Horror em altas doses

A tribo do terror continua barbarizando nos fanzines que, ao longo de 2009, têm sido as publicações amadoras mais regulares do fandom, no ambiente virtual é bom que se ressalte. Porque no que se refere a periódicos reais, são tão ausentes quanto qualquer outro gênero.

São dois os principais editores de e-zines de horror no momento: o site Cranik, de Ademir Pascale, responsável pela edição do TerrorZine, e o site

Raven´s House, que publica os zines Fun House e Flores do Lado de Cima.

TerrorZine vem sendo o mais frequente e regular deles, e este ano distribuiu oito edições, sendo as mais recentes os números 11 e 12, que podem ser baixadas gratuitamente. A apresentação de suas edições é sempre muito parecida, o que causa uma sensação de dejavu no leitor e não anima muito à leitura - parece sempre que trata-se de algo que já se leu antes. Contudo, como o fanzine foca-se principalmente na publicação de contos

ultra-curtos e na divulgação de livros, é uma leitura interessante e cumpre otimamente seu papel informativo. Pascale está muito ativo também na área de publicação de livros, organizando diversas antologias temáticas que devem agitar o ambiente do fandom nos próximos meses.

Por sua vez, a Raven´s House lançou nos últimos meses o FunHouse 11 e o Flores do Lado de Cima 09. São publicações bem mais empolgadas, com muitas ilustrações agressivas e diagramação pesada.

Funhouse dirige suas baterias para a divulgação de eventos e bandas, mas também investe na publicação de quadrinhos.

Flores do Lado de Cima foca-se mais na literatura, com entrevistas e artigos sobre escritores, mas também dedicou algumas páginas a cobertura da FantastiCon, simpósio de literatura fantástica acontecido em julho e divulgado também nesta coluna.

Mas não é só. Os fãs também receberam em suas caixas postais o link para baixar a edição 31 do tradicional fanzine Adorável Noite, do escritor Adriano Siqueira, que publica principalmente contos sobre vampiros.

Não há dúvida que o horror está sendo bem mais eficiente em a ocupar os espaços abertos pela onda da fantasia, que ainda quebra forte em nosso mercado, mas não chegou a empolgar os fãs no ambiente alternativo. A fantasia é predominante somente no ambiente comercial livreiro, o horror assumiu com larga margem o predomínio das publicações alternativas e a ficção científica parece satisfeita com uma posição secundária nos dois ambientes, sem vigor suficiente para aproveitar o bom momento da ficção fantástica em geral.

Mas quem acompanha essa evolução há tanto tempo quanto eu sabe que nela nada dura por muito tempo. Então, vamos torcer para que em algum momento futuro os três gêneros assumam equilíbrio nos dois ambientes, de forma a enriquecer tanto o diálogo entre eles mesmos quanto com o mainstream, de forma sólida e sustentável. Mesmo que não tenhamos atingido ainda esse ponto, tudo leva a crer que estamos bem encaminhados.

Portal Stalker

Está circulando a nova edição do periódico Portal, antologia de literatura fantástica editada por Nelson de Oliveira, que faz parte de um amplo debate que esse escritor tem articulado no ambiente mainstream, sobre o valor da ficção fantástica como resposta a crise criativa.

A edição tem 108 páginas e traz contos de Brontops, Ivan Hegenberg, Luiz Bras, Marco Antonio de Araújo Bueno, Maria Helena Bandeira, Mayrant Gallo, Roberto de Sousa Causo, Rodrigo Novaes de Almeida, Sergio Tavares e Tiago Araújo.

Em digníssima forma de livro, cada edição da Portal compila trabalhos de dez autores brasileiros e está projetada para ter seis edições, das quais Portal Stalker é a terceira.

As anteriores foram Portal Solaris e Portal Neuromancer, publicados em 2008. As tiragens são limitadas e distribuídas gratuitamente para leitores escolhidos pelo editor e pelos autores nelas publicados.

