segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Megalon 14

Publicado originalmente em janeiro/fevereiro de 1991 sob a organização de Marcello Simão Branco, volta a estar disponível o histórico fanzine Megalon número 14, agora em formato virtual capturado a partir dos originais do editor.
Em suas 40 páginas, a edição traz contos de Jorge Luiz Calife e Roberto Schima, artigos de Calife, Gilberto Schoereder, 'Mr. Quadrinhos' e Roberto de Sousa Causo, resenhas de Miguel Carqueija e Orson Scott Card, e a primeira parte de uma longa hq assinada por Fábio Benite e Carlos Alexandre, originalmente enviada ao Hiperespaço e redirecionada ao Megalon porque o Hiper estava com a publicação suspensa então – só voltaria em 1992.
Apesar do conteúdo irrepreensível e ainda hoje de grande interesse, o destaque vai para a seção de cartas, que iniciava um longo e emocionante ciclo de debates entre críticos e autores que, ainda hoje, estigmatiza as relações do fandom brasileiro.
Também foi nesta edição que o Megalon iniciou o trabalho de consulta direta da opinião dos fãs através do 'I Concurso Megalon Os Melhores da Ficção Científica'. Em quem você votaria hoje? Será que a opinião dos fãs mudou muito em 20 anos?
O arquivo pode ser baixado gratuitamente aqui.

Black Rocket 4

Seguindo outras iniciativas similares, depois de quase três anos sem dar notícias, o fanzine de ficção científica Black Rocket distribuiu uma nova edição neste final de ano.
Apresentando-se como uma 'edição especial pós-fim do mundo',  com organização de Charles Dias, Black Rocket 4 traz contos de Aguinaldo Peres, Carlos Relva, Joshua Falken, Leonardo Carrion, Ubiratan Peleteiro e do próprio editor, todos ilustrados por Ricardo Prêsto Winkkelmann. A edição tem em 58 páginas e a produção visual é de Carlos Relva.
O arquivo em pdf pode ser baixado gratuitamente aqui.

Somnium 105

Enquanto Noel viajava de trenó do Pólo Norte até o Brasil, o Clube dos Leitores de FC se antecipou e disponibilizou uma nova edição do fanzine Somnium de presente aos fãs, na forma de arquivo digital.
O fato de ser um número especial de Natal é surpreendente, pois em mais de 25 anos de existência, o Clube nunca havia dedicado um de seus boletins à data. Talvez a novidade se explique por conta da dedicação de Daniel Borba, o atual editor, responsável pela revitalização do fanzine cuja publicação ficou interrompida por anos.
Em suas 52 páginas aparecem textos de Orson Scott Card, Tibor Moricz e Flávia Côrtes, todos fazendo referência a data festiva. A capa e a produção gráfica ficaram a cargo de Marcelo Bighetti e a edição está disponível nos formatos pdf, mobi e epub, que podem ser baixados gratuitamente no site do Clube, aqui.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Essencial 2012: Quadrinhos

2012 foi bom para os quadrinhos estrangeiros de fc&f no Brasil. O destaque, vai para o memorável O Eternauta, de Héctor G. Oesterheld e Solano Lopez (Martins Fontes), obra-prima da ficção científica portenha que chegou ao Brasil mais de 50 anos depois de sua publicação original.
Também merecem destaque Pínóquio, de Winshluss (Globo), O incrível Cabeça de Parafuso e outros objetos curiosos, de Mike Mignola (Nemo), e Animal'z, de Enki Bilal (Nemo). Honra ao mérito para os encadernados Incal Integral, de Moebius (Devir) e Trilogia Nikopol, de Bilal (Nemo).
Quanto aos quadrinhos nacionais, a produção de 2012 foi apenas razoável. Mas vale comemorar o lançamento de Noites na taverna, de Reinaldo Seriacopi (Ática), ilustrado por um ótimo time de veteranos, adaptando o clássico romance de Alvares de Azevedo. E Astronauta: Magnetar, de Danilo Beyruth (Panini), com uma releitura dramática do conhecido personagem de Maurício de Sousa.
No finalzinho do ano, veio a notícia da publicação de V.I.S.H.N.U., novela de fc repleta de intenções, com roteiro do jornalista Ronaldo Bressane e desenhos de Fábio Cobiaco (Quadrinhos na Cia), que vale a pena ser destacada.
A medalha de Honra ao Mérito vai para o primeiro volume encadernado do 'mangaijin' Holy Avenger, de Marcelo Cassaro e Érika Awano (Jambô), compilação de uma série de histórias publicadas em revista própria nos anos 1990.
Percebe-se, nesta amostragem, que os quadrinhos deixaram definitivamente de ser um produto popular. Quase não há mais publicações voltadas às bancas e, quando o material é de qualidade reconhecida, a publicação é luxuosa e elitista. É possível afirmar que o mercado editorial de fc&f reduziu de tamanho em 2012, registrando uma queda de cerca de 50% na quantidade de lançamentos em relação a 2011, tanto no que se refere aos quadrinhos quando na literatura. Contudo, ainda é cedo para afirmar que isso seja uma tendência, pois é natural que ocorra um certo movimento de maré nos números de um ano para outro. 2013 já faz promessas e, como o mundo não acabou no temido apocalipse maia, podemos ter esperanças. Quem viver, verá.

