Está disponível aqui, para leitura online e download gratuitos, o número 1 da Bang! Brasil, editado por Safaa Dib para a editora Saída de Emergência. A revista é inteiramente dedicada à ficção especulativa, sendo versão nacional da edição portuguesa homônima. A edição real, em papel, tem tiragem declarada de 10.000 exemplares e está disponível em diversas livrarias brasileiras.
Apesar de ser número 1, não se trata do primeiro no país, pois a revista teve um número zero publicado no início do ano, como pode ser conferido aqui.
Esta nova edição vem com 81 páginas com contos de Bianca B. Fauro e Frini Georgakopoulos, quadrinhos de Estevão Ribeiro, e muitos artigos discutindo detalhes e obras do gênero, assinadas por Fábio Fernandes, Gerson Lodi-Ribeiro, Tiago Toy, Terry Brooks, Pedro Piedade Marques, Luís Filipe Silva, Bruno Anselmi Matangrano, Luís Morcela, Ana Cristina Rodrigues e da própria editora. Fellipe Martins é o ilustrador convidado da edição.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Bang! Brasil 1
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Resenha: Vida ensopada de sangue
Um dos maiores fenômenos editoriais recentes é o romance nacional Barba ensopada de sangue, do jovem escritor paulista Daniel Galera, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2013 e terceiro lugar no Prêmio Jabuti de Romance, no mesmo ano. O livro, de 424 páginas, foi lançado em 2012 pela editora Companhia das Letras, e já teve diversas reimpressões.
Apesar de ter nascido em São Paulo – em 1979 –, Galera passou a maior parte de sua vida em Porto Alegre, e é o panorama da região sul que predomina no livro, principalmente o litoral de Santa Catarina, mais exatamente a cidade de Garopaba.
Barba ensopada de sangue acompanha aproximadamente um ano na vida de um professor de educação física que, após o suicídio do pai, decide ir à pequena cidade turística catarinense investigar o desaparecimento misterioso de seu irascível avô, conhecido por todos como Gaudério, assassinado cerca de quarenta anos antes. A história toda o pai lhe contou poucos dias antes de se matar, quando também pediu ao filho que fizesse o favor de sacrificar a cadela que lhe fizera companhia durante os últimos anos. Mas ele acaba por adotar o animal, que o acompanha à Garopaba. A mudança é também uma forma de fugir ao relacionamento familiar difícil, seja com a mãe autoritária, seja com a ex-esposa infiel que, anos antes, o abandonou para viver com o seu irmão, inimigo juramentado desde então.
Depois de alugar um apartamento rente à praia e arrumar emprego numa academia de natação, o jovem começa a fazer perguntas sobre seu avô aos moradores da cidade. Eles desconversam, especialmente os mais velhos que reconhecem nele a imagem temida do velho Gaudério, com quem ele já sabia ser muito assemelhado. Ficamos sabendo que o protagonista sofre de um ligeiro problema de memória, que o impede de fixar a fisionomia das pessoas, mas não de se relacionar com várias mulheres, fazer alguns bons amigos e outros tantos inimigos, navegando assim nos segredos dessa comunidade simplória enquanto descobre as maravilhas naturais da região, que vai provar ser de importância insuspeita na solução dos mistérios de sua história familiar.
O romance, em suma, é retrato triste de uma geração fracassada e sem projeto de vida. A história contada por Galera é pouco importante diante do cenário de desolação da vida desses jovens, na qual a família e o amor são instituições falidas, restando apenas a solidão e o sexo.
A ausência absoluta de referências à ditadura numa história que aborda justamente um período em que o regime militar foi especialmente agressivo, destaca ainda mais a "herança maldita" desse período lamentável da história brasileira recente.
A leitura do romance é fácil, mas cheia de estilo. Galera desenvolveu um modelo autoral que, a exemplo de José Saramago, prescinde de alguns sinais ortográficos. Por exemplo, apesar de ser um livro com muitos diálogos, não há travessões. Outra curiosidade são as narrativas paralelas grafadas na forma de notas de pé de página: emails, cartas, mensagens de redes sociais etc, que funcionam como ilustrações e, embora interrompam, não chegam a prejudicar a leitura.
