A editora Companhia das Letras segue investindo na literatura fantástica em seu catálogo, sempre com novidades interessante em uma ampla variedade de temas e autores.
Morte súbita, do mexicano Álvaro Enrigue, apresenta-se como um romance de história alternativa. Publicado através do próprio selo da editora, é uma obra que discute questões presentes no mundo moderno a partir de uma partida de tênis entre ninguém menos que o pintor italiano Caravaggio e poeta espanhol Quevedo, na Roma do século 16. Muitos outros personagens históricos desfilam por esta história de contrastes: Galileu Galilei, Pio IV, Carlos Borromeu, Filipe III, Moctezuma, Cuauhtémoc e outros.
A coroa é o quinto e último volume da bem sucedida série de fantasia A seleção, de Kiera Cass, pelo selo Seguinte, dando sequência à história da princesa Eadlyn, que agora tem que administrar problemas com as responsabilidades do governo enquanto enfrenta a rejeição do público e a escolha de um marido.
Stephen King é outro autor de ponta no catálogo do selo Suma das Letras, que chega agora com o romance Achados e perdidos, uma história com laivos metalinguísticos sobre um fã que mata seu escritor favorito e rouba seus manuscritos inéditos depois de surtar com o desfecho de um de seus romances. Condenado a 25 anos de prisão por outro crime, o assassino esconde os manuscritos, mas eles são encontrados por um garoto de treze anos. Quando o criminoso sai da cadeia, o menino e sua família passam a ser os próximos alvos do psicopata.
Completando esta seleta muito especial, o mesmo selo relança um dos romances seminais da ficção científica: A guerra dos mundos, de H. G. Wells, autor britânico que dispensa maiores apresentações. Clássico absoluto do gênero, publicado originalmente em 1898, esta edição tem capa dura e vem com os magníficos desenhos do brasileiro Henrique Alvim Corrêa, que ilustraram a edição belga de 1906. Também traz uma introdução escrita por Brian Aldiss, uma entrevista com o autor e o cineasta Orson Welles – cuja adaptação da obra para o rádio 1938 causou pânico nos EUA – e um prefácio assinado por Braulio Tavares. É, sem dúvida, o que se pode chamar de uma edição definitiva.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Letras de Maio
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segunda-feira, 16 de maio de 2016
Mundo sombrio e mais
Acaba de ser publicada a coletânea O mundo sombrio: Histórias e mitos de Cthulhu, com contos lovecraftianos escritos por Robert E. Howard, um projeto de financiamento coletivo da editora Clock Tower, que contou com apoio dos fãs e diversos saites e blogues, entre os quais o Hiperespaço.
Trata-se de um material raro, inédito em língua portuguesa, recomendável a todos que apreciam tanto a obra do autor de Conan quanto a do cavalheiro de Providence.
O livro tem 318 páginas e traz 14 contos mais alguns poemas, além de uma biografia escrita por S. T. Joshi, acadêmico indiano especialista no autor, e inspiradas ilustrações de Leander Moura, que dão ao volume uma personalidade toda especial.
A Clock Tower divulga que, além deste lançamento já por si bastante interessante, está redisponibilizando para venda direta uma nova edição da coletânea O rei de amarelo, de Robert W. Chambers. Trata-se de uma mini-edição de apenas cem exemplares, sem numeração e sem o nome dos financiadores, para não alterar o caráter exclusivo da edição original.
Estes e outros livros da Clock Tower podem ser adquiridos no saite da editora, aqui.
Trata-se de um material raro, inédito em língua portuguesa, recomendável a todos que apreciam tanto a obra do autor de Conan quanto a do cavalheiro de Providence.
O livro tem 318 páginas e traz 14 contos mais alguns poemas, além de uma biografia escrita por S. T. Joshi, acadêmico indiano especialista no autor, e inspiradas ilustrações de Leander Moura, que dão ao volume uma personalidade toda especial.
