Há alguns anos, tentei viabilizar pela editora paulista Via Lettera, a publicação da Coleção Fantástica - uma coleção de livros artesanais de bolso com novelas de ficção científica e fantasia que eu produzi pelo selo independente Hiperespaço.
Na época, o meu amigo JP estava adiante da Via Lettera e demonstrou interesse no formato. Com a ajuda do editor Marcello Simão Branco, levei a ele alguns textos para servirem de amostra que, caso aprovados, seriam publicados nos primeiros números da coleção. Entre esses textos estava "O que o olho vê", de Carlos Orsi, que eu tive o privilégio de revisar para o projeto. Como tudo o que Orsi escreve, "O que o olho vê" é uma excelente peça de aventura, curiosa e movimentada, no mais explícito espírito New Weird que os autores nacionais conseguiram emular.
Um estudante brasileiro vivendo nos EUA, ou melhor, nos Estados Cristãos da América, é recrutado para uma missão importante: recuperar os códigos do vírus da gripe suína escondidos dentro de um olho.
Infelizmente a coleção da Via Lettera foi abortada poucas semanas depois, quando JP anunciou que estava se afastando da editora, e o texto de Orsi, entre outros que foram apresentados então, nunca foram publicados.
Até agora, porque o site Scarium.com está publicando O que o olho vê no número 3 de sua Coleção Scarium Fantástica (que eu gosto de pensar que foi inspirada pela Coleção Fantástica), numa edição de 48 páginas em formato 13x18cm, capa em cores, que pode ser adquirido aqui.
Carlos Orsi é autor das antologias Medo, mistério e morte (Didática Paulista, 1996) e Tempos de fúria (Novo século, 2007), nas quais demonstra total domínio do gênero fantástico, sendo um dos mais completos autores de sua geração. Recomendo.
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