quarta-feira, 30 de junho de 2010

Fantasmas do século XX


Terminei de ler, há alguns dias, a coletânea do escritor americano Joe Hill, Fantasmas do século XX (20th century ghosts), publicada no Brasil em 2008 pela editora Sextante e premiada com o Bram Stoker, o British Fantasy e o International Horror Guild. A introdução do volume é assinada por Christopher Golden.
Não é segredo que Joe Hill é filho de Stephen King, e essa ascendência levou-me a crer que o jovem Joe Hill (nascido em 1972) de alguma forma fosse uma miniatura do pai e que dele fizesse pastiches e simulacros, de modo que a princípio eu não me entusiarmei com o título, pelo menos até saber do reconhecimento internacional que tanto a coletânea quanto vários dos contos presentes neste volume receberam.
"O melhor do novo horror" ("Best new horror" - prêmios British Fantasy e Bram Stoker) abre o volme e é o melhor texto da coletânea. Metalinguagem com ecos de O massacre da serra elétrica, mas com um algo mais que certamente vai apavorar quem vive em meio a livros e fanzines de horror.
"Fantasma do século XX" ("20th century ghost", prêmio Bradbury Fellowship) conta sobre um velho cinema assombrado pelo fantasma de uma garota e a maneira como um jovem se apaixona por ela. Participação especial de Steven Spielberg, com o nome trocado, é claro.
"Pop art" ("Pop art") fala sobre os problemas existenciais de um menino inflável. Delicioso.
Em "Vocês irão ouvir o canto do gafanhoto" ("You will hear the locust sing"), um jovem vira um inseto gigante e inicia uma cruzada de violência na cidade, óbvia citação a Kafka, com um quê de Carrie.
A ficção alternativa "Os meninos de Abraham" ("Abraham's boys") conta o que aconteceu depois dos eventos vistos em Drácula. Abraham Van Hellsing casa-se com Mina e com ela tem um filho. A família Hellsing migra para os EUA, onde nasce mais um menino. Mina morre e Abraham tem que criar as crianças sozinho. Mas ele é um pai rigoroso, paranóico com a ideia de que os vampiros ainda os estão perseguindo e os filhos sofrem com sua obsessão.
"Melhor do que lá em casa" ("Better than home" - prêmio A.E. Coppard) não é de horror, mas é delicioso. Um moleque cheio de encucações, cujo pai é jogador de beisebol profissional em um time da segunda divisão, conta suas impressões sobre os demais membros da família, em relatos maravilhosos do tipo Forest Gump.
"O telefone preto" ("The black phone") mostra como um garoto sequestrado por um psicopata encara a morte iminente.
"Encurralado" ("In the rundown") conta como o terror pode invadir a vida de qualquer um, seja durante um jogo de beisebol ou no caminho de casa depois do trabalho. Terror real, mas demasiado poético para ser realmente assustador. A poesia manda o medo para segundo plano.
"A capa" ("The cape") relata o que provavelmente um sociopata faria se pudesse voar.
"O último suspiro" ("Last breath") é uma belezinha. Uma família bem convencional visita, por acaso, um museu que guarda em grandes frascos, os últimos suspiros de várias personalidades famosas. Entre os silêncios engarrafados, por exemplo, o derradeiro suspiro de Edgar Allan Poe. As pessoas escutam o não-som engarrafado com estetoscópios e compartilham as últimas emoções do falecido. Um museu que deveria existir.
Depois, o curtíssimo "Madeira morta" ("Dead-wood"), sobre árvores fantasmas. Bom demais.
Em "O desjejum da viúva" ("The widow's breakfast"), um vagabundo chega a uma casa no meio de uma floresta e lá encontra uma viuva e suas três filhas pequenas. Narrativa realista, com um clima estranho mas muito suave, repleta de tragédia humana.
Em seguida, um dos melhores contos da coletânea: "Bobby Conroy volta dos mortos" ("Bobby Conroy comes back from the dead"). Mais uma vez, quase nada de fantasia... A narrativa é tão naturalista que o título parece uma licença poética, mas o desfecho é genial, que não é surpresa e não deixa dúvidas. Com participações especiais do maquiador Tom Savini e do cineasta George Romero, afinal a história se passa durante as filmagens de Dawn of the dead.
"A máscara do meu pai" ("My father's mask") é o penúltimo conto do livro. Um casal leva o filho adolescente à sua casa de veraneio para um final de semana em família. A mãe é uma mulher invulgar e ambígua, e o pai parece ser totalmente subordinado a ela. No caminho, a mãe inventa histórias malucas e propõe brincadeiras estranhas ao filho. Eles estão com problemas financeiros e parecem estar sendo perseguidos "pelas pessoas do baralho", como diz sua mãe, no que parece ser apenas mais uma das brincadeiras dela. Na casa de campo, um monte de máscaras, e a mãe recomenda que o menino as use o tempo todo para enganar as "pessoas do baralho". Como está frio, ela suspeitamente manda o menino buscar lenha na floresta para acender a lareira e, como numa história de fadas, recomenda que ele nunca saia da trilha. Na floresta, quando o garoto encontra as versões adolescentes de seus pais, fica claro que sua vida nunca mais será a mesma.
O conto final, "Internação voluntária" ("Voluntary committal" - World Fantasy para melhor novela), é muito perturbador. Só não supera em qualidade aquele que abre a antologia, o que revela o perfeito trabalho de estrutura da coletânea, com os dois melhores contos abrindo e fechando o volume. Fala de um garoto com problemas mentais que ajuda o irmão mais velho a se livrar de um problema. Ele constrói, no porão, um labirinto de caixas de papelão que transporta quem andar por ele para algum lugar que não se sabe onde é, para nunca mais voltar. Gosto de pensar que a vítima vai para o País das Maravilhas, mas quando lembro do romance de Stephen King, Os estranhos, em que um garoto metido a mágico manda o irmão para um lugar horrível, sinto-me mal.
Mas Hill ainda guardava uma carta na manga, um derradeiro conto embutido no posfácio. Diz o autor que fez isso porque queria ser tão criativo quanto Neil Gaiman, que havia embutido um conto em um prefácio (em Coisas frágeis, se não me engano). E lembro que King já havia embutido um conto numa nota de pé de página (em Dança macabra, se também não me trai a memória). Trata-se do interessante e curtinho "A máquina de escrever de Cherazade" ("Scheherazade's typewriter"), outro texto metalinguístico muito inspirado, sobre a máquina de escrever de um escritor falecido que continua a gerar romances por conta própria.
Fantasmas do século XX é um ótimo livro. Joe Hill não é imitador do pai e seu talento é suficientemente grande para que ele construa uma identidade literária independente, coisa que ele já comprova aqui. Coletânea altamente recomendada, tanto para quem gosta de horror quanto para quem não gosta.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Lua Negra

