A cada ano que passa, a arte das histórias em quadrinhos fica mais empobrecida de seus grandes expoentes. 2013 foi especialmente triste para os amantes da Nona Arte, que perdeu Moebius, Joe Kubert, Sérgio Topi e, no finalzinho do ano, o espanhol José Ortiz, um dos principais nomes ligados à arte dos quadrinhos dos gêneros fantásticos.
Dono de um traço personalíssmo e expressivo, Ortiz ficou conhecido no Brasil nos anos 1970, quando por aqui foi publicada a revista Kripta, com histórias de horror traduzidas da editora americana Warren. Algumas das histórias mais lembradas pelos leitores foram ilustradas por ele, como, por exemplo, a quadrilogia do Apocalipse ("Fome", "Peste", "Guerra" e "Morte"), e as séries "Jackass" e "Coffin".
José Ortiz Moya nasceu em 1 de setembro de 1932, em Cartagena, e começou a publicar muito jovem, depois de vencer, aos 16 anos, um concurso de arte da revista Chicos. Nos anos 1950, já publicava tanto em seu país como em jornais ingleses, principalmente histórias de guerra.
Em 1974, iniciou a carreira na já citada Warrren – a primeira editora americana a se aproveitar do abrandamento do famigerado código de ética – produzindo histórias de horror de alto impacto artístico, principalmente para as revistas Creepy, Eerie e Vampirella.
Com o encerramento da Warren, Ortiz voltou para a Europa e iniciou, em 1981, uma produtiva parceria com o roteirista espanhol Antonio Segura, com quem realizou seus maiores sucesso autorais, como as séries de ficção científica "Hombre" e "Burton & Cyb", entre outras. Para a revista britânica 2000 AD, produziu histórias para as séries "Rogue Trooper" e "Juiz Dredd".
Em 1982, unido a outros artistas dos quadrinhos, ajudou a fundar a editora Metropol, pela qual publicou as revistas Metropol, Mocambo e K.O. Comics.
Nos últimos anos, Ortiz foi colaborador frequente da editora italiana Sergio Bonelli, onde demonstrou todo o seu virtuosismo plástico fazendo histórias para a série de faroeste Tex, em várias edições especiais e um dos primeiros volumes da prestigiada coleção Tex Gigante. Também ilustrou histórias de Ken Parker e Mágico Vento, da mesma editora.
Apesar de seu trabalho exuberante, Ortiz nunca foi reconhecido pelos maiores prêmios da indústria dos quadrinhos, tendo recebido apenas o Grande Prêmio do Salão de Quadrinhos de Barcelona, em 2012.
Vitimado por um problema cardíaco, Ortiz faleceu aos 81 anos, em Valência, no dia 23 de dezembro de 2013.
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