quinta-feira, 30 de maio de 2013

Agenda: Jornada Cultural de Santo André

Dentro da ampla programação da Jornada Cultural de Santo André, que acontece nos próximos dias 8 e 9 de junho, a Biblioteca Nair Lacerda promove uma série de atividades gratuitas ligadas a literatura e quadrinhos.
Dia 8/6, sábado:
10h - Contação de histórias para crianças;
11h - Abertura da Fanzinada, com exposições de fanzines dos acervos da Gibiteca, de Thina Curtis e da Raven's House;
13h30 - Workshop de desenho de personagens dos quadrinhos e da tv, com Cerito;
15h - Oficina de histórias em quadrinhos com o grupo Chroma;
16h - Palestra com o quadrinhista e editor Francisco Marcatti.
Dia 9/6, domingo:
10h - Contação de histórias;
11h - Workshop de desenho de personagens dos quadrinhos e da tv, com Cerito;
14h - Caricaturas grátis, ao vivo, com Humberto Pessoa;
15h - Exibição documentário Fanzineiros do século passado, de Márcio Sno;
16h - Oficina de literatura criativa com Fernanda de Aragão.
Todas estas atividades acontecem no prédio da Biblioteca Nair Lacerda, Praça IV Centenário, s/n, Centro. A entrada é franca e a Prefeitura de Santo André dispõe de um amplo estacionamento.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Resenha: O Nalladigua

