sábado, 4 de outubro de 2025

Lançamento: A terra de ninguém/O vigilante no limiar, John Buchan

Chegou aos assinantes a edição de setembro da Coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
A edição apresenta duas novelas de horror: A terra de ninguém (No man's land) e O vigilante no limiar (The watcher by the threshold) do escritor, advogado e político escocês John Buchan (1875-1940), originalmente publicadas em 1899 e 1902, respectivamente. 
Diz texto de apresentação de A terra de ninguém: "Acompanhamos um acadêmico em uma expedição pelos ermos da Escócia, em busca de um refúgio tranquilo para as férias; até que uma lenda sombria do passado vem à tona". Já a apresentação de O vigilante no limiar diz tratar-se da "história de um homem atormentado por uma entidade invisível a observá-lo sem parar".
O volume tem 204 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto a ele, os assinantes recebem um marcador de páginas personalizado e o simpático origami de um fantasminha.
Os livros do Clube Andarilhos são comercializados inicialmente por assinaturas mas, após algumas semanas, podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Lançamento: Katábasis, R. F. Kuang

"Alice Law tem apenas um objetivo: se tornar uma das mentes mais brilhantes da área de magia analítica. Ela sacrificou tudo: orgulho, vida amorosa e até mesmo a sanidade. Abriu mão do que foi preciso para entrar no programa de pós-graduação de Cambridge e trabalhar ao lado do professor Jacob Grimes, o maior mago do mundo. Mas Grimes não é uma figura fácil. Rígido e exigente, é capaz de ultrapassar qualquer limite. E em um universo onde cometer o menor erro pode ser física e moralmente fatal, Alice se vê sem rumo quando o professor morre em um experimento mágico simples. E a culpa talvez seja dela."
Este é o texto de divulgação de Katábasis (Katabasis), novo romence da escritora sino-americana R. F. Kuang, vencedora dos prêmios Nebula e Locus por Babel ou a necessidade de violência (2022). Ainda gravitando no universo acadêmico das grandes universidades da Inglaterra, Kuang agora toma Cambridge como cenário principal, mas não se espante se de repente se ver às portas do inferno.
Katábasis tem 480 páginas, Tradução Marina Vargas e é uma publicação da Editora Intrínseca.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Tu, Frankenstein: Nova era

Tu, Frankenstein: Nova era
é o novo volume deste curioso projeto literário iniciado em 2013 e organizado pelo escritor Duda Falcão. Trata-se de uma antologia com textos de horror de diversos escritores brasileiros que se reuniram para escrevê-los ao longo de uma única noite, assim repetindo a mítica experiência realizada em 1816 por Lord Byron, Percy Shelley, Mary Shelley e John Polidori na Vila  Diodati.
Esta antologia é resultado de uma ação realizada em 2024 na Casa de Cultura Mario Quintana, e conta com a participação de Adriana Maschmann, Amanda Leonardi, Duda Falcão, Gilberto Fonseca, Gustavo Melo Czekster, Juliane Vicente, Lucas Borne, Mariana Bortoletti, Marina Mainardi, Mario Augusto Pool, Miriam N. Dohrn e Irka Barrios. 
Diz o texto de apresentação: "Em um período de catástrofes ambientais, desconexão com a natureza, destruição de florestas,  consumo exacerbado, autoritarismo, doenças psicológicas, guerras entre nações, utilização de  IAs, entre outros problemas que nos assolam — será que ainda temos chance de encontrar um  caminho que nos coloque em harmonia ecológica, social, econômica e política no planeta? Não temos resposta para essa pergunta que nos inquieta. Mas nem por isso deixamos de pensar  ou desistir da vida. De maneira lúdica, ativamos um pouco do que existe de Victor Frankenstein  em nós para gerar a criatura de palavras que você vai ler! Divirta-se... e assombre-se também!"
Tu, Frankenstein: Nova era está em pré-venda no saite da Editora Cinco Gatas, aqui.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

QI 196

Está circulando o número 196 fanzine Quadrinhos Independentes-QI, editado por Edgard Guimarães, inteiramente dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos, destacando a produção independente e os fanzines brasileiros. 
A edição tem 48 páginas com vinhetas em quadrinhos de Henrique Magalhães, Luiz Iório, Manoel Dama, Joaquim Moura, Luiz Cláudio Lopes de Faria, Cristiano de Souza, ilustrações de José Nogueira, Mário Labate Santiago, Angelo Júnior e do editor, artigos de Pedro José Rosa de Oliveira, E. Figueiredo, Alex Sampaio e Rod Tigre, e e as colunas "Fórum" com as cartas dos leitores,"Edições independentes" divulgando lançamentos de fanzines do bimestre anterior e "Mantendo contato", de Worney Almeida de Souza, tudo muito ilustrado com tiras e imagens de quadrinhos. A capa traz uma ilustração de Guimarães, com um mecanismo de dobras interativas para conduzir a narrativa.
Junto a esta edição do QI, os assinantes recebem os seguintes suplementos: os números 28, 29, 30 e 31 da série Reflexões sobre Imagem e Cultura, com pesquisas de Guimarães, Rod Tigre e Quiof Thrul; o número 12 de HQ Além dos Balões, um fascículo de 24 páginas com mais uma parte da pesquisa de Fábio Sales sobre "Obras autorais continuadas por outros artistas"; e o terceiro número da série Liga dos Quadrinhistas Independentes, dedicado ao artista Sérgio Oliveira Jr., com direito a entrevista e relação completa de seus trabalhos. Além disso tudo, o quinto pacote com quatro novos cromos para o álbum Carrancas Digitais nada normais, de Manoel Dama, e o segundo pacote de cromos do álbum Maria, de Henrique Magalhães.
Exemplares impressos do QI e seus encartes podem ser adquiridos mediante assinatura. Mais informações, diretamente com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com. Versões digitais de todas as edições, desde o primeiro número, bem como de todos os encartes, estão disponíveis no saite da editora Marca de Fantasia, aqui, além de muitas outras publicações que valem a pena conhecer.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Lançamento: A cicatriz, China Miéville

"Em uma grande embarcação, um grupo de prisioneiros e escravizados é transportado para a colônia de Nova Crobuzon, a Nova Esperium. Viajantes e fugitivos estão entre os passageiros, inclusive Bellis Vinhofrio, renomada linguista cujos serviços lhe garantiram escapar de uma terrível punição. O plano de Bellis é viver na colônia até que seja seguro voltar para casa. No meio da travessia, o navio é cercado por piratas e a tripulação é sumariamente executada. Os sobreviventes são levados para Armada, cidade construída a partir dos cascos dos navios piratas e habitada por diferentes facções. Ali seu destino se entrelaça ao de outros personagens e uma busca incessante pela liberdade se inicia, com monstros lendários e uma iminente ameaça de guerra."
Este é o texto de apresentação do novo romance do escritor britânico Chine Miéville, A cicatriz (The scar), seguno volume da trilogia Bas-Lag, iniciado com Estação Perdido (Perdido Street Station), traduzido pela mesma Boitempo Editorial em 2016. Tratam-se de textos classificados como New Weird, um gênero híbrido em que os contornos dos gêneros são imprecisos, com elementos de fantasia, ficção científica e horror misturados de forma indissociável. Outra característica desse modelo literário é o viéz revolucionário, que cai muito bem no texto vertiginoso de Miéville, um declarado e reconhecido pensador de esquerda. 
O volume tem 528 páginas, com tradução de José Baltazer Pereira Júnior.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Lançamento: Ao meu redor, André Vianco