O romance já foi negociado com Inglaterra, EUA, Itália, Argentina, Portugal, Romênia e Holanda, o que acena que não deve tardar uma adaptação para o cinema.
Daniel Galera também é autor dos romances Dentes guardados – seu livro de estreia, publicado em 2001 –, Até o dia em que o cão morreu (2003), Mão de cavalo (2006), Cordilheira (2008) e o álbum em quadrinhos Cachalote (2010).
Apesar de não ser uma história vinculada à literatura especulativa, Barba ensopada de sangue tem muito com o que contribuir para autores, leitores e editores, pois apresenta um texto maduro e moderno, incomum no gênero. Mas é preciso que, antes, o fandom reconheça o prejuízo que leva por sustentar seu histórico sectarismo e passe também a observar, com atenção crítica, textos mainstream como este, sem o que continuará a margem da cultura brasileira e sem uma baliza válida a ser seguida, para além do recorrente conservadorismo medieval que a assola.
Apesar de ter nascido em São Paulo – em 1979 –, Galera passou a maior parte de sua vida em Porto Alegre, e é o panorama da região sul que predomina no livro, principalmente o litoral de Santa Catarina, mais exatamente a cidade de Garopaba.
Barba ensopada de sangue acompanha aproximadamente um ano na vida de um professor de educação física que, após o suicídio do pai, decide ir à pequena cidade turística catarinense investigar o desaparecimento misterioso de seu irascível avô, conhecido por todos como Gaudério, assassinado cerca de quarenta anos antes. A história toda o pai lhe contou poucos dias antes de se matar, quando também pediu ao filho que fizesse o favor de sacrificar a cadela que lhe fizera companhia durante os últimos anos. Mas ele acaba por adotar o animal, que o acompanha à Garopaba. A mudança é também uma forma de fugir ao relacionamento familiar difícil, seja com a mãe autoritária, seja com a ex-esposa infiel que, anos antes, o abandonou para viver com o seu irmão, inimigo juramentado desde então.
Depois de alugar um apartamento rente à praia e arrumar emprego numa academia de natação, o jovem começa a fazer perguntas sobre seu avô aos moradores da cidade. Eles desconversam, especialmente os mais velhos que reconhecem nele a imagem temida do velho Gaudério, com quem ele já sabia ser muito assemelhado. Ficamos sabendo que o protagonista sofre de um ligeiro problema de memória, que o impede de fixar a fisionomia das pessoas, mas não de se relacionar com várias mulheres, fazer alguns bons amigos e outros tantos inimigos, navegando assim nos segredos dessa comunidade simplória enquanto descobre as maravilhas naturais da região, que vai provar ser de importância insuspeita na solução dos mistérios de sua história familiar.
O romance, em suma, é retrato triste de uma geração fracassada e sem projeto de vida. A história contada por Galera é pouco importante diante do cenário de desolação da vida desses jovens, na qual a família e o amor são instituições falidas, restando apenas a solidão e o sexo.
A ausência absoluta de referências à ditadura numa história que aborda justamente um período em que o regime militar foi especialmente agressivo, destaca ainda mais a "herança maldita" desse período lamentável da história brasileira recente.
A leitura do romance é fácil, mas cheia de estilo. Galera desenvolveu um modelo autoral que, a exemplo de José Saramago, prescinde de alguns sinais ortográficos. Por exemplo, apesar de ser um livro com muitos diálogos, não há travessões. Outra curiosidade são as narrativas paralelas grafadas na forma de notas de pé de página: emails, cartas, mensagens de redes sociais etc, que funcionam como ilustrações e, embora interrompam, não chegam a prejudicar a leitura.
O romance já foi negociado com Inglaterra, EUA, Itália, Argentina, Portugal, Romênia e Holanda, o que acena que não deve tardar uma adaptação para o cinema.
Daniel Galera também é autor dos romances Dentes guardados – seu livro de estreia, publicado em 2001 –, Até o dia em que o cão morreu (2003), Mão de cavalo (2006), Cordilheira (2008) e o álbum em quadrinhos Cachalote (2010).