Cumpro agora a promessa que fiz à escritora Simone Saueressig, resenhando aqui o seu novo livro, O Nalladigua, primeiro volume da série Os sóis da América, ousada proposta autoral desta escritora gaúcha que depois de uma vida dedicada a construir uma fantasia familiarizada com a cultura regional brasileira, sobe de nível e investe numa geografia mais abrangente, que pretende – e não duvido que cumprirá – assenhorar-se do continente, numa aventura pela mitologia de toda a América, da Terra do Fogo ao Alasca.
Lançado em abril, durante a 2ª Odisseia de Literatura Fantástica em Porto Alegre, O Nalladigua é uma publicação da própria autora, que decidiu não esperar pela disposição de uma editora estabelecida, embora seja uma escritora experiente e tenha publicado muitos livros profissionalmente, tais como A noite da grande magia branca (1988, Kuarup), O palácio de Ifê (1989, L&PM), A máquina fantabulástica (1997, Scipione), A estrela de Iemanjá (2009, Cortez), e o premiado aurum Domini: O ouro das missões (2010, Artes e Ofícios), entre outros.
O Nalladigua conta a história de Pelume, jovem da tribo d'Os do Fogo, que habita a Caverna Mais Alta do Mundo, numa ilha em algum lugar do círculo polar antártico, terra onde os dias e as noites duram seis meses cada. A vida d'Os do Fogo é dura mas feliz, um cotidiano limitado e familiar que parece estar sob total controle. Mas, uma noite, a vida do Homem Mais Que Velho, o contador de histórias da tribo que vivia há mais tempo que qualquer outro homem sobre o mundo, finalmente chega ao fim. E a aldeia entra em crise, pois eram as histórias do Homem Mais Que Velho que regulavam as atividades da tribo. Sem a sabedoria dele, ninguém sabe quando é hora de fazer o quê. Além do mais, Pelume teme que o dia nunca mais volte, já que o Homem Mais Que Velho era o único que sabia contar a História Para Chamar o Sol. Apavorado com a ideia de nunca mais ver a luz do Sol, Pelume decide sair da ilha e procurar pela História Para Chamar o Sol no longínquo e mítico norte. Ele pretende remar seu barquinho com um galho seco que encontrou na praia, e chegar ao lugar de onde vêm as histórias que o Homem Mais Que Velho contava. Porém, mal havia saído da caverna, uma tempestade fortíssima o derruba do alto de um penhasco e Pelume cai nas costas de uma ave gigante, que vem a ser Furufuhué, o Vento. Penalizada com a história do menino, a ave decide levá-lo até às estepes da Terra do Fogo, às portas da Elelín, a Cidade Errante. Lá, Pelume reencontra os dias e as noites que, naquelas regiões estranhas, não demoram tanto quando em sua terra natal. Ele é bem recebido pelos habitantes de Elelín e logo vai perguntando sobre a História Para Chamar o Sol, mas ninguém parece conhecê-la. Ele é então encaminhado para a casa da Velha das Palavras, a anciã que guarda a sabedoria da cidade. Com ela, Pelume descobre que o seu remo, o galho seco que carrega desde o início da jornada, é na verdade um pedaço da Nalladigua, uma árvore muito antiga e poderosa, embora ela nada mais saiba a respeito. A Velha das Palavras conhece, de fato, algumas histórias sobre o Sol, mas nenhuma delas é a história que Pelume busca, e ele terá de continuar sua jornada para o norte, onde talvez alguém  a conheça. Agora acompanhado de um camahueto – uma espécie de unicórnio – e da despachada menina Misqui, Pelume avança pelos pampas para encontrar a História Para Chamar o Sol. Ao longo de sua jornada rumo ao Velho Norte, Pelume coleciona lendas sobre a origem do Sol e faz amigos valorosos, mas também tem de enfrentar inimigos poderosos, como monstros antropófagos e um perigoso feiticeiro que pretende roubar o chifre encantando do camahueto.
A história de Pelume segue uma tradição na fantasia, que é a narrativa de jornada, história sobre uma longa e atribulada viagem ao longo da qual o protagonista reúne amuletos mágicos, faz amigos e descobre a si mesmo e ao seu destino. O que diferencia esta histórias de tantas outras que seguem o mesmo formato é justamente o fato da autora ter instalado a narrativa nas paisagens de uma América mítica, fazendo uso mais ou menos livre das muitas lendas dos povos que habitaram o continente. Volta e meia surgem cenários familiares ao leitores. Neste primeiro volume, acompanhamos Pelume pelos pampas argentinos, passando pela foz do Prata até às Cataratas do Iguaçu, e encontramos histórias, seres e personagens mitológicos que povoam a imaginação dos povos americanos.
A América de Pelume parece ser pré-colombiana, contudo, algumas pistas levam a pensar que talvez não seja de um tempo tão recuado assim. Por exemplo, a imagem emprestada por Simone ao Anhangá é a de um selvagem garanhão branco. Sabemos que os cavalos só chegaram à América com Cortez, no século 16, e devem ter demorado ainda mais para se tornarem familiares aos povos da região sul do continente. Guaranis trajados de bombacha e tomando chimarrão também remetem a um tempo mais recente, mas vamos ter que aguardar a sequência da história para confirmar essa impressão.
De qualquer forma, O Nalladigua é uma leitura prazerosa e repleta de histórias surpreendentes, mesmo para nós, sul-americanos. As imagens descritas por Simone são poderosas e inspiradoras, e só posso imaginar o quanto elas impressionariam os leitores europeus ou norte-americanos, menos familiarizados com as lendas e cenários destas exóticas latitudes.
O Nalladigua tem ilustrações em preto e branco da estreante Fabiana Girotto Boff, que dão ao volume um aspecto infanto-juvenil, o que não é demérito algum. Os desenhos ainda carecem de segurança, mas acompanham bem a história e contribuem para torná-la mais acessível aos leitores jovens. Outro colaborador foi o revisor Saint-Clair Stocler, escritor identificado com a Terceira Onda da ficção fantástica brasileira, falecido em abril último.
Para encomendar este e outros livros de Simone Saueressig, visite o saite da autora, Porteira da Fantasia.

sábado, 25 de maio de 2013

Megalon 23

Está disponível para download gratuito a versão digital em pdf do fanzine Megalon número 23, originalmente publicado em dezembro de 1992 pelo editor Marcello Simão Branco.
Ao lado de uma série de outras publicações alternativas de porte similar, o Megalon foi um dos espaços no qual se desenvolveu aquela que ficou conhecida como Segunda Onda dos escritores brasileiros de ficção fantástica. Muitos desses combatentes estão hoje afastados da linha de frente, mas alguns ainda mantêm trabalhos circulando pelo fandom.
Em suas 30 páginas, a edição traz contos de Roberto de Sousa Causo, Decio One, José Carlos Neves e Roberto Schima, artigos de Luiz Zatar, Gerson Lodi-Ribeiro e Henrique Flory, além de uma entrevista com a escritora Finísia Fideli, além de muita informação de época. A capa traz uma ilustração de Steven Fox.
O editor ainda dispôs aos interessados um arquivo bônus com diversos documentos, incluindo imagens raras da visita ao País do escritor e editor argentino Horacio Moreno.
Mesmo depois de tanto tempo, Megalon continua sendo uma leitura interessante e que vale a pena experimentar.