"Teodora é uma policial corrupta à beira do abismo. Traída por Raoni, a temida chefe do tráfico com quem mantinha um acordo sombrio, ela reage com fúria e desespero: mata a criminosa e parte em uma caçada frenética pelo dinheiro do crime, sua única chance de fuga. Sua última esperança? Jéssica, a irmã com quem tem uma relação conturbada – uma cientista brilhante, sensível e instável, que criou uma droga revolucionária, a Iboga-7, capaz de abrir um canal direto entre vivos e mortos. Com a ajuda desse experimento proibido, Teodora pretende arrancar da própria alma de Raoni o segredo sobre onde está escondida a fortuna. Mas ao cruzar o limiar entre os mundos, Teodora e Jéssica se veem presas em um pesadelo que vai muito além do crime."
Este é o texto de apresentação do romance de horror e ficção científica Ao meu redor, do escritor osasquense André Vianco que, desde seu primeiro livro, Os sete – lançado em 2000 pela Novo Século –, tornou-se um surpreendente sucesso de vendas. Merecido, Vianco escreve bem e tem ótimas ideias, e a leitura desta pequena introdução deixa claro que sua criatividade continua afiada. 
O livro foi lançado em julho de 2025, tem 272 páginas e é uma publicação da editora Citadel, pelo selo Lumens.

sábado, 27 de setembro de 2025

Lançamento: Luella Miller, Mary Wilkins Freeman

A Sociedade das Relíquias Literárias - SRL é um projeto da Editora Wish para viabilizar a tradução e publicação em ebook de textos raros de ficção fantástica internacional, resgatando assim obras desconhecidas de autores em domínio público, quase sempre inéditas em português. Uma assinatura mensal dá ao apoiador o direito de um novo ebook a cada mês, entre outras recompensas aditivas.
A relíquia de setembro é a novela de horror Luella Miller, da escritora americana Mary Wilkins Freeman (1852-1930), publicada originalmente em 1902. A volumosa ficção de Mary Wilkins é bastante valorizada pelo movimento feminista contemporâneo, pois trata invariavelmente da vida de mulheres fortes em ambientes de muitas dificuldades. 
Diz a sinopse: "Mesmo após sua morte, a lembrança de Luella continua a assombrar os moradores, cercada por rumores de doença, tragédia e uma estranha sucessão de mortes dos que se aproximaram daquela beldade incomum. Lydia Anderson, a única que conheceu a mulher mais enigmática da aldeia, carrega a história de uma jovem cuja presença parecia sugar a vida de todos ao seu redor. A história de Luella atravessa gerações na memória da comunidade, cercada por rumores de feitiçaria e tragédias inexplicáveis."
O volume ocupa o número 66 da coleção SRL; tem 87 páginas, tradução de Andrea Coronado e traz também uma biografia da autora. A capa tem uma ilustração de Maria Fonseca. 
Para fazer parte da Sociedade, basta formalizar o apoio na página do projeto, aqui.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Lançamento: As crônicas de Âmbar, Roger Zelazny

Lançado ainda em agosto de 2025, As crônicas de Âmbar (The chronicles of Amber) é apenas o segundo livro do multipremiado escritor americano Roger Zelazny (1937-1995) lançado no Brasil (o primeiro foi O senhor da luz, publicado há poucos meses pela Editora Aleph). E já chega para diminuir o atraso: a edição reúne nada menos que os cinco primeiros volumes da saga: Os nove príncipes de Âmbar (1970), As armas de Avalon (1972), O sinal do unicórnio (1975), A mão de Oberon (1976) e As cortes do caos (1978), que formam o "The Corwin cycle", primeiro tomo de uma série.
Diz o texto de apresentação: "Certo dia, Corwin, príncipe de Âmbar, acorda em uma terra estranha sem memórias de seu passado. Ao tentar escapar de seu exílio, ele descobre que sua família é capaz de manipular a realidade, viajar entre as infinitas sombras do multiverso e controlar poderosos artefatos mágicos, como os arcanos. Quando o patriarca da família desaparece misteriosamente, os nove príncipes de Âmbar travam uma guerra implacável pelo trono. Em meio a traições familiares, duelos mágicos e reinos que desafiam a lógica, Corwin embarca em uma jornada épica para recuperar sua identidade, conquistar seu lugar no trono e desvendar o paradeiro de seu pai, o ardiloso rei Oberon. Ao enfrentar perigos de infinitos mundos e a ganância implacável de seus irmãos, cada qual com os próprios segredos e ambições, Corwin descobrirá que a lealdade pode ser tão mutável quanto as sombras que cercam o reino de Âmbar."
A série tem pelo menos mais cinco volumes (que formam "The Merlin cycle"), uma coletânea de contos (Seven tales in Amber) e quatro prequelas escritas por John Gregory Betancourt, após a morte de Zelazny, consideradas fanfics pelos mais puristas.
As crônicas de Âmbar tem 736 páginas, tradução de Leonardo Alves e é uma publicação da Editora Intrínseca.
Na página da obra, aqui, dá para baixar uma "desgustação" em pdf para experimentar a leitura, mas nem precisa: Zelazny é um dos mais surpreendentes escritores de fcf que já andaram sobre este planeta.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

HQ Memories 25

HQ Memories
é um fanzine de e sobre quadrinhos editado pelo cartunista Luigi Rocco sob a chancela do selo Inumanos Agrupados, dedicado a resgatar trabalhos e autores esquecidos dos quadrinhos brasileiros e estrangeiros.
A edição 25 resgata do esquecimento as seguintes histórias em quadrinhos: "Science boy JQ" (1965), de Taku Horie; "O Doutor" (1966), de Álvarez; "O espelho mágico" (1960), de Aylton Thomaz; "Ambler" (1973), de Doug Wildey; "Zistor, o robô" (1961), de Waldir Igayara; e "Mister Mediano" (1957), de Steve Ditko. 
A edição tem 44 páginas, formato magazine com capa em cartão, que traz uma ilustração de Doug Widey com os personagens da série de tv Jonny Quest. Imagens e detalhes de cada um dos trabalhos apresentados podem ser conferidos no blogue da publicação, aqui.
Rocco também está republicando os primeiros números do fanzine, agora no formato grande. Várias edições já estão disponíveis.  
HQ Memories pode ser encomendado diretamente com o autor, pelo email luigirocco29@gmail.com.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Republicação: O enigma da Estatueta da Sorte, Gladis N. Stumpf González

"Na rua onde Gisela mora nunca acontece nada — até que a vizinha desaparece misteriosamente após receber a visita de um homem de chapéu escuro. Apaixonada por livros de mistério, Gisela decide investigar com a ajuda de seu cão Prisco e da gata Mitzi. Logo se torna aliada do Inspetor Souza, usando sua astúcia para seguir pistas como um bilhete estranho, um jardim revirado e um enigmático elefantinho vermelho da sorte. Entre aulas, perigos e repórteres curiosos, Gisela mostra que até os menores podem desvendar grandes mistérios."
Esta é o texto de apresentação de O enigma da Estatueta da Sorte, romance de mistério e fantasia da escritora gaúcha Gladis N. Stumpf González (1930-1994), que trabalhou extensamente na produção de livros para o público infantojuvenil, como as séries O clube do Falcão Dourado e Chico e Faísca
O enigma da Estatueta da Sorte, que agora ganha uma oportuna republicação pela Avec, faz parte da série Gisela e Prisco, que conta com quinze volumes originalmente publicados entre 1975 e 1979 pela Ediouro. 
O volume tem 96 páginas e traz prefacio de Nikelen Witter e posfácio de Leonardo Nahoum.