Essencial 2012: Literatura

2012 terminando, acredito que dificilmente vai aparecer algum novo grande lançamento antes da virada do ano. Então, arrisco o balanço do que se publicou de essencial no Brasil em matéria de fc&f neste ano.
No que se refere à literatura estrangeira, relevância para A Companhia Negra, de Glen Cook (Record), com uma versão barra-pesada para a geralmente solene fantasia heróica a qual estamos habituados, e A máquina diferencial, de Willian Gibson & Bruce Sterling (Aleph), obra seminal da ficção científica que inaugurou a estética steampunk.
Também vale destacar 1Q84, de Haruki Murakami (Alfaguara), e Contra o dia, de Thomas Pynchon (Companhia das Letras), fantasias científicas pós-modernas com muitos apreciadores dentro e fora do fandom.
O ano foi fraco para as antologias estrangeiras mas, para não dizer que não falei delas, Ruas estranhas, de George Martin & Gardner Dozois (Casa da Palavra), que fica a meio caminho da chiclit, e ainda Realidades adaptadas, de Philip K. Dick (Aleph), que reúne os contos do autor que foram transpostos para o cinema, todos já vistos em outras traduções mas, ainda assim, bacanudos.
Na literatura brasileira, a lista essencial de 2012 tem os romances O alienado, de Cirilo Lemos (Draco) e Sozinho no deserto extremo, de Luiz Bras (Prumo), dois grandes livros de ficção científica com o melhor que o gênero tem a oferecer, de narrativas movimentadas e estilos maduros e incomuns.
Entre os romances de horror aparece Kaori e o samurai sem braço, de Giulia Moon (Giz), terceiro volume com a vampira preferida de uma escritora que tem provado ser a maior revelação do gênero no pais neste século. E entre os muitos romances de fantasia, gênero que predomina no ambiente editorial de fc&f, destaque para Além do deserto, de Erica Bombardi, trabalho de estreia publicado pela própria autora com recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – Proac.
Entre as coletâneas, Trilhas do tempo, de Jorge Calife (Devir) coletânea de contos de ficção científica  publicados em revistas masculinas nos anos 1990, bem como a abrangente e provocativa Geração subzero, organizada por Filipe Pena (Record), reunindo contos de jovens autores brasileiros que agrega o mérito de ter veiculado o melhor conto publicado no ano: "A invenção do cânone", de autoria do próprio organizador.
Em não-ficção, vale dar uma olhada em Edgard Alan Poe: O mago do terror, de Jaenette Rozsas (Melhoramentos), uma biografia romanceada do poeta de "O Corvo", repleta de atrativos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Hare V.I.S.H.N.U.

Esta eu agradeço ao amigo Alexandre Yudenitch, que me enviou um recorte da notícia. Assim descobri este interessante lançamento recente da editora Companhia das Letras através do selo Quadrinhos na Cia. Trata-se de V.I.S.H.N.U., novela gráfica de ficção científica de autoria do escritor Ronaldo Bressane, com argumento de Eric Acher e desenhos de Fábio Cobiaco.
O nome de Bressane nos créditos chama a atenção, pois trata-se de um jornalista e escritor consagrado pelo mainstream literário, sendo esta a sua primeira incursão na ficção científica. Mas o ponto alto da obra são mesmo os desenhos de Fábio Cobiaco, experiente ilustrador de São Vicente/SP, que desenvolve um estilo incomum de alto contraste impressionista que dá ao trabalho um volume artístico raro.
A história conta sobre como a absoluta dependência da humanidade pelos equipamentos eletrônicos levou à criação de Vishnu, uma onipresente inteligência artificial que domina a sociedade do futuro em uma espécie de tirania benevolente. Enquanto vários grupos se revezam em pequenas e inócuas revoluções, dois intelectuais travam uma batalha de bastidores pelo controle do mundo.
Diz o texto de divulgação: "Misto de thriller e ficção-científica, V.I.S.H.N.U. conta a história destes dois gênios em conflito, enquanto guerrilhas luditas, jornalistas, hackers, políticos e grupos religiosos tentam tomar o controle da situação. Tocando em questões atuais da ciência, o livro percorre continentes numa aventura que traz à tona um estranho e perigoso caminho que nossos avanços podem tomar."
V.I.S.H.N.U. tem 224 páginas e custa R$55,00.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Boas festas!

