Foi lançada há poucos dias a antologia de ficção científica Solarium, publicada pela editora "on demand" Multifoco sob o selo Antology.
Organizada pelo escritor pernambucano Frodo Oliveira, reúne contos de autores novos, muitos deles estreantes: André Gonzaga, Chico Anes, Danny Marks, Emanoel Ferreira, Gabriel Zigue, Hugo Vera, Humberto Amaral, José Geraldo Gouvêa, Larissa Redeker, Lino França Jr., Luiz R. R. Faria Jr., Magalhães Neto, Marcelo Andrades, Márcio Aragão, Marcus Vinicius da Silva, Nuno Lago, Pablo Casado, Ricardo Delfin, Ronaldo Luiza Sousa, Sabine Mendes e Victos Stéfano, além do próprio organizador, é claro. A maior parte dos trabalhos é bastante curta, sendo que o mais longo deles é "Atlantis", de Marcelo Andrades, um dos poucos que passa de 4000 palavras.
O livro tem 178 páginas e uma apresentação simples, tão econômica que nem traz uma apresentação que contextualize a sua proposta editorial. Ficamos, assim, dependendo da intuição sugerida pela ilustração e pelo brevíssimo texto da capa, que reproduzo a seguir:
"Bem vindo ao futuro. Este é o convite que a antologia Solarium faz aqueles que não têm medo de vislumbrar o que ainda está por vir. Cidades perdidas, seres de outros planetas, batalhas monumentais, galáxias distantes, tudo isso faz arte do inconsciente coletivo dos que, um dia, se apaixonaram pelo mundo fantástico da ficção científica. Convidamos você a desvendar conosco o grande mistério que é o futuro, este eterno desconhecido."
Dizia o escritor norte-americano Robert Heinlein que era fundamental que o primeiro capítulo de um livro fosse o melhor de todo o romance, que o primeiro parágrafo dele fosse o melhor de todos e a primeira frase desse parágrafo fosse tão boa que o leitor seria imediatamente fisgado e, dessa forma, iria irremediavelmente até o final da leitura. Por isso, uma das coisas que eu gosto de fazer quando pego um livro deste tipo é ler a primeira frase de cada um dos contos e ver qual deles me fisga de verdade. Geralmente o resultado não é muito animador - a maioria dos autores não liga muito para esse bom conselho do saudoso mestre - mas Solarium tem pelo menos uma ótima introdução, que quero compartilhar com vocês. Trata-se da primeira frase do conto "Os estranhos", de José Geraldo Golveia, que começa assim: "As silhuetas deles poluem agora a visão do horizonte." Realmente inspirador e tive de ler o conto inteiro na sequência.
Tenho a impressão que o livro foi uma edição cooperada, por isso recomendo, para quem quiser comprá-lo, que entre em contato com Larissa Redecker, que foi meu fornecedor neste caso. Mas acredito que cada um dos outros autores também deve ser um foco de distribuição da tiragem. Então, se você conhece algum deles, dê-lhes a preferência, é claro.