Se há uma coisa que não gosto de escrever são obituários, que adio o máximo que posso. Fica ainda mais difícil quando se trata de uma pessoa é próxima, como é o caso. Mas não posso me furtar a testemunhar aqui o passamento de Douglas Quinta Reis que, por muitos anos, foi o meu principal editor.
Reis foi um dos fundadores da Devir Livraria que, ao longo dos anos 1980, montou um esquema próprio de distribuição de revistas importadas, para o qual criou o boletim Recado Devir, fanzine que marcou uma geração de leitores. A Devir também ficou conhecida pela publicação de livros de RPG e card games, jogos que se tornaram grandes coqueluches dos anos 1990. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, a Devir também se envolveu com a publicação de quadrinhos de artistas nacionais e estrangeiros - sempre apresentados na forma de álbuns de luxo -, e com a literatura fantástica, para a qual mantinha selos exclusivos para ficção científica, horror e fantasia, de autores brasileiros e estrangeiros, clássicos e modernos. Reis era como um malabarista que mantém muitos pratos girando ao mesmo tempo na ponta de varetas, sem derrubar nenhum e sem perder a classe. O trabalho adiante de todas essas linhas editoriais ao longo dos 30 anos da Devir colaborou decisivamente para estabelecer no Brasil um segmento hoje muito disputado, o da chamada cultura geek.
Conheci Reis em 1995 quando me lancei a tarefa de realizar a primeira de quatro convenções anuais de horror, as HorrorCons. Logo de cara, e com toda boa vontade e gentileza que sempre o caracterizaram, Reis se aproximou do evento, patrocinou cartazes de divulgação e esteve presente em todas elas. Mais tarde, acolheu a publicação do meu Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, do qual publicou cinco edições, sem falar em vários outros projetos dos quais participei direta e indiretamente. Neste momento estávamos envolvidos na preparação de uma antologia de contos de horror, que organizei ao lado de Marcello Simão Branco - que também foi meu parceiro nas HorrorCons e no Anuário -, e estávamos em contato quase diário. Foi um choque receber a notícia de sua morte repentina, vitimado por um ataque cardíaco fulminante na noite de 12 de outubro. Até porque Reis não tinha histórico algum, era jovem e ativo. Divertido, bem informado e sempre pronto para um bom papo - sem falar nas lições sobre edição que passava naturalmente durante as conversas - era um prazer compartilhar sua presença.
Seu corpo foi velado e enterrado no dia 14 de outubro no Cemitério da Quarta Parada, em São Paulo.
A Devir continua e torcemos por seu sucesso, mas por certo que não será a mesma sem a presença de Douglas Quinta Reis. Não há dúvida que testemunhamos aqui o fim de uma era.
domingo, 29 de outubro de 2017
Douglas Quinta Reis (1954-2017)
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Juvenatrix 190
Em suas 18 páginas, traz conto de Fernando Sorrentino e resenhas aos filmes Blade runner: O caçador de andróides (1982), Ataque alienígena (Alien attack, 1976), La maldición de la bestia (1975), A maldição de Zachary (Slime City, 1988), Possessão (Witchboard III: The possession, 1995) e Terror mortal (Deadly strangers, 1975).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração de Angelo Júnior.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie e-mail para renatorosatti@yahoo.com.br.
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segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Max Mallmann (1968-2016)
No
dia 4 de novembro de 2016, aos 48 anos, perdemos o escritor e
roteirista brasileiro Max Mallmann Souto-Pereira, uma das gratas
revelações do final da Segunda Onda da ficção científica brasileira.
Mallmann era gaúcho de Porto Alegre e estreou em 1989 com o livro de realismo fantástico Confissão do minotauro, publicado pelo Instituto Estadual do Livro. Seu segundo romance foi o vencedor do Prêmio Açorianos Mundo bizarro (1996, editora Mercado Aberto), também na linha do realismo fantástico e com o qual ele foi definitivamente integrado ao fandom nacional da literatura de gênero.
