Segunda-feira, dia 26 de outubro, a Warner levou ao ar o primeiro episódio do seriado Warehouse 13, que me pegou de surpresa. Eu estava assistindo a estreia da segunda temporada de The mentalist e assim que este acabou, fui capturado por monte de explosões de luz que me fizeram ficar ligado até a uma da madrugada. Eram as cenas de presentação do novo seriado, que eu classificaria como um híbrido de Arquivo X e Os caçafantasmas.
A história de Warehouse 13 começa numa exposição de arte asteca num museu na capital norte-americana, na noite em que o presidente dos EUA vai visitá-la. Um forte esquema de segurança é instalado, mas o agente Peter Lattimer sente que algo não vai bem. Uma peça em exposição está emanando vibrações estranhas, que influenciam um dos funcionários do museu que nessa condição tenta assassinar o presidente. Enquanto a agente Myka Bering, responsável pelo esquema de segurança, detém o agressor, o agente "sensitivo" remove a peça da exposição, mas acaba rendido por um homem estranho que, utilizando-se de um equipamento misterioso, desaparece do local com o artefato.
Mais tarde, sob pressão do FBI que exige informações sobre o destino da escultura roubada, o agente Lattimer recebe a visita de uma estranha mulher que se identifica como sendo a Sra. Frederick da Segurança Nacional, que lhe entrega uma ordem federal para que ele se apresente no dia seguinte num certo lugar da Dakota do Sul. Quando ele chega lá, encontra um galpão enorme, aparentemente abandonado no meio do nada. Enquanto espera à porta que alguém o atenda, um outro carro chega, trazendo a agente Bering. Eles não se dão muito bem a princípio e nenhum deles imagina o que vão fazer ali. Surge então por detrás deles o mesmo homem que havia desaparecido com o artefato asteca, vestido de forma extravagante e carregando um equipamento desconhecido e de função misteriosa. Ele se apresenta como o encarregado do depósito Arthur "Artie" Nielsen e, enquanto os leva para dentro, explica que agora eles fazem parte de uma equipe secreta especial encarregada de recolher e armazenar artefatos que possam colocar a segurança nacional em risco. O depósito está repleto desses artefatos, alguns tecnológicos, outros mágicos, e talvez até alienígenas.
A imagem geral do interior do gigantesco galpão, que tem diversos níveis, é a do grande depósito visto no final de Os caçadores da arca perdida, onde foi armazenada a Arca da Aliança. Ele explica que esta é a 13ª encarnação do depósito, que existe desde tempos antigos. A 12ª versão teria sido instalada nos EUA por Nicola Tesla, M.C. Escher e Thomas Edison, mas como um incêndio a destruiu, foi construída a nova instalação. Finalmente, ele encarrega os relutantes agentes de sua primeira missão, que é investigar um estranho caso de demência de um jovem, que agrediu a namorada.
A premissa é interessante e pressupõe possibilidades criativas para futuros enredos, com histórias de terror, fantasia e ficção científica, viagens no tempo, realidade alternativa e uma bem vinda dose de steampunk. Porém, o desenvolvimento da primeira missão dos dois agentes não é muito animador. Há um constante clima de farsa que não se decide entre o dramático e o cômico. Por exemplo, os agentes têm que carregar para lá e para cá, um balde cheio de um estranho líquido que, só porque o autor do seriado quer, tem a capacidade de anular o poder de todo e qualquer artefato, seja lá qual for. A natureza do tal departamento super-secreto que sequer tem um nome reporta ao seriado satírico The Middleman, e a própria interpretação dos atores pressupõe uma comicidade contida.
Não há muito mais o que avaliar sobre o seriado neste momento. Episódios de estreia são geralmente introdutórios, servem para contextualizar e apresentar os personagens. Algumas vezes eles vão além e também contam uma boa história, que não foi o caso de Warehouse 13, que tem um jeitão de Buffy, a caçavampiros. Mas isso não quer dizer que o seriado não fique legal mais adiante, porque afinal de contas a ideia é muito boa. Informações na internet dão conta de uma grande audiência nos EUA para o seriado, especialmente do público feminino. Talvez os próximos episódios insiram alguma tensão romântica no casal de agentes.
Tudo muito legal, mas bem que poderia passar um pouquinho mais cedo, né?