Apesar de não ser uma história vinculada à literatura especulativa, Barba ensopada de sangue tem muito com o que contribuir para autores, leitores e editores, pois apresenta um texto maduro e moderno, incomum no gênero. Mas é preciso que, antes, o fandom reconheça o prejuízo que leva por sustentar seu histórico sectarismo e passe também a observar, com atenção crítica, textos mainstream como este, sem o que continuará a margem da cultura brasileira e sem uma baliza válida a ser seguida, para além do recorrente conservadorismo medieval que a assola.
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domingo, 24 de agosto de 2014
Agenda: SBC Geek
No próximo dia 30 de agosto, acontece o SBC Geek, encontro mensal de fãs da cultura nerd promovido pela Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo. O encontro coincide com as comemorações do aniversário da cidade (20 de agosto), e também com o aniversário de 15 anos da Gibiteca Eugênio Colonnese, que atualmente abriga os encontros.
Entre 10 e 17 horas, distribuem-se diversas atividades ligadas ao colecionismo, jogos de tabuleiro, videogames e RPG. Às 15 horas, rola um bate-papo com os pesquisadores Adilson Lima e Cesar Silva, que falarão sobre a importância de Eugênio Colonnese nos quadrinhos brasileiros e o significado da Gibiteca no cenário cultural da cidade.
A Gibiteca Eugênio Colonnese localiza-se dentro do parque temático Cidade da Criança, que fica na Rua Tasman, 301, Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo. A entrada é gratuita.
Mais informações na fanpage do SBC Geek, aqui.
Entre 10 e 17 horas, distribuem-se diversas atividades ligadas ao colecionismo, jogos de tabuleiro, videogames e RPG. Às 15 horas, rola um bate-papo com os pesquisadores Adilson Lima e Cesar Silva, que falarão sobre a importância de Eugênio Colonnese nos quadrinhos brasileiros e o significado da Gibiteca no cenário cultural da cidade.
A Gibiteca Eugênio Colonnese localiza-se dentro do parque temático Cidade da Criança, que fica na Rua Tasman, 301, Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo. A entrada é gratuita.
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terça-feira, 19 de agosto de 2014
A Gibiteca faz aniversário e quem ganha o presente...
A Gibiteca Municipal Eugênio Colonnese, de São Bernardo do Campo, está completando 15 anos com uma interessante programação de palestras que certamente vai interessar a quem gosta dos quadrinhos nacionais.
No dia 22/08, sexta-feira, às 19h, o artista e editor independente Francisco Marcatti fala sobre o quadrinho undergroud no Brasil, segmento do qual ele mesmo é um de seus mais expressivos expoentes.
E no dia 23, sábado, às 15 horas, será a vez dos conhecidos cartunistas Caco Galhardo (Pescoçudos) e Fernando Gonçales (Níquel Náusea) conversarem com o público.
A Gibiteca Eugênio Colonnese localiza-se dentro do parque temático Cidade da Criança, que fica na Rua Tasman, 301, Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo. A entrada é gratuita.
Mais informações na fanpage da Gibiteca, aqui.
No dia 22/08, sexta-feira, às 19h, o artista e editor independente Francisco Marcatti fala sobre o quadrinho undergroud no Brasil, segmento do qual ele mesmo é um de seus mais expressivos expoentes.
E no dia 23, sábado, às 15 horas, será a vez dos conhecidos cartunistas Caco Galhardo (Pescoçudos) e Fernando Gonçales (Níquel Náusea) conversarem com o público.
A Gibiteca Eugênio Colonnese localiza-se dentro do parque temático Cidade da Criança, que fica na Rua Tasman, 301, Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo. A entrada é gratuita.
Mais informações na fanpage da Gibiteca, aqui.
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sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Megalon 49
Está novamente disponível, agora no formato digital, a edição 49 do saudoso fanzine de ficção científica e horror Megalon, publicado originalmente em junho de 1998 por Marcello Simão Branco.
E esta é uma edição de significado histórico particular. A começar pelos ótimos contos publicados, assinados por Roberto de Sousa Causo, Adriana Simon e José dos Santos Fernandes, especialmente este último, uma peça de rara qualidade que está entre os melhores textos já escritos na fc&f brasileira. E como se não bastasse, um interessante e produtivo debate, ainda hoje relevante, entre Lucio Manfredi e Ivan Carlos Regina, repercutindo uma discussão maior que envolveu boa parte do fandom na época, sobre as propostas e perspectivas do "Manifesto Supernova", também conhecido como Movimento Antropofágico da Ficção Científica Brasileira. Tão relevante que o assunto está na pauta de uma palestra que o escritor americano radicado no Brasil, Kristopher Kastensmidt, fará sobre o indianismo na fantasia brasileira, a ser proferida na Loncon 3, a 72ª World Science Fiction Convention.