Flores renasce

O fanzine digital de horror Flores do Lado de Cima, editado por Rosana Raven, que teve uma encarnação profícua entre 2008 e 2011, e distribuiu única edição no finalzinho de 2012, acaba de disponibilizar o novíssimo número 19.
Em 32 páginas, Flores do Lado de Cima destaca o trabalho do artista multimídia português Emanuel R. Marques, entrevistado na edição, que também apresenta a coletânea poética "O telescópio dos exilados" e um conto, ambos de autoria de Marques.
Flores do Lado de Cima 19 pode ser baixado gratuitamente a partir do blogue da publicação, aqui.

Antes da fama

Muito antes de explodir mundialmente com a série de romances de fantasia A guerra dos tronos, o escritor norte-americano George R. R. Martin já era lido no Brasil. Além de alguns contos em revistas e antologias, Martin teve aqui publicada a minissérie em quadrinhos Cartas Selvagens, subproduto de um jogo RPG homônimo. A minissérie não fez muito sucesso fora do circuito dos fãs e colecionadores, por isso a versão literária nunca foi cogitada pelas editoras brasileiras. Até agora.
A editora LeYa acaba de lançar Wild Cards: O começo de tudo, primeiro volume de uma série de novelizações organizada pelo próprio Martin com a ajuda de grande time de escritores, entre os quais estão os pesos-pesados Roger Zelazny, Pat Cadigan e Chris Claremont.
Iniciada em 1987 e projetada para ter 22 volumes, a série ainda está em curso nos EUA, atualmente no número 21. O próprio Martin afirma estar escrevendo o volume final.
O que deve ter motivado a tradução do título, além do evidente fato de Martin ter se tornado um bestseller, é a notícia ainda não confirmada que a série pode se tornar uma franquia cinematográfica.
Wild Cards conta sobre um vírus altamente mortal que assolou Nova York em 1946, e cujos poucos sobreviventes tiveram o efeito colateral foi ganhar superpoderes.
Wild Cards: O começo de tudo tem 480 páginas e custa R$44,90.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Agenda: SBC Geek

Domingo, dia 26 de maio, acontece a segunda edição do SBC Geek, encontro mensal de fãs da cultura nerd, com exposições, mesas de rpg, cosplay e muito mais.
A programação começa a partir da 11 horas da manhã e será dominada pelo medievalismo. Ao meio-dia será exibido o longa de animação O senhor dos anéis, realizado em 1978 por Ralph Basky. Às 14h30, o grupo Ordo Draconis Belli fará demonstrações de vários estilos de combate medieval, e às 16h30 acontece a apresentação do grupo Olam Ein Sof, cuja arte é inspirada na música folclórica renascentista e medieval. As 15h, Diego Reeberg, um dos fundadores do Catarse, vai falar sobre esse sistema de financiamento online que já viabilizou a produção de diversos trabalhos em quadrinhos, musica e outras artes.
Em paralelo à programação, acontecem ainda a exposição Dreamland, com enormes painéis com personagens de animes, jogos de rpg com o novíssimo A guerra dos tronos, e um espaço de convivência para os fãs desfilarem cosplays e divulgarem fanzines.
O SBC Geek acontece no Centro Cultural do Bairro Baeta Neves (Praça São José, s/nº, São Bernardo do Campo, tels. 4125-0582; 4336-8239).
A entrada é franca.

sábado, 18 de maio de 2013

Ray Harryhausen (1920-2013)