Juvenatrix 275

Está disponível a edição de outubro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
Em quinze páginas, traz um conto de Caio Alexandre Bezarias e resenhas aos filmes O monstro de Pedras Brancas (1959), Na solidão da noite (1945), O mundo em perigo (1954), O passo do monstro (1932), Trama diabólica (1971) e O monstro cósmico (1958), todas do  editor. A edição é completada com notícias e divulgação de livros e publicações alternativas, e de bandas de metal extremo. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Histórias Extraordinárias 10

Está em campanha de financiamento direto o décimo número do fanzine literário de ficção científica Histórias Extraordinárias, editado por Paolo Fabrizio Pugno para a Editora Dicotomia.
Estranhou? Pois é. Depois de um ano de ausência, a publicação retorna por uma nova editora e corpo editorial reduzido, mas seguindo os mesmos aspectos gráficos. 
O editor promete uma edição com 64 páginas com contos de Eduardo Akira, Rogério Justino, Gerson Lodi-Ribeiro, Kairo D. Barbosa, Davi M. Gonzales, Cuca Nuñes e Roberto Causo, além de artigos sobre cinema, séries, livros e ciência, e uma entrevista com o escritor Jorge Luiz Calife, comemorando os quarenta anos de publicação do seu romance Padrões de contato, reputado como marco fundador da Segunda Onda da Ficção Científica Brasileira. 
Mais uma coisa, infelizmente, não mudou: Histórias Extraordinárias segue sustentando a política editorial de não publicar mulheres. Uma pena. 
Para apoiar esta edição, visite a página da campanha, disponível até o dia 14 de outubro de 2025. Edições anteriores podem ser adquiridas em pacotes promocionais.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Resenha: Os filhos das estrelas, H. G. Wells

Os filhos das estrelas
(Star begotten), H. G. Wells. 248 páginas. Tradução de Gustavo Terranova Aversa. São Paulo: Andarilho, 2025. Publicação original de 1937.

H. G. Wells (1866-1946) dispensa apresentações. Este escritor britânico é sumamente conhecido e popular entre leitores no mundo todo, autor de uma infinidade de clássicos da literatura, entre os quais estão A guerra dos mundos, O homem invisível, A máquina do tempo, além de trabalhos em diversas outras áreas, como filosofia, política e história. 
Contudo, mesmo sendo um leitor inveterado dos textos de Wells, não conhecia Os filhos das estrelas, novela originalmente publicada em 1937 que apresenta uma série de características incomuns, tanto ao gênero da ficção científica no qual ele pode ser classificado, não sem alguma polêmica, mas ao próprio escopo  dos textos do autor. 
Não que lhe seja realmente desconforme, pois está alinhado às ideias mais frequentes de Wells, mas por conta do estilo. Creio nunca ter lido um texto assim de Wells e me parece nunca ter lido algo parecido na fc.
Porque Os filhos das estrelas mal tem um enredo. De fato, ele se manifesta através de longos diálogos ao estilo platônico,  que vão se aprofundando, mudando o ponto de vista e reformulando argumentações. Ou seja, a novela está mais para um ensaio filosófico do que para uma ficção, como um diálogo de Platão com pequenas parábolas como ilustrações argumentativas. A única diferença é que Wells não encerra em aporia, mas oferece uma conclusão mais ou menos satisfatória.
A história, se podemos dizer assim, fala sobre Joseph Davis, um homem comum da sociedade britânica que, certo dia, depois de participar de conversas aleatórias com alguns intelectuais num evento, tem uma revelação perturbadora: a humanidade estaria sendo manipulada em sua estrutura genética por alienígenas de Marte que, sem condições de promover uma invasão física ao planeta, bombardeiam a Terra com raios cósmicos mutagênicos para alterar a humanidade até que ela se torne marciana. Ao relatar suas angústias a um psicólogo, este acaba contaminado pela ideia e, sendo afeito a fofoca, espalha a história, que se torna um meme internacional. 
Talvez a proximidade maior deste texto de Wells, inclusive considerando-se o tema, seja com Assim falou Zaratustra, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, publicado em 1883.  Alias, o conceito de Übermensch, desenvolvido pelo filósofo nesse livro, foi bastante explorado pela fc e pode ser percebido, por exemplo, em diversos livros de Arthur C. Clarke, e no desconcertante The new Adam,  de Stanley G. Weinbaum, publicado em 1939. O conceito é chave de entendimento desta novela de Wells.
O volume tem formato de bolso com 248 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa, e faz parte da coleção Clube Andarilhos da Editora Andarilho, que é comercializada através de assinaturas. Mas, após algumas semanas, os livros dessa coleção podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.
Sem dúvida, um livro incomum e valioso para todos os que gostam de uma boa ficção científica filosófica.

sábado, 20 de setembro de 2025

Lançamento: O bestiário urbano de Tobias Tango, Christian David

Está em pré-venda O bestiário urbano de Tobias Tango, novela de fantasia sombria do escritor gaúcho Christian David, que conta com uma obra apreciável na área da literatura infantojuvenil. 
Diz o texto de divulgação: "Tobias Tango não é um ser humano comum. Ele possui a rara habilidade da Visão Nonsense, ou seja, a capacidade de enxergar coisas que mais ninguém consegue: a realidade como ela é, ainda que esta pareça imaginária ou sobrenatural. Com a ajuda de Tibério, seu amigo e fiel escudeiro da Dimensão Alfa, exerce a função de Nonsenser para guardar as dimensões e garantir que elas permaneçam livres. Com a chegada inesperada de Manuela à casa do nonsenser, o que estava oculto começa a se revelar, ainda assim muitos mistérios precisam ser desvendados e perguntas precisam ser respondidas. E é apenas o início da jornada."
O livro tem 144 páginas e é uma publicação da Editora Avec.

Lançamento: Endymion, Dan Simmons

"Raul Endymion não pretendia ser um daqueles raros seres humanos que fazem história. Não pretendia mesmo. Pelo contrário, cresceu no planeta Hyperion, em uma família de pastores itinerantes, serviu como soldado e cumpriu diversos trabalhos depois disso. Estava bem longe de seus planos cometer um ato que lhe rendesse uma sentença fatal e mudasse para sempre o seu mundo. Sem muitas explicações prévias, um careca de pele azul e um velho encarquilhado ajudam-no a escapar para uma nova cidade. Ali, Raul recebe a missão de resgatar uma menina que chegará através do tempo em meio às misteriosas Tumbas Temporais, onde os peregrinos de Hyperion enfrentaram o Picanço mais de 250 anos antes. Aneia é o nome da pequena, e ela pode ser a chave para o futuro da humanidade. De quebra, juntos, eles devem fugir do poderio militar da Igreja e de seus defensores da Pax, encontrar um planeta que desapareceu sem deixar rastro e ainda decifrar os planos de uma força oculta que espreita o antigo TecnoCerne de IAs. Raul Endymion definitivamente não pretendia se tornar um herói, mas tem consciência de que, ao longo dessa jornada, como em tanta coisa na vida, o que importa não é o motivo por que fazemos algo. O que perdura é o fato de fazer."
Este é o texto de apresentação de Endymion, novo romance do multipremiado escritor americano Dan Simmons, no mesmo universo dos romances Hyperion (2023) e A queda de Hyperion (2024), publicados pela mesma Editora Aleph. 
Endymion tem 696 páginas, tradução de Leonardo Alves e já pode ser adquirido em pré venda no saite da Aleph, aqui, com data de publicação agendada para 21 de outubro próximo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Lançamento: Lady Europa de Rhea, Gerson Lodi-Ribeiro

"Ao resolverem permanecer em Ahapooka, Europa e Spartacus concluem que, na ausência de sua nave estelar autoconsciente, precisarão de uma base de operações. Daí, cogitam a possibilidade de se radicarem em Rhea a Magnífica e retomam suas andanças pela Banda Ocidental do Grande Continente em companhia de seu fiel guia alienígena John Smith. Contudo, será preciso certo esforço de negociação para se adaptarem às sutilezas, nuances políticas e perigos da Nação Humana. Enquanto isso, do outro lado da Cordilheira Colossal, a antiga integrante da segunda expedição de Olduvaii a Lobster, Lucinda, recém-ungida no posto de Ministra Suprema do Império, enfrenta dificuldades inerentes ao novo cargo. Essa situação difícil degringola numa crise de proporções incontornáveis quando os procedimentos médicos antigeriátricos da nova governante começam a falhar e a única solução viável parece se situar em Rhea, potência hostil ao Império."

