terça-feira, 28 de julho de 2009

III FantastiCon


Conforme anteriormente divulgado, compareci à seção de autógrafos do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2008, programada para 25 de julho, o primeiro dia da III FantastiCon, na Biblioteca Viriato Correa, em São Paulo. Foi legal reencontrar o espaço reformado e bem organizado, inclusive com os acessos controlados por senhas.

Marcello Simão Branco e Silvio Alexandre

Foi um evento interessante porque ali compareceu boa parte dos escritores, editores e agitadores culturais brasileiros que têm algum interesse na arte fantástica, para acompanhar a ampla grade de atividades programadas por Silvio Alexandre, o organizador do evento.

Giulia Moon e Martha Argel

Passei todo o tempo conversando com amigos que não via há muito tempo, como os escritores Braulio Tavares, Adriano Siqueira, Leandro Reis, Martha Argel e Giulia Moon - que me puxou as orelhas por não ter aparecido nos encontros da Scarium.

Cesar Silva, Braulio Tavares e Marcello Simão Branco

Chamava a atenção de todos a exposição sobre os 40 anos do Simpósio Internacional de FC, evento pioneiro que aconteceu em 1969, no Rio de Janeiro, pela iniciativa quase irresponsável do tradutor e editor José Sanz, e trouxe ao Brasil alguns dos mais importantes escritores de FC da época. Apesar de simples - era uma exposição feita com folhas A4 coladas diretamente na parede, tinha um conteúdo impressionante, com fotos tiradas durante a realização do evento. A FantastiCon distribuiu ainda uma tiragem limitada de um boletim com o histórico desse Simpósio.

Helena Gomes, Erica Bombardi e Cristina Lasaitis

Fiz novos contatos com escritores que eu só conhecia a distância, como Helena Gomes - que autografava a reedição de seu romance O arqueiro e a feiticeira - Cristina Lasaitis e Erica Bombardi - de quem estou lendo um manuscrito interessantíssimo - além dos editores Rodrigo Coube (Idea), Adriano Fromer Piazzi (Aleph) e Douglas Quintas Reis (Devir).
Também conversei longamente com Roberto de Sousa Causo, que trouxe para a gente ver o único exemplar disponível no evento do romance O povo da névoa, de H. Rider Haggard, que a lendária editora GRD publicou há poucos dias. Infelizmente o livro não esteve disponível para a venda.

Roberto de Sousa Causo e Douglas Quintas Reis

Havia ainda uma boa quantidade de pessoas circulando que eu não cheguei a conhecer, e até alguns que eu conheço, mas não tive tempo de cumprimentar e com os quais quero aqui me desculpar, pois só pude permanecer no local até por volta das 16 horas, quando tive que me retirar para cumprir outros compromissos.

Rodrigo Coube e Adriano Piazzi

As atividades da FantastiCon prosseguiram até à noite do dia 25 e continuaram no dia 26, quando estavam programadas conferências importantes. Um relato algo mais amplo pode ser lido no site Universo Insônia, de Tiago Castro.
Oportunamente abordarei aqui as publicações que recebi durante minha rápida passagem nesse evento, que ganhou personalidade nas dependências da Biblioteca Viriato Correa, local que por muitos anos foi a base de operações da Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, quando organizávamos as HorrorCons e o Prêmio Nova nos anos 1990.
Infelizmente foi evento estóico, sem os divertidos fãs fantasiados que geralmente alegram esses encontros. Grupos impermeáveis derivaram pelo ambiente sem se misturar, como gotas de óleo na água. Nada de novo, também nas HorroCons isso acontecia, embora nunca tenha me agradado.
Apesar do fandom ter desprezado suas história e identidade em algum momento na virada do século, nem tudo está perdido. A FantastiCon ainda é um evento pequeno e seu público é discreto, porém militante.
Há algo prestes a emergir desse novo cenário e eu tenho a confiança que será algo realmente significativo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Tempo das caçadoras