Neste mês de maio, o mundo perdeu Ray Harryhousen, um dos mais importantes técnicos do cinema de ficção fantástica.
Nascido em Los Angeles, em 29 de junho de 1920, Harryhousen ficou fascinado pelo mundo do cinema aos treze anos de idade, ao ver o clássico King Kong (1933). Os impressionantes efeitos especiais executados por Willis O’Brien, que davam vida ao gorila gigante a partir de uma miniatura animada pelo processo do stop-motion, levaram o jovem Ray a dedicar toda a sua vida ao desenvolvimento dessa arte, que cria a ilusão de movimento a partir da fotografia, quadro a quadro, de miniaturas articuladas.
Harrihousen começou fazendo seus próprios filmes em sua casa, com uma câmera de 16 mm.
Começou a trabalhar profissionalmente em documentários de Frank Capra e nos filmes de George Pal, mas sua grande chance veio quando fez a animação para o filme Mighty Joe Young (1949), de Ernest B. Shoedsack, o mesmo diretor de King Kong, trabalhando ao lado de seu ídolo, Willis O’Brien. Ali ele também ajudou a desenvolver outros efeitos especiais que dominariam a indústria do cinema por muitas décadas, como o rear projection (montagens a partir de projeções) e o matte painting (pinturas realistas em vidro).
Harryhousen também fez os efeitos de vários filmes clássicos, como os dinossauros de The animal world (1956), o Kraken de It came from beneath the sea (1955), o Rhedosaurus de The beast from twenty thousand fathoms (1953), a invasão alienígena de Earth versus the flying saucers (1956) e o impressionante monstro Ymir, de Twenty million miles to Earth (1957). Contudo, Harryhousen costuma ser mais lembrado pelos efeitos que realizou na série de filmes de Simbad o marujo, personagem inspirado nas histórias de As mil e uma noites, com uma pletora de monstros mitológicos, tais como o pássaro Roca, o Grifo e o Ciclope.
Seu momento culminante certamente está nos efeitos especiais realizados para o clássico Jason and the argonauts (1963), com a Hydra, as harpias, os guerreiros-esqueleto e outras visões aterrorizantes dos mitos clássicos. O mais recente trabalho do mestre a impressionar os expectadores foi a primeira versão de Clash of the titans (1981), no qual a técnica do stop-motion atingiu uma qualidade nunca vista anteriormente.
Apesar de sua importância e influência, Harryhousen ganhou apenas um Oscar, justamente por seu primeiro trabalho, Mighty Joe Young, dividido com O'Brien. Em 1992, a Academia reconheceu sua obra com um Oscar honorário e, em 2005, Harryhousen foi incluido no Science Fiction Hall of Fame.
Harryhousen morreu no dia 7 de maio de 2013, aos 92 anos.
Foto: Carl Court/AFP

Ditadura do prazer

Recebi o recém-lançado livro Ditadura do prazer: Sobre ficção científica e Utopia, do pesquisador acadêmico Ramiro Giroldo, uma expansão do seu trabalho de mestrado "A ditadura do prazer: ficção científica e literatura utópica em Amorquia, de André Carneiro", defendida em 2008.
Este novo ensaio avança para além do estudo de um único livro e faz um levantamento da utopia como tema recorrente e tradicional na ficção científica, com citações a diversos autores da fc estrangeira e nacional, em especial os trabalhos de André Carneiro.
O livro é dividido em 3 partes principais: "Sobre ficção científica", "Sobre utopia" e "A ditadura do prazer", nos quais são tratadas questões historiográficas, críticas e conceituais sobre a utopia e sua nêmesis, a distopia. Um estudo raro e interessante que merece ser lido com atenção por todo aquele que tem interesse no tema como pesquisador e, especialmente, como autor.
O livro tem 108 páginas e é uma edição da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde Giroldo é docente e realiza suas pesquisas. Altamente recomendado.

