quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Arlequim 16


Fui surpreendido esta semana pela chegada de mais uma edição de Arlequim, um dos meus fanzines favoritos que estava fora do ar há mais ou menos dois anos.
Em 1998, a SBAF - Sociedade Brasileira de Arte Fantástica - entregou ao editor Roberto Hollanda o Prêmio Especial Nova-SBAF como a melhor contribuição à FC&F Brasileira daquele ano, pela publicação do fanzine Arlequim. Uma relação completa dos prêmios Nova pode ser vista aqui.
O universo de Arlequim é o das obras literárias. Nele, os personagens são reais, com citações a diversas obras da Literatura Brasileira, sempre com sensibilidade e elegância, sem cair no mero jogo intelectual.
Em 2007 o autor teve publicado o álbum Arlequim - Hora de se fazer a fantasia, pelo selo Marca de Fantasia, com as primeiras histórias redesenhadas. Era minha esperança que todo material saisse pela mesma editora, mas ficou só no nessa edição. A época, Hollanda pediu que eu escrevesse uma apresentação para álbum e é desse texto que eu retirei alguns trechos para este artigo.
Com publicação do Arlequim 12, em 2003, iniciou-se um novo arco de histórias sob o impronunciável> título de "Memento Z Banalhym Tryptykiem". Hollanda prometeu que tudo seria concluído quando o fanzine completasse 10 anos - o que aconteceu em 2007 - mas, por motivos pessoais, o final ficou engasgado.
Não era segredo que Arlequina é a boneca Emília, de Monteiro Lobato, mas ao longo da história reencontramos outros personagem do Sítio do Picapau Amarelo. Narizinho, chamada Lúcia, já estava na história desde o início; agora temos também Pedrinho, cujo comportamento esquizóide pode chocar leitores mais pudicos.
A partir deste número 16, começamos a compreender os contornos da mitologia engendrada por Hollanda para a Arlequina, do por quê Emília ter se transformado de uma divertida boneca de pano irresponsável em uma fada poderosa e deprimida, das complicações que afligem o Reino das Águas Claras e, por consequência, todo o universo.
Espero que agora coisa engrene e cheguemos até o final da saga. Pelo menos a qualidade narrativa e o mistério continuam tão afiados quanto antes.
Pedidos podem ser encaminhados ao autor pelo endereço postal R. Sousa Aguiar, 322, casa 5, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20720-035.


Um comentário:

  1. obrigado pela ótima resenha! aproveito pra complementar que "Memento Z Banalhym Tryptykiem" (desculpem, eu queria um nome complicado mesmo...) significa "memento com um tríptico banal" em polonês, é uma música do SBB. o número 17 está tendo suas últimas páginas desenhadas, e já esboçei metade do 18. mais personagens do Sítio terão participações importantíssimas, assim como do mundo de L. Frank Baum (acho que foi o universo que mais usei, depois do de Monteiro Lobato...). todos os números anteriores estão disponíveis no mesmo endereço.

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