Há alguns anos que os fanzines brasileiros de FC&F vêm heroicamente resistindo ao avanço do Nada, aquela sombra de esquecimento que insiste em destruir os sonhos, como vimos em História sem fim, do excelente fantasista alemão Michael Ende. Aos poucos, a febre dos zines que assolou o final do século, vai esmorecendo e hoje são realmente poucos os que insistem em produzir suas revistinhas e batalhar por um lugar ao sol. Mesmo a internet parece já ter arrefecido e boa parte dos zines eletrônicos também estão sendo engolidos pelo Nada.
Mas os editores do Scarium Megazine não deixam a peteca cair e nas últimas semanas demonstraram que, ao contrario da tendência, estão reaquecendo as turbinas para mais um salto quântico.
Há poucos dias divulguei aqui o lançamento do volume 3 da Coleção Scarium Fantástica, a novela de FC O que o olho vê, de Carlos Orsi. E poucos dias depois, a Scarium distribui o volume 4 da Coleção, Tempo das caçadoras, de Miguel Carqueija. Trata-se da sequência da novela O Fantasma do Apito, publicada na mesma coleção em seu número 2, uma aventura de fantasia num universo alternativo que o autor batizou de Liga Mundial, no qual não aconteceu a revolução industrial e as pessoas da atualidade vivem numa espécie de era vitoriana prolongada. Ainda que a premissa seja difícil de engolir, as histórias são leves e movimentadas.
Neste volume, composto pelas noveletas "O clube da Luluzinha" e "O olho mortal", as jovens estudantes Carol, Fátima e Andréia, apresentadas em O fantasma do apito, acompanham a policial Irina, que secretamente defende os interesse da Liga Mundial - uma organização secreta que conduz os destinos da civilização - na caçada ao excêntrico Conde Bruxelas, psicopata que tanto trabalho deu na aventura de estréia.
Desta vez, porém, as caçadoras saem do ambiente fechado do colégio e deslocam-se por estradas, vilas e cidades, descortinando um panorama algo mais amplo desse universo improvável, no qual o Brasil tem um aspecto quase medieval.
Os contos revelam que, embora o Conde Bruxelas seja de fato um louco furioso, talvez a Liga Mundial também não tenha a melhor das intenções visto que sua atuação subterrânea tem mantido a civilização num estado de subdesenvolvimento e pobreza, com poucos cidadãos notáveis usufruindo das benesses da tecnologia. Talvez a sequência das aventuras nos tragam reviravoltas interessantes.
Tempo das caçadores, assim como os demais volumes da Coleção Scarium Fantástica, podem ser encomendados diretamente na loja virtual da Scarium, aqui.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Encontro 140 Anos de Quadrinhos

No dia 25 de julho, entre as 15 e as 20 horas, cartunistas e quadrinhistas da região metropolitana de São Paulo, especialmente do Grande ABC, vão se encontrar no Fran's Café da Avenida Portugal, em Santo André, para celebrar os 140 anos das histórias em quadrinhos no Brasil, arte esta inaugurada no país pelo piemontês Angelo Agostini.
O evento foi organizado pelo professor Mário Mastrotti, que há anos mantém o hábito de arregimentar os cartunistas em uma série de atividades sociais e editorias, entre as quais se destaca a coleção Tiras de Letra, da qual o volume 8, Na batalha, será apresentado na oportunidade.
Esta nova edição reúne tiras de Pedro Krause, Cloudis, Lipik, Gisele Henriques, Gabriel, Alex Sander, Eliman Amaral, Julio Cesar Belo, João Belo Jr., Ricardo Chacur, RodrigoDraw, Marcos Wenceslau, Sampaio, Marcio Baraldi, Rafael Dourado, Karlo Campos, Leandro Lucas, Wesley, Clayton Rabelo, Ulisses, Mastrotti, Brum, Cedraz, Julinho Sertão e Rose Araújo, Malabim e Gilmar Barbosa, que tem produzido as ilustrações das capas desde o primeiro volume.
Mastrotti, que mantém um blog pessoal aqui, construiu também um blog para a coleção, na qual tem divulgado todas as etapas de produção de cada volume da série.
O Fran's Café fica na Avenida Portugal, 1126, em Santo André.

Habemos Anuário 2008


Somente dois dias depois, estou achando tempo para atualizar as notícias sobre o lançamento do Anuário 2008, o meu livro em parceria com o jornalista Marcello Simão Branco, que acaba de ser publicado pela Editora Tarja.
O lançamento aconteceu na noite do dia 21 de julho num bar do centro de São Paulo, e considerando o trânsito da cidade e as dificuldades inerentes a um evento de meio de semana, até que tinha bastante gente por lá. É que, junto com o Anuário 2008, a Tarja lançou no mesmo evento o terceiro volume de seu periódico literário Paradigmas, que reúne vários autores, e parte desse povo, junto com seus convidados, também estava lá.

