2012 terminando, acredito que dificilmente vai aparecer algum novo grande lançamento antes da virada do ano. Então, arrisco o balanço do que se publicou de essencial no Brasil em matéria de fc&f neste ano.
No que se refere à literatura estrangeira, relevância para
A Companhia Negra, de Glen Cook (Record), com uma versão barra-pesada para a geralmente solene fantasia heróica a qual estamos habituados, e
A máquina diferencial, de Willian Gibson & Bruce Sterling (Aleph), obra seminal da ficção científica que inaugurou a estética
steampunk.
Também vale destacar
1Q84, de Haruki Murakami (Alfaguara), e
Contra o dia, de Thomas Pynchon (Companhia das Letras), fantasias científicas pós-modernas com muitos apreciadores dentro e fora do
fandom.
O ano foi fraco para as antologias estrangeiras mas, para não dizer que não falei delas,
Ruas estranhas, de George Martin & Gardner Dozois (Casa da Palavra), que fica a meio caminho da
chiclit, e ainda
Realidades adaptadas, de Philip K. Dick (Aleph), que reúne os contos do autor que foram transpostos para o cinema, todos já vistos em outras traduções mas, ainda assim, bacanudos.
Na literatura brasileira, a lista essencial de 2012 tem os romances
O alienado, de Cirilo Lemos (Draco) e
Sozinho no deserto extremo, de Luiz Bras (Prumo), dois grandes livros de ficção científica com o melhor que o gênero tem a oferecer, de narrativas movimentadas e estilos maduros e incomuns.
Entre os romances de horror aparece
Kaori e o samurai sem braço, de Giulia Moon (Giz), terceiro volume com a vampira preferida de uma escritora que tem provado ser a maior revelação do gênero no pais neste século. E entre os muitos romances de fantasia, gênero que predomina no ambiente editorial de fc&f, destaque para
Além do deserto, de Erica Bombardi, trabalho de estreia publicado pela própria autora com recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – Proac.
Entre as coletâneas,
Trilhas do tempo, de Jorge Calife (Devir) coletânea de contos de ficção científica publicados em revistas masculinas nos anos 1990, bem como a abrangente e provocativa
Geração subzero, organizada por Filipe Pena (Record), reunindo contos de jovens autores brasileiros que agrega o mérito de ter veiculado o melhor conto publicado no ano: "A invenção do cânone", de autoria do próprio organizador.
Em não-ficção, vale dar uma olhada em
Edgard Alan Poe: O mago do terror, de Jaenette Rozsas (Melhoramentos), uma biografia romanceada do poeta de "O Corvo", repleta de atrativos.