Todo princípio de mês, eu passo na minha banca de revistas favorita para pegar os lançamentos do mês e ver as novidades. Fazem parte de minha cesta básica os títulos Full Metal Alchemyst, Mágico Vento, Trigun, Vertigo, Torre Negra e as edições especiais de Tex. Enquanto esperava o vendedor fazer as contas, percebi no alto da estante um livrão de capa preta, lacrado, com o expressivo título Piratas, uma história secreta. Não é exatamente o meu tipo de literatura preferida, mas a capa clamava pela minha atenção.
Ao pegar para dar uma olhada, a grande surpresa: era um livro do meu velho amigo Fernando Moretti, jornalista, tradutor, cartunista, roteirista e escritor que já tive o prazer de trabalhar diversas vezes, tanto como quadrinhista quanto como escritor. Como editor, publiquei-o em vários fanzines e na antologia Vinte anos no hiperespaço, em 2003.
Conheci Moretti nos anos 1970, na Livraria do Gibi do Ademário, na Brigadeiro Luiz Antônio. Na época ele fazia parceria com o ilustrador Nicoletti na produção da série de quadrinhos "Os bandeirantes", na Folhinha. Logo fizemos amizade e foi através dele que eu tive meu primeiro contato com a lengendária coleção portuguesa Argonauta, da qual ele tinha diversos números. Também foi ele quem me apresentou a então recém lançada revista francesa Metal Hurlant, que estava revolucionando a arte dos quadrinhos na Europa e, mais tarde, no mundo inteiro.
Entre 2007 e 2008, período em que Moretti residiu em São Bernardo do Campo, trabalhamos juntos na redação da revista Casual. Na época, ele escreveu diversos artigos curtos para a revista, como por exemplo sociedades secretas e os piratas mais famosos. Moretti disse-me que estava trabalhando num texto longo sobre os piratas, mas que ainda não havia previsão de lançamento.
Então, foi com muita alegria que desembolsei a bagatela de R$19,90 por essa magnífica publicação assinada pela editora Livros Escala. E é uma bagatela mesmo! No formato 22x27cm, com capa plastificada e 176 páginas em papel especial com cores bem impressas, o volume traz diversas pinturas vivíssimas de Rodofo Zalla e de muitos artistas estrangeiros, como Alex Raymond, Howard Pyle e muitos outros, a maioria sem crédito. A parte histórica é a mais longa e interessante, mas também traz seções dedicadas aos piratas no cinema, com muitas fotos da série Piratas do Caribe, e nos quadrinhos.
Não consegui descobrir se o livro já é de 2010 ou ainda de 2009, mas não faz mal. O que interessa é que Fernando Moretti realmente consegue fazer a gente desejar reencontar esses velhos bandoleiros do mar, que ainda são um dos mais expressivos símbolos do homem livre e de sua sua coragem e habilidade em dominar a fúria da natureza.
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