Este é o texto de apresentação de Lady Europa de Rhea, romance do escritor carioca Gerson Lodi-Ribeiro, mais um  ambientado no universo Tramas de Ahapooka, sendo sequência imediata da trilogia Mundo-Sem-Volta.

O volume tem 481 páginas em edição unicamente digital e está disponível para compra aqui.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Relançamento: A Bandeira do Elefante e da Arara, Christopher Kastensmidt

Está em pré-venda a nova edição da coletânea de fantasia A Bandeira do Elefante e da Arara, do escritor texano, radicado no Brasil, Christopher Kastensmidt, agora pela Editora Avec de Porto Alegre. 
O livro foi originalmente publicado em 2016 pela Editora Devir (resenhado aqui) e, desde então, ganhou prêmios, fãs e entusiastas pelas aventuras de dois exploradores estrangeiros em um Brasil colonial repleto de seres mitológicos. 
A coletânea é, de fato, um fix-up, isto é, um romance formado pelo ajuntamento de contos e novelas independentes que, não obstante, formam um todo coerente. 
Diz o texto de apresentação: "No Brasil colonial do século XVI, duas almas improváveis unem forças nas profundezas da mata virgem: o audacioso aventureiro holandês Gerard van Oost e o habilidoso ioruba Oludara. Num cenário pulsante, rico em convergências culturais, eles se deparam com criaturas lendárias do nosso folclore — do esperto Saci-Pererê ao assustador Pai‑do‑Mato —, desafiando cada mistério da floresta com coragem, astúcia e parceria singular."
Desta vez, o livro apresenta onze contos, um a mais que a edição anterior, ampliando a experiência do leitor nesse universo fantástico. 
Originalmente escrito em inglês, os créditos à tradução são de Roberto de Sousa Causo e do próprio Kastensmidt, e a edição ainda conta com ilustrações de Lorena “HET” Herrero e Ursula “SulaMoon” Dourada. A capa é de Reinaldo Rocha.
O volume tem 432 páginas e pode ser encomendado no saite da editora, aqui.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Lançamento: Vertentes do insólito ficcional – Ensaios III

Está disponível a antologia de ensaios acadêmicos Vertentes do insólito ficcional - Ensaios III, organizada por Flavio García e Bruno Anselmi Matangrano para a Editora Dialogarts. 
A obra reúne textos que trabalham "sobre as variadas manifestações do gótico, passando também pela fantasia e pelo fantástico estrito senso", com os seguintes textos: "À volta do insólito ficcional", de Flavio García; "Nas fronteiras do insólito ficcional pelos mirantes do gênero, modo e categoria", de Marisa Martins Gama-Khalil; "As poéticas do mal na literatura brasileira: fundamentos de pesquisa", de Júlio França e Daniel Augusto P. Silva; "O medo admoestatório: 'A missa do galo' (1839),de Maciel da Costa, e a literatura de medo anterior à Noite na taverna (1855), de Álvares de Azevedo", de Laura Cardoso; "A figura da mulher monstruosa em 'A feiticeira' (1849) de Antônio Joaquim da Rosa", de Ana Giulia Mussury Ruas Tostes; "A espada da surpresa: uma filosofia chestertoniana do terror e do horror", de Luís Guilherme Comar Freza; "Personagens traumatizados na literatura pós-primeira guerra: uma breve análise", de Bernardo Rapp; "Nossa parte do gótico: duas abordagens do gótico pós-colonial contemporâneo', de Emannuel Gonçalves Gomes; "Terror cósmico em 'Sinos da tormenta', de Larissa Prado: entre tradição e subversão", de Nathalia Sorgon Scotuzzi;  "Sigurd, o Volsungo reconstruído por Tolkien", de Samuel Renato Siqueira Sant’Ana, "Mundos insólitos de Haruki Murakami: um estudo da representação do empírico e do metaempírico em 1Q84", de Ananda Maria Ferreira Missailidis; e "Figurações do insólito na literatura contemporânea", de Shirley de Souza Gomes Carreira. 
O volume tem 282 páginas e está disponível unicamente e, formato difital, que pode ser baixado gratuitamente aqui.

sábado, 13 de setembro de 2025

Resenha: A morte da Terra, J. H. Rosny Aîné

A morte da Terra
(La mort de la Terre), J. H. Rosny Aîné. 128 páginas. Tradução de Julia da Rosa Simões. Ilustrações de Rodrigo Rosa. Prefácio de Mia Couto. Porto Alegre: Piu, 2019. Originalmente publicada em 1910.

Desde que os textos de ficção científica começaram a cair em domínio público, muitos autores famosos e obscuros têm atraído o interesse das editoras brasileiras, ampliando a variedade de conceitos disponíveis aos leitores neste início de século. É o caso do objeto desta resenha.
O escritor belga J. H. Rosny Aîne (1856-1940) é mais conhecido por A guerra do fogo (La guerre du feu, 1909), que chegou a ter uma versão filmada em 1982 por Jean-Jacques Annaud, mas o autor tem também uma vultosa produção literária ligada ao fantástico. 
A morte da Terra é uma novela de ficção científica publicada em 1910, e parece ter os cento e tantos anos que carrega. Trata-se de uma peça de leitura fácil mas extremamente descritiva e quase sem diálogos, que denota uma certa falta de jeito do autor com um gênero que ainda não estava plenamente estruturado, quase como se pedisse desculpas ao leitor por tratar o tema a partir de uma visão tão ficcional. Ainda assim, como se diz, é um trabalho "fora da curva". A começar pela preocupação com o meio ambiente, que só passou a ser considerada de modo efetivo a partir dos anos 1970. Apesar de afinada com a ficção romântica decadentista do final do século XIX, A morte da Terra mostra aspectos consistentes com os protocolos da ficção científica que, naquela época, ainda estavam em uma fase germinal. 
De um ponto de vista estético, esta novela de Rosny-Ainé lembra Quinteto, filme de 1979 de Robert Altman, no qual vastidões estéreis e silenciosas contrastam dolorosamente com espaços claustrofóbicos, embora em Quinteto tudo seja muito gelado, enquanto que em O fim da Terra é abrasador.
A história se passa cinco mil anos no futuro, num planeta Terra em crise climática profunda, no qual praticamente toda a água, doce e salgada, desapareceu. As derradeiras comunidades humanas, com poucas centenas de indivíduos, ainda que dotadas de tecnologia, só sobrevivem porque dispõem de cacimbas cuidadosamente preservadas, mas elas estão cada vez menores. Nesse ambiente inóspito, novas espécies prosperam, como uma espécie de ave inteligente com a qual os homens interagem, e seres microscópicos baseados em ferro – chamados de ferromagnéticos – que formam colônias enormes e de deslocamento lento, mas que pode matar humanos desavisados absorvendo o ferro de seus corpos. Quando um terremoto dá fim as reservas de água das comunidades humanas, os últimos homens enfrentam a morte num desapaixonado ritual de suicídio grupal. Porém, um pequeno grupo familiar recusa-se a morrer e empreende sucessivas explorações a procura de bolsões do líquido vital que podem estar escondidos nas profundezas da terra, em cavernas inexploradas.
Dessa forma, A morte da Terra dialoga com o contemporâneo subgênero do solarpunk em seus contornos gerais, e pode mesmo ser um primo distante de "Demônios", de Aluísio Azevedo. O que separa estes exemplos do solarpunk é que este traz aspectos de resistência civil deliberada contra as instâncias de poder, que não é tão evidente nestas histórias.
A novela é curta, possível de ler em menos de três horas, e conta com uma edição de 2023 pela Editora Piu, de Porto Alegre, com tradução de Julia da Rosa Simões e prefácio do escritor moçambicano Mia Couto.
Uma ótima oportunidade para visitar as origens da ficção científica deste autor tão pouco traduzido por aqui. 