O blogue Mensagens do Hiperespaço deseja a todos os leitores e amigos um Feliz Natal, com muita paz, saúde e vida! 
E um 2013 pleno de sucesso e realizações.

sábado, 22 de dezembro de 2012

QI 118: um grande mistério revelado

O editor e quadrinhista Edgard Guimarães acaba de distribuir o 118º número do fanzine sobre quadrinhos QI, possivelmente o mais antigo do gênero em publicação contínua e regular no País.
A edição vem com muito artigos interessantes assinados pelo editor e pelos colaboradores Lincoln Nery e Worney Almeida de Souza. A seção "Memória do fanzine brasileiro" traz o depoimento de Claudio Rubin, dono de um significativo histórico como editor independente. No artigo "Metátese e outras mumunhas" Guimarães decifra um dos maiores mistérios da história do QI, qual seja, o título da hq seriada que o fanzine tem publicado nos últimos sete anos – e continua nesta edição –, a qual durante todo esse tempo eu imaginei não ter nome. A hq chama-se "Rolando Duque - Assistência Técnica", que o editor lembra ser o texto grafado em um cartão de visitas no primeiro quadrinho da história.
A edição ainda traz o "Fórum" dos leitores, a lista das publicações do bimestre e duas lâminas inéditas da revista fasciculada Cotidiano alterado, com homenagens à quadrinhos clássicos esquecidos.
Além disso, os mimados assinantes receberam o minifanzine Um conto de Natal, que faz as vezes de um cartão de "Boas Festas" do editor. A capa tem uma ilustração de Lancelot que homenageia João Tymbira, personagem criado em 1937 por Francisco Acquarone, que também mereceu um artigo nesta edição.
Com o lançamento deste número, completa-se mais um ciclo de publicação do QI, o que significa que é hora de todos os leitores renovarem as assinaturas. Aproveite e faça também a sua, garantindo assim o recebimento do fanzine em 2013. Mais informações com o editor, pelo email edgard@ita.br.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Globo conta-ataca

A editora Globo Livros decidiu investir nos quadrinhos de luxo e, nas últimas semanas, entregou às livrarias alguns lançamentos de impacto. Entre eles, dois merecem ser destacados.
Os Zeróis (256 páginas, R$59,90) é uma edição comemorativa reúne trabalhos do famoso cartunista mineiro Ziraldo Alves Pinto, que completou 80 anos em 2012.
Ziraldo vem desenhando a história do Brasil desde os anos 1940. Muito antes do Menino Maluquinho, ele criou o Capitão Tex, que inaugura a compilação, passa por Super-homem, Batman e outros personagens emprestados dos comix para ironizar o governo e a sociedade durante a ditadura militar, e chega até as grandes pinturas em tela que o artista produziu para a exposição Zeróis: Ziraldo em tela grande, realizada em 2010 e expostas no Rio de Janeiro e Brasília. As imagens são comentadas por Maria Gessy, e o próprio Ziraldo assina as legendas.
Na França, a Globo Livros foi buscar Pinóquio (192 páginas, capa dura, R$75,00), álbum premiado no Festival de Angoulême 2009, no qual o cartunista Winshluss (pseudônimo de Vincent Paronnaud) adapta o clássico romance infantil de Carlo Collodi.
Contudo, esta releitura não se dirige às crianças, mas aos adultos. Ao invés de um menino de madeira, Gepeto cria um robô de combate que se torna cada vez mais sombrio conforme toma contato com a cruel natureza humana. A história é contada quase que exclusivamente por imagens e, no lugar do Grilo Falante, uma barata cumpre o papel de consciência de Pinóquio, sendo o único personagem com falas. A obra ainda agrega versões desconcertantes de outros personagens dos contos de fadas.
Paronnaud trabalhou como diretor de animação na adaptação cinematográfica da novela gráfica Persépolis, de Marjane Satrapi, premiada no Festival de Cannes em 2007 e indicada ao Oscar em 2008.