Mas não é só. Também há artigos sobre a IV HorrorCon, H. P. Lovecraft, ficção alternativa, resenhas, notícias e divulgação de eventos e publicações da época. A capa traz uma ilustração de Cerito, inspirada no conto de Fernandes comentado acima.
O Megalon 49 pode ser baixado gratuitamente aqui, assim como um arquivo bônus disponibilizado pelo editor, com documentos de época sobre o projeto Intempol, mundo compartilhado criado por Octávio Aragão que atraiu muitos seguidores.
E esta é uma edição de significado histórico particular. A começar pelos ótimos contos publicados, assinados por Roberto de Sousa Causo, Adriana Simon e José dos Santos Fernandes, especialmente este último, uma peça de rara qualidade que está entre os melhores textos já escritos na fc&f brasileira. E como se não bastasse, um interessante e produtivo debate, ainda hoje relevante, entre Lucio Manfredi e Ivan Carlos Regina, repercutindo uma discussão maior que envolveu boa parte do fandom na época, sobre as propostas e perspectivas do "Manifesto Supernova", também conhecido como Movimento Antropofágico da Ficção Científica Brasileira. Tão relevante que o assunto está na pauta de uma palestra que o escritor americano radicado no Brasil, Kristopher Kastensmidt, fará sobre o indianismo na fantasia brasileira, a ser proferida na Loncon 3, a 72ª World Science Fiction Convention.
Mas não é só. Também há artigos sobre a IV HorrorCon, H. P. Lovecraft, ficção alternativa, resenhas, notícias e divulgação de eventos e publicações da época. A capa traz uma ilustração de Cerito, inspirada no conto de Fernandes comentado acima.
O Megalon 49 pode ser baixado gratuitamente aqui, assim como um arquivo bônus disponibilizado pelo editor, com documentos de época sobre o projeto Intempol, mundo compartilhado criado por Octávio Aragão que atraiu muitos seguidores.
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Juvenatrix 162
Está circulando a nova edição do fanzine de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. A publicação, que é distribuída gratuitamente em formato digital, tem 13 páginas e traz contos de Douglas S. Mesquita e Rita Maria Felix da Silva, uma história em quadrinhos de Angelo Junior – artista que sempre foi muito presente nos fanzines e estava ausente há tempos – e um artigo sobre o filme O castelo assombrado (1963), de Roger Corman. Também traz notícias e divulgações de fanzines, publicações alternativas e bandas de rock extremo. A ilustração da capa é de Maurício Tadeu.
Para obter uma cópia, basta solicitar ao editor pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Velta, a super-detetive 8
Está disponível a oitava edição da revista em quadrinhos Velta, a super-detetive, dedicada a apresentar aos leitores novos, todas as histórias da mais conhecida super-heroína dos quadrinhos brasileiros, Velta, criada há mais de 40 anos pelo quadrinhista paraibano Emir Ribeiro.
A edição tem 35 páginas e traz duas hqs completas: "Ladrões e assassinos" e "Tentativa de fuga",
enquanto a história "Assaltos ensaiados" aparece em forma de texto. Ainda apresenta curiosidades sobre a personagem e algumas tiras de jornal publicadas em 1976.
Todo o material foi restaurado e colorizado, mas há uma indisfarçável irregularidade na qualidade dos desenhos. Isso porque o autor está apresentando as histórias na ordem cronológica da mitologia da personagem, e não na ordem em que foram criadas e publicadas originalmente. E vou confessar aqui algo que já disse ao autor em outra oportunidade: pessoalmente, gosto das histórias mais antigas, que têm os desenhos ainda imaturos, contudo, mais espontâneos aos meus olhos.
A edição é produzida pelo blogue Rock & Quadrinhos e pode ser baixada gratuitamente aqui.
