Há alguns dias, achei na banca de revistas o primeiro número da novela gráfica de ficção científica Afro Samurai, de Takahashi Okazaki. Publicado pela editora Panini Comics no selo Planet Mangá, adaptado para leitura ocidental.
Afro Samurai ficou conhecido do público brasileiro em 2008, quando a MTV exibiu a sua versão em animê. Mesmo assim, a versão gráfica surpreende por conta do estilo do autor, que não segue os padrões dos ilustradores japoneses mais festejados. É um desenho estiloso, com distorções dramáticas e acabamento realista de um gekigá, cheio de sombreados e um toque especial de vermelho nas cenas mais sanguinolentas.
A história é a mesma do animê. Afro Samurai é um ronim negro que vive num futuro indefinido, mistura de alta tecnologia e medievalismo japonês. Ele participa de um esporte mortal cujo objetivo é conquistar o posto de Número 1, o mais poderoso samurai do seu mundo. Uma das regras da competição determina que apenas o samurai de número imediatamente subsequente pode desafiar o seu superior, ou seja, só o samurai número 2 pode desafiar o número 1, e assim por diante. Isso cria alguns problemas de lógica, mas o autor sabe como evitá-los e a gente nem liga muito.
Os samurais são identificados por bandanas numeradas, que eles conquistam depois de derrotar o adversário. Creio que não seria necessário matar mas, no mundo de Afro, a morte é a cereja do bolo. O adversário derrotado sempre morre, e da maneira mais violenta possível.
Afro está numa trilha de vingança. Quando criança, testemunhou quando o atual Número 1 decapitou seu pai, que era o então Número 1. Expulso do refúgio onde vivia, Afro foi abandonado a própria sorte apenas com a espada de seu falecido pai. Para sobreviver nesse mundo selvagem e violento, desenvolveu uma segunda personalidade que o acompanha como uma sombra e o fustiga com provocações o tempo todo.
Contra ele há o fato de que Número 1 não está disposto a permitir a chance de ser derrotado. Ao longo de seu reinado, cercou-se de tecnologia de ponta e de uma horda de guerreiros especialistas que impedem que qualquer um se aproxime dele. E os movimentos de Afro estão sendo cuidadosamente monitorados por sua equipe de segurança.
Mas Afro está decidido e a morte não é uma alternativa. Contudo, para desafiar o Número 1, ele terá que subir no ranquing.
Afro Samurai será apresentado em duas edições bimestrais de 168 páginas cada.
Recomendo.
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