provavelmente o livro mais volumoso já publicado pelo autor – e traz na capa uma ilustração agressiva de Vagner Vargas, que tem sido parceiro constante de Causo em suas publicações.
Roberto de Sousa Causo é Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo e mantém um intensivo trabalho como autor de ficção especulativa, com diversos livros de ficção e não ficção publicados no Brasil – alguns deles premiados – e dezenas de contos publicados no exterior em países como Portugal, Argentina, França, China e Cuba. Entre seus trabalhos mais importantes, está o ensaio Ficção científica, fantasia e horror no Brasil - 1875 a 1950 (UFMG, 2003).
Mistério de Deus vai agradar vários tipos de público: desde o leitor de horror, que é óbvio, mas também os de histórias de mistério policial e principalmente os fãs de muscle cars, um público ainda pouco explorado pela literatura nacional.
Mistério de Deus não é continuação nem spin-off de Um anjo de dor, romance de horror de Causo publicado em 2009 pela mesma Devir Livraria. Mas há pontos de contato entre as duas histórias, a começar pelo cenário de Sumaré, cidade no interior paulista onde o autor passou boa parte de sua juventude.
Tenho na memória, muito nitidamente, a maioria das cenas do romance, que conta a história de um ex-presidiário, leão de chácara num inferninho de Sumaré nos idos de 1991, que é levado pelas circunstâncias e por um profundo senso de justiça, a intervir nas ações de um grupo criminoso que aterroriza a região a bordo de um maverick preto envenenado. Mas não é só isso, há algo sobrenatural em torno das ações do bando, e o rapaz vai ter que levar sua determinação ao limite para tirá-los de cena.
A história tem um contorno realista que dialoga com um modelo literário que está muito em voga, como o do romance indicado ao Jabuti Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera (Companhia das Letras, 2012), um drama policial de contornos regionalistas que aos poucos assume os protocolos das histórias de horror.
Seguindo as orientações de mestres do gênero, especialmente de Stephen King, Causo não se furta a mostrar a cara do monstro no momento adequado e com toda a crueza possível. Porém, a elegância narrativa não permite que a história assuma caminhos demasiadamente apelativos, com sangue e tripas espirrando na cara do leitor, como seria de se esperar no estilo brutalista tão popular no gênero atualmente.
O livro tem 600 páginas – é provavelmente o livro mais volumoso já publicado pelo autor – e traz na capa uma ilustração agressiva de Vagner Vargas, que tem sido parceiro constante de Causo em suas publicações.
Roberto de Sousa Causo é Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo e mantém um intensivo trabalho como autor de ficção especulativa, com diversos livros de ficção e não ficção publicados no Brasil – alguns deles premiados – e dezenas de contos publicados no exterior em países como Portugal, Argentina, França, China e Cuba. Entre seus trabalhos mais importantes, está o ensaio Ficção científica, fantasia e horror no Brasil - 1875 a 1950 (UFMG, 2003).
Mistério de Deus vai agradar vários tipos de público: desde o leitor de horror, que é óbvio, mas também os de histórias de mistério policial e principalmente os fãs de muscle cars, um público ainda pouco explorado pela literatura nacional.
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quarta-feira, 15 de março de 2017
Conexão Literatura 21
Está circulando o número 21 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição tem 49 páginas e destaca na capa o trabalho da escritora Thati Machado, surgida na internet que chegou ao mercado com o livro Poder extra G. Também são entrevistados na edição os escritores Cleberson Kadett (Quando o céu é o limite), Igor Feijó (Artífices da vontade), Rogério Silva (O sino), Gilmar Milezzi (Requiescat in pace: Cronicas da Cidade dos Mortos) e do roteirista e diretor de cinema Janderson Rodrigues (Mordomo da morte).
A revista ainda traz contos de Fernando Moraes, Dione M. S. Rosa e Marcelo Garbine, crônicas de Misa Ferreira e Míriam Santiago e artigo de Pedroom Lane. A coluna "Conexão Nerd" divulga o novo projeto do editor na web, a série de vídeos Curiosidades e mistérios do mundo.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 49 páginas e destaca na capa o trabalho da escritora Thati Machado, surgida na internet que chegou ao mercado com o livro Poder extra G. Também são entrevistados na edição os escritores Cleberson Kadett (Quando o céu é o limite), Igor Feijó (Artífices da vontade), Rogério Silva (O sino), Gilmar Milezzi (Requiescat in pace: Cronicas da Cidade dos Mortos) e do roteirista e diretor de cinema Janderson Rodrigues (Mordomo da morte).
A revista ainda traz contos de Fernando Moraes, Dione M. S. Rosa e Marcelo Garbine, crônicas de Misa Ferreira e Míriam Santiago e artigo de Pedroom Lane. A coluna "Conexão Nerd" divulga o novo projeto do editor na web, a série de vídeos Curiosidades e mistérios do mundo.
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Múltiplo 4 e 5
Em nova fase, agora virtual, Múltiplo, fanzine de quadrinhos editado por André Carim, lançou recentemente duas novas edições.
O número 4, de fevereiro de 2017, tem 80 páginas e traz um longo depoimento do mestre Júlio Shimamoto, entrevista com Alberto "Beralto" de Souza, quadrinhos de André Carim, Nei Rodrigues, Gazy Andraus, Alberto de Souza, Flavio Calazans e Clodoaldo Cruz, além de artigos, divulgação de fanzines e cartas dos leitores.
O número 5, de março, tem 84 páginas e traz uma entrevista com o ilustrador Omar Viñole, quadrinhos de Heitor Vasconcelos, Aurélio Gomes Filho, F. Salathiel Anacleto e Rita Maria Félix, André Carim e Nei Rodrigues, Flavio Calazans, Omar, Edgard Guimarães, Juliano Facchin e Clodoaldo Cruz, Bira, Spacca e Cristina, Beralto, Fábio Barbosa e Lafaiete Nascimento, Marcelo Saravá e Bira Dantas, duas séries de depoimentos de personalidades dos quadrinhos, divulgação de fanzines e cartas dos leitores.
As capas das duas edições trazem desenhos de Laudo Ferreira e Omar Viñole.
A publicação pode ser baixada gratuitamente aqui. As edições anteriores também estão disponíveis.
O número 4, de fevereiro de 2017, tem 80 páginas e traz um longo depoimento do mestre Júlio Shimamoto, entrevista com Alberto "Beralto" de Souza, quadrinhos de André Carim, Nei Rodrigues, Gazy Andraus, Alberto de Souza, Flavio Calazans e Clodoaldo Cruz, além de artigos, divulgação de fanzines e cartas dos leitores.
O número 5, de março, tem 84 páginas e traz uma entrevista com o ilustrador Omar Viñole, quadrinhos de Heitor Vasconcelos, Aurélio Gomes Filho, F. Salathiel Anacleto e Rita Maria Félix, André Carim e Nei Rodrigues, Flavio Calazans, Omar, Edgard Guimarães, Juliano Facchin e Clodoaldo Cruz, Bira, Spacca e Cristina, Beralto, Fábio Barbosa e Lafaiete Nascimento, Marcelo Saravá e Bira Dantas, duas séries de depoimentos de personalidades dos quadrinhos, divulgação de fanzines e cartas dos leitores.
As capas das duas edições trazem desenhos de Laudo Ferreira e Omar Viñole.
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