Além de sugerir a ficção fantástica como ambiente válido para um trabalho artisticamente relevante, Nelson de Oliveira homenageia alguns dos clássicos da FC&F mundial.

Stalker é um romance de autoria dos irmãos russos Arkady e Boris Strugatsky, inédito no Brasil, mas com adaptação para o cinema dirigida por Andrey Tarkovsky. Uma edição portuguesa, pela editora Caminho, pode ser obtida nos sebos.

Solaris refere-se ao livro do escritor polonês Stanislaw Lem, também levado ao cinema por Tarkovsky em sua primeira versão em 1972, e por Steven Soderberg 30 anos depois. Já Neuromancer é o cultuado romance do americano Willian Gibson que inaugurou o movimento cyberpunk.

Os próximos volumes, sem data determinada de publicação, farão referência aos livros Fundação de Isaac Asimov, 2001, uma odisseia no espaço de Arthur C. Clarke e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

Mais informações sobre a revista Portal podem ser obtidas no blog do projeto, aqui.

Miniaturas Ferrari

Há algumas semanas, os postos de combustível Shell lançaram a promoção 2009 de miniaturas Ferrari, que todos os anos faz a festa dos colecionadores de carrinhos, como eu.

As miniaturas são em escala 1:38 e desta vez têm controle de direção, que permite programar as conversões que o carrinho fará no solo quando acionada sua fricção.

As miniaturas disponíveis são a F430 Scuderia, a FXX Evolucione (versão superesportiva da Enzo, que nem na Itália pode circular em vias públicas), a 612 Scaglietti (na cor cinza claro), a 599 GTB Fiorano (linda, na cor grafite), a 360 GTC e a F1 2008 (esta não dispõe do controle de direção).

No ano passado, a coleção de miniaturas não foi de carrinhos em escala, mas de lindos chaveiros cromados. Em 2007, as miniaturas tinham som de motor e, em 2006, um sistema de aceleração que era acionado pouco depois da miniatura ser posta em movimento.

Todos os anos fico ligado mas, na maior parte da vezes, acabo sem as miniaturas mais bacanas e tenho que me contentar com o que sobram. Desta vez, saquei rapidinho e garanti a F1 e a FXX, que são as melhores da safra na minha opinião, mas os atendentes do posto que frequento disseram que a miniatura mais requisitada, depois da F1, tem sido a Fiorano.

No site da Shell há maquetes de cenários, na mesma escala das miniaturas, para serem impressos em papel e montados: um posto da Shell, um box, uma oficina e detalhes de cena para compor o circuito para as miniaturas.

Para adquirir os carrinhos, que custam a bagatela de R$12,99, é necessário abastecer, mas como isso é algo inevitável, aproveite.

As miniaturas, moldadas em plástico, são de boa qualidade e bastante resistentes.

A promoção vai até 31 de outubro ou enquanto durarem os estoques. Corra que ainda dá tempo, mas cuidado para não ultrapassar o limite de velocidade!

Boca do Inferno.com 4

Este semana, recebi a nova edição da revista em quadrinhos Boca do Inferno.com. Em seu número quatro, o gibi já assentou em sua proposta semi-profissonal, com republicações de clássicos de artistas consagrados e histórias inéditas de autores amadores.

Nesta edição, comparecem os veteranos José Meneses e Gedeone Malagola, e os jovens Marcos Franco, Hector Salas, Wilson Jr., Valmar Oliveira, Marcos Valério, Alves David, Edgar Franco, Hélcio Rogério e Alex Mir. A capa é assinada por Allan Goldman e Geraldo Borges, fazendo referência a primeira HQ da revista, "A besta do sertão". Completam a revista um artigo de Renato Rosatti sobre o filme de horror Banquete de sangue (Blood feast, 1963) e ilustrações de J. Nogueira.

