Ao longo de 2009, recebi periodicamente a newsletter da editora Companhia das Letras que ultimamente tem publicado alguns bons livros de FC&F. Este mês, um título interessante se apresenta: Barroco tropical, romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa, um exemplo da ficção científica luso-africana, originalmente redigido em português, que fala aos brasileiros de forma muito próxima.
A história acontece em Luanda, em 2020, num enredo ligeiramente autobiográfico e, por isso mesmo, algo metalinguístico. Conta o que acontece com um escritor e sua amante depois que eles testemunham a queda de uma mulher que literalmente despencou do céu, uma ex-miss que foi amante de políticos poderosos.
Diz o relise da editora: "Numa narrativa que avança e recua livremente no tempo e que se desloca entre a África, a Europa e o Brasil, Agualusa traça um retrato vivo e pulsante da sociedade angolana atual, onde as tradições ancestrais convivem de modo nem sempre pacífico com uma modernidade mal assimilada. Essas contradições estão sintetizadas no prédio onde mora o escritor Falcato, a Termiteira, futurística torre de sessenta andares, o maior edifício do continente, que não terminou de ser construído e já está em ruínas, abrigando os ricos nos andares superiores e a ralé social e criminal no subsolo. Mães de santo e curandeiros convivem nestas páginas com figurinistas de fama internacional, empresários da aviação, militares golpistas e traficantes de drogas e de armas. O insólito está sempre presente, mas intimamente entrelaçado ao prosaico e ao cotidiano, pois, como declarou o autor, referindo-se a Angola, Portugal e Brasil, 'nos nossos países a realidade tende a ser muito mais inverossímil do que a ficção' ".
Isso já é mais que suficiente para me interessar. Além disso, não é todos os dias que nos deparamos com a FC angolana, de fato é a primeira que tenho notícia, o que por si só é um atrativo e tanto.
Agualusa estreou na literatura em 1988 e seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas. Seu livro O vendedor de passados ganhou o prêmio de ficção estrangeira do jornal inglês The Independent.
Não vale a pena dar uma olhada nesse autor?
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