Toppi foi um ilustrador de traço impactante, considerado em todo o mundo como um dos maiores mestres dos quadrinhos. Senhor de um estilo moderno e arrojado, que valorizava os espaços brancos, influenciou muitos artistas importantes em todo o mundo, como Bill Sienkiewicz, Walt Simonson e Frank Miller, por exemplo.
Nascido em 11 de outubro 1932, Toppi apaixonou-se pelos quadrinhos em algum momento dos anos 1940, ao ver os desenhos de Dino Battaglia e Hugo Pratt em um exemplar da revista Asso de Picche.
Estudou na Escola de Arte do Castelo, mas não terminou o curso. Antes de se envolver com a arte que lhe daria prestígio, começou fazendo ilustrações publicitárias para a Enciclopedia dei Ragazzi, para a Unione Tipografico-Editrice Torinese, para a editora Mondadori e para a revista Topolino. Também trabalhou produzindo desenhos animados publicitários para a Caroselli Televisivi.
Estreou nos quadrinhos infantis no início dos anos 1960, com a hq Il mago Zurli, publicada no Corriere dei Piccoli. Trabalhou várias vezes com o roteirista Mino Milani, para quem ilustrou a série La Vera Storia di Pietro Micca, também publicada no Corriere dei Piccoli.
Sua grande chance surgiria em 1974, quando foi contratado por Sergio Bonelli para ilustrar Herman Lehmann: L'indiano bianco. Especializou-se então no quadrinho juvenil, publicando histórias avulsas nas revistas Sgt. Kirk e Il Giornalino, entre outras, numa qualidade que lhe valeu um Prêmio Yellow Kid em 1975, recebido no 11º Festival Internacional de Quadrinhos de Lucca.
No ano seguinte, também a convite de Bonelli, começou a ilustrar uma série de três álbuns para prestigiosa coleção Un uomo, un'avventura, com ficções históricas que passariam a caracterizar sua obra.
Entre 1978 e 1980, ilustrou História da França em quadrinhos e A descoberta do mundo para a editora francesa Larousse.
Sérgio Toppi colaborou com algumas das mais importante revistas europeias de quadrinhos, com trabalhos publicados na Linus, Alter Alter, Corto Maltese, L'Eternauta, Comic Art e Ken Parker Magazine. Também são títulos importantes de sua obra os álbuns Sharaz-De* e Il Colezzionista, o único personagem criado por ele.
Mais recentemente, Toppi colaboraria novamente com os estúdios Bonelli, ilustrando histórias para as séries Nick Rider e Julia Kendall, e passaria a ser publicado regularmente na revista francesa Mosquito.
No Brasil, a obra de Toppi foi vista em uma única edição da coleção Um homem/Uma aventura: O homem do Nilo (Ebal, 1978) e na edição nº11 da revista Júlia Kendall, As aventuras de uma criminóloga (Mythos, 2005). Algumas de suas histórias curtas também puderam ser vistas nas revistas Eureka nº11 (1978) e Eureka Aventura (1977), da Editora Vecchi; Capitão América nº15 (1976) e O Tocha Humana: Blochinho espetacular nº13 (1976), da Editora Bloch. Em 2005, ilustrou as capas das edições americanas da minissérie 1602: New Word, da Marvel Comics, publicada no Brasil no ano seguinte em um único volume na coleção Marvel Apresenta.
Em 2003, o mestre esteve em Belo Horizonte, participando do FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, que abrigou uma bela exposição de seus trabalhos.
Toppi faleceu em Milão, depois de uma longa luta contra o câncer que, apesar de dura, nunca o afastou da prancheta, numa carreira de quase sessenta anos. Entre suas últimas obras estão, pela Edizioni Papel, os portfólios Lo sono l'Erba (2008) e Divertissement (2009), ambos com ilustrações inspiradas na Irlanda, e Luce dell'Est (2012), sobre o Japão medieval. Intensos, como sempre.
* Dois números da série Sharaz-De foram publicados em 2016 e 2017 no Brasil pela editora Figura.
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