Apesar de não chegar às bancas, Boca do Inferno.com é neste momento a única revista periódica de quadrinhos nacionais de horror em publicação, um nicho editorial que em tempos mais felizes sustentou dezenas de títulos simultâneos e garantiu o ganhapão de muitos quadrinhistas.

Seu acabamento gráfico está a altura do mercado e não faria feio comercialmente, caso a Editora Júpiter II se profissionalizasse. As histórias ainda são frágeis no argumento, pois têm de resolver-se em pouquíssimas páginas – um mal antigo das revistas em quadrinhos brasileiras – e os autores ainda carecem de qualidade no traço, mas isso poderia ser resolvido facilmente.

Boca do Inferno.com é publicada pela Editora Júpiter II de José Salles em parceria com o site Boca do Inferno, de Marcelo Milici e Renato Rosatti. A revista pode ser encomendada pelo correio através do Boca do Inferno ou da editora Jupiter II.

Papermodels

Desde que descartei o Orkut das minhas atividades periódicas, fiquei com o meu diretório no 4shared meio paradão. Isso porque era nas comunidades do Orkut sobre modelismo e papercraft que eu divulgava os meus modelos de armar, a maioria deles desenvolvido ao longo dos anos em que publiquei o fanzine Hiperespaço. Quem lia o zine sabe do que se trata, mas eu imagino que muita gente não faz ideia do que venha a ser o papercraft.

Trata-se de um quebra-cabeças tridimensional, que consiste em recortar e colar peças de papel conforme um projeto pré-existente, resultando assim em algum tipo de estrutura de caráter lúdico, científico ou decorativo.

É uma arte antiga, que guarda algum parentesco com outras artes em papel, como o origami e o kirigami, feitas a partir de dobraduras, com ou sem cola.

Há muitos tipos de estilos de papercrafts e eles são populares na internet. Não é difícil encontrar sites dedicados à arte, que oferecem projetos prontos para imprimir e montar, alguns bastante sofisticados. Um dos meus preferidos é o da Canon, que dispõe de modelos gratuitos de animais, veículos e castelos; alguns bem fáceis, outros mais avançados. Na minha opinião, é lugar ideal para se iniciar na arte.

O papercraft tem um caráter quase profissional no Japão e em alguns países do leste europeu, onde existem publicações periódicas com modelos extremamente difíceis de montar, mesmo para quem já tem alguma experiência. Há muitos fóruns espalhados pela internet nos quais os modelistas intercambiam scans dessas revistas, formando uma rede subterrânea de troca de modelos que funciona continuamente, no limite da legalidade. Um bem sortido é o Only Paper, que substituiu o Warcenter no meu dia-a-dia depois que este foi fechado.

Agora que você já sabe do que eu estou falando, entre aqui e fique a vontade para baixar os meus modelos. Como os da Canon, eles são gratuitos. A maioria deles fui eu mesmo que projetei e todos são fáceis de montar. São principalmente miniaturas de espaçonaves do cinema e da TV, alguns deles fizeram muito sucesso entre os leitores do Hiperespaço naquele tempo quando importar modelos plásticos era praticamente ilegal.

Entre eles, estão por exemplo o AT-AT (foto1), o transporte de tropas visto em O império contra-ataca, o Colonial Viper (foto 2), caça espacial do seriado de TV Battlestar Galactica, ou o Mig31 do filme Firefox (foto 3).

Mas eu também gosto de modelos de fato, de coisas que não são ficção. E acho que o povo também gosta, porque o modelo campeão de downloads no meu 4shared é exatamente um micro-ônibus (foto 4) que eu projetei só de farra, em cima de um estudo de adesivagem para uma empresa de Ribeirão Pires.

Ao todo estão lá cerca de 15 modelos, que devem ocupar um bom tempo de quem tiver paciência para montar.

Curta!