Quadrinhos do fim do mundo

A editora Autêntica, através de seu selo de quadrinhos Nemo, investiu no lançamento de uma leva de novos títulos, entre eles alguns que chamam a atenção dos leitores de ficção científica.
O mais expressivo deles é o álbum Animal’Z (104 páginas), drama existencial de autoria de Enki Bilal, com um trabalho de arte diferenciado, todo produzido em lápis pastel sobre papel tonalizado, num resultado expressivo e dramático bem ao gosto desse conhecido artista europeu. A história conta como alguns sobreviventes a um desastre ecológico que se abateu sobre a Terra tentam chegar a uma região segura vencendo os perigos de um mundo dominado pelo gelo e pela selvageria, em que a fronteira entre homens e animais não mais existe. O estilo narrativo pós-moderno típico do autor se impõe, com personagens perturbados, cenas descosturadas e quase nenhuma contextualização, que o leitor terá de construir por sua própria conta.
Hip Flask: Seleção natural (48 páginas), de Richard Starkings, Ladrönn e John Casey, tem um cenário pós-humano similar ao de Animal'Z, mas com um enfoque bem menos filosófico. Um empresário tão poderoso quanto inescrupuloso, investe todos os seus recursos na criação de uma raça híbrida de humanos e animais, que ele pretende seja um novo tipo de força escrava particular. Marcadas a fogo, as quimeras são treinadas desde o nascimento para serem fortes, obedientes e implacáveis. Mas algo dá errado: a empresa desmorona e há um violento combate no qual muitas quimeras são mortas, e as sobreviventes são integradas à sociedade. Salta aos olhos o meticuloso trabalho de arte, com cores de efeito tridimensional que remetem à pintura do mestre italiano Tanino Liberatore, obtido em Ranxerox a partir de canetas hidrográficas. A história, contudo, soa como uma introdução a qual se deveria somar algum enredo, o que deve acontecer numa sequência oportuna.
Finalmente, As férias do Major (72 páginas) é o quinto e último volume da Coleção Moebius, uma coletânea de histórias curtas do saudosos mestre dos quadrinhos, falecido em 2012. Entre os trabalhos está a clássica hq “Escala em Pharagonescia”, que o autor produziu quadro a quadro, sem roteiro prévio, conforme a criatividade do momento. A Coleção Moebius, da Nemo, conta ainda com os álbuns A Garagem Hermética, O homem é bom?, Absoluten Calfeutrail & Outras Histórias, e Arzach.
Todos os álbuns têm apresentação de luxo, com capa dura e grande formato, peças de interesse para os colecionadores e uma verdadeira festa para os sentidos de qualquer leitor.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Holy Avenger definitivo

Um dia, os quadrinhos brasileiros já foram sucesso nas bancas. Foi um tempo dourado, quando vicejaram centenas de títulos sustentados por um esquema de distribuição comercialmente favorável aos editores. Esse período, que se estendeu dos anos 1960 até o final do século 20, sustentou personagens e artistas tão variados e criativos que era difícil, mesmo ao mais atento colecionador, acompanhar tudo.
Uma das últimas editoras a aproveitar essas facilidades foi a Trama, que publicou uma porção de séries e minisséries que usavam como plataforma de lançamento a revista de RPG Dragão Brasil. A mais bem sucedida delas foi Holy Avenger, aventura de fantasia medieval baseada no cenário do jogo Tormenta, de autoria de Marcelo Cassaro e Érika Awano, entre outros, emulando o estilo de desenho japonês.
Holy Avenger conta a história de uma jovem que é movida por sonhos arrebatadores a reunir os vinte Rubis da Virtude e, com eles, ressuscitar um guerreiro mítico que, no passado, foi derrotado pelas forças do mal. Em sua busca ela será auxiliada por uma elfa, um anão e um ladrão. A revista manteve-se nas bancas por mais de 40 edições, ganhou dois prêmios HQ Mix e ainda tem muitos fãs.
Por isso, a editora Jambô decidiu recuperar todo esse material publicando Holy Avenger Edição Definitiva, uma coleção formada por 4 volumes de luxo com capas duras, reunindo todos os episódios da série, num total de mais de 800 páginas.
O primeiro volume, com os 10 primeiros episódios, chegou às livrarias especializadas em outubro, com 240 páginas em preto e branco, ao preço de R$59,90. Uma ótima pedida para presentear um nerd neste Natal.

