quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cascão Porker


Há um bom tempo que o empresário Maurício de Sousa está explorando sua bem sucedida "Turma da Mônica" como plataforma para caricatura de outras franquias de sucesso. Seu primeiro desenho animado no cinema, As aventuras da Turma da Mônica (1982), tinha um de seus trechos claramente inspirado em Guerra nas Estrelas, por exemplo. Quando ainda estava sendo publicado pela Editora Globo, lançou edições especiais, em formato gigante, com paródias mais declaradas de Guerra nas Estrelas e Batman, entre outras.
Ao transferir-se para a multinacional Editora Panini, em 2007, uma das primeiras edições do estúdio na nova casa foi o especial Lostinho, em que a Turma da Mônica satiriza o seriado de televisão Lost. Desde então, vem sustentando a coleção temática Clássicos do Cinema, com paródias nas quais os personagens da Turma reinterpretam grandes produções do cinema. Uma relação completa dessa coleção pode ser vista aqui.

A mais nova edição dessa série é o número 15, Cascão Porker e a pedra distracional, em que é satirizado o longa Harry Potter e a pedra filosofal, baseado no livro homônimo da escritora britânica J. K. Rowling.
As situações do filme são repetidas passo a passo, sempre aproveitando as características e estereótipos dos personagens mauricianos, não raro com alguma metalinguagem. Cascão é, obviamente, Harry Potter; Cebolinha é Ronie, Mônica é Hermione, Magali é a Professora Minerva, o elefante Jotalhão é Hengrid e o Capitão Feio é Valdemort. "Atores" de outras franquias também dão o ar da graça, numa divertida dinâmica de "adivinhe quem veio para jantar".
Não sou um entusiasta da Turma da Mônica, mas achei a brincadeira legal e a edição foi bem produzida, com um capricho especial em relação às revistas de linha. O estilo de desenho também é diferente do habitual e está claro que não se trata de um trabalho do próprio Maurício de Sousa, mas de alguém de sua equipe. Contudo, não foram dados os devidos créditos.
Também aficou deselegante não nomear a produção na qual a paródia foi baseada. A falta dessa citação, mesmo que não seja juridicamente exigida, faz concluir que a revista foi feita sem o devido licenciamento, o que dá um ar mambembe de desrespeito e oportunismo ao projeto como um todo, que não combina com o histórico profissionalismo com que Maurício de Sousa sempre administrou seu trabalho.
Mesmo assim, deixando os preciosismos de lado, vale a pena dar uma olhada na revistinha.

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