Libélulas

Entre as primeiras pessoas que se dispuseram acompanhar este blog, a presença da poetisa e fanzineira Elise Garcia foi a que mais me alegrou, isso porque eu a conheço há um bom tempo, desde quando realizava oficinas de produção editorial independente na Gibiteca da Biblioteca Pública Dona Lair Lacerda, em Santo André.
Elise Garcia era, então, uma adolescente já bastante convicta de suas ideias e liderava um grupo de jovens na edição do fanzine literário Libélula, que dava voz ao grupo. Essa publicação era bastante boa e eu tive a felicidade de conhecer suas primeiras duas edições.
Mais tarde, quando deixei de fazer as oficinas na Gibiteca, perdi o contato com a maioria dos companheiros editores, mas encontrei a jovem Elise ocasionalmente, e nessas oportunidades ela demonstrava continuar muito interessada em literatura e produção editorial, embora o Libélula estivesse suspenso.

Só com a inauguração do blog é que eu reencontrei o trabalho dessa agora bem mais amadurecida escritora, que sustenta também um blog, o Litteraria, e uma página pessoal no Recanto das Letras, nos quais demonstra sua verve em prosa e poesia enquanto estuda alemão e faz o primeiro ano do curso de Letras na Universidade de São Paulo.

Elise cogita voltar com o Libélula, que descobri ter publicado outros quatro números ao todo, dois que eu nunca havia visto e dos quais compartilho aqui as capas.
Estou realmente satisfeito em saber que pessoas como a Elise, que uma vez se dedicaram a publicar um fanzine, não deixam de perseverar no trabalho.

Sinceramente espero que o Libélula volte e confirme o seu potencial no nosso cenário literário.

Quem quiser um exemplar, basta mandar um e-mail para libelulazine@yahoo.com.br. O zine também sustenta uma comunidade no Orkut. 

Novidades na área do horror literário

O escritor e editor Ademir Pascale está agitando o ambiente do horror neste semestre.

Além de distribuir periodicamente o fanzine eletrônico Terrorzine, editado em parceria com Elenir Alves, está com vários livros interessantes no prelo.

Na boca do forno estão as antologias Draculea: O livro secreto dos vampiros, Volume 1, para a editora All Print e Invasão, coletânea de contos de ficção científica para a Giz Editorial.

Ambas organizadas por Pascale, têm data de lançamento agendada para o dia 22 de agosto, à partir das 18h, no Bardo Batata: Rua Bela Cintra, 1333, em São Paulo.

E para não perder o pique, Pascale anuncia a montagem de duas outras antologias pela editora All Print: Poe 200 anos - Contos inspirados em Edgar Allan Poe, organizado em parceria com

Maurício Montenegro, e Metamorfose - A fúria dos lobisomens.

O prazo para submissão de trabalhos ainda está aberto. O regulamento para a antologia sobre Poe pode ser lido aqui e para a de lobisomens aqui.

Se você está a fim de mostrar o seu talento nessas propostas, entre em contato com o Ademir através do seu site Cranik.Mas mesmo que não queira, você não sai daqui de mãos abanando. A edição 11 do Terrorzine está disponível aqui, com uma seleta de minicontos e entrevistas com Flávia Muniz, Christian David e Edna Vezzoni.

O desconhecido Homem de Preto

Um dos meus mais antigos amigos fanzineiros, com o qual ainda mantenho contato periódico desde o inícios dos anos 1980, é o quadrinhista Emir Ribeiro, mais conhecido como o autor da super heroína Velta, uma justiceira que combate a criminalidade em vários locais do Brasil, especialmente em Belo Horizonte, onde as histórias começaram, e em João Pessoa, cidade natal de seu autor.

Mas Emir também criou muitos outros personagens ao longo dos anos de atividade, publicando em jornais, revistas, livros e principalmente, fanzines.

Emir sempre buscou inserir identidade nacional em seus personagens e essa é uma das mais positivas características de seu trabalho, que é modelo para muitos artistas, embora também seja motivo de reservas para outros tantos.