A edição tem 35 páginas e traz duas hqs completas: "Ladrões e assassinos" e "Tentativa de fuga",
enquanto a história "Assaltos ensaiados" aparece em forma de texto. Ainda apresenta curiosidades sobre a personagem e algumas tiras de jornal publicadas em 1976.
Todo o material foi restaurado e colorizado, mas há uma indisfarçável irregularidade na qualidade dos desenhos. Isso porque o autor está apresentando as histórias na ordem cronológica da mitologia da personagem, e não na ordem em que foram criadas e publicadas originalmente. E vou confessar aqui algo que já disse ao autor em outra oportunidade: pessoalmente, gosto das histórias mais antigas, que têm os desenhos ainda imaturos, contudo, mais espontâneos aos meus olhos.
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Animal
Nos últimos anos, a teledramaturgia brasileira tem investido na produção de séries originais para a tv a cabo. Essas produções geralmente tratam de questões realistas, dramas familiares e sociais, comédias românticas e humor de forma geral. Apesar das inúmeras opções em diversos canais, a ficção fantástica tem sido um gênero ausente.
No passado, testemunhamos ótimas novelas de fc&f na televisão nacional, especialmente nos tempos da saudosa TV Manchete, que entre a sua programação de sucesso teve, por exemplo, as novelas Pantanal e A ilha das bruxas. Mais recentemente, fantasia e horror frequentaram a grade de novelas da Globo e da Record, nas novelas O beijo do vampiro, Bang bang, Morde e assopra, Cordel encantado e Os mutantes, esta última com toques de ficção científica.
Por isso tudo, é de surpreender a ausência do gênero nas séries nacionais, ainda mais considerando-se o sucesso que os enlatados estrangeiros de fantasia, fc e horror fazem junto ao público brasileiro.
Talvez tenha sido esse o motivo que levou a produtora Accorde Filmes, em parceria com a Globo, a realizar os treze episódios da primeira temporada de Animal, série de mistério e horror, criada e dirigida pelo cineasta e produtor gaúcho Paulo Nascimento, que estreou no dia 6 de agosto no canal a cabo GNT.
Paulo Nascimento tem ótimas credenciais, contando em seu currículo com o premiado longa Diário de um novo mundo (2005), além de Valsa para Bruno Stein (2007), A casa verde (2008), Em teu nome (2009) e A oeste do fim do mundo (2013).
O primeiro episódio de Animal, chamado "De volta para a toca", introduz a história do biólogo João Paulo Gil (Edson Celulari, de cabelos e barba grisalhos e desgrenhados) que retorna à sua cidade natal, Monte Alegre do Sul, em busca das anotações que seu pai registrou em diários, sobre uma doença incomum e hereditária que o acomete, cujos sintomas mais evidentes se revelam na ampliação de seus sentidos, mas que o leva a periódicos surtos de fúria incontrolável.
Porém, ele não é plenamente bem vindo na comunidade. Seu pai foi assassinado ali quando ele ainda era uma criança, sendo que ele mesmo não foi morto na oportunidade porque sua mãe o levou, fugindo para a cidade grande. Mesmo depois de tantos anos passados, João Paulo se depara com uma comunidade hostil que ainda o quer morto ou, pelo menos, bem longe dali.
Entre os personagens, um leque de figuras exóticas que são charme da história, como o líder de uma seita de virgens vestais, uma cafetina assustadora e um escultor louco – supostamente o assassino de seu pai – que passa a vida recluso em sua fazenda arruinada, entre outros. Há também uma boa quantidade de mistérios, sem falar em alguma nudez.
A série foi filmada em Caçapava do Sul (RS) e conta com um elenco de estrelas da televisão, tais como Nelson Diniz, Fernanda Moro e Cristiana Oliveira, que interpreta a prefeita de Monte Alegre e faz par romântico com Celulari.
Animal é exibida às quartas feiras, às 23 horas, mas conta com várias reprises em horários alternativos. Mais informações na página do seriado, aqui.
No passado, testemunhamos ótimas novelas de fc&f na televisão nacional, especialmente nos tempos da saudosa TV Manchete, que entre a sua programação de sucesso teve, por exemplo, as novelas Pantanal e A ilha das bruxas. Mais recentemente, fantasia e horror frequentaram a grade de novelas da Globo e da Record, nas novelas O beijo do vampiro, Bang bang, Morde e assopra, Cordel encantado e Os mutantes, esta última com toques de ficção científica.