Mais do fantástico lusitano

Há alguns dias, falei aqui sobre duas revistas portuguesas dedicadas à literatura fantástica, a Bang! e a Dagon. Agora é a vez de duas outras revistas publicadas nesse animado mercado transatlântico.
Conto Fantástico é editada por Roberto Bilro Mendes, o mesmo de Dagon, da qual mantém a proposta: apresentar contos e novelas de fc&f de qualidade, sem firulas e estravagâncias visuais. Os dois primeiros números foram publicados há cerca de dois anos exclusivamente em papel, mas a nova edição chega aos leitores em formato virtual, com 26 páginas e distribuição gratuita. Os textos publicados são assinados por Álvaro de Sousa Holstein, Fernando Lobo Pimentel, Marcelina Gama Leandro e Vitor Frazão, com a capa é de Erasmus Brosdau. O editor informa que pretende manter a revista no formato digital com periodicidade bimestral.
Outra revista interessante, com uma proposta completamente diversa, é a Nanozine, que disponibilizou o número 7 em novembro. Editada por Leonor Ferrão, tem uma proposta mais ampla, não exclusivamente de fc&f e com a publicação de crônicas, contos, poesias e entrevistas, tudo embalado com uma elaborada produção visual. Participam desta edição: Ana Ferreira, Telmo Marçal, Marcelina Leandro, Rui Tinoco, Joel Puga, Carlos Silva, Olinda Gil, Joel G. Gomes, Célia Loureiro, Pedro Cipriano e Maria João Monteiro, sendo ainda entrevistadas Carla M. Soares e Cláudia Silva.
Nanozine 7 tem 41 páginas e uma edição em papel será distribuída posteriormente. Outros números da revista podem ser obtidos no blogue da publicação, aqui. Submissões são bem-vindas, mas é recomendável dar uma boa lida no manual de regras da publicação antes de encaminhar o texto.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Anuário na Vejinha

O Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica foi citado no artigo "Terra da fantasia: Novos autores paulistanos investem em obras sobre fadas, anjos e demônios", publicado na edição de 19 de dezembro de 2012 da Veja São Paulo.
O artigo é assinado pela jornalista Cristiane Bomfim e trata do fenomenal crescimento do mercado de literatura fantástica brasileira, fazendo referência a diversos autores e livros.
O trecho que cita o Anuário diz: "Já a produção de brasileiros, com o auxílio de blogs e pequenas editoras, ganha expressividade, ao menos em número de títulos: de 136, em 2009, saltou para 398, em 2011. A contabilidade está no Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, preparado por Cesar Silva, designer, e Marcello Simão Branco, doutor em ciências políticas pela USP. 'São Paulo é o principal celeiro dessa produção no país', diz Silva."
Além do Anuário, o artigo comenta com detalhes o trabalho dos autores Fábio Tucci Farah (A outra face de Deus), Dennis Vinicius Borges Fabrício (A grande criação de Nicolas) e Leandro Schulai (O vale dos anjos).
O texto está disponível para leitura online, no saite da Veja São Paulo.

Megalon 13

Está disponível para download gratuito mais uma edição histórica do já extinto fanzine de ficção científica e horror Megalon, editado por Marcello Simão Branco e Renato Rosatti. Agora é o número 13, publicado em dezembro 1990, que vem com 40 páginas e artigos de Roberto de Sousa Causo, Jorge Luiz Calife e Gilberto Schoereder; mais resenhas de Ivo Luiz Heinz, Roberto Schima, Miguel Carqueija e Orson Scott Card.
Entre as ficções, assinadas por José dos Santos Fernandes, Gerson Lodi-Ribeiro e Fábio Fernandes, minha própria estreia como contista nas páginas do Megalon. A capa traz uma ilustração de Roberto Causo e a edição ainda encarta o índice remissivo da primeiras 12 edições.
Como o Megalon cresceu e não é mais possível ao editor mandar os arquivos encartados nas mensagens de email, a partir desta edição, o editor disponibilizou o arquivo para ser baixado a partir de um link próprio, aqui. Vale a pena baixar a edição, que está perfeitamente legível e tem um conteúdo é de grande qualidade.
Também está disponível aqui, a título de bônus, um pdf com a reprodução do convite do evento comemorativo de quinto aniversário do Clube de Leitores de FC, realizado no dia 30 de novembro de 1990 no Sesc Carmo, em São Paulo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Matador e matadora: feitos um para o outro

