sexta-feira, 26 de junho de 2009

Trilogia padrões de contato


Depois de quase duas décadas fora de catálogo, os três romances de
ficção científica do escritor fluminense Jorge Luiz Calife voltam às livrarias, agora pela editora Devir, compiladas numa única edição, revisada e ampliada, sob o título de Trilogia padrões de contato.
Trata-se da primeira série da FC brasileira que recebe uma edição dessa categoria*, sendo que além dos textos originais revisados, Calife incluiu mais um trecho inédito, que garante aos leitores algo suficientemente interessante para justificar a compra.
A Trilogia, de 644 páginas, é formada pela união dos títulos Padrões de Contato (1985, Nova Fronteira), Horizonte de eventos (1986, Nova Fronteira) e Linha terminal (1991, GRD), e conta com ilustrações do premiado ilustrador Vagner Vargas, que também assina a belíssima imagem da capa.
A história começa no século XXV, quando a humanidade domina a natureza pela tecnologia, habita casas atmosféricas flutuantes e viaja pelo espaço espalhando a civilização pelo Sistema Solar.
Ângela Duncan é a protagonista dessa aventura inacreditável, que recebe de uma entidade alienígena superpoderosa, a Tríade, os dons da imortalidade e a juventude eterna - sonhos que Calife já confessou acalentar para si próprio – e, dessa forma, Ângela testemunha a evolução da humanidade ao longo dos séculos futuros.
O livro conta ainda com introdução de Marcello Simão Branco, um dos autores do Anuário Brasileiro de Ficção Científica.

*Em 2008, a editora Novo Século compilou os três volumes do romance O turno da noite, de André Vianco, numa única edição, mas tratava-se de um texto de horror sobrenatural.

Os vampiros de Argel


A bióloga e escritora Martha Argel voltou à literatura com tudo neste meio de ano. Há alguns dias viu o seu conto vampiresco "Nina e Suzana no shopping" ser publicado na antologia O livro vermelho dos vampiros, organizado por Luiz Roberto Guedes para a editora Devir/Jacaranda.
Lançado dia 18 de junho, a antologia reúne, além de Martha e do organizador, textos dos escritores Andréa Del Fuego, David Oscar Vaz, Flávia Muniz, Jeanette Rozsas, Luiz Brás, Marcello Coelho, Moacyr Godoy Moreira, Richard Diegues, Santiago Nazarian e Tereza Yamashita. O livro tem ilustrações de Manu Maltez.
Mas não ficou só nisso. No dia 30 de junho acontece o lançamento do segundo romance de Martha Argel*, publicado pela caprichosa editora Idea, de Bauru/SP: O vampiro da Mata Atlântica, no qual a autora junta suas paixões, que são as histórias de vampiros e as florestas tropicais, onde passa boa parte de seu tempo coletando informações sobre a fauna.
A história, voltada ao público juvenil, conta a aventura que dois pesquisadores têm durante uma expedição às matas do Alto Ribeira, quando em meio à floresta exuberante e à fauna intocada, se deparam com algo que não deveria estar ali. O texto descreve em detalhes a rotina do trabalho de campo dos pesquisadores, que Martha conhece muito bem.
Diz a autora: “Escrever este livro foi muito gratificante, pois pela primeira vez consegui combinar a trama e a ação ficcional com minha longa experiência de trabalho em Ecologia de Campo. Fiquei encantada com o resultado, e acho que todos vocês vão curtir também.”
Um trecho do livro está disponível aqui e mais informações sobre o lançamento podem ser obtidas no blog da autora, que vale a pena seguir.

*O primeiro romance de Martha Argel foi Relações de Sangue, publicado em 2002 pela editora Novo Século.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Novos Terrorzine e Funhouse