O fechamento do Anuário 2009 combinado com a Copa do Mundo mais uma gripe enjoada, me deixou fora de combate por alguns dias, mas não quero terminar o mês sem atualizar alguns posts, então vamos lá.
A escritora andreense Laura Elias anuncia que está previsto para 9 de julho próximo a distribuição de Lua negra, segundo volume de saga vampírica dos Red kings, iniciada em 2009 com o romance Crepúsculo Vermelho, pela editora Mythos.
Laura apresenta assim a sinopse de seu novo trabalho: "Após ter sido salva das garras da morte pelo sangue de seu amado Bill Stone, a jovem Megan Grey se vê às voltas com o misterioso avanço de criaturas monstruosas, que deixaram o gélido Ártico rumo à cidade de Red Leaves. Por alguma razão, a aproximação de tais criaturas está criando o pior inverno de todos os tempos no Hemisfério Norte. Como se isso não bastasse, Megan enfrenta transformações no próprio corpo, que ameaçam substituir sua natureza humana por outra, animalesca e totalmente selvagem.

Gigantes ancestrais, vampiros, rovdyrs, ódios e segredos milenares, temperados por uma paixão que atravessou vários séculos unem-se no segundo volume da Saga Red Kings, lançando a jovem Megan em um abismo de sombras, onde somente morrendo ela poderá continuar viva."
E para quem perdeu o volume inicial, a editora Mythos redistribuiu Crepúsculo vermelho nas bancas, preparando assim o mercado para este segundo volume. Ainda que seja uma publicação de banca, a qualidade dos volumes é muito boa, as capas são bem feitas como se pode ver, e o preço é convidativo. E como Crepúsculo vermelho vendeu muito bem, a autora deve ter gozado de mais liberdade na elaboração deste novo romance. Vale a pena conhecer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Melhores do Ano

Em março, falei aqui da iniciativa da escritora Ana Cristina Rodrigues em apurar os preferidos das comunidades virtuais de FC&F a respeito do que foi publicado em 2009 nos gêneros fantásticos em 14 categorias.
Aqui está a relação dos vencedores, divulgada hoje pelo twitter da Fábrica de Sonhos:

Romance: Kaori, de Giulia Moon, Giz Editorial;
Antologia: Anacrônicas, Ana Cristina Rodrigues, Editora A1;
Coletânea: Steampunk, Gianpaolo Celli, org. Tarja Editorial:
Conto: "O mapa para a terra das fadas", de Ana Cristina Rodrigues, e "Uma vida possível atrás das barricadas", de Jacques Barcia, empatados:
Não-ficção: Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica - 2008, Cesar Silva & Marcello Simão Branco, Tarja Editorial;
Revista: Scarium MegaZine;
Ebook: Empadas e mortes, de M. D. Amado, edição do autor;
Ezine: Black Rocket;
Site de contos: Estranho e Esquésito;
Sites informativos: Fantastik e Homem Nerd, empatados;
Colunista/Resenhista: Eric Novello;
Editor: Ademir Pascalle;
Editora: Draco;
Capa: Metamorfose, Ademir Pascalle, Editora All Print.