O escritor Roberto de Sousa Causo tem desenvolvido, nas páginas de diversas antologias publicadas nos últimos anos, duas séries de ficção científica com personagens fixos. São elas Jonas Peregrino: As lições do matador e Shiroma: Matadora ciborgue. Peregrino teve episódios publicados nas antologias Futuro presente (2009), Assembleia estelar (2011) e Space opera (2011), enquanto que Shiroma se desenvolveu ao longo dos seis volumes da revista Portal, organizada por Nelson de Oliveira entre 2008 e 2010.
Ambos os seriados compartilham o mesmo universo e o autor já divulgou que pretende fazer as narrativas se cruzarem num grande e intrincado cenário de futurista. Isso justifica as semelhanças entre os selos desenvolvidos para as duas séries, recentemente divulgados. Um projeto sem dúvida incomum, que merece a atenção dos leitores.

Trilhas do tempo

Considerado por muitos como o mais importante autor brasileiro de ficção científica, Jorge Luiz Calife volta às livrarias com o lançamento de sua segunda coletânea de contos, Trilhas do tempo, pela Coleção Pulsar da Devir Livraria.
Calife ficou bastante conhecido quando, em 1982, o escritor britânico Arthur C. Clarke (1917-2008) o citou nos agradecimentos de seu romance 2010: Uma odisseia no espaço II, o que lhe abriu caminho para que seus próprios textos fossem publicados no Brasil, como o romance Padrões de contato (1985) e suas sequências Horizonte de eventos (1986) e Linha terminal (1991), que a Devir Livraria reuniu num único volume em 2009.
Trilhas do tempo apresenta em suas 176 páginas os textos que o autor publicou nos periódicos brasileiros ao longo do anos 1980, façanha que colocou os autores nacionais do gênero na pauta de algumas das principais publicações do país. Movimentados e divertidos, alguns deles têm um leve toque de sensualidade.O livro também apresenta a novela inédita "A estrela e o golfinho", que se passa no mesmo universo de Padrões de contato.
Calife também tem em seu currículo os livros de divulgação científica Espaçonaves tripuladas (2000, com Cláudio Oliveira Egalon e Reginaldo Miranda Júnior) e Como os astronautas vão ao banheiro? (2003) e o romance Angela entre dois mundos (2011). A primeira coletânea de Calife foi As sereias do espaço (2001).
Mais informações sobre Trilhas do tempo podem ser obtidas no saite da Devir Livraria.

Coletânea Cranik

Nos últimos meses, o saite de literatura fantástica Cranik, na pessoa do escritor e editor Ademir Pascale, organizou um concurso de contos cujo objetivo era montar a coletânea que aqui está. Trata-se do livro digital 1º Concurso Cultural Cranik, reunindo onze trabalhos classificados no certame, que contou com mais de oitenta inscritos. São eles: Luan Montà de Castro Pereira de Souza, Alana Menk, Andrea Carvalho, Dione Mara Souto da Rosa, Cavaleiro de Cervantes-André Luís, Angelo Miranda, Adam Minhoto, Leandro Luiz, Edweine Loureiro, Cláudia Curcio e Ana Beatriz Cabral, esta com o conto "O bicho" classificado em primeiro lugar.
Diz o editor no prefácio: "O projeto foi um incentivo aos escritores que buscam expor os seus trabalhos. Não apenas escrevo e publico meus textos, mas faço o possível para incentivar quem busca publicar, seja em papel impresso ou pelos meios digitais".
O livro tem 93 páginas e pode ser baixado gratuitamente aqui.