Da esquerda para a direita, Roberto de Sousa Causo, Marcello Simão Branco e Matias Perazolli

Mas o que interessa é que e tive a grata felicidade de receber alguns amigos, entre eles alguns que eu não via há anos, como a blogueira e poetisa Elise Garcia, o colega de CLFC Matias Perazolli, o escritor Roberto de Sousa Causo, o escritor e tradutor Fábio Fernandes, além de ter a satisfação de conhecer pessoalmente o escritor Clinton Davisson, o blogueiro Álvaro Domingues, do HomemNerd, e o escritor Hugo Vera e esposa, que moram na mesma cidade que eu - São Bernardo do Campo - mas nunca havíamos nos encontrado antes.
Levei uma máquina fotográfica e fiz algumas imagens, mas sou um farsante como repórter e não fiz uma cobertura completa. Então, aqui estão duas apenas para ilustrar este relato.

Cesar Silva e a jovem blogueira Elise Garcia

Dia 25 próximo, a partir das 14 horas, estarei representando o Anuário na FantastiCon, cuja divulgação está no post anterior, e acredito que nessa oportunidade vou reencontrar outros amigos que não vejo muito tempo, e curtir alguma nostalgia dos tempos de HorrorCon, que aconteciam no mesmo local.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

FantastiCon 2009


Em sua terceira edição, e pela primeira vez, a FantastiCon vai acontecer em um espaço independente, desassociada do Encontro Internacional de RPG que, este ano, não se realizou. E vai se instalar no que parece ser o mais adequado espaço da capital paulista para um evento dessa categoria, a Biblioteca Temática de Literatura Fantástica Viriato Correa, na Rua Sena Madureira, Vila Mariana, nos dias 25 e 26 de julho a partir da 11 horas da manhã.
O evento propõe exibir um painel completo da atividade literária dos gêneros fantásticos no Brasil, por isso vão acontecer diversas palestras com escritores e editores, sessões de autógrafos e lançamentos de livros.
Entre os lançamentos, além do Anuário 2009 — que lá estarei representando no sábado, dia 25, a partir da 14 horas — estão Alma e sangue, de Nazarethe Fonseca (Editora Aleph), a nova edição do romance O arqueiro e a feiticeira, de Helena Gomes (Idea Editora), Os guardiões do tempo, de Nelson Magrini (Giz Editorial), O prédio, o tédio e o menino cego, de Santigo Nazarian (Record), O vampiro da Mata Atlântica, de Martha Argel (Idea Editora), as antologias Espelhos irreais (Fábrica dos Sonhos), O livro vermelho dos vampiros (Devir), Steampunk – Histórias de um passado extraordinário (Tarja), Paradigmas 3 (Tarja) e os romances estrangeiros UBIK, de Philip K. Dick (Editora Aleph) e O povo da névoa, de H. R. Haggard (Edições GRD), a grande surpresa do evento, marcando a volta da legendária editora GRD às livrarias, com um título que faz juz a sua tradição de publicar o que ninguém mais publicaria.
A programação completa do evento pode ser vista aqui. Certamente você vai encontrar alguma coisa legal para assistir. Mas se não puder ir por um motivo de força maior, como uma chuva de meteoros, uma invasão alienígena ou o fim do mundo, a TV digital Cronópios promete cobrir os dois dias da FantastiCon.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que o olho vê


Há alguns anos, tentei viabilizar pela editora paulista Via Lettera, a publicação da Coleção Fantástica - uma coleção de livros artesanais de bolso com novelas de ficção científica e fantasia que eu produzi pelo selo independente Hiperespaço.
Na época, o meu amigo JP estava adiante da Via Lettera e demonstrou interesse no formato. Com a ajuda do editor Marcello Simão Branco, levei a ele alguns textos para servirem de amostra que, caso aprovados, seriam publicados nos primeiros números da coleção. Entre esses textos estava "O que o olho vê", de Carlos Orsi, que eu tive o privilégio de revisar para o projeto. Como tudo o que Orsi escreve, "O que o olho vê" é uma excelente peça de aventura, curiosa e movimentada, no mais explícito espírito New Weird que os autores nacionais conseguiram emular.
Um estudante brasileiro vivendo nos EUA, ou melhor, nos Estados Cristãos da América, é recrutado para uma missão importante: recuperar os códigos do vírus da gripe suína escondidos dentro de um olho.
Infelizmente a coleção da Via Lettera foi abortada poucas semanas depois, quando JP anunciou que estava se afastando da editora, e o texto de Orsi, entre outros que foram apresentados então, nunca foram publicados.
Até agora, porque o site Scarium.com está publicando O que o olho vê no número 3 de sua Coleção Scarium Fantástica (que eu gosto de pensar que foi inspirada pela Coleção Fantástica), numa edição de 48 páginas em formato 13x18cm, capa em cores, que pode ser adquirido aqui.
Carlos Orsi é autor das antologias Medo, mistério e morte (Didática Paulista, 1996) e Tempos de fúria (Novo século, 2007), nas quais demonstra total domínio do gênero fantástico, sendo um dos mais completos autores de sua geração. Recomendo.