Ana Cristina anunciou no Ortkut que vai publicar amanhã uma relação mais detalhada no blogue Comunidade FC.
De minha parte, fiquei muito feliz em saber que o pessoal gosta tanto assim do Anuário. Agradeço a todos os que votaram nele e garanto que tanto eu quanto o Marcello Simão Branco, que o escreve comigo, nos esforçaremos para fazê-lo ainda melhor este ano. Obrigado a todos.

Tempo de comédia


Ainda que não seja o gênero mais popular do mundo, a ficção científica é bastante fácil de ser encontrada no Brasil, especialmente no cinema e na televisão, mas pode ser vista também nos
livros e nas histórias em quadrinhos com alguma frequência. Contudo, é raríssima no teatro. Muito de vez em quando alguma peça ousa aventurar-se no gênero e raramente aparece no grande circuito da cidade. Por isso eu não podia deixar de registrar aqui a temporada de Tempo de comédia, em cartaz no Teatro Sesi, no Centro Cultural FIESP, até 4 de julho.
Trata-se uma comédia de ficção científica de autoria do dramaturgo britânico Alan Ayckbourn (Comic potential, no original), que parte do princípio que, no futuro, os atores das novelas de televisão serão substituídos por robôs. Uma das máquinas apresenta defeito, mas o autor na novela decide explorá-lo e levar a situação até as últimas consequências.
Apesar de ser uma comédia no estilo pastelão, é clara a inspiração na clássica peça R.U.R. do escritor checo Karel Capek, um dos pioneiros da ficção científica. Em seu texto, Capek tratou da questão de trabalhadores robôs e do acesso aos direitos básicos da existência, que também é o foco de Tempo de comédia.
A montagem brasileira é dirigida por Eliana Fonseca e tem no elenco Julia Carrera, Eduardo Muniz, Bia Borin, Sérgio Rufino, Luciano Gatti, Livia Guerra, Livia Lisboa, Ricardo Ventura, Malu Pessin e Luis Damasceno.
As sessões rolam aos sábados e domingos às 15 horas, mas não haverá espetáculo no dia 20/06 por causa do jogo da Copa.
O Centro Cultural Fiesp fica na Av. Paulista, 1313 e a entrada é franca. É ou não é uma excelente pedida?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

QI 103

Esta semana chegou, pelo correio, a edição de maio/junho do indispensável Quadrinhos Independentes, de Edgard Guimarães.
O fanzine segue sem surpresas, com 24 páginas em ótimas cópias digitais em preto e branco. Os artigos trazem os elementos inovadores, com assuntos variados como Tarzan, enciclopédias sobre HQs e um depoimento, em forma de dossiê, do editor e quadrinhista Alvimar Pires dos Anjos que, ao longo dos anos 1980, publicou a excelente revista Factus. Uma entrevista com o quadrinhista Luiz Roberto Rosso, neto de Nico Rosso, e uma outra, rapidíssima, com o quadrinhista Henry Jaepelt, que era colaborador frequente do Hiperespaço nos temos do zine em papel.
Como o prometido, há mais quadrinhos no novo formato do QI: Me Mort e Rafael Pereira, Leo Santana, Daniel Barraco, Paulo Miguel dos Anjos e Aline Leal, Beto Menezes e o próprio editor, são os artistas presentes na edição. A indefectível lista de lançamentos de fanzines, que foi a gênese do QI, mantém-se um tanto reduzida mas ainda bastante útil.
Para adquirir o QI é necessário tornar-se assinante, pois o editor produz a quantidade exata para atender as assinaturas, não há venda avulsa. Mais informações através do e-mail edgard@ita.br.

José Saramago (1922-2010)

A língua portuguesa acaba de perder um de seus mais expressivos escritores, o português José de Sousa Saramago, ganhador do Nobel de Literatura de 1988.
Saramago é autor de alguns dos mais surpreendentes textos da moderna literatura mundial, entre os quais o seminal Ensaio sobre a cegueira (1995), filmado em 2008 por Fernando Meirelles. Um perturbador mergulho na natureza humana que pode perfeitamente ser lido como um texto de ficção científica.
Além deste, outros títulos do autor navegam na ficção fantástica, como A jangada de pedra (1986), Ensaio sobre a lucidez (2004), As intermitências da morte (2005) e História do cerco à Lisboa (1989), entre outros.
O estilo genial e inusitado de Saramago, com longos parágrafos sem pontuação, diálogos embutidos, e ainda assim perfeitamente compreensível, desmonta todas as teorias literárias conhecidas.
Saramago foi um crítico ferrenho do catolicismo e seu último livro, Cain (2009), foi recebido com muita antipatia pela igreja Católica Romana.
Apesar de Saramago ter sido o maior representante vivo da ficção portuguesa, com uma boa quantidade de títulos claramente instalados em gêneros fantásticos, nunca aceitou o rótulo de escritor de ficção fantástica e talvez por isso o fandom português de FC&F não teve com ele uma relação próxima. Mas isso não desqualifica em nada a sua obra maiúscula, que merece ser conhecida e, por que não, imitada pelos autores jovens.
Saramago faleceu nesta sexta-feira, 18 de junho, aos 87 anos, em sua casa em Lazanrote, vítima de leucemia crônica.