Ficção e fantasia d'além mar

Durante muito tempo os fãs brasileiros de fc&f dependeram quase que completamente das editoras portuguesas para ter acesso à literatura de gênero em português. Através de importadores especializados, chegavam ao Brasil livros de diversas coleções de editoras como a Livros do Brasil, Panorama, Europa-América e Caminho, entre outras, que supriam a avidez dos leitores. Mas, em algum momento dos anos 1990, a fonte secou. As publicações portuguesas desapareceram das livrarias e somente tem sido possível o contato com o material publicado em Portugal, historicamente mais representativo e vigoroso do que aquele que tem sido traduzido no Brasil, pelo favor de amigos portugueses que gentilmente nos mandam alguma coisa pelo correio.
Uma editora portuguesa que atualmente tem publicado muita coisa boa é a Saída de Emergência, que anunciou sua vinda ao Brasil no próximo ano. Enquanto ela não chega, podemos pelo menos aproveitar uma amostragem do seu catálogo na revista Bang!, especializada em literatura fantástica, que tem edição original em papel mas mantém todos os seus números disponíveis em pdf para download gratuito no saite da editora, aqui.
A edição mais recente é de número 13, publicada em julho mas que só recentemente liberou sua versão digital. Editada por Safaa Dib, vem com 80 páginas com textos de qualidade. Artigos dos especialistas em ficção fantástica David Soares, Afonso Cruz, Pedro Piedade Marques, António de Macedo, António Monteiro, João Lameiras, Jorge Colaço, Bruno Martins Soares, João Seixas, Safaa Dib, João Morales e contos de autores portugueses e estrangeiros, como Kim Harrison, Adam-Troy Castro, Gilmar Fraga e Paulo Stenzel, e uma hq no universo de A guerra dos tronos, por Martin Avery e Miller Crowell. A ilustração da capa é de Pedro Potier.
Mas há mais.
Também estão disponíveis duas edições inéditas do fanzine eletrônico Dagon, editado e publicado por Roberto Mendes, cuja edição zero apareceu em 2010, comentada aqui. Depois de uma experiência em formato real na edição número 1, a publicação retornou ao formato digital: o número 2, publicado em outubro de 2012, tem 66 páginas e traz um longo artigo sobre Philip K. Dick, assinado por ninguém menos que o mestre da fc Stanislaw Lem; um poema de Lawrence Schimel, e contos de Adam-Troy Castro e Ricardo Loureiro. A capa é de autoria do próprio editor.
Já o número 3, publicado em novembro, oferece 43 páginas com contos de Valter Marques e Kij Johnson, este com um texto vencedor do World Fantasy Award 2009. A capa é autoria do ilustrador Tomasz Maronsk, que mereceu um pequeno mas belíssimo portfólio nas páginas finais.
Baixe tudo e divirta-se, como nos velhos tempos.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Contos do absurdo 3

2012 está recheado de publicações ressurgindo das próprias cinzas. Como a revista eletrônica Contos do Absurdo, editada por Mario Mancuso, que finalmente distribui seu terceiro número, seis meses depois do anterior, comentado aqui.
Esta nova edição oferece 78 páginas com um mix bem equilibrado de quadrinhos e literatura de horror. A seleção de quadrinhos apresenta trabalhos de veteranos como Julio Shimamoto e Mozart Couto, dos caricaturistas Bira Dantas e Rice Araújo, do próprio editor e de Giorgio Galli, que estreia nesta edição.
Entre os contistas, textos de Guilherme Matos, Arthur Protasio, Pietro Vaughan, Francisco Tupy, Rita Maria Felix da Silva, Alex Moletta e Moacir Novaes. A capa traz uma ilustração de Diego Ávila.
Versões em pdf das três edições de Contos do Absurdo podem ser baixadas gratuitamente no saite da revista, aqui. Curta!

Uma vida imaginária

"Um belo dia, um homem acorda e diz para a sua mulher que a vida dele não é a vida dele, e sim, a imaginação de um outro homem. E que quando este deixar de imaginá-lo, ele vai deixar de existir". Este intrigante texto abre a divulgação da novela Uma vida imaginária, de Nick Farewell, poeta que teve outros livros publicados anteriormente pela mesma Devir Livraria.
Desta vez, o autor parece ter se enveredado por uma narrativa que pode interessar aos fãs da literatura fantástica, devido ao seu caráter especulativo. Farewell ainda inova na linguagem, contando sua história apenas com diálogos e onomatopeias.
Diz ainda a divulgação: "Mergulhe no sonho dentro do sonho. Encontre no fim o sonhado como o sonhador. Esteja preparado para terminar a sua jornada onde começou e entender que a sua vida pode ser muito mais do que você imagina".
Uma vida imaginária tem 80 páginas, encadernação com capa-dura com quatro versões alternativas de ilustração, e custa R$34,00.

Extraordinários agora!