No final dos anos 1990, Mallman iniciou seu trabalho como roteirista na TV Globo, onde atuou em importantes seriados e novelas, tais como Malhação, A grande família e Carga pesada, mas não abandonou o ofício de escritor. Em 2000 publicou pela editora Rocco a novela Síndrome de quimera, finalista do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Argos. Seus livros seguintes, também pela Rocco, foram Zigurate: Uma fábula babélica (2003) e a ficção histórica O centésimo de Roma (2010), e sua sequência, As mil mortes de César (2014). Seu último trabalho publicado foi Tomai e bebei, uma pequena novela sobre vampiros lançada em 2015 pela editora Aquario.
Dono de uma prosa agradável e divertida, Mallmann não abria mão do humor e da ironia em doses generosas, que eram também características de seu comportamento social, sendo assim um autor querido por seus colegas e leitores.
Sua morte foi decorrência do agravamento de um câncer de pulmão com o qual lutava desde 2015. O corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e as cinzas levadas para sua cidade natal.
Mallmann era gaúcho de Porto Alegre e estreou em 1989 com o livro de realismo fantástico Confissão do minotauro, publicado pelo Instituto Estadual do Livro. Seu segundo romance foi o vencedor do Prêmio Açorianos Mundo bizarro (1996, editora Mercado Aberto), também na linha do realismo fantástico e com o qual ele foi definitivamente integrado ao fandom nacional da literatura de gênero.
No final dos anos 1990, Mallman iniciou seu trabalho como roteirista na TV Globo, onde atuou em importantes seriados e novelas, tais como Malhação, A grande família e Carga pesada, mas não abandonou o ofício de escritor. Em 2000 publicou pela editora Rocco a novela Síndrome de quimera, finalista do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Argos. Seus livros seguintes, também pela Rocco, foram Zigurate: Uma fábula babélica (2003) e a ficção histórica O centésimo de Roma (2010), e sua sequência, As mil mortes de César (2014). Seu último trabalho publicado foi Tomai e bebei, uma pequena novela sobre vampiros lançada em 2015 pela editora Aquario.
Dono de uma prosa agradável e divertida, Mallmann não abria mão do humor e da ironia em doses generosas, que eram também características de seu comportamento social, sendo assim um autor querido por seus colegas e leitores.
Sua morte foi decorrência do agravamento de um câncer de pulmão com o qual lutava desde 2015. O corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e as cinzas levadas para sua cidade natal.
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Mustafá Ali Kanso (1960-2017)
Uma grande perda para a ficção científica brasileira: deixou-nos em 26 de junho último, aos 57 anos, o escritor curitibano Mustafá ibn Ali Kanso.
Bacharel em Química e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Kanso teve uma carreira breve nas letras fantásticas, contudo produtiva e bem avaliada. Suas primeiras contribuições surgiram no início do século, durante as oficinas de escrita criativa ministradas na capital paranaense pelo saudoso escritor André Carneiro, que foi seu grande mentor. Após a morte do mestre em 2014, Kanso assumiu a direção da atividade.
O autor conviveu com grandes nomes do gênero e com eles compartilhou várias antologias: Futuro presente (2009, Record), organizada por Nelson de Oliveira, Contos imediatos (2009, Terracota), Proibido ler de gravata (2010, Multifoco), Sagas: Odisseia espacial (2012, Argonautas), Estranhas histórias de seres normais (2015, Illuminata) e Possessão alienígena (2017, Devir), além de algumas edições do Projeto Portal, organizadas e editadas por Luiz Brás em 2009 e 2010.
Seus livros solo foram a coletânea A cor da tempestade (2011, Multifoco) e o romance O mesmo sol que rompe os céus (2016, Fragmentos).
Vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu passamento repentino e precoce surpreendeu todo fandom nacional de literatura fantástica. O corpo foi cremado no Crematório Vaticano, em Curitiba.
Bacharel em Química e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Kanso teve uma carreira breve nas letras fantásticas, contudo produtiva e bem avaliada. Suas primeiras contribuições surgiram no início do século, durante as oficinas de escrita criativa ministradas na capital paranaense pelo saudoso escritor André Carneiro, que foi seu grande mentor. Após a morte do mestre em 2014, Kanso assumiu a direção da atividade.
