Fui surpreendido esta semana pela chegada de mais uma edição de Arlequim, um dos meus fanzines favoritos que estava fora do ar há mais ou menos dois anos.
Em 1998, a SBAF - Sociedade Brasileira de Arte Fantástica - entregou ao editor Roberto Hollanda o Prêmio Especial Nova-SBAF como a melhor contribuição à FC&F Brasileira daquele ano, pela publicação do fanzine Arlequim. Uma relação completa dos prêmios Nova pode ser vista aqui.
O universo de Arlequim é o das obras literárias. Nele, os personagens são reais, com citações a diversas obras da Literatura Brasileira, sempre com sensibilidade e elegância, sem cair no mero jogo intelectual.
Em 2007 o autor teve publicado o álbum Arlequim - Hora de se fazer a fantasia, pelo selo Marca de Fantasia, com as primeiras histórias redesenhadas. Era minha esperança que todo material saisse pela mesma editora, mas ficou só no nessa edição. A época, Hollanda pediu que eu escrevesse uma apresentação para álbum e é desse texto que eu retirei alguns trechos para este artigo.
Com publicação do Arlequim 12, em 2003, iniciou-se um novo arco de histórias sob o impronunciável> título de "Memento Z Banalhym Tryptykiem". Hollanda prometeu que tudo seria concluído quando o fanzine completasse 10 anos - o que aconteceu em 2007 - mas, por motivos pessoais, o final ficou engasgado.
Não era segredo que Arlequina é a boneca Emília, de Monteiro Lobato, mas ao longo da história reencontramos outros personagem do Sítio do Picapau Amarelo. Narizinho, chamada Lúcia, já estava na história desde o início; agora temos também Pedrinho, cujo comportamento esquizóide pode chocar leitores mais pudicos.
A partir deste número 16, começamos a compreender os contornos da mitologia engendrada por Hollanda para a Arlequina, do por quê Emília ter se transformado de uma divertida boneca de pano irresponsável em uma fada poderosa e deprimida, das complicações que afligem o Reino das Águas Claras e, por consequência, todo o universo.
Espero que agora coisa engrene e cheguemos até o final da saga. Pelo menos a qualidade narrativa e o mistério continuam tão afiados quanto antes.
Pedidos podem ser encaminhados ao autor pelo endereço postal R. Sousa Aguiar, 322, casa 5, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20720-035.
obrigado pela ótima resenha! aproveito pra complementar que "Memento Z Banalhym Tryptykiem" (desculpem, eu queria um nome complicado mesmo...) significa "memento com um tríptico banal" em polonês, é uma música do SBB. o número 17 está tendo suas últimas páginas desenhadas, e já esboçei metade do 18. mais personagens do Sítio terão participações importantíssimas, assim como do mundo de L. Frank Baum (acho que foi o universo que mais usei, depois do de Monteiro Lobato...). todos os números anteriores estão disponíveis no mesmo endereço.
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