Por isso tudo, é de surpreender a ausência do gênero nas séries nacionais, ainda mais considerando-se o sucesso que os enlatados estrangeiros de fantasia, fc e horror fazem junto ao público brasileiro.
Talvez tenha sido esse o motivo que levou a produtora Accorde Filmes, em parceria com a Globo, a realizar os treze episódios da primeira temporada de Animal, série de mistério e horror, criada e dirigida pelo cineasta e produtor gaúcho Paulo Nascimento, que estreou no dia 6 de agosto no canal a cabo GNT.
Paulo Nascimento tem ótimas credenciais, contando em seu currículo com o premiado longa Diário de um novo mundo (2005), além de Valsa para Bruno Stein (2007), A casa verde (2008), Em teu nome (2009) e A oeste do fim do mundo (2013).
O primeiro episódio de Animal, chamado "De volta para a toca", introduz a história do biólogo João Paulo Gil (Edson Celulari, de cabelos e barba grisalhos e desgrenhados) que retorna à sua cidade natal, Monte Alegre do Sul, em busca das anotações que seu pai registrou em diários, sobre uma doença incomum e hereditária que o acomete, cujos sintomas mais evidentes se revelam na ampliação de seus sentidos, mas que o leva a periódicos surtos de fúria incontrolável.
Porém, ele não é plenamente bem vindo na comunidade. Seu pai foi assassinado ali quando ele ainda era uma criança, sendo que ele mesmo não foi morto na oportunidade porque sua mãe o levou, fugindo para a cidade grande. Mesmo depois de tantos anos passados, João Paulo se depara com uma comunidade hostil que ainda o quer morto ou, pelo menos, bem longe dali.
Entre os personagens, um leque de figuras exóticas que são charme da história, como o líder de uma seita de virgens vestais, uma cafetina assustadora e um escultor louco – supostamente o assassino de seu pai – que passa a vida recluso em sua fazenda arruinada, entre outros. Há também uma boa quantidade de mistérios, sem falar em alguma nudez.
A série foi filmada em Caçapava do Sul (RS) e conta com um elenco de estrelas da televisão, tais como Nelson Diniz, Fernanda Moro e Cristiana Oliveira, que interpreta a prefeita de Monte Alegre e faz par romântico com Celulari.
Animal é exibida às quartas feiras, às 23 horas, mas conta com várias reprises em horários alternativos. Mais informações na página do seriado, aqui.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Somnium 109
Está disponível para download gratuito, a segunda edição inédita em 2014 do fanzine eletrônico Somnium, editado por Ricardo Guilherme dos Santos e publicado pelo Clube de Leitores de Ficção Científica-CLFC.
São 85 páginas recheadas principalmente com contos do gênero, assinados por Tibor Moricz, B. B. Jenitez, Frodo Oliveira, Ricardo França, Alexandre Lobão, Ademir Pascale, Cláudio Villa e Lucio Manfredi.
A edição homenageia a multipremiada escritora americana Ursula K. Le Guin, com resenhas de alguns de seus textos mais conhecidos e alguns artigos sobre ela. Justamente por isso, incomoda o título do texto assinado por Claudia Fusco, "Mulheres sabem escrever" que, por si, soa como uma autocrítica ao machismo do fandom brasileiro, que o próprio CLFC busca representar desde a sua fundação, em 1985. Porque, afinal de contas, Le Guin é uma autora veterana, em atividade desde os anos 1960, e não é a única. Quanto tempo ainda vai demorar para que os fãs brasileiros de ficção científica aceitem com naturalidade o trabalho das escritoras sem caracterizá-lo como algo exótico dentro do segmento?
Completa a edição, um artigo anunciando a sexta edição do Prêmio Argos, organizado pelo CLFC, através do qual os membros do clube apontarão, na sua opinião, os melhores da literatura fantástica nacional no ano de 2013.
A imagem que ilustra a capa é de Frank Hong.
A edição está disponível nos formatos pdf, epub e mobi, que podem ser baixados aqui.
