Uma das mais interessante séries de fantasia a ter o Brasil como cenário é criação de Christopher Kastensmidt, texano radicado em Porto Alegre, que percebeu o potencial das mitologias brasileiras para a construção de um contexto diferenciado no gênero. Não que inexistam autores brasileiros que já fizeram o mesmo, pelo contrário. Desde as suas origens, a literatura brasileira registra autores que enveredaram pelo indianismo e suas mitologias, e mesmo no fandom brasileiro, historicamente resistente a esse tipo de solução, há autores como Roberto de Sousa Causo, Simone Saueressig e Ivanir Calado, entre outros, que não tiveram receio de a trilhar. O que diferencia o trabalho de Kastensmidt é seu alcance. Sendo um autor de língua inglesa, com acesso ao concorrido mercado anglo-americano, sua obra espraia-se por ambientes virtualmente inacessíveis aos autores brasileiros e, dessa forma, funciona como divulgador do imaginário e da ficção brasileiros naquele mercado.
A Bandeira do Elefante e da Arara surgiu na forma da noveleta "O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara", indicado ao prestigioso prêmio Nebula e publicado no Brasil em 2010, no primeiro volume da coleção Asas do Vento, da Devir Livraria. Conta a história de um holandês Gerard, que chega ao Brasil dos tempos coloniais em busca de fama e fortuna. Aqui, acaba por libertar o escravo Oludara, e ambos associam-se na empreitada de explorar o novo continente numa expedição de dois homens, a dita Bandeira do Elefante e da Arara. Em suas aventuras pelas matas, ambos têm de lidar com as gentes nativas, de hábitos estranhos para os estrangeiros, além da fauna, flora e entidades mágicas ferozes que se manifestam seguidamente no seu caminho.
Agora, a mesma Devir anuncia o lançamento dea versão em quadrinhos desse trabalho, A bandeira do Elefante e da Arara: O encontro fortuito, com roteiro do próprio Kastensmidt e desenhos de Carolina Milyus, uma jovem ilustradora de Porto Alegre. O álbum tem 112 páginas coloridas por Ursula Dorada, e já está disponível na loja da editora, aqui. Amostras da arte pode ser vista na página da publicação, aqui.
E está rolando um concurso cultural cujo prêmio é justamente um exemplar autografado deste álbum. Para participar, basta responder criativamente a pergunta "Se você fosse um explorador, de qual aventura gostaria de participar?". As respostas mais originais serão premiadas. O formulário e as regras da promoção estão disponíveis aqui.
Valeu pela força, Cesar!
ResponderExcluirAbraço, Christopher