O Homem de Preto é um personagem secundário dentro do universo de Emir Ribeiro, mas tem seus momentos. Trata-se de um justiceiro misterioso, cuja identidade nem mesmo os leitores conhecem. Sempre mascarado, é violento e não perdoa os malfeitores, usando de habilidades físicas naturais e talento superior em artes marciais.

Em 1989, Emir realizou em VHS o longa-metragem O desconhecido Homem de Preto, tendo conquistado uma leva de admiradores no ambiente alternativo.

Agora Emir publica uma edição comemorativa aos 20 anos do lançamento desse filme. O Desconhecido Homem de Preto tem 60 páginas, capas em cores e apresenta quatro histórias em quadrinhos de diversas épocas do personagem, entre as quais está uma de suas primeiras aventuras, ilustrada por um Emir ainda pouco desenvolvido, uma outra desenhada por Mike Deodato quando adolescente.

O filme também foi relançado, agora em DVD e, assim como esta publicação, pode ser adquirido diretamente com o autor, cujo site oficial pode ser visto aqui.

Fanzines da FantastiCon

O simpósio de literatura fantástica FantastiCon, cuja terceira edição abordei aqui há poucos dias, tem se revelado a cada ano o grande referencial da ficção fantástica brasileira. Autores e editoras dedicadas ao gênero fantástico têm agendado suas principais iniciativas para serem lançadas durante o evento. Não poderia ser diferente com os fãs que, apesar dos tempos digitais, ainda insistem em distribuir publicações em papel, os conhecidos fanzines, que estão ressurgindo este ano.

A própria FantastiCon distribuiu um deles, o FantastiCon News, comemorando os 40 anos do Symposium de Ficção Científica realizado em 1969 no Rio de Janeiro, dentro do II Festival Internacional do Filme. Um evento ímpar e, ao que parece, até hoje insuperado. Isto porque o editor e tradutor José Sanz, um dos agitadores mais ativos no fandom brasileiro de então, ousou convidar a mais alta cúpula da ficção científica literária, que compareceu em peso para um evento até então inédito.

Só para se ter uma ideia da ousadia, vieram dos EUA os escritores Paul Anderson, Alfred Bester, Robert Bloch, Harlan Ellison, Philip José Farmer, Harry Harrison, Robert Heinlein, Damon Knight, Kate Willhelm, Fredrick Pohl, Robert Schekley e A. E Van Voght, mais os cineastas George Pal e Roger Corman, além do especialista e editor Forrest J. Ackerman. Da Inglaterra vieram Brian Aldiss, J. G. Ballard, John Brunner e Arthur C. Clarke.

Também compareceram convidados da Espanha, França e Uruguai, além dos brasileiros André Craneiro, Clóvis Garcia, Álvaro Malheiros, Walter Martins e Gerônymo Monteiro, entre outros. Ou seja, nunca antes se reunira tantos autores importantes num único evento e acredito que nunca mais isso se repetiu.

Há muitas histórias e lendas sobre esse simpósio histórico. Uma delas, devidamente confirmada, é que foi publicado um livro com os anais do simpósio, mas são poucos os colecionadores que conseguiram anexar um exemplar às suas coleções.

O FantastiCon News deu seguimento a esse talento mítico, uma vez que os organizadores produziram uma tiragem limitadíssima, distribuída criteriosamente. Quase ninguém viu e muitos ficaram sem.

A edição foi muito bem feita, com capa em cores e um miolo bem impresso, belamente ilustrado com fotos nítidas tiradas durante o evento de 1969. Algumas dessas imagens fizeram parte de uma exposição durante III FantastiCon, mas o texto da publicação, de autoria de Roberto de Sousa Causo, é exclusivo e relata algumas das histórias lendárias desse evento em tudo incomparável. Não sei se ainda é possível conseguir um exemplar do FantastiCon News, e o próprio volume não oferece nenhum endereço, real ou virtual, para um contato.