Fanzinada SBC

No último dia 29 de abril, aconteceu na Gibiteca Eugênio Colonnese, em São Bernardo do Campo, mais uma edição da Fanzinada, a primeira que rola no Grande ABC depois da sua estreia, no início de 2011, no espaço cultural Gambalaia, em Santo André.
O evento tem agora um formato bem definido, que a sua organizadora, a fanzineira e arte-educadora Thina Curtis, elaborou ao longo de uma série de ações similares em espaços públicos e particulares de diversas cidades do País.
Um dedicado grupo de colaboradores compareceu à Gibiteca, desde as primeiras horas desse sábado ensolarado, para realizar a programação que incluiu oficinas de desenho, quadrinhos, literatura e grafite, exposições e a apresentação da banda de rock Poemas de Maio, que encerrou o evento executando canções de sua autoria, na concha acústica da Gibiteca.
Entre as exposições, rolou uma mostra das capas do fanzine Hiperespaço, que em 2013 completa 30 anos do lançamento de seu primeiro número. Os presentes receberam exemplares fac-símiles da edição. Também rolou uma exposição-relâmpago sobre Eugênio Colonnesse, o saudoso patrono da Gibiteca de São Bernardo, com caricaturas desse mestre dos quadrinhos feitas pelos artistas presentes.
Minha participação pessoal foi amplamente recompensada com o encontro de grandes companheiros, alguns dos quais ainda não conhecia pessoalmente, como o simpaticíssimo quadrinhista e acadêmico Gazy Andraus, criador e incentivador do quadrinho filosófico, bem como o animado pessoal do projeto Chroma, dedicado ao fomento do quadrinho como instrumento educativo, que realizou ali as oficinas de desenho.
Também abiscoitei exemplares dos fanzines Suburbia Horror Show, publicado pelo sempre entusiasmado Iam Godoy, que lá esteve com a eterna companheira, a também fanzineira Rosana Raven, e O robô nunca faz greve, coletâneas de tiras divertidas e criativas de Silva, o Operário 35 (contatos em melimdaniel@yahoo.com.br).
Ainda ganhei da escritora Fernanda de Aragão, outra constante colaboradora das Fanzinadas, um exemplar de sua coletânea Língua Crônica, publicada em 2010 pela editora Letra Corrida, livro de estreia da autora, premiado pela União Brasileira de Escritores. Fernanda dirigiu uma oficina literária de bolso com alguns dos presentes, entre os quais eu mesmo, cujo resultado final reproduzo abaixo:
"Lentamente, pela porta, saia o homem. Resistia abandonar as paredes que lhe fizeram companhia nos últimos meses. Emagrecera. Suas roupas largas caíam em dobras, sustentadas por cinto, suspensórios e presilhas. Mas estava pronto. Era a sua hora, não voltaria mais aquela casa. A arma na cinta garantia que o serviço seria feito. Tudo pronto. A morte o esperava."
Há uma pequena trapaça de minha parte aqui, mas não vou contar qual é. Quem perceber, pode denunciar minha fraude nos comentários, logo depois da fotos. Mais imagens do evento podem ser vistas no álbum que publiquei no Facebook, aqui.
Uma outra Fanzinada está sendo negociada com a Biblioteca de Santo André, para o início do segundo semestre de 2013. Divulgarei aqui assim que tiver mais detalhes a respeito.

Arlequim 22

Recebi do editor Roberto Hollanda, a novíssima edição 22 do fanzine Arlequim, que avança por um novo e misterioso arco de histórias, mantendo a proposta de trabalhar com relevantes referências da literatura fantástica.
Desta vez, a boneca Emília não participa da história, intitulada "Começando do fim". Hollanda invoca a saga de Gilgamesh, mito sumério que é um dos mais antigos relatos da humanidade, e que muitos consideram precursor da fantasia e da ficção científica. A hq tem um estilo incomum, uma constante dos trabalhos do autor, que lança mão de imagens inspiradas nas tábuas sumérias. Completam a edição artigos sobre Gilgamesh e sobre a série de tiras Boner's Ark, do cartunista estadunidense Mort Walker.
Harlequim 22 tem 28 páginas, capa em cores, e pode ser encomendada com o editor através do email arlequimhc@yahoo.com.br.

Luluzinha: Primeiras histórias

Luluzinha foi uma série de revistas de histórias em quadrinhos que fez um sucesso estrondoso no Brasil ao longo dos anos 1960, ao ponto de ter ganhado até uma canção famosa pelo popular Trio Ternura, grupo vocal que gravou diversas músicas sobre personagens dos gibis.
É espantoso que essa personagem, criada em 1935 pela cartunista estadunidense Marjorie Handerson Buell, a Marge, tenha caído no esquecimento por toda uma geração de leitores. A chegada às bancas, há alguns anos, de uma versão alterada que em nada lembra o excepcional trabalho anterior, favoreceu, contudo, a volta das histórias originais, agora em um luxuoso álbum publicado pela Pixel, o selo de quadrinhos da Ediouro.
Luluzinha: Primeiras histórias, como diz o nome, reúne algumas das aventuras iniciais da personagem, publicadas entre 1945 e 1950. O álbum seleciona as primeiras aparições de personagens como Bolinha, Plínio, Alvinho, Glorinha e a Bruxa Alcéia, em histórias realizadas por John Stanley e Inving Tripp para a Dell Comics, com toda a carga cultural daqueles tempo politicamente incorretos, entre as quais está "O bicho-papão", que chegou a ser censurada nos EUA. A proposta da editora brasileira foi manter as características da época, inclusive com as páginas levemente amareladas emulando o papel em que as revistas em quadrinhos eram publicadas.
A edição ainda traz um valioso artigo historiográfico assinado pelo especialista Octacílio D'Assunção, que também organizou a edição brasileira, e acompanha um interessante quebra-cabeças temático.
Luluzinha: Primeiras histórias tem 128 páginas em papel brilhante, capa cartonada e custa R$16,90.