A Clock Tower divulga que, além deste lançamento já por si bastante interessante, está redisponibilizando para venda direta uma nova edição da coletânea O rei de amarelo, de Robert W. Chambers. Trata-se de uma mini-edição de apenas cem exemplares, sem numeração e sem o nome dos financiadores, para não alterar o caráter exclusivo da edição original.
Estes e outros livros da Clock Tower podem ser adquiridos no saite da editora, aqui.
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sábado, 14 de maio de 2016
O karma de Gaargot
O karma de Gaargot, Sergio Macedo. 48 páginas, Editora Massao Ohno, São Paulo, 1973.
Volta e meia, o pesquisador de quadrinhos nacionais se depara com um nome surpreendente que, por razões imperdoáveis, não está na ponta da língua de todos os leitores. Às vezes é uma revista, que publicou obras de qualidade, mas teve uma distribuição limitada e poucos a conheceram; outras é uma hq, que apresentou um estilo inovador, mas, justamente por estar muito adiante de sua época, não galvanizou atenção; ou ainda um artista que, apesar de ter desenvolvido um trabalho meritório, caiu no esquecimento ao longo do tempo. Estes três aspectos podem ser observados simultaneamente em O karma de Gaargot, de autoria do mineiro Sergio Macedo, originalmente publicada em forma de seriado na revista Grilo nos anos 1970, e reunida em álbum em 1973 pelo importante editor independente Massao Ohno.
Primeiro, a revista. Massao Ohno deu à este álbum um tratamento sui-generis, com pranchas impressas em papéis diferentes e páginas de seda separando algumas delas, num acabamento luxuoso para os padrões editoriais da época. De muitas formas, o álbum remete ao igualmente transgressor e raro Saga de Xan, resenhado aqui.
Segundo, a obra em si. Trata-se de uma peça de ficção científica distópica sobre uma sociedade industrial dominada por um governo totalitário e totalmente dependente da tecnologia – que divide o mundo com seres híbridos de homens, animais e máquinas – quando surge um artefato desconhecido nos céus, chamado por eles de Aparição. Essa máquina indestrutível e inexpugnável é uma espécie de inteligência cósmica, que elege um único ser humano entre os oprimidos para ser transcendido. Enquanto esse homem passa pelas diversas etapas da evolução consciente e inconsciente, o governo tenta todas as formas de destruir a Aparição.
Trata-se, obviamente, de uma alegoria ao estado opressor em que o Brasil estava submetido a época da publicação e que duraria ainda muitos anos após sua conclusão. Mas é também um tratado filosófico sobre a relação com a natureza e o outro, sendo, dessa forma, uma das primeiras peças do quadrinho nacional a abordar a questão ambiental – ainda que de forma transversal – e a filosofar abertamente, algo que, anos depois, se tornara praticamente um gênero nos fanzines nacionais, batizado por seus praticantes como "quadrinho filosófico". Além disso, temos ali a estética extremamente autoral de Macedo como ilustrador, com desenhos que se desdobram em detalhes minuciosos e técnicas variadas, que passam pelo bico de pena, pincel e, especialmente, o pontilhismo, com resultados muito expressivos ainda que unicamente em preto em branco. Sem esquecer a linguagem repleta de licenças poéticas, como se fosse uma estado futuro do português.
E, finalmente, o autor. Sérgio Macedo é um caso singular nos quadrinhos nacionais. Sua obra tem aspectos extremamente ousados, afinada com as propostas político-sociais da época, quando a contracultura ainda estava muito fresca na mente dos artistas e do público. Reconhecemos mais os efeitos dessa escola na música, com o tropicalismo de Os Mutantes e Tom Zé, na poesia concretista de Augusto de Campos e Décio Pignatari, e no cinema de Glauber Rocha, por exemplo. Sérgio Macedo é o grande expoente desse momento cultural no quadrinho brasileiro, autor de um trabalho que, à época, só encontrava paralelo na arte de Philippe Druillet e Moebius, artistas europeus de vanguarda. Tanto é que, pouco depois de publicar este material, Macedo transferiu-se para a Europa e tornou-se colaborador contumaz na revista Metal Hurlant, fundada em 1975 por esses dois artistas ao lado do jornalista Jean-Pierre Dionnet, que viria a revolucionar a linguagem dos quadrinhos no mundo inteiro.