Resultado do Concurso Escritores de Terror


Há algumas semanas, recebi uma mensagem do agitador cultural Mario Carlos Carneiro Jr., solicitando apoio ao concurso de contos de terror que ele estava promovendo, em busca de doações de exemplares de livros para serem entregues aos vencedores. Aceitei prontamente o pedido e a esta altura os ganhadores do concurso, os escritores Wilson Loureiro, L. F. Riesemberg e Johnatan Ferreira devem estar comemorando a conquista.
O resultado pode ser visto no blog do concurso aqui, onde também podem ser lidos todos os contos participantes.
Sempre fico satisfeito quando acontece esse tipo de promoção, pois demonstra que há surgimento contínuo de novos autores, bem como de lideranças que se dispõe a por a mão na massa para fazer acontecer.
Parabéns aos vencedores e aos organizadores do concurso.

sábado, 11 de julho de 2009

Convite para o lançamento do Anuário 2008


Aqui está o convite oficial, divulgado há pouco pela Editora Tarja (clique na imagem para ver em tamanho maior).
O editor informa que a tiragem é limitada, por isso o preço de R$30,00. Apesar de um pouco apimentado, está abaixo do preço do lançamento do Anuário 2007, que se justifica pela exclusividade da obra.
Durante o lançamento será oferecido um pacote com as duas edições por um preço muito interessante, que vale a pena aproveitar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Novos fanzines de horror


Dois zines chegaram nesta semana encurtada pelo feriado da Revolução Constitucionalista.
A nova edição do Juvenatrix, número 117, comemora 8 anos do site Boca do Inferno, com muita divulgação de eventos e lançamentos ligados a FC, fantasia e horror. Registra as mortes dos atores David Carradine, Del Monroe e Farrah Fawcett, traz contos de Domenium, Rita Maria Felix da Silva e Dimitri Kozma, e muitos artigos sobre cinema de horror assinados pelo editor Renato Rosatti, Marcello Simão Branco, João Pires Neto e Matheus Ferraz. Pelo jeito, o editor decidiu ignorar a morte do cantor Michael Jackson que, por menos que interesse aos fãs de horror, tem o mérito de ter gravado o mais importante videoclipe do gênero, Thriller, dirigido pelo divertido John Landis, e merecia pelo menos uma notinha.
O fanzine é distribuído gratuitamente em arquivo pdf, mas precisa ser solicitado ao editor no e-mail renatorosatti@yahoo.com.br.
Flores do Lado de Cima é outro fanzine dedicado ao horror, gênero cujos fãs mais aproveitam o ambiente virtual neste momento. Sua edição 8, que pode ser baixada aqui, traz entrevista com o escritor Marcelo Amado, que teve contos publicados nas antologias Necrópole e Paradigmas, e mostra um de seus trabalhos na edição, um artigo sobre o fotógrafo tcheco Jan Saudek, textos poéticos assinados por Mensageiro Obscuro, Emilia Ract, Seth Blackfire e Carlos Costa, e muita divulgação de publicações e bandas. Mas o ponto alto da edição é a programação completa do I SP Terror, festival de cinema de horror que aconteceu entre 25 de junho e 02 de julho em São Paulo. Até agora eu não havia visto um material tão detalhado sobre o evento, com dados minuciosos e fotos de cada película exibida no festival. Algumas pérolas parecem muito interessantes, como o filme francês Eden Log, o chileno Os descendentes, o norte-americano Strange Girls, o canadense Yesterday, o espanhol Os aparecidos e o brasileiro O fim da picada. Certamente muitos deles nunca mais serão vistos por aqui depois dessa mostra que, se tiver continuidade, tende a ser um dos mais importantes eventos do gênero no Brasil.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Lançamento do Anuário 2008