O editor independente Ademir Pascale, através do site Cranik, distribuiu há poucos dias as novas edições de seus fanzines virtuais TerrorZine e Funhouse, ambos dedicados ao horror. TerroZine 10, voltado à literatura do gênero, apresenta uma porção de contos muito curtos, de diversos autores, e entrevista os escritores Miguel Carqueija, Ricardo Delfim e Douglas MCT, que trabalham seus textos com histórias fantásticas.
Funhouse 10 tem um foco mais eclético, indo das histórias em quadrinhos à música e do cinema à literatura. Esta é uma edição especial, que publica entrevistas com um grande time de produtores culturais e artistas do gênero do horror. Ali estão o quadrinhista Edgar Franco, o videomaker Peter Baiestrorf, o performer Bony Coveiro, o escritor Nelson Magrini, o agitador cultural André
Honney, os editores Renato Rosatti e Marcello Milici, o cartunista Marcio Baraldi, o escritor e ilustrador Marcos T. R. Almeida, o escritor e editor Adriano Siqueira, o editor virtual Arcano Soturno, a banda Ravenland, o editor alternativo José Salles, o artista plástico Tuca, a escritora Giulia Moon, o artista plástico Wagner Moloch, o fotógrafo Joshua Hoffine, o escritor Marcello Amado, o editor Tylor Johnson e o videomaker Rubens Melo. Um painel amplo sobre o estudo do gênero no Brasil na opinião dos artistas que se dedicam a ele, indo do horror refinado ao exploitation gore.

Ao longo do rio durante o Festival Ching-ming



Não tem nada a ver com FC&F, mas é sensacional.
Deem uma olhada aqui nesta página, que é uma das coisas mais belas que eu já tive o prazer de ver pela internet. Trata-se de um voo interativo sobre uma das mais importantes peças de arte chinesa, na verdade um livro pintado, de 5,28 metros de largura por 24,8 centímetros de altura, pintado entre 1085 e 1145, que faz um recorte da vida urbana da China imperial há cerca de 900 anos.
Um click nos quadros brancos aciona uma animação que coloca o internauta dentro da peça, com uma trilha sonora muito bonita.
Espero que se divirtam tanto quanto eu me diverti.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A estrela de Iemanjá

Simone Saueressig não para quieta. Enquanto dá sequência ao seu romance virtual O jogo no tabuleiro, que comentei há poucos dias, ardilosamente planejava o lançamento de mais um romance, desta vez em formato real.
Trata-se de A estrela de Iemanjá, publicado pela Cortez Editores e recentemente apresentado no 11º Salão do Livro da FNLIJ, no Rio de Janeiro.
Como o título já revela, trata-se de uma história de fantasia que envolve as deidades do panteão africano, retomando o tema desenvolvido em seu outro romance O palácio de Ifê (L&PM, 1989). Em suas 168 páginas, conta a aventura dos meninos Tomás, Cosme e Daniel que se envolvem no roubo de uma estrela-do-mar, o que ofende a orixá dos mares.
Arrastados para a desconhecida ilha Aganjú, onde vivem os orixás, lá encontram Ubatá, uma menina que está numa cruzada pessoa para salvar o pai. Ela também será a guia dos garotos pela ilha, enquanto eles são caçados por todos os cantos. A editora indica o texto para aulas de língua portuguesa, geografia e história.
Disse a autora, numa mensagem para os fãs de FC&F: "Eu realmente estou muito contente com o livro e mesmo ele sendo infanto-juvenil, tenho certeza de que agradará a muito marmanjo." Eu acredito. Com toda a certeza, vale a pena procurar pelo volume e desfrutar da rara oportunidade de ler uma fantasia desbragadamente brasileira, com um tema que apesar de popular é muito raro no gênero.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A travessia


Há alguns meses editei, pelo selo Hiperespaço, o sexto volume da Nova Coleção Fantástica, com a noveleta de fantasia A travessia, de Roberto de Sousa Causo. O volume dá sequência ao romance fix-up A sombra dos homens, publicado em 2004 pela Devir, no qual um pajé indígena de uma tribo amazônica pré-cabralina se vê as voltas com a invasão de sua terra por vikings, entre eles uma bela feiticeira que lhe rouba o coração. Depois de muitas estripulias pelas matas da Amazônia, envolvendo tribos beligerantes e monstros mitológicos, o casal tenta retornar a sua aldeia. É aqui que se inicia a história de A travessia, que conta como pode ser difícil encontrar o caminho de casa numa floresta encantada.
Não vou fazer aqui uma resenha completa porque ela já foi feita pelo bem informado site Homem Nerd, num texto assinado por seu editor, Alvaro A. L. Domingues. Também tem outra no Scarium Online, assinada por Miguel Carqueija.
Quem tiver interesse, ainda é possível adquirir exemplares comigo, pelo e-mail ceritosilva@yahoo.com.br, ou com o autor, em rscauso@yahoo.com.br.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