Macedo reside hoje no Taiti e continua a trabalhar para o mercado europeu, onde tem diversos álbuns publicados. Apesar de toda essa importância, o autor foi pouquíssimo publicado no Brasil. Além do O karma de Gaargot, Macedo teve publicado aqui apenas Xingu! (Devir, 2007), com uma história baseada nas experiências do autor que viveu algum tempo entre os índios kayapó. Na Europa, esse álbum recebeu o nome de Brazil! e faz parte de uma série de cinco títulos contando as aventuras do explorador Vic Voyage.
O karma de Gaargot é um trabalho que merece e precisa ser resgatado para as novas gerações, devido à importância histórica e estética que, a sua época, manteve o quadrinho brasileiro na ponta de lança do quadrinho mundial.
Volta e meia, o pesquisador de quadrinhos nacionais se depara com um nome surpreendente que, por razões imperdoáveis, não está na ponta da língua de todos os leitores. Às vezes é uma revista, que publicou obras de qualidade, mas teve uma distribuição limitada e poucos a conheceram; outras é uma hq, que apresentou um estilo inovador, mas, justamente por estar muito adiante de sua época, não galvanizou atenção; ou ainda um artista que, apesar de ter desenvolvido um trabalho meritório, caiu no esquecimento ao longo do tempo. Estes três aspectos podem ser observados simultaneamente em O karma de Gaargot, de autoria do mineiro Sergio Macedo, originalmente publicada em forma de seriado na revista Grilo nos anos 1970, e reunida em álbum em 1973 pelo importante editor independente Massao Ohno.
Primeiro, a revista. Massao Ohno deu à este álbum um tratamento sui-generis, com pranchas impressas em papéis diferentes e páginas de seda separando algumas delas, num acabamento luxuoso para os padrões editoriais da época. De muitas formas, o álbum remete ao igualmente transgressor e raro Saga de Xan, resenhado aqui.
Segundo, a obra em si. Trata-se de uma peça de ficção científica distópica sobre uma sociedade industrial dominada por um governo totalitário e totalmente dependente da tecnologia – que divide o mundo com seres híbridos de homens, animais e máquinas – quando surge um artefato desconhecido nos céus, chamado por eles de Aparição. Essa máquina indestrutível e inexpugnável é uma espécie de inteligência cósmica, que elege um único ser humano entre os oprimidos para ser transcendido. Enquanto esse homem passa pelas diversas etapas da evolução consciente e inconsciente, o governo tenta todas as formas de destruir a Aparição.
Trata-se, obviamente, de uma alegoria ao estado opressor em que o Brasil estava submetido a época da publicação e que duraria ainda muitos anos após sua conclusão. Mas é também um tratado filosófico sobre a relação com a natureza e o outro, sendo, dessa forma, uma das primeiras peças do quadrinho nacional a abordar a questão ambiental – ainda que de forma transversal – e a filosofar abertamente, algo que, anos depois, se tornara praticamente um gênero nos fanzines nacionais, batizado por seus praticantes como "quadrinho filosófico". Além disso, temos ali a estética extremamente autoral de Macedo como ilustrador, com desenhos que se desdobram em detalhes minuciosos e técnicas variadas, que passam pelo bico de pena, pincel e, especialmente, o pontilhismo, com resultados muito expressivos ainda que unicamente em preto em branco. Sem esquecer a linguagem repleta de licenças poéticas, como se fosse uma estado futuro do português.