R.I.P. 2

Há alguns dias foi disponibilizado para download gratuito a segunda edição do fanzine virtual R.I.P. - Read in Peace, fanzine de horror editado por M. D. Amado pelo site Estronho que lançou seu primeiro número em maio.
Esta edição mantém a qualidade visual do número de estreia, bem organizada e limpinha, com propostas ousadas de design, como títulos e blocos de texto desalinhados ou inclinados que, se não são ideais do ponto de vista editorial, dão identidade fanzineira à publicação, e o editor comemora exatamente isso no editorial deste segundo número, rebatendo algumas críticas que recebeu sobre uma suposta intenção profissionalista, inclusive neste blogue. Esclarecidos esses aspectos técnicos, vamos ao que interessa, que é o conteúdo em si.
Não há um tema determinado para a edição, mas os dois artigos e a capa fazem referência aos zumbis, o assunto do momento. Contudo, o grosso das páginas é dedicado à publicação de contos e poesias, entremeados a divulgação de livros de várias editoras.
A edição traz contos de Eliane C. Santos, Maldch, José Garcia Albareda, Alessandro Reiffer, Peter Menegat e Susy M. Hekamiah, poemas de Agnes Mirra, Mirian Castillo, Emilia Ract, artigos de Ademir Pascale e Rober Pinheiro, quadrinhos de Sandro Zamboni e Evandro Guerra e uma entrevista com e escritora Celly Borges. Trata-se, portanto, de uma nova onda de autores de horror que está despontando junto com o trabalho abnegado de um grupo bem organizado de novos editores que assumiram a tarefa de agitar o ambiente do horror de verdade.
Ah, se fosse no tempo das HorrorCons...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Anjos, mutantes e dragões

A Devir Livraria anuncia o breve lançamento da coletânea Anjos, mutantes e dragões, de Ivanir Calado, autor carioca que mantém uma carreira independente do fandom, embora com ele tenha se relacionado um pouco ao longo dos anos 1990.
A coletânea reúne contos já vistos em outras publicações, com destaque para o referencial "O altar dos nossos corações", publicado na antologia luso-brasileira O Atlântico tem duas margens.
A introdução, assinada por Sylvio Gonçalvez, diz: “Experiente, Ivanir Calado sabe que a invisibilidade é o melhor recurso do escritor. Sempre econômico em suas descrições, jamais se rende a floreios estilísticos. Todos os recursos literários devem servir unicamente ao enredo. E o leitor, percebendo isso, mantém olhos atentos a cada palavra e pontuação, jamais se permitindo pular linhas... Ivanir demonstra que sua versatilidade também se traduz numa impressionante latitude de estilos e gêneros.
Ivanir tem vários romances publicados, como A mãe do sonho (1990), Imperatriz no fim do mundo (1992), O lago da memória (1993), A caverna dos titãs (2002) e Mundo de sombras: o nascimento do vampiro (2007), que valem a pena ser conhecidos.
O volume tem 292 páginas e faz parte do selo Pulsar da Devir, dedicado à ficção científica.

Fantazine 1


Mais um fanzine surge no horizonte virtual brasileiro. Fantazine é uma revista eletrônica de ficção científica, fantasia e terror, editada por Alex Bastos, Lucas Rocha e Rita Maria Felix.
Esta edição de estreia dedica-se ao horror, mais especificamente aos vampiros. Traz contos de Adriana Rodrigues, Cenildon Muradi Jr. e Rita Maria Felix, artigos de Ana Luiz Merege, Antonio Luiz Costa e Ana Carolina Silveira, uma entrevista com a escritora Giulia Moon, além da seção "Perfil literário", dedicada a um personagem (no caso, Elric de Melniboné) e a um autor (James Morrow).
A edição é limpa e bonita, um bom trabalho de Rita Maria Felix. Fantazine pode ser baixado gratuitamente e aceita colaborações para as próximas edições. Contatos através do próprio blogue da publicação.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Al Williamson (1931-2010)