Outro fanzine que circulou durante a FantastiCon foi a edição 7 do FicZine - Edição Especial de Humor Vampiro, editada pelas escritoras Giulia Moon e Martha Argel. Como em todas as edições anteriores, o zine é extremamente caprichado, e trouxe contos inéditos das editoras, mais um trabalho do escritor Kizzy Ysatis.

O FicZine 7 pode ser conseguido pelos interessados, bastando que entrem em contato com uma de suas editoras, através dos e-mails: marthaargel@gmail.com e giuliamoon1@yahoo.com.br.

Kaori

Um dos mais esperados lançamentos do ano é o primeiro romance de Giulia Moon, Kaori – Perfume de Vampira, que há meses vem recebendo comentários favoráveis da parte daqueles que tiveram a graça de ler o manuscrito para a editora Giz. Agora está quase na hora.

Conforme divulgado na coluna de Roberto de Sousa Causo, no Terra Magazine, o lançamento vai acontecer em 3 de setembro de 2009, às 19h30, na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Paulista, na Rua 13 de Maio, 1947 em São Paulo, próximo às estações Paraíso e Brigadeiro do Metrô.

A história mantém-se no universo vampírico da autora, com sua sanguessuga favorita. A novidade é a narrativa em duas épocas distintas, uma no Japão medieval, entre ninjas e samurais, e a outra no presente brasileiro, em que um jovem espiona vampiros pelas ruas de São Paulo para uma organização secreta. Algo assim foi visto no conto da autora na antologia Amor vampiro, que a própria editora Giz publicou em 2008.

A editora Giz dispõe uma página do livro aqui, e Giulia Moon dá mais detalhes em seu blog Phases da Lua.

Vale a pena ir ao lançamento, até porque a Giulia Moon é uma simpatia.

Dez contos de terror

Ontem, assistindo o onipresente Domingão do Faustão, deparei-me com um quadro deveras improvável. O rotundo apresentador expunha uma pequena estante com alguns livros, e os anunciava ao público! Por si, isto já é bastante esquisito.

A TV Cultura mantém o programa literário Entre Linhas, em que divulga alguns títulos, mas penso que não é um espaço comercial, mas sim jornalístico, de audiência restrita e qualificada. Como as editoras praticamente não investem em propaganda, exceto por alguns caso muito específicos, como a Fundamento que anuncia seus livros infanto-juvenis no Cartoon Network, geralmente não vemos livros serem anunciados ao grande público.

A presença de uma estante de livros anunciados individulamente num programa de massa como o Domingão do Faustão é algo realmente surpreendente. Mas a maior surpresa foi a presença de uma antologia brasileira de fantasia entre os títulos: Dez contos de terror, organizada por Marcio Trigo para a editora Mirabolante.

Entre a lista de autores da obra, mais surpresas, acompanhe: Bia Braune, Gustavo Gontijo, Claudia Jouvin, Richard Kyaw, Claudio Lobato, Lucio Manfredi, Alex Medeiros, Mariana Mesquita, Ricardo Ono e Marcio Trigo.

O lançamento aconteceu no dia 28 de julho último, no Rio de Janeiro e se não fosse o Faustão eu nem teria tomado conhecimento.

Quem quiser pode tentar se informar um pouco mais com os autores, como no blog de Ricardo Ono ou na editora Mirabolante, que divulga Dez contos de terror com o seguinte texto:

"O Medo, com nuances que vão do mero Receio até o mais obsessivo Terror, compõe o Homem, e é o responsável por sua evolução. Sem o Medo, a raça humana há muito estaria extinta. Emoções vêm e vão, o Medo permanece. E, para enfrentá-lo, somente pode valer um mergulho para dentro de nossas almas, de nossos maiores medos. E é isso que este livro, organizado por Márcio Trigo, poderá fazer por você, meu caro leitor. Atire-se nestes dez contos e descubra, em cada um deles, o Medo que está dentro de Você, Você, ou todos Vocês."

Agora é procurar pelaí.

Boa sorte. Acho que vai precisar para achar esse livro.