E, finalmente, o autor. Sérgio Macedo é um caso singular nos quadrinhos nacionais. Sua obra tem aspectos extremamente ousados, afinada com as propostas político-sociais da época, quando a contracultura ainda estava muito fresca na mente dos artistas e do público. Reconhecemos mais os efeitos dessa escola na música, com o tropicalismo de Os Mutantes e Tom Zé, na poesia concretista de Augusto de Campos e Décio Pignatari, e no cinema de Glauber Rocha, por exemplo. Sérgio Macedo é o grande expoente desse momento cultural no quadrinho brasileiro, autor de um trabalho que, à época, só encontrava paralelo na arte de Philippe Druillet e Moebius, artistas europeus de vanguarda. Tanto é que, pouco depois de publicar este material, Macedo transferiu-se para a Europa e tornou-se colaborador contumaz na revista Metal Hurlant, fundada em 1975 por esses dois artistas ao lado do jornalista Jean-Pierre Dionnet, que viria a revolucionar a linguagem dos quadrinhos no mundo inteiro.
Macedo reside hoje no Taiti e continua a trabalhar para o mercado europeu, onde tem diversos álbuns publicados. Apesar de toda essa importância, o autor foi pouquíssimo publicado no Brasil. Além do O karma de Gaargot, Macedo teve publicado aqui apenas Xingu! (Devir, 2007), com uma história baseada nas experiências do autor que viveu algum tempo entre os índios kayapó. Na Europa, esse álbum recebeu o nome de Brazil! e faz parte de uma série de cinco títulos contando as aventuras do explorador Vic Voyage.
O karma de Gaargot é um trabalho que merece e precisa ser resgatado para as novas gerações, devido à importância histórica e estética que, a sua época, manteve o quadrinho brasileiro na ponta de lança do quadrinho mundial.
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quarta-feira, 11 de maio de 2016
Fc&f e Companhia... das Letras
Há poucas semanas, a Companhia das Letras renovou a parceria com o Hiperespaço e, desta forma, este blogue continuará resenhando livros dos selos da editora. Somente em 2016, a editora publicou nada menos que 14 títulos de fc&f, que podem ser conferidos na lista a seguir.
O selo Seguinte é o que reúne a maior quantidade de publicações. A rebelde do deserto, de Alwyn Hamilton, é o primeiro de uma trilogia que mistura mitologia árabe e faroeste que conta a história de uma garota que, para fugir de uma vida que não deseja, tem que se associar aos lendários djins do deserto e enfrentar o exército do sultão.
Echo, vol. 1: A profecia do pássaro de fogo, de Melissa Grey, instala-se na mitologia russa, com uma jovem em uma busca impossível para acabar com a guerra milenar entre duas raças mágicas.
A série A rainha vermelha, de Victoria Aveyard, chega ao seu segundo volume: Espada de vidro. Nesta sequência, os nobres de sangue prateado agora têm uma adversária a altura, uma sangue vermelho tão poderosa quanto eles mesmos. Já Coroa cruel é uma coletânea com dois contos no mesmo universo de A rainha vermelha. Duas mulheres – uma vermelha e uma prateada – contam sua história e revelam seus segredos.
Outras séries que receberam sequência em 2016 são A queda dos reinos, vol. 4: Maré congelada, de Morgan Rhodes; A sereia, de Kiera Cass; Só perguntas erradas, Volume 4: Por que esta noite é diferente das outras?, de Lemony Snicket; e a ficção científica Encruzilhada, volume 2: Fração de segundo, de Kasie West, sobre viagens no tempo.
O selo Suma das Letras, que abriga os livros do mestre do horror Stephen King, lançou recentemente o romance Mr. Mercedes, primeiro de uma série sobre a busca de um detetive por um assassino a bordo de um carro Mercedes Benz.
Pelo mesmo selo também temos Os sete reinos: A coroa escarlate, de Cinda Williams Chima, quarto volume de série fantasia de contornos medievais com muitos conflitos políticos e violência. E ainda, De volta ao jogo, único livro desta lista escrito por um brasileiro, Pedro Afonso, mais conhecido como Rezende Evil, estrela de um dos mais vistos canais do Youtube, que conta suas aventuras no mundo do jogo online Minecraft. Trata-se de uma novelização portanto, segundo da série cujo primeiro volume foi bestseller em 2015.
Pela Companhia das Letrinhas temos o simpático As improváveis aventuras de Mabel Jones, de Ross Collins e Will Mabbitt, sobre uma garotinha destemida que se vê forçada a servir num barco pirata prá lá de estranho.