Alphonsus Williamson, ilustrador cujo estilo claro-escuro perfeito influenciou mais de uma geração de ilustradores, nasceu em 21 de março de 1931, em Nova York. Filho de pai colombiano e mãe americana, passou sua juventude em Bogotá, onde aprendeu a gostar dos comics americanos, especialmente de Flash Gordon e de seu ilustrador mais expressivo, Alex Raymond. Em 1943, transferiu-se para os EUA, onde estudou desenho na escola de Burne Hoggart. Trabalhou com grandes artistas, como Frank Frazetta, Roy Krenkel e Wallace Wood, e com personagens importantes, como Tarzan, Flash Gordon e Phil Corrigan. Esteve entre a equipe de colaboradores da legendária editora EC Comics, realizando histórias de ficção científica e terror para as revistas Weird Fantasy e Weird Science, e também da editora Warren, para as revistas Eerie e Creepy.
Seu estilo hiperrealista, com uma sofisticada técnica volumes definidos em alto-contraste, fizeram dele um artista muito identificado com a ficção científica. Quando George Lucas procurou um grande artista para adaptar O império contra-ataca para os quadrinhos, foi Williamsom que ele escolheu. As versões em quadrinhos para os filmes da saga estão entre as edições mais valorizadas do gênero. Williamson também deu extrema dignidade às tiras de jornal de Star Wars (publicadas em São Paulo pela extinta Folha da Tarde) e para algumas das mais valiosas edições da versão em gibi, pela Marvel Comics. Também realizou uma notável adaptação em quadrinhos para o "cultmovie" Blade Runner, uma edição rara e de altíssima qualidade.
Ganhou vários prêmios Harvey e National Cartoonists Society e Eisner, do qual faz parte do Hall da Fama.
Nos últimos anos, Williamson esteve envolvido com os quadrinhos de super-heróis, principalmente como artefinalista, um desperdício para um profissional desse quilate.
Al Williamson morreu neste domingo, dia 13 de junho, em sua cidade natal, aos 79 anos, e deixa para a posteridade uma obra de extremo valor que merece ser continuamente recuperada.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Terror em alta na literatura

O blogue Letras Brasileiras, editado pela escritora Laura Elias, divulgou na última semana, dois títulos que devem interessar aos leitores que gostam de histórias de horror.
Filhos da noite, de Erik Santana, é um romance de ação de 348 páginas, na linha da franquia de cinema Underworld, com muitos vampiros e lobisomens. Mais informações no blogue do autor e na editora Clube dos Autores.
Estranhas histórias de amor, de Jossi Borges, é uma coletânea de 197 páginas com cinco histórias curtas que envolvem o amor e o sobrenatural. A autora, Jossilene Martins Borges, havia publicado esse título em forma virtual, com um conto a menos, pela Amor e Livros, no início de 2010, e agora chega ao formato real também pelo Clube dos Autores.
A propósito, outro título que conta com Jossi Borges entre as autoras, está seguindo esse caminho, ganhando edição em papel poucos meses depois de estrear no formato digital: a antologia Beijos e Névoas, em formato digital pela Amor & Livros e real pelo Clube do Autor, com o título alterado para Beijos e Sombras.
Para encerrar, agora via Infernotícias, Vinganças de sangue, romance de Karlo Campos editado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, que fala sobre a vingança de uma garota metaleira contra o vampiro que matou sua irmã. Mais informações no blogue Criaturas das Escuridão.
Uma festa sangrenta para quem gosta de passar uns sustos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Histórias que nos sangram


Esta dica eu pesquei no blogue Biblioteca Mal Assombrada.
Trata-se da coletânea Histórias que nos sangram, do escritor pernambucano Geraldo de Fraga, publicado em 2009 pela Editora Multifoco.
Aparentemente mais um entre dezenas de livros publicados naquele ano, devidamente relacionado nas listas de lançamentos e que, como muitos outros livros, não chama a atenção por seu título, que remete às muitas antologias de horror publicadas nos anos 1960, com histórias de autores estrangeiros. Um nome que poderia ser usado por qualquer antologia de terror, independente de seu conteúdo. Uma escolha recorrente quando não se quer dirigir a opinião do leitor e leva a pensar que talvez seja algo sem muita personalidade.
Mas a resenha publicada de Mario Carneiro Jr. não revela um livro desse tipo. Os trabalhos de Geraldo de Fraga são, na verdade, muito personalizados e um ótimo exemplo do que um autor de gênero pode fazer com o caldo cultural de que dispõe. Outra resenha favorável pode ser lida no blogue Mundo de Fantas.
Sem receio de desagradar os que defendem uma ficção sem amarras culturais, Fraga investe descaradamente no regionalismo histórico. Seus contos, todos eles, passam-se em algum lugar de Pernambuco, entre os anos de 1694 e 1940, e se envolvem intimamente com o modo de ser do lugar e da época. Só por isso, o livro merece uma olhada atenta dos analistas da ficção fantástica nacional. Pelo menos eu fiquei interessadíssimo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mais revistas e fanzines