De volta ao jogo


Há alguns dias eu falei do romance online O jogo no tabuleiro, de Simone Saueressig, que está sendo publicado em capítulos periódicos no site Porteira da Fantasia. A autora me informa que a primeira das três partes do romance, já concluída, tem sido o arquivo mais baixado do site, o que é uma grande notícia, pois as parte seguintes certamente irão pelo mesmo caminho.
Mas a novidade é que a autora está abrindo o seu mundo para quem quiser participar dele, com textos ou ilustrações: trata-se do projeto "Jogadas apócrifas". Experiências virtuais com universos compartilhados têm rendido resultados interessantes e o de Simone é bastante atraente para quem quiser se aventurar, literalmente. Há algumas regras a seguir, contudo, e o material recebido será publicado no site. Simone garante que não vai se apropriar das ideias dos leitores e que eles terão total direito sobre seus textos.
As regras foram distribuídas por e mail e acho que não estão no site, então seguem adiante, no texto da própria autora. Participem!

1. Poderão ser enviado textos em português e/ou imagens apenas de autoria própria.
2. Não há limite quanto ao número de trabalho a serem apresentados por autor.
3. Todo material deve ser enviado para contato@porteiradafantasia.com, acompanhado de uma declaração de autoria, nome, idade, cidade de residência e CPF (este último não será divulgado).
4. Se o material estiver registrado junto a Biblioteca Nacional, o autor deverá incluir o número de registro completo. Sugere-se que todo o material postado na rede tenha este registro.
5. A autoria do material apresentado será vinculada à identificação que acompanhar os trabalhos. A www.porteiradafantasia.com não se responsabiliza por furtos ou plágios.
6. O material enviado (textos ou imagens) deve se referir exclusivamente ao universo do "O Jogo no Tabuleiro".
7. Os textos de qualquer gênero (poesia, conto, noveleta, etc) devem ser apresentados em formato Rich Text com até 50.000 toques (espaços incluídos).
8. As imagens devem ser apresentadas em formato JPG.
9. O material apresentado será veiculado no link "Jogadas apócrifas" e não será incluído na narrativa principal de "O Jogo no Tabuleiro" em momento algum, uma vez que "O Afilhado das Fadas", "A Falcoeira", "O Guerreiro Cinzento" e "O Nemthru" já se encontram finalizados sob o título "O Jogo no Tabuleiro" em texto registrado na Biblioteca Nacional sob o número 449.762, Livro 844, Folha 422.
10. O material apresentado não será registrado junto a Biblioteca Nacional pela www.porteiradafantasia.com, garantido a plena liberdade do autor de fazê-lo, se assim o desejar.
11. Os autores terão plena liberdade de retirar seu material das "Jogadas apócrifas" no momento em que o desejarem, desde que enviem uma mensagem para contato@porteiradafantasia.com expressando essa vontade e identificando-se por nome completo, idade e CPF e, no caso do material ter registro da Biblioteca Nacional, o número do mesmo.

domingo, 7 de junho de 2009

FCdoB 2009


Em 2008 foi publicado pela editora Corifeu o volume FC do B - Ficção Científica Brasileira - Panorama 2006-2007, uma antologia de contos revelados por um concurso literário do mesmo nome, realizado pela empresa BHB Eventos na pessoa do organizador, Fernando Murillo Bettencourt.
O concurso foi então anunciado principalmente pelos meios digitais e por isso a esmagadora maioria dos inscritos foram oriundos dos sites e listas de discussão dedicados ao gênero. Os autores mais experientes demonstraram pouco entusiasmo para com a promoção e quase todos os selecionados foram iniciantes. Mas isso não impediu que entre os 27 contos publicados houvessem alguns de muito boa qualidade. E o que interessa é que, no final das contas, o concurso foi efetivado, seus resultados divulgados e a prometida antologia publicada.
Agora é a hora de acreditar e entrar de cabeça, pois o pessoal da BHB está investindo numa nova edição do concurso, voltado a identificar o panorama da FC brasileira entre os anos de 2008 e 2009.
Se você tem algo para mostrar, seja rápido. As inscrições, gratuitas, vão até o dia 30 de junho de 2009. Maiores informações podem ser obtidas no site do concurso.
Eu não posso mandar nada porque o editor selecionou um artigo meu, que será publicado como prefácio, de forma que ele se protege de uma eventual resenha minha no Anuário 2009. :)
O artigo está disponível no site português E-nigma; meio desatualizado mas ainda bastante provocativo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Coleção Júlio Verne