Dois figurões da literatura fecham esta relação: pelo selo Alfaguara, O barco das crianças, de Mario Vargas Llosa, escritor vencedor do Nobel que aqui envereda pela literatura infantil para falar de um barco cheio de crianças a navegar pelos oceanos do mundo.
E, pela própria Companhia das Letras, Dois anos, oito meses e 28 noites, de Salman Rushdie, autor indiano que tem o hábito de escrever fantasias extremamente instigantes.
Neste romance, são os djins que, vivendo incógnitos entre os homens, repentinamente despertam para mais 1001 noites de embate com a humanidade (próximo livro a ser resenhado aqui).
Ainda se percebe um amplo predomínio da fantasia no catálogo da editora mas, conforme vão caindo no gosto dos leitores, a ficção científica e o horror por certo encontrarão mais espaço.
O selo Seguinte é o que reúne a maior quantidade de publicações. A rebelde do deserto, de Alwyn Hamilton, é o primeiro de uma trilogia que mistura mitologia árabe e faroeste que conta a história de uma garota que, para fugir de uma vida que não deseja, tem que se associar aos lendários djins do deserto e enfrentar o exército do sultão.
Echo, vol. 1: A profecia do pássaro de fogo, de Melissa Grey, instala-se na mitologia russa, com uma jovem em uma busca impossível para acabar com a guerra milenar entre duas raças mágicas.
A série A rainha vermelha, de Victoria Aveyard, chega ao seu segundo volume: Espada de vidro. Nesta sequência, os nobres de sangue prateado agora têm uma adversária a altura, uma sangue vermelho tão poderosa quanto eles mesmos. Já Coroa cruel é uma coletânea com dois contos no mesmo universo de A rainha vermelha. Duas mulheres – uma vermelha e uma prateada – contam sua história e revelam seus segredos.
Outras séries que receberam sequência em 2016 são A queda dos reinos, vol. 4: Maré congelada, de Morgan Rhodes; A sereia, de Kiera Cass; Só perguntas erradas, Volume 4: Por que esta noite é diferente das outras?, de Lemony Snicket; e a ficção científica Encruzilhada, volume 2: Fração de segundo, de Kasie West, sobre viagens no tempo.
O selo Suma das Letras, que abriga os livros do mestre do horror Stephen King, lançou recentemente o romance Mr. Mercedes, primeiro de uma série sobre a busca de um detetive por um assassino a bordo de um carro Mercedes Benz.
Pelo mesmo selo também temos Os sete reinos: A coroa escarlate, de Cinda Williams Chima, quarto volume de série fantasia de contornos medievais com muitos conflitos políticos e violência. E ainda, De volta ao jogo, único livro desta lista escrito por um brasileiro, Pedro Afonso, mais conhecido como Rezende Evil, estrela de um dos mais vistos canais do Youtube, que conta suas aventuras no mundo do jogo online Minecraft. Trata-se de uma novelização portanto, segundo da série cujo primeiro volume foi bestseller em 2015.
Pela Companhia das Letrinhas temos o simpático As improváveis aventuras de Mabel Jones, de Ross Collins e Will Mabbitt, sobre uma garotinha destemida que se vê forçada a servir num barco pirata prá lá de estranho.
Dois figurões da literatura fecham esta relação: pelo selo Alfaguara, O barco das crianças, de Mario Vargas Llosa, escritor vencedor do Nobel que aqui envereda pela literatura infantil para falar de um barco cheio de crianças a navegar pelos oceanos do mundo.
E, pela própria Companhia das Letras, Dois anos, oito meses e 28 noites, de Salman Rushdie, autor indiano que tem o hábito de escrever fantasias extremamente instigantes.
Neste romance, são os djins que, vivendo incógnitos entre os homens, repentinamente despertam para mais 1001 noites de embate com a humanidade (próximo livro a ser resenhado aqui).
Ainda se percebe um amplo predomínio da fantasia no catálogo da editora mas, conforme vão caindo no gosto dos leitores, a ficção científica e o horror por certo encontrarão mais espaço.