domingo, 12 de maio de 2013

Homenagem a um herói e uma vampira

O quadrinhista paraibano Emir Ribeiro lançou mais uma edição especial com Velta – a mais conhecida personagem dos quadrinhos alternativos brasileiros. Trata-se de 40 anos de Velta, Tomo 2: Homenagem a O Judoka da Ebal, álbum de 68 páginas em preto e branco, no formato magazine, com a história "A quadrilha do kung fu", que reúne Velta e Jodoka, saudoso personagem criado em 1969 pela Editora Brasil América para compor sua linha de quadrinhos de super-heróis. O Judoka era publicada ao lado das revistas com personagens das editoras americanas Marvel e DC, acabou contaminado pela mitologia daquelas e agradava os leitores por ser o único que circulava por cenários familiares aos brasileiros. Publicado até 1973, com mais de 40 edições lançadas, é ainda hoje um dos super-heróis nacionais mais bem sucedidos no mercado, o que muito se deve ao trabalho de seus muitos e ótimos ilustradores.
Esta edição tem desenhos do próprio Emir, que foi auxiliado no roteiro por Antonio Luiz Ribeiro – com o qual não tem nenhum parentesco, apesar do nome.
A publicação também apresenta um artigo com a cronologia das histórias de Velta, além de depoimentos dos autores sobre sua relação com a revista O Judoka. A capa traz uma bela ilustração de Adauto Silva.
O álbum está disponível ao preço promocional de R$20,00 e pode ser encomendado diretamente com Emir Ribeiro, pelo email emir_ribeirojp@yahoo.com.br, com direito a um brinde exclusivo para os primeiros 500 compradores. A publicação é indicada a para leitores adultos.
Ribeiro também anunciou o lançamento Michèlle, a Vampira, compilando todas as histórias da personagem por ele criada, publicadas nos anos 1980. O álbum narra as aventuras de uma vampira que habita a região do atual estado do Maranhão durante a Invasão Francesa. Publicação da independente Edições Waz, o álbum tem 84 páginas, custa R$19,90 e pode ser adquirido aqui.

Máquina Macunaíma

Luiz Bras, autor de ficção científica que veio de um mundo paralelo, divulgou que alguns exemplares de um de seus livros publicados somente no outro universo foram contrabandeados para esta realidade. Trata-se da secretíssimo Máquina Macunaíma, coletânea de 224 páginas com doze contos desse autor nascido na mítica cidade de Cobra Norato (pode procurar: ela realmente não existe nos nossos mapas).
Bras diz que o livro apresenta uma "nova safra de narrativas insólitas e fantásticas, a maior parte delas sobre o pós-humano".
Bras é autor da excelente coletânea Paraíso líquido, e dos romances Babel Hotel e Sozinho no deserto extremo, todos publicados normalmente em nosso contínuo espaço tempo. Desta nova coletânea, contudo, existem aqui apenas 50 exemplares, por isso, apresse-se para garantir o seu. Mas será preciso procurar, pois trata-se de um livro muito, muito secreto...

Juvenatrix 147

Está disponível mais um número do tradicional ezine de terror Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. A edição tem 23 páginas com notícias e divulgação da cena alternativa, com atenção ao cinema, literatura e rock extremo. Também publica contos de Michale Kiss e E. R. Corrêa, artigos sobre os filmes A casa do terror (Madhouse, 1974) e a refilmagem de Evil dead, lançada neste ano. além de comentários curtos sobre diversos filmes recentes de fc&f. A capa é de Erik Muller Thurm.
Uma cópia em pdf pode ser obtida solicitando ao editor pelo email renatorosatti@yahoo.com.br. Mais do Juvenatrix pode ser lido no blogue do fanzine, aqui.