Chegou às bancas de São Paulo uma coleção que vai causar interesse nos fãs de Júlio Verne. A editora RBA, de Barcelona, distribuiu o primeiro volume de uma coleção de obras do escritor francês, em edições quinzenais. Os volumes foram impressos na Espanha, com capa dura em couro gravadas em dourado.
O primeiro título distribuído foi Volta ao mundo em oitenta dias, ao preço promocional de R$11,90. O segundo volume será Vinte mil léguas submarinas, ao preço de R$19,90, que deve ser o custo dos volumes seguintes. Se a coleção for completa, logo teremos disponíveis muitos livros que estão fora de catálogo há muito tempo, apesar do autor ter ganhado algumas republicações em 2005, quando foram lembrados os 100 anos de sua morte.
Um apelo interessante ao colecionador são as gravuras internas, reproduzidas da edição original, que estão muito bem impressas por sinal.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Joe Kubert volta às bancas em grande estilo


A Editora Panini, representante exclusiva no Brasil dos quadrinhos da editora americana DC, acaba de distribuir a edição especial Joe Kubert Sgt Rock, um álbum de 144 páginas em cores que reúne num único volume a minissérie The prophecy, originalmente publicada em 2006 nos EUA, na qual Kubert retoma um dos personagens que marcaram o início de sua carreira na DC, o durão Sargento Rock e os soldados da Companhia da Moleza, numa história de ação durante a Segunda Guerra Mundial, com toques de fantasia cosmológica ao envolver a figura do messias esperado pelo povo judeu.
O trabalho de arte do mestre está excelente, como sempre, embora tenha adquirido um certo toque esquemático que não repete a intensidade das edições iniciais do personagem, embora mostre exemplos do antigo vigor em alguns momentos memoráveis.
De qualquer forma, é tão raro desfrutar do estilo de Kubert que vale totalmente o investimento de R$17,90 do preço de capa. Os mais recentes trabalhos de Kubert vistos no Brasil foram o Texone O cavaleiro solitário, publicado em 2004 pela Mythos, e a edição especial Imagine Batman de Stan Lee, publicada pela Abril em 2001.
Joe Kubert Sgt Rock é uma edição comemorativa aos 50 anos do personagem o que, curiosamente, a editora brasileira deixou de citar, ainda que tenha colocado na capa que se tratava de uma edição especial de aniversário. Mas aniversário de quê, cara pálida? Isso a gente só descobre no Google.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Scarium MegaZine 25


Recebi há pouco o novo Scarium MegaZine número 25, edição especial de horror dedicada às mulheres. Trata-se de um fanzine no molde clássico, publicado em papel, com contos, artigos e resenhas de FC&F. É uma publicação já tradicional, que completa sete anos de atividades.
O Scarium é editado pelo fã carioca Marco Bourguignon, em parceria com a escritora paulista Giulia Moon, ambos muito bem relacionados no fandom, o que favorece boas seleções de contos. Neste número aparecem textos de Nilza Amaral, Martha Argel, Nelson Magrini, Mário Carneiro Jr., Regina Drummond, Marcelo Augusto Galvão, Cristina Lasaitis, Ademir Pascale, Richard Diegues, Ana Cristina Rodrigues e o próprio Marco Bourguignon.
Também há uma entrevista com Martha Argel e Humberto Moura – organizadores do livro O vampiro antes de Drácula (Aleph, 2008) –, uma história em quadrinhos de Giullia Moon – sua estréia na nona arte, adaptando um conto de horror de sua própria autoria – uma resenha de Edgar Smaniotto e um artigo sobre quadrinhos de Cesar Silva. A capa traz uma ilustração de Alexandre Lancaster.
O vigor que o Scarium demonstra depois de tantos anos de atividade é mais um sinal de que as publicações em papel não perderam nada de seu encanto perante os leitores, apesar do intensivo trabalho editorial desenvolvido no ambiente eletrônico. Tanto é que o próprio Scarium mantém uma boa homepage que está bombando com mais de cinco mil pageviews por dia e isso não prejudica em nada o desenvolvimento da revista. Para comprar o Scarium, veja aqui.