A oferta de publicações de fãs está em alta. Esta semana chegaram mais duas que devem interessar o fã de fantasia e horror.
Adriano Siqueira distribuiu a primeira edição em 2010 do Adorável Noite, número 34 deste veterano fanzine de vampiros que é distribuído gratuitamente nas casas noturnas de São Paulo. O editor disponibiliza aqui uma versão em pdf, que está montada para ser impressa, mas pode se lida no monitor sem problemas. Traz contos curtos e poemas de Abigail Lucena de Farias, Andréia. D. Bilenkij, Lino França Jr., Valquiria Diana, Fernando Fesant, Larissa Caruso e Pedro Lucas Pereira Sousa. A publicação também mantém um saite e um blogue.
Outra publicação surpreendente, lançada estes dias, é Nunca se Sabe, personalzine de Hugo Máximo, que se revela não somente um ótimo designer e ilustrador, mas também um escritor com bom domínio da narrativa. A publicação traz três textos do autor, passeando entre a ficção científica e o horror. Os textos prometem continuação, mas funcionam muito bem do jeito que estão. Também mostra algumas páginas de uma história em quadrinhos muito bem ilustrada, mas tão curta que não chega a contar uma história. De qualquer forma, é um belo trabalho que anima o leitor a esperar pelas próximas edições.
No saite do autor pode ser também baixado o e-book A fábula que, se seguir o estilo do fanzine, deve ser bem legal.

Lançamento de Zumbis

Domingo, dia 6 de junho, foi um dia turbulento em São Paulo. Com boa parte da cidade travada pela Parada Gay, o maior evento popular da cidade depois do carnaval e o segundo maior evento internacional - só perde para a GP de Fórmula 1 - era de se esperar alguma dificuldade para se chegar à luderia em que seria realizado o lançamento da antologia Zumbis, quem disse que eles estão mortos? promovido pela livraria Moon Shadows. Por isso mesmo, decidi ir de metrô. Não me arrependi, o caminho foi tranquilo e aproveitei para adiantar minhas leituras.
Cheguei às 17 horas, horário anunciado para o início dos trabalhos. Já lá estavam alguns dos envolvidos no livro e fui recebido pelo simpático casal organizador da antologia, Ademir Pascale e Elenir Alves, que foram logo me entregando um exemplar da antologia e pedindo para que eu autografasse os deles.
O divertido casal de agitadores culturais Rosana Raven e Iam Godoy, editores vários fanzines de horror, chegou cedo, e Iam foi logo se preparar para representar o morto-vivo de estimação do evento. A maquiagem ficou muito boa, como se pode ver na foto.
A noite foi chegando e o povo também. Dos autores publicados no livro, lá se reuniram Elenir Alves, Carlos Eduardo Lima Santos, Mario Carneiro Jr, Pedro Moreno, Mariana Albuquerque e Alex Mir. Outros podem ter chegado mais tarde, mas eu saí cedo e só consegui os autógrafos destes.
Pelas 18 horas chegaram o sempre bem humorado escritor e editor de fanzines Adriano Siqueira, e o prestativo Roberto de Sousa Causo, que me trouxe de presente exemplares da antologia Portal Fundação e da coletânea Paraíso líquido, de Luiz Brás.
A Ludus Luderia, onde aconteceu o encontro, é um lugar muito bacana e agradável, instalada na Rua 13 de Maio, com uma grande área descoberta muito bem aproveitada. Foi a primeira vez que fui a uma luderia e achei um programa bem legal.
Depois de muitas fotos (que podem ser vistas aqui e aqui) e troca de autógrafos, despedi-me do pessoal por volta das 19 horas, aproveitando a carona que Causo me ofereceu até o metrô. Acabamos empacados por quase uma hora num grande congestionamento na subida da Augusta, que tinha quase todas as suas travessas obstruídas. Mas o tempo foi muito bem aproveitado, numa caudalosa discussão sobre as propostas de Luiz Brás - pseudônimo do escritor Nelson de Oliveira - para que o mainstream assenhore-se do imaginário da ficção científica, tema que tem sido debatido amplamente em vários fóruns, embora os próprios autores de FC não saibam bem o que fazer com ele, eu inclusive.
Ainda estou tentando formar uma opinião, mas acho curioso que enquanto os autores brasileiros de FC&F sonham em ser aceitos pelo mainstream, Brás, que não tem dificuldade nenhuma com o mainstream, deseja ser um autor de FC. A diferença é que, para Brás, trata-se de um projeto artístico conceitual, enquanto que para a maioria dos autores brasileiros de FC&F o que interessa é um bom desempenho comercial. Não estão falando a mesma língua. Além do mais, a provocação de Luiz Brás é endereçada ao mainstream, não aos autores do fandom. Estes não precisam ser motivados e escrever FC, já o fazem por diletantismo. Contudo, Brás ainda é o único escritor mainstream que assumiu o arriscado projeto de se tornar um autor de FC em tempo integral. Os demais, que um dia enveredaram por esses caminhos capciosos, geralmente têm muita dificuldade em reconhecer que o fizeram.
No fim das contas, desembarquei na estação Consolação, ali mesmo na Paulista. A viagem de volta foi atribulada, com conduções lotadas, mas deu para ler alguns contos da antologia Zumbis e o posfácio de Edgar Indalécio Smaniotto, um ensaio sobre as origens da ideia do morto-vivo, na ciência e na literatura.
Apesar de cansativa, a ida ao lançamento foi proveitosa e muito divertida, o que me faz lamentar bastante não poder ser mais frequente nesses eventos. A antologia Zumbis, quem disse que eles estão mortos? também pode ser adquirida aqui.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Outras copas na opinião de Laura Elias