Megalon 22

O histórico fanzine de ficção científica e horror Megalon liberou para download gratuito, aqui, a digitalização de sua 22ª edição, publicada originalmente em outubro de 1992 por Marcello Simão Branco e Renato Rosatti.
Em suas 60 páginas, Megalon 22 traz contos de Argos Arruda Pinto, Miguel Carqueija e Gerson Lodi-Ribeiro, artigos de Jorge Luiz Calife, Gilberto Schoereder e Miguel Carqueija, uma bateria de notícias "fresquinhas" da cena do fandom, e uma entrevista exclusiva com o escritor americano Orson Scott Card, autor do premiado romance space opera O jogo do exterminador, que está para ganhar uma superprodução nos cinemas. Card também participa da edição com sua coluna de resenhas de livros de fc&f publicados nos EUA. A capa traz uma arte de Roberto Schima inspirada no conto de Lodi-Ribeiro publicado na edição.
Além do fanzine, os editores liberaram um bônus com curiosos documentos da época, que pode ser baxado aqui. Pegue tudo.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Agenda: Libre!

Financiada diretamente pelos leitores através do saite Catarse, a revista coletiva de histórias em quadrinhos Libre! chega a São Paulo em dois eventos que vão reunir o público com editores e autores vindos do Piauí e  do Rio de Janeiro. Eles vão contar como foi a aventura de produzir a revista e o processo criativo das obras, uma ótima maneira para se entender como ser bem sucedido nesse inovador método comercial.
O primeiro encontro acontece no dia 11 de maio, na Biblioteca Raimundo de Menezes, Av. Nordestina, 780, em São Miguel Paulista, e o segundo na Biblioteca Viriato Correa, R. Sena Madureira, 298, na Vila Mariana, sempre a partir das 14 horas.
A entrada é franca.

Agenda: Lançamentos de Crônicas de Espada e Magia


Apresentada há algumas semanas na 2ª Odisseia de Literatura Fantástica de Porto Alegre, a antologia de contos Crônicas de espada e magia, publicada por uma parceria das editoras Arte & Letra e Argonautas, reúne autores nacionais e estrangeiros em torno de um tema em comum: a fantasia heróica. São eles: Michael Moorcock, George R. R. Martin, Robert E. Howard, Fritz Leiber, Karl Edward Wagner, Saladin Ahmed, Carlos Orsi, Max Mallmann, Roberto de Sousa Causo, Thiago Tizzot e Ana Cristina Rodrigues. A organização é de Cesar Alcázar e a inspiradora capa é de autoria do ilustrador Kekai Kotaki.
O lançamento carioca acontece no dia 10 de maio, a partir das 19 horas, na Livraria da Travessa – o endereço está no próprio convite. O livro terá também um lançamento em São Paulo, no dia 16 de maio, das 18h30 às 21h30, na Livraria Martins Fontes, Av. Paulista, 509.

Blindados, Star Wars e o universo...

As bancas de revistas de São Paulo receberam, recentemente, uma série de lançamentos interessantes em fascículos. Essas coleções costumam distribuir suas edições iniciais por preços promocionais muito atraentes, reajustados na sequência. Ainda que a coleção inteira tenha um apelo quase irresistível, muita gente acaba adquirindo mesmo apenas as edições de estréia.
Esta semana, chegou Blindados de Combate, coleção de 60 fascículos que propõe fazer um levantamento da história e evolução desse importante equipamento, uma arma estratégica usada pelos modernos exércitos de todo o mundo. Cada edição, além do fascículo e si, entrega uma miniatura em escala 1:72 de um desses veículos, produzidos em plástico e metal, com pinturas caprichadas e realistas, reproduzindo fielmente o blindado de alguma força militar do mundo. O primeiro número traz o brutamontes Panzerhaubitze 2000, da Alemanha.
Outra coleção cujos primeiros números ainda podem ser encontrados é Star Wars Xadrez que, a cada edição, entrega uma peça desse jogo intelectual reproduzindo em chumbo, com fidelidade, os personagem da popular saga do cinema. O primeiro número trouxe a miniatura de Darth Vader, seguido de Luke Sakywalker, do peludo Chewbacca e do robô dourado C3P0. Ao todo serão entregues dois jogos, um com os personagens da trilogia original, e outro com os da nova trilogia, num total de 64 peças. Os fascículos, por sua vez, formam uma enciclopédia sobre a saga, com reproduções de fotos e ilustrações da Lucasfilm.
Também está no início a coleção Monte e Descubra o Sistema Solar que, além dos 104 fascículos que apresentam didaticamente as características de cada planeta do Sistema Solar, entrega a cada edição peças que formarão um elegante planetário motorizado, com movimentos reais, inclusive dos satélites girando ao redor dos planetas.
Todas estas coleções são publicações da editora Planeta DeAgostini/Altaya.