O autor conviveu com grandes nomes do gênero e com eles compartilhou várias antologias: Futuro presente (2009, Record), organizada por Nelson de Oliveira, Contos imediatos (2009, Terracota), Proibido ler de gravata (2010, Multifoco), Sagas: Odisseia espacial (2012, Argonautas), Estranhas histórias de seres normais (2015, Illuminata) e Possessão alienígena (2017, Devir), além de algumas edições do Projeto Portal, organizadas e editadas por Luiz Brás em 2009 e 2010.
Seus livros solo foram a coletânea A cor da tempestade (2011, Multifoco) e o romance O mesmo sol que rompe os céus (2016, Fragmentos).
Vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu passamento repentino e precoce surpreendeu todo fandom nacional de literatura fantástica. O corpo foi cremado no Crematório Vaticano, em Curitiba.
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Conexão Literatura 28
Está circulando o número 27 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição de 40 páginas destaca, mais uma vez, a obra do escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849), desta feita analisando a influência do autor nas mídias modernas. Nas entrevistas, que sempre recheiam as edições, o editor Gustavo Drago (Drago Editorial) e as escritoras Marli Freitas (666 sinais), Renata Souza (Nova chance para o amor) e Valquíria Carroze (Mario, o modernista a caráter). Ficção de Míriam Santiago e do editor, quadrinho de Pascale e Hugo Máximo, e algumas resenhas literárias completam a edição.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição de 40 páginas destaca, mais uma vez, a obra do escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849), desta feita analisando a influência do autor nas mídias modernas. Nas entrevistas, que sempre recheiam as edições, o editor Gustavo Drago (Drago Editorial) e as escritoras Marli Freitas (666 sinais), Renata Souza (Nova chance para o amor) e Valquíria Carroze (Mario, o modernista a caráter). Ficção de Míriam Santiago e do editor, quadrinho de Pascale e Hugo Máximo, e algumas resenhas literárias completam a edição.
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Juvenatrix 189
Está circulando a edição de setembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti.
Em suas 15 páginas, traz resenha ao livro O massacre da serra elétrica: Arquivos sangrentos, de Stefan Jaworzyn, e resenhas aos filmes de cinema Amor satânico (Deadly love, 1987), O endereço do medo (The house that Mary bought, 1995), Mistério no bosque/ Olhos na floresta (The watcher in the woods, 1980), Narco satanico (1968), Superman and the mole-men (1951) e Vingança eterna/A múmia vive (The mummy lives, 1993).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração da talentosa herdeira Vanessa Rosatti, de apenas 12 anos, já enveredando na tradição familiar.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Em suas 15 páginas, traz resenha ao livro O massacre da serra elétrica: Arquivos sangrentos, de Stefan Jaworzyn, e resenhas aos filmes de cinema Amor satânico (Deadly love, 1987), O endereço do medo (The house that Mary bought, 1995), Mistério no bosque/ Olhos na floresta (The watcher in the woods, 1980), Narco satanico (1968), Superman and the mole-men (1951) e Vingança eterna/A múmia vive (The mummy lives, 1993).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração da talentosa herdeira Vanessa Rosatti, de apenas 12 anos, já enveredando na tradição familiar.
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Múltiplo 12
Está circulando o número 12 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição tem 84 páginas e destaca o trabalho do escritor e roteirista Rafael Spaca, que cedeu uma minuciosa entrevista ao editor. A coluna de Ágata Desmond sobre hq nacional lembra Angelo Agostini, Carim resenhas de quadrinhos e fanzines, e participa com roteiros para as hqs publicadas, que também conta com as colaborações de Rodnei Soares, Dinho Monteiro, Watson e Raphael Portela, Glauco Grayn Torres, Laudo, Bruna Costa, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Carlos Brandino.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição tem 84 páginas e destaca o trabalho do escritor e roteirista Rafael Spaca, que cedeu uma minuciosa entrevista ao editor. A coluna de Ágata Desmond sobre hq nacional lembra Angelo Agostini, Carim resenhas de quadrinhos e fanzines, e participa com roteiros para as hqs publicadas, que também conta com as colaborações de Rodnei Soares, Dinho Monteiro, Watson e Raphael Portela, Glauco Grayn Torres, Laudo, Bruna Costa, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Carlos Brandino.
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