Blitz, a fada do caneco de porcelana; Simone Saueressig

Vinculado aos festejos de comemoração dos duzentos anos da imigração alemã em Novo Hamburgo, Blitz, a Fada do Caneco de Porcelana é um livro de fantasia da experiente escritora gaúcha Simone Saueressig, no ambiente dos livros infantojuvenis, em que a autora atuou a maior parte de sua carreira. O livro, que tem ilustrações de Beto Soares, faz alusão à trajetória da imigração alemã na região por meio da história da Casa Schmitt-Presser, primeiro empreendimento comercial de Novo Hamburgo. 
Diz o texto de divulgação: "Depois de atravessar mares e terras, a fada Blitz chega para viver em um lugar cheio de novidades. A história é narrada por esse pequeno habitante, em uma verdadeira viagem no tempo e na história."
A publicação faz parte do projeto Uma História Centenária de Valor (PRONAC: 232067), viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei 8.313/91), do Ministério da Cultura, e é uma publicação de uma pareceria entre o ACI, Simples Assim e Ministério da Cultura, e a tiragem foi voltada às escolas públicas da região. 
Por enquanto, o livro não está a venda em parte alguma. Mas, quem sabe...

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Lançamento: As 6 estrelas em Os subterrâneos dos jesuítas, Maristela Scheuer Deves

As missões jesuíticas, também conhecidas como reduções, estão entre as mais lembradas histórias da formação do povo brasileiro. Eram aldeamentos indígenas organizados por padres missionários da Companhia de Jesus, que buscavam levar aos indígenas a religião e os costumes europeus. Os jesuítas lograram obter grande desenvolvimento nesses empreendimentos, mas as missões acabaram abandonadas quando os jesuítas foram expulsos do país por volta de 1759. Suas ruínas, envoltas em muitas lendas, ainda hoje podem ser visitadas.
Este é o panorama em que se desenrola a história de As 6 estrelas em Os subterrâneos dos jesuítas, da escritora Maristela Scheuer Deves, que nasceu em Pirapó, na região das Missões gaúchas. Trata-se de uma novela juvenil, com muita aventura e fantasia.
Diz o texto de apresentação: "Será verdade que a adega subterrânea situada em São Nicolau dá acesso a túneis que ligariam as antigas reduções jesuíticas conhecidas como os Sete Povos das Missões? Para aproveitar o que resta das férias, o Clube das 6 Estrelas – formado por Marília, Lorena, Vera, Rose, Lola e Vívian – resolve investigar se essa lenda é real. Num passeio pelos cenários históricos dessa região gaúcha, de bicicleta ou de carona numa velha Kombi, as meninas vão viver muitas aventuras em busca de uma resposta."
O volume tem 120 páginas e é uma publicação da Editora Avec.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Lançamento: O Circo das Lembranças Esquecidas, Ariane Saltoris

"O Circo das Lembranças Esquecidas se instala no parque de diversões abandonado, e não é um circo como os outros. O jovem médium Joshua, em busca de inspiração, logo descobrirá a missão tocante da trupe, que não pode deixar o parque até o fim da Festa dos Mortos. Encantado pela estrela do espetáculo, Anna-Sena, Josh reluta a aceitar o pressentimento de que foi levado até ali por um motivo —mas que rumo seguirá, se descobrir que seu papel nesse espetáculo já estava escrito?"
Este é o texto de apresentação do romance de fantasia sombria O Circo das Lembranças Esquecidas, de autoria da escritora brasileira Ariane Saltoris – que há doze anos mora na Alemanha –, uma história de contornos góticos que dialoga com as histórias de horror de Ray Bradbury, como por exemplo, o clássico romance Algo de mal vem por aí
O Circo das Lembranças Esquecidas é uma publicação da Editora Avec, tem 192 páginas e está em pré-venda aqui, com lançamento previsto para 31 de outubro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Em campanha: Vampiros, John Steakley

Estreou há poucos dias, uma campanha de financiamento direto para viabilizar a publicação de Vampiro$ (Vampire$), romance de horror do escritor texano John Steakley (1951–2010), originalmente publicado em 1990 e que serviu de base para a produção cinematográfica Vampiros (1998), de John Carpenter. 
Steakley teve uma carreira significativa no campo da ficção científica, com diversos contos publicados na revista Amazing Stories.
Diz o texto de apresentação: "Misturando ritmo de faroeste, brutalidade de histórias de guerra e o fascínio imortal dos vampiros, a narrativa acompanha Jack Crow, líder de caçadores contratados pelo Vaticano, no combate inglório para erradicar colônias de vampiros. Armados com tecnologia moderna e métodos impiedosos, eles enfrentam criaturas letais, formidáveis e capazes de estratagemas dos mais nefastos."
O livro terá aproximadamente trezentas páginas, capas duras, tradução de L. F. Lunardello e publicação pela editora Diário Macabro, dentro da Coleção John Carpenter, que reúne textos nos quais o famoso diretor de cinema se inspirou para alguns de seus filmes. Já foram publicados nessa coleção O enigma de outro mundo, de John W. Campbell, A cidade dos amaldiçoados, de John Wyndham e Eles Vivem: contos de ficção científica, de Ray Nelson.
Entre as recompensas da campanha, marcadores de páginas, pôsteres e os livros da coleção, entre outros itens exclusivos. O projeto receberá apoios aqui até o dia 15 de outubro de 2025.

sábado, 6 de setembro de 2025

Resenha: Boneshaker, Cherie Priest

Boneshaker (Boneshaker), Cherie Priest. Tradução não identificada. 404 páginas. Baependi: Underworld, 2012.

Há anos aguardando na minha fila de leitura, Boneshaker é um romance retrofuturista steampunk de autoria da escritora americana Cherie Priest, publicado em 2012 pela extinta Editora Underworld. Originalmente publicado em 2009, foi indicado aos prêmios Hugo e Nebula, e venceu o Prêmio Locus de Melhor Romance de Ficção Científica.
A personagem principal é Briar Wilkes, uma mulher de meia idade, neta de um falecido líder carismático da cidade de Seattle, e viúva de Leviticus Blue, gênio da mecânica que criou um veículo perfurador – o Boneshaker do título – que, por acidente, devastou a cidade e rompeu algum tipo de bolsão de gás natural mortal que torna algumas das pessoas tocadas por ele em zumbis. Desde então, parte de Seattle foi segregada com uma muralha altíssima, que contém tanto o miasma quanto os zumbis. 
Briar vive do lado externo da muralha, estigmatizada pela tragédia causado pelo marido, que morreu no acidente, e sofrendo todo tipo de bulling dos demais sobreviventes, que a corresponsabilizam por seus prejuízos. E não se entende bem com o filho adolescente, Zeke, que acha que o pai era um herói e que as pessoas que os maltratam estão erradas a seu respeito. Ele fica sabendo que há pessoas vivendo dentro da muralha e, depois de uma discussão especialmente acalorada com a mãe, decide entrar na área segregada para buscar provas da retidão do pai no antigo casarão de família, que parece guardar muitos segredos incomuns. Para isso, usa um túnel secreto através do qual contrabandistas transportam a "Seiva de Limão", beberragem alucinógena destilada do próprio miasma. Ele pretende retornar antes que sua mãe dê por sua falta, mas ocorre um terremoto, os túneis desabam e Zeke fica preso dentro da área proibida. Desesperada com o desaparecimento do filho, Briar se lança a uma perigosa missão para resgatar Zeke de dentro das muralhas e evitar que ele venha a descobrir o mais sinistro segredo da sua vida. 
Boneshaker tem um texto excelente. Bom de ler e muito saboroso. Os personagens são fortes e interessantes, como o vilão Dr. Minnericht, a lutadora Princesa Angeline, o Capitão Cly e toda a tripulação do dirigível Naamah Darling, o malandro Rudy, o guerreiro Jeremiah Swalhammer e sua armadura de mil e uma utilidades, a barwoman Lucy O'Gunning, e muitos outros. 
O romance segue a risca a regra sagrada do steampunk, fundada pelos escritores americanos Willian Gibson e Bruce Sterling em A máquina diferencial: em algum momento, tem que acontecer uma revolução popular. E ela vai acontecer, é claro, no clímax da história. Também há muitas máquinas a vapor, dirigíveis, máscaras de solda e tudo mais que caracteriza este subgênero, que conta com seguidores ardorosos no Brasil. 
Boneshaker é o primeiro de uma série de sete romances que formam o Universo Clockwork Century:  Boneshaker(2009), Clementine (2010), Dreadnough (2010), Ganymede (2011), The Inexplicables (2012), Fiddlehead (2013) e Jacaranda (2015); nenhum outro saiu aqui. 
O mais curioso é que a autora não seja mais popular, pois não foi à toa que ganhou o Locus. Há, contudo, um segundo romance de Priest em português: Ela está em todo lugar (I am Princess X), história de fantasia urbana que une prosa e quadrinhos, publicada aqui em 2015 pela Editora Gutenberg, mas que não tem qualquer relação como universo de Boneshaker.
Vale a pena buscar nos sebos por um dos raros exemplares desse romance, pois é uma leitura intensa, emocionante e agradável. Tomara que outra editora republique esse título, bem como os demais da série, pois Cherie Priest é uma escritora excelente que merece ser mais lida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Lançamento: Odisseia estelar, Kim Bo-Young