A série de quadrinhos A Liga Extraordinária, criação da dupla Alan Moore e Kevin O'Neill, ganhou mais uma sequência no Brasil. Trata-se de Século: 2009, na qual os sobreviventes do heroico grupo de notáveis personagens do século 19, esfacelado ao longo de uma linha histórica alternativa, chegam aos nossos dias às voltas com o anticristo. Para ter alguma chance na luta, Próspero, o Duque de Milão, e o imortal e sexualmente variável Orlando vão procurar pelos antigos companheiros Allan Quartermain e Mina Murray, desaparecidos há muitos anos. O fracasso pode significar o fim do mundo.
Século: 2009 completa o arco iniciado com Século: 1910 e Século: 1969, ambos traduzidos no Brasil. Contudo, se é o final definitivo, só o tempo dirá.
Este é o sexto álbum da série, mas somente cinco saíram no Brasil. O terceiro, intitulado Black Dossier, não foi traduzido e dificilmente o será, uma vez que é pivô de uma complicada demanda judicial por direitos autorais. Uma pena, pois trata-se do melhor episódio da série.
A Liga Extraordinária, Século: 2009 tem 96 páginas em cores, está disponível em capa-dura ou brochura, e é uma publicação da Devir Livraria.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Coronel

Ficção científica não é muito a praia do quadrinho brasileiro e raramente surgem publicações nacionais nesse gênero que chamem a atenção. Contudo, 2012 tem sido profícuo nesse ambiente, com alguns bons trabalhos disponíveis.
Além do comercialmente bem sucedido Astronauta: Magnetar, de Danilo Beyruth, chegou às livrarias O Coronel, de Osmarco Valladão e Manoel Magalhães, ficção científica no mesmo estilo espacial visto na releitura do personagem de Maurício de Sousa, porém com uma proposta conceitual mais ousada.
E não poderia ser diferente, uma vez que Osmarco Valadão tem experiência no gênero: foi um dos participantes do projeto literário Intempol, coordenado por Octávio Aragão, para o qual escreveu o conto "The long yesterday", adaptado para os quadrinhos na novela gráfica homônima publicada em 2005 pela editora Comic Store, também com desenhos de Magalhães – ilustrador de estilo econômico e iconográfico que fica muito bem em cores.
Este novo trabalho conta a história de um soldado numa guerra espacial, e ele tem uma nova arma que pode mudar os rumos do conflito e sua própria relação com o pai. Ecos dos premiados romances Tropas estelares (Starship troopers), de Robert Heinlein, e Guerra sem fim (The forever war), de Joe Haldeman, atestam a vivência do autor no gênero.
O Coronel tem 56 páginas em cores, custa R$29,00 e é uma publicação da Editora Nemo.

Hyperpulp 3

Editada por Alexandre Mandarino, a revista eletrônica Hyperpulp, dedicada à literatura especulativa, chega ao terceiro número com uma seleção de contos inéditos que merecem atenção.
Os textos, publicados em português inglês, são assinados por brasileiros e estrangeiros, alguns deles indicados aos mais importantes prêmios do gênero. São eles: Aliette de Bodard, Christian Larsen, Jay Caselberg, Frank Roger, Rachael Bundock, Benjamin Kensey, Sylvia Spruck Wrigley, KJ Hannah Greenberg, Luiz Bras, Yarrow Paisley, Nancy Fulda e Tobias Buckell.
Completa a edição uma entrevista com os escritores brasileiros Luiz Bras e Nelson de Oliveira, que Bras jura ter acontecido pouco antes de Oliveira mudar-se com a família para as Bahamas, onde goza de férias vitalícias. A capa é de Leandra Lambert.
A revista está aberta a submissões e anuncia, em seu editorial, o breve lançamento da Hyperpulp Nano, que será dedicada exclusivamente à publicação de contos ultracurtos.
Hyperpulp tem ótimo acabamento visual e todas as suas edições da  podem ser baixadas gratuitamente aqui.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Juvenatrix 142

Está disponível mais edição do fanzine eletrônico Juvenatrix dedicado ao horror e à ficção científica.
O editor Renato Rosatti dá continuidade à proposta de uma publicação mais ágil e enxuta, e em suas 18 páginas apresenta contos de Rinaldo Papoy e Carlos Alberto Marcante dos Santos, artigos sobre o filme Robur, o conquistador (1961), sobre a obra do ator Vincent Price (1911-1993) e uma coleção de resenhas curtas de diversos filmes. Também comenta sobre as bandas de metal extremo Absu, Master e Psychotic Eyes. A capa traz uma colagem de autoria de Erik Muller Thurm.
Para receber uma cópia, basta solicitar ao editor pelo e-mail renatorosatti@yahoo.com.br.