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domingo, 8 de maio de 2016
QI 138
Está circulando o número 138 do fanzine Quadrinhos Independentes-QI, editado por Edgard Guimarães, dedicado ao estudo dos quadrinhos, destacando a produção independente e os fanzines brasileiros.
Esta edição vem com 28 páginas e traz mais uma sequência do depoimento de José Ruy sobre o periódico português O Papagaio, artigo do editor sobre a rara revista Física com Martins e eu (ilustrada por Henfil), texto de Carlos Gonçalves sobre o Clube Português da Banda Desenhada, e uma interessante entrevista com Marcio Sidnei, transcrita de material da distribuidora ECAB (1978), com comentários sobre a esquecida lei de nacionalização dos quadrinhos, de 1963.
Também publica artes de Rafael Grasel, Assis Lima, Luiz Claudio Lopes Faria, Chagas Lima e do próprio editor, as seções "Fórum", "Mantendo contato" (com uma breve entrevista com o saudoso mestre Eugênio Colonnese) e o catálogo "Edições independentes", com os lançamentos do bimestre.
A capa tem uma ilustração do editor, com detalhes coloridos aplicados à mão.
O QI é distribuído exclusivamente por assinaturas, mas uma versão digital poderá ser em breve encontrada no saite da editora Marca de Fantasia. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.
Esta edição vem com 28 páginas e traz mais uma sequência do depoimento de José Ruy sobre o periódico português O Papagaio, artigo do editor sobre a rara revista Física com Martins e eu (ilustrada por Henfil), texto de Carlos Gonçalves sobre o Clube Português da Banda Desenhada, e uma interessante entrevista com Marcio Sidnei, transcrita de material da distribuidora ECAB (1978), com comentários sobre a esquecida lei de nacionalização dos quadrinhos, de 1963.
Também publica artes de Rafael Grasel, Assis Lima, Luiz Claudio Lopes Faria, Chagas Lima e do próprio editor, as seções "Fórum", "Mantendo contato" (com uma breve entrevista com o saudoso mestre Eugênio Colonnese) e o catálogo "Edições independentes", com os lançamentos do bimestre.
A capa tem uma ilustração do editor, com detalhes coloridos aplicados à mão.
O QI é distribuído exclusivamente por assinaturas, mas uma versão digital poderá ser em breve encontrada no saite da editora Marca de Fantasia. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.
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Números e listas da fcf&h em 2015
Está disponível para download gratuito a primeira edição do Almanaque da Arte Fantástica Brasileira, que dá sequência ao trabalho realizado até 2014 pelo Anuário Brasileiro de Arte Fantástica, com uma ampla lista de livros de literatura de ficção científica, fantasia e horror publicados no Brasil em 2015.
A proposta é a mesma do Anuário, de catalogar os lançamentos e relançamentos de fcf&h de autores nacionais e estrangeiros, albergando também as edições virtuais. A edição tem 34 páginas e relaciona 696 títulos, sendo 282 nacionais e 414 estrangeiros.
Apesar de ampla, a pesquisa não é absoluta, pois é praticamente impossível relacionar tudo o que se publica no país, uma vez que muitas edições são lançadas regionalmente e sua divulgação não alcança a pesquisa, mas o levantamento cumpre seus objetivos na medida em que, seguindo os mesmos critérios do Anuário, monta um panorama bastante confiável da publicação do gênero por aqui.
Podemos observar a evolução do mercado na figura abaixo, na qual foram computados, ano a ano desde 2004, os números da publicação de autores brasileiros (em azul), estrangeiros (em vermelho) e o total geral (em verde). Houve um crescimento contínuo e explosivo até 2010, quando a crise começou a se manifestar derrubando fortemente a quantidade de lançamentos do ano seguinte e, ainda que 2012 tenha sido o melhor ano do período estudado, desde então os números têm sofrido quedas sucessivas, especialmente no que se refere a publicação de autores locais, colocando o mercado de 2015 no pior patamar desde 2009.