"Em duas histórias independentes, mas interligadas – 'Estou esperando você' e 'Estou indo até você' –, Kim Bo-Young narra, com maestria, o amor atemporal de um par que tenta, através da relatividade, retornar à Terra simultaneamente para, enfim, se casarem. No entanto, imprevistos no espaço-tempo adiam cada vez mais a data da cerimônia e, no transcorrer dos séculos na Terra, os noivos se deparam com um cenário irreconhecível. Diante de toda a desesperança que os desafios das longas jornadas espaciais e as mudanças no planeta despertam, a única coisa que persiste e permanece imutável entre eles é o anseio de estarem juntos. Já em 'Pessoas a caminho do futuro', Selene vive sozinha na residência espacial que há anos é comandada pelas mulheres da sua família. Num ambiente em que não é possível distinguir entre o dia e a noite, ela passa o tempo trabalhando, cuidando da casa e lendo os livros que pertenceram a suas ancestrais. Isso até ser surpreendida por um jovem cuja aparente linguagem grosseira revela um dispositivo-tradutor antiquado. Afinal, por qual motivo, senão uma confusão idiomática, ele teria dito que planeja ir aos 'confins do universo'?"
Esta é a apresentação da coletânea Odisseia estelar, da premiada escritora sul-coreana Kim Bo-Young, primeira obra da autora a desembarcar aqui pela editora Companhia das Letras em seu selo Suma. Nos EUA, os traballhos reunidos nesta edição apareceram na coletânea I'm waiting for you and other stories, em 2021, publicadas na Coreia do Sul no ano anterior.
O volume tem 264 páginas, tradução de Luis Girão, e está em pré-venda aqui, com lançamento previsto para 30 de setembro próximo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Pré-lançamento: Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1900-1949]

Está em pré-venda o segundo volume da série Tênebra, Narrativas brasileira de horror, organizada por Júlio França e Oscar Nestarez , desta feita reunindo contos brasieliros publicados entre 1900 e 1949. O primeiro volume (com a capa em tom amarelo), foi publicado em 2022 com uma seleta contos publicados entre 1839-1899.
Esta nova edição traz quase quatro dezenas de contos, incluindo alguns de autoria de grandes nomes da literatura brasileira. Diz o texto de apresentação: "A fim de reparar o apagamento que o gênero sofreu ao longo da história, tendo sido excluído do cânone literário, o livro reúne 38 histórias escritas por que, embora tenham sido classificados como realistas, naturalistas ou modernistas, também desfiaram a pena nas vertentes sombrias da escrita. São histórias góticas, fantásticas, de suspense ou de crimes que mostram como as poéticas negativas captavam os humores brasileiros no período das Guerras Mundiais. Para além de delinear a realidade grotesca da época, os contos de Tênebra demonstram que o gênero do horror é entretenimento garantido. E bastante presente no gosto popular, haja vista a quantidade de produções literárias que nele se enquadram. Com vampiros, femmes fatales, monstros e outros personagens, esta publicação retira o terror brasileiro das sombras e o leva direto ao seu ávido público."
Os escritores selecionados são Adelpho Monjardim, Afonso Arinos, Alberto Rangel, Alcides Maia, Amélia Beviláqua, Carlos de Vasconcelos, Carmem Dolores, Chrysanthème, Clarice Lispector, Coelho Neto, Cornélio Penna, Delminda Silveira de Sousa, Dinah Silveira de Queiroz, Erico Verissimo, Euclides da Cunha, Francisca S. Queiroz, Gastão Cruls, Gomes Netto, Gonzaga Duque, Graciliano Ramos, Herman Lima, Hugo de Carvalho Ramos, Humberto de Campos, João Alphonsus de Guimaraens, João do Rio, João Simões Lopes Neto, Júlia Lopes de Almeida, Lima Barreto, Lúcio Cardoso, Lygia Fagundes Telles, Mário de Andrade, Medeiros e Albuquerque, Monteiro Lobato, Papi Júnior, Patrícia Galvão (King Shelter), Rachel de Queiroz, Rodrigo Octávio e Xavier Marques. Também oferece um ensaio, de autoria dos organizadores, sobre as vanguardas artísticas do século 20 e como se relacionaram com o gênero no Brasil."  
Tênebra, Narrativas brasileira de horror tem 432 páginas, é publicação da Editora Fósforo e pode ser adquirida aqui, com data de lançamento marcada para o dia 10 de outubro próximo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Os contos brasileiros do Apocalipse

Aluísio de Azevedo começou sua carreira na imprensa do Rio de Janeiro como caricaturista. Tendo que retornar a São Luís (MA) após a morte do seu pai, passou a dedicar-se com afinco à literatura, logo publicando O mulato, livro que causou controvérsias pelo modo como retrata a escravidão e a questão racial. Foi um dos primeiros escritores no Brasil a viver de seu trabalho literário, colhendo os dissabores desta decisão, como a dificuldade econômica constante. O conto “Demônio” poderia ser considerado o testamento literário de um escritor republicano e naturalista já que, depois de sua publicação, Aluísio Azevedo decidiu dedicar-se totalmente à carreira diplomática.


O conto de Joaquim Manuel de Macedo apresentado em Apocalipse, “O fim do mundo” (1857), é o primeiro exemplo de literatura de ficção científica tropical em língua portuguesa. O fim do mundo seria causado por um cometa cuja passagem mortal estava marcada para 13 de junho, dia em que Macedo começou a publicar essa história, em episódios, no Jornal do Comércio (RJ). 
Joaquim Manuel de Macedo alcançou formidável sucesso com seu romance de estreia, A moreninha (1844), considerado o primeiro romance urbano na literatura romântica brasileira.

