Conforme anteriormente divulgado, compareci à seção de autógrafos do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2008, programada para 25 de julho, o primeiro dia da III FantastiCon, na Biblioteca Viriato Correa, em São Paulo. Foi legal reencontrar o espaço reformado e bem organizado, inclusive com os acessos controlados por senhas.
Marcello Simão Branco e Silvio Alexandre
Foi um evento interessante porque ali compareceu boa parte dos escritores, editores e agitadores culturais brasileiros que têm algum interesse na arte fantástica, para acompanhar a ampla grade de atividades programadas por Silvio Alexandre, o organizador do evento.
Giulia Moon e Martha Argel
Passei todo o tempo conversando com amigos que não via há muito tempo, como os escritores Braulio Tavares, Adriano Siqueira, Leandro Reis, Martha Argel e Giulia Moon - que me puxou as orelhas por não ter aparecido nos encontros da Scarium.
Cesar Silva, Braulio Tavares e Marcello Simão Branco
Chamava a atenção de todos a exposição sobre os 40 anos do Simpósio Internacional de FC, evento pioneiro que aconteceu em 1969, no Rio de Janeiro, pela iniciativa quase irresponsável do tradutor e editor José Sanz, e trouxe ao Brasil alguns dos mais importantes escritores de FC da época. Apesar de simples - era uma exposição feita com folhas A4 coladas diretamente na parede, tinha um conteúdo impressionante, com fotos tiradas durante a realização do evento. A FantastiCon distribuiu ainda uma tiragem limitada de um boletim com o histórico desse Simpósio.
Helena Gomes, Erica Bombardi e Cristina Lasaitis
Fiz novos contatos com escritores que eu só conhecia a distância, como Helena Gomes - que autografava a reedição de seu romance O arqueiro e a feiticeira - Cristina Lasaitis e Erica Bombardi - de quem estou lendo um manuscrito interessantíssimo - além dos editores Rodrigo Coube (Idea), Adriano Fromer Piazzi (Aleph) e Douglas Quintas Reis (Devir).
Também conversei longamente com Roberto de Sousa Causo, que trouxe para a gente ver o único exemplar disponível no evento do romance O povo da névoa, de H. Rider Haggard, que a lendária editora GRD publicou há poucos dias. Infelizmente o livro não esteve disponível para a venda.
Roberto de Sousa Causo e Douglas Quintas Reis
Havia ainda uma boa quantidade de pessoas circulando que eu não cheguei a conhecer, e até alguns que eu conheço, mas não tive tempo de cumprimentar e com os quais quero aqui me desculpar, pois só pude permanecer no local até por volta das 16 horas, quando tive que me retirar para cumprir outros compromissos.
Rodrigo Coube e Adriano Piazzi
As atividades da FantastiCon prosseguiram até à noite do dia 25 e continuaram no dia 26, quando estavam programadas conferências importantes. Um relato algo mais amplo pode ser lido no site Universo Insônia, de Tiago Castro.
Oportunamente abordarei aqui as publicações que recebi durante minha rápida passagem nesse evento, que ganhou personalidade nas dependências da Biblioteca Viriato Correa, local que por muitos anos foi a base de operações da Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, quando organizávamos as HorrorCons e o Prêmio Nova nos anos 1990.
Infelizmente foi evento estóico, sem os divertidos fãs fantasiados que geralmente alegram esses encontros. Grupos impermeáveis derivaram pelo ambiente sem se misturar, como gotas de óleo na água. Nada de novo, também nas HorroCons isso acontecia, embora nunca tenha me agradado.
Apesar do fandom ter desprezado suas história e identidade em algum momento na virada do século, nem tudo está perdido. A FantastiCon ainda é um evento pequeno e seu público é discreto, porém militante.
Há algo prestes a emergir desse novo cenário e eu tenho a confiança que será algo realmente significativo.