Também percebemos que a publicação de autores nacionais, que havia superados a de estrangeiros traduzidos entre 2010 e 2013, em 2015 voltou a ficar bem abaixo, como também aconteceu em 2014. Isso é decorrente da recuperação da credibilidade do gênero entre as grandes editoras que, contudo, não se reflete positivamente para os autores nacionais porque elas preferem traduzir estrangeiros.
Mas as notícias não são ruins de todo, pois os lançamentos de 2015 mostram-se estáveis em relação ao ano anterior.
Para os mais curiosos, a última página do Almanaque relata todos os números de 2015, não apenas os totais, mas também os subtotais por formato e gênero. Os levantamentos dos anos anteriores podem ser obtidos nas edições do Anuário, algumas delas disponíveis gratuitamente aqui.
A proposta é a mesma do Anuário, de catalogar os lançamentos e relançamentos de fcf&h de autores nacionais e estrangeiros, albergando também as edições virtuais. A edição tem 34 páginas e relaciona 696 títulos, sendo 282 nacionais e 414 estrangeiros.
Apesar de ampla, a pesquisa não é absoluta, pois é praticamente impossível relacionar tudo o que se publica no país, uma vez que muitas edições são lançadas regionalmente e sua divulgação não alcança a pesquisa, mas o levantamento cumpre seus objetivos na medida em que, seguindo os mesmos critérios do Anuário, monta um panorama bastante confiável da publicação do gênero por aqui.
Podemos observar a evolução do mercado na figura abaixo, na qual foram computados, ano a ano desde 2004, os números da publicação de autores brasileiros (em azul), estrangeiros (em vermelho) e o total geral (em verde). Houve um crescimento contínuo e explosivo até 2010, quando a crise começou a se manifestar derrubando fortemente a quantidade de lançamentos do ano seguinte e, ainda que 2012 tenha sido o melhor ano do período estudado, desde então os números têm sofrido quedas sucessivas, especialmente no que se refere a publicação de autores locais, colocando o mercado de 2015 no pior patamar desde 2009.
Também percebemos que a publicação de autores nacionais, que havia superados a de estrangeiros traduzidos entre 2010 e 2013, em 2015 voltou a ficar bem abaixo, como também aconteceu em 2014. Isso é decorrente da recuperação da credibilidade do gênero entre as grandes editoras que, contudo, não se reflete positivamente para os autores nacionais porque elas preferem traduzir estrangeiros.
Mas as notícias não são ruins de todo, pois os lançamentos de 2015 mostram-se estáveis em relação ao ano anterior.
Para os mais curiosos, a última página do Almanaque relata todos os números de 2015, não apenas os totais, mas também os subtotais por formato e gênero. Os levantamentos dos anos anteriores podem ser obtidos nas edições do Anuário, algumas delas disponíveis gratuitamente aqui.
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quarta-feira, 4 de maio de 2016
Conexão Literatura 11
Está circulando o número 11 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição de 43 páginas destaca o mestre do horror Stephen King, com artigos sobre autor e resenhas de alguns de seus livros. Em matéria de ficção, contos de Ademir Pascale, Misa Ferreira, Míriam Santiago, Dione Souto Rosa e Ricardo de Lohem. As escritoras Valentine Cirano, Marisa Rezende e Adriana Rodrigues são entrevistadas, bem como o artista Leandro Liporage, que produz incríveis miniaturas de escritores, músicos e personagens do cinema, quadrinhos e videogames.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. As edições anteriores também estão disponíveis.
A edição de 43 páginas destaca o mestre do horror Stephen King, com artigos sobre autor e resenhas de alguns de seus livros. Em matéria de ficção, contos de Ademir Pascale, Misa Ferreira, Míriam Santiago, Dione Souto Rosa e Ricardo de Lohem. As escritoras Valentine Cirano, Marisa Rezende e Adriana Rodrigues são entrevistadas, bem como o artista Leandro Liporage, que produz incríveis miniaturas de escritores, músicos e personagens do cinema, quadrinhos e videogames.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. As edições anteriores também estão disponíveis.
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