A escritora Laura Elias, autora do romance de vampiros Crepúsculo vermelho (Mythos, 2009), criou o blogue Letras Brasileiras exclusivamente para divulgar autores e livros brasileiros. Como ela mesma disse: "A ideia é criar uma vitrine de vários títulos e autores para começar a divulgação. Vale gente famosa e gente desconhecida."
Entre os títulos, Laura divulgou a antologia Outras copas, outros mundos, organizada por Marcello Simão Branco e publicada pela editora Ano-Luz em 1998. E também aproveitou para resenhá-la em seu próprio blogue, aqui. O mais interessante é que ela recomenda enfaticamente o livro como um bom presente para as mulheres darem aos seus namorados no próximo dia 12 de junho. Tudo a ver, afinal às vésperas de mais uma copa do mundo, os contos do livro estão atualíssimos. Muito obrigado pela força, Laura.

Vampiros


Ainda está nas bancas a edição 98 de Mundo Estranho, da Editora Abril, dedicada especialmente aos vampiros. Uma edição luxuosa, montada em cima de respostas às 100 perguntas mais frequentes sobre os sanguessugas. A abordagem vai desde a anatomia dos morcegos até a mitologia que envolve o assunto, bem como toda a sorte de referências no mercado cultural, em livros, séries de televisão, quadrinhos e filmes. Uma edição muito bem feita, que vai agradar colecionadores, fãs e curiosos.

Alice no País das Maravilhas


Chegou às bancas, publicado pela editora On Line, um belo álbum com a versão em quadrinhos do novo filme de Tim Burton, Alice no País das Maravilhas que, por sua vez, foi inspirado no clássico homônimo escrito por Lewis Carroll.
Trata-se de uma publicação de luxo, com 100 páginas em cores que, além da quadrinhização da história, trazem também um amplo caderno de esboços.
O roteiro é assinado por Alessandro Ferrari, baseado no de Linda Woolverton para o filme, com desenhos de Massimiliano Narciso e cores de Marieke Ferrari; ao que parece, um time europeu. O estilo belíssimo justifica plenamente a aquisição.

IV Fantasticon


Já está fixada a data da Fantasticon 2010 - IV Simpósio de Literatura Fantástica. Acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de agosto na Biblioteca Viriato Correa, em São Paulo, capital.
O evento é organizado pelo agitador cultural Silvio Alexandre, com o apoio da Biblioteca Viriato Corrêa, do Sistema Municipal de Bibliotecas e da Secretaria de Cultura de São Paulo.
Tal como nas edições anteriores, a Fantasticon abrigará palestras, mesas-redondas, oficinas, mostra de filmes, exposições, lançamentos e sessões de autógrafos, com gente importante na área e também muitos estreantes talentosos.
O cartaz oficial foi divulgado há poucos dias mas não conhecemos ainda a sua programação: o site do evento está migrando de servidores e, no momento, encontra-se indisponível. Mas deve voltar logo, logo.

Três livros


Fiquei meio empacado no blogue na semana passada e não dei conta das muitas coisas que apareceram por aqui. Então vou disparar aqui logo três lançamentos recentes de livros relacionados à ficção fantástica.
O primeiro é O silêncio das mariposas, de Juliano Schiavo, pela editora Multifoco, que conta a história da vida morte e pós-morte de um vampiro.
O segundo é a não ficção A totalidade pelo horror – O mito na obra de Howard Phillips Lovecraft, de Caio Alexandre Bezarias, publicado pela Annablume Editora. Trata-se de um ensaio sobre a obra do escritor mais aterrorizante da literatura americana, que com seus muitos contos e novelas construiu uma cosmologia assustadora, influente e muito popular. Não pude comparecer ao lançamento, acontecido há alguns dias em São Paulo, mas meu exemplar foi garantido pelo meu amigo Marcello Simão Branco.
E em terceiro lugar, mas não menos importante, está esta edição virtual que pode ser apreciada gratuitamente no saite Scridb: Antologia verniana, organizada pelo pesquisador português Frederico Jácome e pelo carioca Carlos Patrício reunindo textos raros do escritor francês Jules Verne, entre crônicas científicas, estudos literários, declarações, discursos e contos que ainda estavam inéditos em português. São 372 páginas com um material importantíssimo, que deve ser apenas o primeiro de uma série.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Podespecular 4