Não deixe de apoiar a publicação de Apocalipse, aqui.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Lançamento: Fábulas de Laniakea

Está disponível a antologia Fábulas de Laniakea, organizada por Lu Evans e Liana Zilber Vivekananda para o selo Nebula, reunindo contos fantásticos do Japão, China e Brasil, com destaque especial para os textos escritos por mulheres.
Diz Vivekananda em seu texto de apresentação: "Nosso propósito, além de elaborar um conteúdo interessante reunindo culturas diversas e propostas diferentes – temos contos de fantasia, ficção científica, fábulas medievais, mundos fora da Terra e na Terra – é também o de valorizar a participação feminina. Buscamos dar voz às escritoras, tanto do Brasil quanto da China e do Japão. Às vezes, parece que temas tecnológicos ou fantásticos se reduzem mais ao público masculino. Porém, vivemos tempos diferentes. Mulheres astronautas, pilotando aviões, grandes cinetistas, matemáticas e físicas começam a surgir. Sempre com mais dificuldades, pois nossa cultura ainda mantém valores antiquados. Assim, estamos trazendo escritores e escritoras de igual patamar, para o deleite dos leitores". 
A seleta inclui trabalhos da China: Su Min, Luo Xia, Lu Hang, Arthur Liu, Mu Hai; do Japão: Eisuke Aikawa, Eiko Seodora Ozaki, Unno Jūza, Ryūnosuke Akutagawa; e do Brasil: Finisia Fideli, Ney Alencar, Ana Lúcia Merege, Rubens Angelo, Alessandra Dossena, Osvaldo Meza, Liana Zilber Vivekananda, Lu Evans, Dione M. S. da Rosa, Eduardo Brindizi, Romy Schinzare, Valter Cardoso, Rozz Messias, Rafael Bertozzo Duarte. Também publica artigos analíticos de Kanata Inoue (Japão), RiverFlow (China) e Cesar Silva (Brasil), tratando da publicação de fcf em seus respectivos países, cada uma em um recorte específico. 
O volume tem 357 páginas, prefácio de Rodrigo Ortiz Vinholo e pode ser lido gratuitamente online nas plataformas Heyzine e Google Livros.

Lançamento: Alguém em Guernica olha para mim, Octavio Aragão

Está em pré-venda aqui a coletânea Alguém em Guernica olha para mim, do escritor e roteirista carioca Octavio Aragão, que já tem em sua bibliografia os romances de ficção alternativa A mão que cria (Mercuryo, 2006) e A mão que pune (Caligari, 2020), sendo também criador da franquia Intempol, que já conta com diversas antologias de contos e vários álbuns em quadrinhos.
Este novo trabalho reúne vinte e dois contos do autor, compilados de seus quase trinta anos de trabalho com os gêneros fantásticos, especialmente a ficção científica. 
Diz o texto de apresentação: "Aragão conta histórias de futuros que vão da luta de um Brasil alternativo contra uma ditadura extraterrena até uma realidade na qual o mundo acaba diante dos boêmios cariocas na década de 1930, passando por símios arqueólogos e santas arquetípicas. Eis um livro que não se contenta em criar mundos, mas também os reconstrói e revoluciona."
O volume tem 176 páginas e é uma publicação da Editora Avec.

sábado, 30 de agosto de 2025

Resenha: Como aprendi a amar o futuro

Como aprendi a amar o futuro: Contos solarpunk
Francesco Verso & Fabio Fernandes, orgs. 350 páginas. São Paulo: Plutão, 2023.

É incrível que não estejamos falando da antologia Como aprendi a amar o futuro desde o seu lançamento há dois anos. Pois trata-se da mais expressiva novidade no ambiente da fc desde o surgimento do cyberpunk, nos anos 1980. Porque ela é estranha e um pouco assustadora, como, aliás, toda a fc deveria ser. 
Desde a publicação em 2012 da antologia Solarpunk: Histórias ecológicas e fantásticas em um mundo sustentável, pela Editora Draco, ficou a impressão que o subgênero ali proposto não passava de uma variação ao cyberpunk com tecnologias verdes. Dizia-se que o solarpunk propunha uma ficção que apontava para um futuro no qual a humanidade daria certo, escapando do apocalipse e da distopia.
Se fosse mesmo isso, seria uma fc ingênua e equivocada, uma elegia a tecnocracia futura na qual todos os problemas causados ao meio ambiente planetário pela tecnologia seriam resolvidos, vejam só, pela própria tecnologia. Há, de fato, muita gente que pensa assim: para quê preservar o mundo hoje se a tecnologia irá nos salvar amanhã?
Bem, não é o que sugerem os treze contos e os três ensaios reunidos nas 350 páginas de Como aprendi a amar o futuro: Contos solarpunk, antologia organizada pelos pesquisadores Francesco Verso (Itália) e Fabio Fernandes (Brasil), publicada pela Plutão Livros em 2023.  
Para os autores presentes na antologia, a concepção do solarpunk não é, de forma alguma, positivista ou utópica.  Pelo contrário, é bastante pessimista, porque reconhece que o ponto sem volta já foi ultrapassado e o desastre ambiental é inevitável. Na verdade, já estamos vivendo suas consequências e não há como escapar, a não ser que aconteça alguma coisa muito radical e subversiva.
Tratam-se de histórias em que pessoas comuns tomam para si a tarefa de construir uma nova forma de viver num mundo devastado pela poluição e pela crise ambiental causadas pelas corporações e pelas elites que continuam fazendo o que sempre fizeram. Trata-se de uma ficção engajada, que pretende mostrar alternativas de sobrevivência dentro desse inevitável futuro ambiental destroçado. Uma fc politicamente militante, mais social e menos individual, que também discute aspectos ligados a diversidade étnica, cultural, de gênero e de pessoas com deficiência. Uma ação de guerrilha tecnológica, na qual grupos comunitários assumem a responsabilidade e o controle de sua sobrevivência em meio ao caos ambiental, a revelia das decisões de governo, que nos colocaram nessa enrascada para começo de conversa. 
Nas 350 páginas da antologia, textos de várias procedências, vindos de Argentina, EUA, China, Austrália, França e Espanha: "Empatia bizantina", de Ken Liu, "O zelador do Farol", de Andrew Dana Hudson, "Beton betularia", de Maria Antònia Martí Escayol, "Omnia sol temperat", de T. P. Mira-Echeverría e Guillermo Echeverría, "Contaminações", de Sylvie Denis, "Com uma bicicleta espacial vai-se a qualquer lugar", de Ingrid Garcia, "A terra-corpo", de Ciro Faienza, "A força da serpente é a força da gente", de Brenda Cooper, "Falácia efetiva", de Qiufan Chen, "O rancho espiral", de Sarena Ulibarri, "Linha de frente", de Gustavo Bondoni, e os brasileiros "Nina e o furacão", de Ana Rüsche e "Presságio de solidão", de Renan Bernardo. Também traz ensaios, assinados por Fabio Fernandes, Andrew Dana Hudson e Francesco Verso, conceituando o subgênero, citando precurssores e estabelecendo seus protocolos, tudo muito didático, embora o texto de Hudson tenha um quê de manifesto.
O time de tradutores também é grande: Jana Bianchi, Fernanda Castro, Morgana Feijão, Marina Scardoelli, Lina Machado, Thiago Ambrósio Lage, André Caniato. A capa traz um trabalho de Sávio Araújo.
Não que inexistam textos na fc tradicional que esbarram no tema, como os de Kim Stanley Robinson, que é citado nos ensaios publicados. No Brasil, escritores como Simone Sauressig ("O cuco de samaúma", em Universo Pulp: Multipunk, Avec, 2022) e Daniel Galera ("Tóquio" em O deus das avencas, Companhia das Letras, 2021) aproximaram-se do tema, mas a eles faltava o componente explosivo que abunda em Como aprendi a amar o futuro.
A edição só está disponível em ebook, e dá para ler de graça emprestando um exemplar na BibliON, aplicativo oficial da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo que, aliás, foi como eu li. 
Vale a pena conhecer a antologia e entender o que realmente vem a ser esse tal de solarpunk. É para mexer com os brios e dar vontade de começar sua própria guerrilha contra o capitalismo agora mesmo.
A luta continua!