São 85 páginas recheadas principalmente com contos do gênero, assinados por Tibor Moricz, B. B. Jenitez, Frodo Oliveira, Ricardo França, Alexandre Lobão, Ademir Pascale, Cláudio Villa e Lucio Manfredi.
A edição homenageia a multipremiada escritora americana Ursula K. Le Guin, com resenhas de alguns de seus textos mais conhecidos e alguns artigos sobre ela. Justamente por isso, incomoda o título do texto assinado por Claudia Fusco, "Mulheres sabem escrever" que, por si, soa como uma autocrítica ao machismo do fandom brasileiro, que o próprio CLFC busca representar desde a sua fundação, em 1985. Porque, afinal de contas, Le Guin é uma autora veterana, em atividade desde os anos 1960, e não é a única. Quanto tempo ainda vai demorar para que os fãs brasileiros de ficção científica aceitem com naturalidade o trabalho das escritoras sem caracterizá-lo como algo exótico dentro do segmento?
Completa a edição, um artigo anunciando a sexta edição do Prêmio Argos, organizado pelo CLFC, através do qual os membros do clube apontarão, na sua opinião, os melhores da literatura fantástica nacional no ano de 2013.
A imagem que ilustra a capa é de Frank Hong.
A edição está disponível nos formatos pdf, epub e mobi, que podem ser baixados aqui.
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Dois tiros certeiros
Enquanto os leitores brasileiros aguardam a chegada do segundo número da revista Bang! Brasil, cuja edição em papel já foi anunciada, a sede portuguesa da editora Saída de Emergência liberou na internet versões digitais dos números mais recentes da edição lusitana, especialmente dedicada para quem gosta de literatura especulativa.
O número 15, publicado em novembro de 2013, tem 82 páginas e traz ficções de Carlos Eduardo Silva, Inês botelho, Fernando Lobo, quadrinhos do brasileiro Estevão Ribeiro; artigos de Fernando Ribeiro, Afonso Cruz, António Monteiro, João Lameiras, Luís Filipe Silva, Ana Santos, João Seixas, João Rosmaninho, Larry Nolen, Luís Corte Real e da Editora, Safaa Dib, além de uma entrevista com o escritor brasileiro Eduardo Spohr e um portfólio do ilustrador da capa, Luis Melo.
A edição 16, de junho de 2014, tem 89 páginas com ficções de Rui Rodrigues Alves, Pedro G. P. Martins e da norte americana Aliette de Bodard, e quadrinhos do artista brasileiro Estevão Ribeiro. Entre os articulistas aparecem Afonso Cruz, Eric Novello, Fernando Ribeiro, António Monteiro, João Lameiras, Luís Filipe Silva, Arthur Coelho, Luis Melo, Luis Corte Real, João Rosmaninho, além de uma entrevista com o fantasista norte americano Brandon Sanderson e um portfólio de Miguel Coimbra, que ilustra a capa da edição.
Para baixar gratuitamente os arquivos, em pdf, o interessado tem que fazer o login no saite da Editora Saída de Emergência. Todas as edições anteriores também estão disponíveis.
O número 15, publicado em novembro de 2013, tem 82 páginas e traz ficções de Carlos Eduardo Silva, Inês botelho, Fernando Lobo, quadrinhos do brasileiro Estevão Ribeiro; artigos de Fernando Ribeiro, Afonso Cruz, António Monteiro, João Lameiras, Luís Filipe Silva, Ana Santos, João Seixas, João Rosmaninho, Larry Nolen, Luís Corte Real e da Editora, Safaa Dib, além de uma entrevista com o escritor brasileiro Eduardo Spohr e um portfólio do ilustrador da capa, Luis Melo.
A edição 16, de junho de 2014, tem 89 páginas com ficções de Rui Rodrigues Alves, Pedro G. P. Martins e da norte americana Aliette de Bodard, e quadrinhos do artista brasileiro Estevão Ribeiro. Entre os articulistas aparecem Afonso Cruz, Eric Novello, Fernando Ribeiro, António Monteiro, João Lameiras, Luís Filipe Silva, Arthur Coelho, Luis Melo, Luis Corte Real, João Rosmaninho, além de uma entrevista com o fantasista norte americano Brandon Sanderson e um portfólio de Miguel Coimbra, que ilustra a capa da edição.
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