Está disponível para a audiência o quarto episódio do podcast Podespecular, desta vez dedicado a discutir o sexo na ficção científica. O tema é tão palpitante que a gravação acabou com nada menos que três horas. Talvez isso tenha ocorrido por causa da grande quantidade de participantes e convidados: Paulo Elache, Edgar Smaniotto, Georgiana Calimeris, Jorge Candeias (de Portugal), Carlos Relva, Osiris Reis, Rogério Brito e Mauro Giovanetti. Ao longo de todo o programa, enquanto uns demonstram certo constrangimento com o tema, outros viam em tudo motivo para insinuações ambíguas.
Para ficar menos cansativo, o episódio foi dividido em duas partes de aproximadamente 90 minutos cada, mas não resolve muito. O ideal seria um bom trabalho de edição que condensasse os comentários mais relevantes numa trilha de no máximo 60 minutos. Isso certamente facilitaria a penetração (ui!) do programa entre o público leigo que não tem paciência para um áudio tão longo. Mas, enfim, aí se perderia boa parte da diversão para aqueles que já gozam (ui duplo!) da convivência do fandom há algum tempo. Pelo menos assim ninguém pode dizer que foi muito rapidinha.
O foco do programa devia ter sido a dissecação da antologia Como era gostosa a minha alienígena, organizada por Gerson Lodi-Ribeiro e publicada pela editora Ano-Luz há coisa de uns dez anos, anunciada com ênfase desde os primeiros momentos dos programa. Tanto que dois dos autores da antologia estavam ali presentes - Georgiana e Candeias. Mas, das três horas do programa, apenas cerca de 40 minutos foram efetivamente usados na avaliação do volume, porque a paranoia dos participantes com relação a possíveis spoilers simplesmente inviabilizou qualquer comentário mais significativo, uma pena.
Depois de sobreviver à maratona sexofictícia, aproveite para desfrutar da nova áudiovinheta – ou podsketch como preferem chamar – "O lado negro da farsa", dramatização cômica satirizando a franquia Star Wars, produzida pela equipe do Podespecular. Desta vez, são pouco mais de oito minutos.

Juvenatrix 122


Renato Rosatti está distribuindo aos interessados a edição 122 do fanzine Juvenatrix, com muitas atualizações da cena underground, com resenhas de shows de death metal, uma homenagem ao recentemente falecido Ronie James Dio, ex-vocalista do Black Sabbath, divulgação de livros, revistas e fanzines, contos de Geraldo de Fraga, Rodrigo Souza, Dimitri Kozma e Miguel Carqueija, mais artigos e resenhas de filmes de terror raros por Matheus Ferraz, Renato Rosatti e Gabriel Carneiro.
Juvenatrix segue assim sua bem sucedida carreira, atingindo uma quantidade de volumes inédita entre os fanzines brasileiros. Pouquíssimos fanzines ultrapassaram a marca das 100 edições, mas apenas o Juvenatrix foi tão longe assim. Que venha muito mais.
Peça diretamente ao editor, em renatorosatti@yahoo.com.br, para receber por e-mail uma cópia em pdf do Juvenatix 122. E acompanhe o blogue do fanzine, aqui.

Space Opera 1


A editora Jupiter II, de José Salles, é uma iniciativa meritória. Apesar de não ser uma editora comercial, mantém a publicação de vários títulos que nunca teriam uma chance no mercado, como Boca do inferno.com, por exemplo, que sempre comento aqui.
Agora, acaba de anunciar aquele que talvez seja o único periódico de quadrinhos de ficção científica em publicação no país, Space Opera. Não tive acesso aos créditos da edição, mas foram publicadas pelo menos duas histórias: uma já vista na sofisticada revista Front, e outra inédita, com a personagem Andrômeda, que parece ser candidata a símbolo da revista. Completa a edição um artigo justamente sobre space opera, escrito pelo premiado escritor e roteirista Gian Danton.
Sendo uma iniciativa autoral e de retorno comercial irrelevante, acredito que a revista vai se fixar, tal como aconteceu com sua irmã mais velha de terror, acima citada. Mas quem gosta de FC e de quadrinhos não perde nada em encomendar o seu exemplar, que é baratinho e vai valer muito para motivar a editora a prosseguir no trabalho. A revista pode ser adquirida aqui.