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Lançamento: A maldição do intelecto, Frank Challice Constable

Chegou aos assinantes a edição de agosto da Coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
A edição apresenta a novela de ficção científica A maldição do intelecto (The curse of intellect), do advogado e escritor britânico Frank Challice Constable (1846-1937), originalmente publicada em 1895. 
Diz o texto de apresentação: "Quando o peculiar Reuben Power decide que a humanidade precisa de uma nova perspectiva, ninguém esperava que ele traria de volta um macaco dotado de inteligência. Mas o que começa como um experimento ousado logo dá início a uma série de intrigas".
O volume tem 188 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto a ele, os assinantes recebem um marcador de páginas personalizado e um intrigante cartão de visitas.
Os livros do Clube Andarilhos são comercializados inicialmente por assinaturas mas, após algumas semanas, podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O Eternauta e outros contos de ficção científica

A editora de quadrinhos Trem Fantasma, que já publicou um e outro livros literários, como A mão de Deus: Uma biografa de Hugo Pratt, de Ángel de la Calle, inova agora anunciando possivelmente para dezembro de 2025 o primeiro livro de ficção científica literária de seu catálogo. Trata-se da primeira tradução para o português da coletânea O Eternauta e outros contos de ficção científica, do escritor argentino Héctor Germán Oesterheld (1919-1977), mais conhecido por seus roteiros para quadrinhos mas que também enveredou, tal como outros roteiristas dessa área, para a produção literária. Até hoje, a única maneira de ler os contos de Oesterheld era buscar por uma edição em espanhol, mas isso agora será devidamente superado. 
Diz o texto que anunciou a publicação: "Trata-se de uma coletânea de contos escritos entre 1962 e 1968 e compilados originalmente em 2005 pela editora argentina Colihue. Entre esses contos, uma história inacabada do Eternauta. Além de inédito no Brasil, tem algo mais que preparamos para deixá-lo único no mundo. É um livro ilustrado por ninguém mais ninguém menos que... SHIKO! O multipremiado artista e rei das aquarelas espetaculares."
Ainda não foram divulgados maiores detalhes sobre a produção mas, assim que houver mais a dizer, informarei aqui. Por hora, fiquem com uma das sensacionais ilustrações de Shiko, artista paraibano que, no início do século, fez participações ocasionais no Hiperespaço e que hoje é um dos grandes nomes dos quadrinhos brasileiros.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

HQ Memories 24

HQ Memories
é um fanzine de e sobre quadrinhos editado pelo cartunista Luigi Rocco sob a chancela do selo Inumanos Agrupados, dedicado a resgatar trabalhos e autores esquecidos dos quadrinhos brasileiros e estrangeiros.
A edição 24 resgata do esquecimento as seguintes histórias em quadrinhos: "Sandman: A estrela de Singapura" (1940), de Gardner Fox e Allen Bert Christman; "Teobaldo, o detetive biruta" (1963), de Lyrio Aragão; "Scribbly" (1939) de Sheldon Mayer; "Tamacavi, o gigante lendário" (1961), de Manoel Victor Filho; "O último voto" (1987), de Will Eisner; "O Conde Crápula" (1968) de Lyrio Aragão; "O Tocha Humana: O não-humano" (1968), de Dick Ayers, e "Achille Talon: Quando só temos a mudez" (2014), de Fabcaro e Serge Carrère. A edição é completada com a pesquisa do IBOPE "Hábitos de leitura no Grandes São Paulo", publicada no jornal Diário Popular em 1969.
A edição tem 44 páginas, formato magazine com capa em cartão, que traz uma ilustração aparentemente realizad por IA. Imagens e detalhes de cada um dos trabalhos apresentados podem ser conferidos no blogue da publicação, aqui.
Rocco também está republicando os primeiro números do fanzine agora no formato grande. Várias edições já estão disponíveis.  
HQ Memories pode ser encomendado diretamente com o autor, pelo email luigirocco29@gmail.com.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Juvenatrix 274

Está disponível a edição de setembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
Em treze páginas, traz quadrinhos de Angelo Junior, e resenhas aos filmes Invasão do centro da Terra (1974), A noiva do gorila (1951) e Mulheres demônio (1958), todas do  editor. A edição é completada com notícias e divulgação de livros e publicações alternativas, e de bandas de metal extremo. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Alguns autores de Apocalipse

 

Para mais informações e apoios, viste a página da campanha, aqui.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Em campanha: Bruxas e bruxaria

Como já observei anteriormente, o campo de publicação de livros de fcf no Brasil tem migrado com rapidez para o ambiente das vaquinhas virtuais, o conhecido crowdfunding, que conta com diversas plataformas na internet. A cada semana, mais e mais títulos são anunciados, e já configuram o modelo editorial dominante na literatura de gênero. 
São raros os casos de fracasso da campanha, mas cada título geralmente não vai muito além de suas metas básicas de arrecadação, com uma média de apoiadores na casa dos 100 indivíduos. Em alguns casos, contudo, a campanha obtém um sucesso muito superior as suas metas, e este é o caso da campanha de finaciamento da antologia Bruxas e bruxaria: Contos das Ilhas Britânicas, que já dobrou a meta com quase 400 apoiadores confirmados.
Diz o texto de apresentação do projeto: "A antologia Bruxas e bruxaria: Contos das Ilhas Britânicas (1829-1909) inaugura a coleção Cadernos Escarlates, uma nova coedição das editoras Clepsidra e Ex Machina que almeja montar uma ampla biblioteca dedicada a contos sobrenaturais de diferentes países e tradições, mesclando clássicos de leitura obrigatória e raridades inéditas. Cada novo volume da coleção trará um tema e um recorte geográfico, no qual incluiremos algumas das joias narrativas descobertas em nossas pesquisas. Para inaugurá-la, o tema escolhido foi 'bruxas e bruxaria', enquanto o recorte geográfico foi o território das Ilhas Britânicas, compreendendo produções da Irlanda, da Inglaterra e da Escócia. A curadoria se preocupou em cobrir a presença das bruxas em contos que representam a tradição gótica, a narrativa vitoriana de horror, o feérico e o maravilhoso de inspiração folclórica, o realismo com viés de denúncia, o registro de lendas, o impacto delas no imaginário coletivo (com uma ficção inspirada por um sonho) e, por fim, um dos textos que influenciou a representação das bruxas em filmes europeus."
O volume terá cerca de 144 páginas com os contos “As bruxas de Traquair” (1829), de James Hogg; “Levana e as Nossas Senhoras da Dor” (1845), de Thomas de Quincey; “A bruxa: uma lenda de Portugal” (1846), de William H. G. Kingston, “Janet, a retorcida” (1881), de Robert Louis Stevenson, “As mulheres com chifres” (1887), de Speranza (Jane Wilde), “A mulher encantada” (1888), de Anna Kingsford, “A queima de uma bruxa” (1909), de Baillie Reynolds. A organização é de Cid Vale Ferreira.
A campanha pode ser apoiada aqui até o dia 5 de setembro de 2025.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Em campanha: Aprenda a fazer histórias em quadrinhos

O ilustrador e quadrinhista Silvio Ribeiro está com uma campanha de financiamento direto aberta para viabilizar a publicação do livro Aprenda a fazer histórias em quadrinhos, com o método do autor para a produção dessa arte tão popular. 
Diz o autor: "Mostrarei como fazer um roteiro e como deixar sua história atrativa e interessante, de modo que cative o leitor. Para fazer uma HQ também é necessário ter noção de desenho e aqui mostro alguns fundamentos que irão ajudar o leitor a desenvolver melhor seu trabalho. Depois veremos toda a teoria visual e as convenções já consagradas das Histórias em Quadrinhos. Também apresento um estudo dos materiais que são necessários para o trabalho. Muitas vezes alguém quer começar sua HQ e a primeira dúvida são quais materiais utilizar. Depois de todas estas primeiras informações, estamos prontos para começar nossa HQ e para isto você será guiado passo a passo até a conclusão do trabalho."
O volume terá 60 páginas em preto e branco, com muitas ilustrações e exemplos passo a passo. A edição é do próprio artista, pelo selo SRP, e ainda oferece aos apoiadores um vídeo exclusivo sobre colorização de quadrinhos. 
O projeto pode ser apoiado aqui até o dia 10 de outubro de 2025.