Enfim, tenho a data do lançamento da edição 2008 do AnuárioBrasileiro de Literatura Fantástica: 21 de julho, às 18h30 no Bardo Batata, Rua Bela Cintra, 1333, São Paulo, Capital, próximo a estação Consolação do Metrô.
Richard Diegues, da editora Tarja, publicadora do livro, avisou-nos que os exemplares estarão prontos ainda esta semana e que o lançamento do Anuário vai acontecer paralelo ao lançamento do volume 3 da série de antologias Paradigmas, na mesma bat-hora e no mesmo bat-canal. Ótima oportunidade para quem quer adquirir ambos os livros em primeira mão e, talvez, aproveitar alguma promoção envolvendo o Anuário 2007 e os volumes anteriores da Paradigmas.
E pode ainda rolar promoções da casa - o Bardo Batata é um restaurante bem bacana, com um cardápio interessante. Durante o lançamento da Paradigmas 2, por exemplo, quem comprasse os dois volumes ganhava dois chopps. Isso é que é promoção de primeira!
Mas quem quiser, poderá encontrar comigo, com o Marcello Branco e com o pessoal da Tarja durante a III FantastiCon, dia 25 de julho a partir das 14 horas, pois vamos estar por lá fazendo a divulgação dos livros da Tarja, entre eles o Anuário.
A FantastiCon é um encontro de autores, editores e fãs de FC&F que este ano acontece na Biblioteca Viriato Correia, Rua Sena Madureira, 298, São Paulo, Capital, próximo a estação Vila Mariana do Metrô.
Além do Anuário e do Paradigmas, a Tarja anuncia o lançamento da antologia Steampunk – Histórias de um passado extraordinário, o primeiro livro de contos brasileiro com a temática da moda. Vale a pena dar uma passadinha em um desses dois eventos para conhecer as novidades. Ou então, dar um passeio no site da Tarja.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Bang!


Apesar de não ser uma publicação brasileira, o lançamento da nova edição da revista portuguesa Bang! deve atrair o interesse dos leitores de literatura fantástica no Brasil. Afinal de contas, trata-se do house organ da Saída de Emergência, editora portuguesa que tem seu catálogo exclusivamente voltado à literatura fantástica e, ao que tudo indica, vem realizando um trabalho excepcional. Ela mesma afirma que é uma editora que publica os livros que ninguém mais publicaria e isso vale também para as editoras brasileiras. Seu catálogo está repleto de preciosidades a Bang! dá uma amostra desse material, não apenas pelos anúncios, mas porque a revista disponibiliza ensaios e ficção original dos autores de seu catálogo, o que permite ao leitor antecipar o prazer que os livros certamente proporcionam.
A nova edição, número 6, tem 114 páginas e pode ser baixada gratuitamente aqui.
Traz ficções de Vasco Curado, Renato Carreira, Nuno Fonseca, Michael Moorcock, Robert E. Howard e Edgar Allan Poe, e ensaios de Nuno Fonseca, João Seixas, Frederico Jácome, António de Macedo, José Carlos Guerreiro Gil, Paul McAuley, Richard Curtis e Jack Dann.
Através do mesmo mesmo link podem também ser baixados alguns números anteriores da publicação. Faça a festa.

Anuário 2008


Ainda não tenho informações completas sobre o lançamento da nova edição do Anuário Brasileiro de Literatura fantástica, que está no prelo pela editora Tarja, mas já fui autorizado a divulgar a imagem de sua capa, que dá seguimento ao padrão inaugurado na edição anterior, publicada em meados de outubro de 2008. Esta nova edição, referente ao panorama de 2008, tem a publicação prevista para julho e estou na expectativa pelo lançamento oficial.
Nesta edição, resenhamos os lançamentos Amor vampiro, Areia nos dentes, O caminho do poço das lágrimas, Fábulas do tempo e da eternidade, FCdoB - Ficção científica brasileira panorama 2006-2007, Fome, O par - Uma novela amazônica, A pulp fiction de Guimarães Rosa, Coisas frágeis, Nevasca e Tempo fechado, os clássicos "O alienista", Esfinge e O homem que viu o disco voador, entrevistamos longamente o escritor André Vianco, completando com registros de premiações internacionais, análises de mercado de livros e periódicos, ensaios críticos e listas completas de lançamentos nos gêneros da ficção científica, fantasia e horror.
Assim que eu receber notícias da editora quanto a sua disponibilidade, darei o recado aqui.

Cia. das Letras e o fantástico

Recebi há poucos dias a newsletter da editora Companhia das Letras, promovendo seus lançamentos na FLIP deste ano. Corre na boca do povo o conceito que essa grande editora desprezaria a ficção fantástica e até mesmo atuaria deliberadamente como obstáculo ao estebelecimento da literatura de gênero no país, impondo o seu padrão editorial ao mercado. Mas desde que assinei sua newsletter há uns dois anos, não é o que tenho percebido.
Ainda que a figura de uma empresa hegemônica seja antipática aos representantes de um gênero que não consegue se impôr comercialmente - como acontece com a literatura fantástica no Brasil - as agruras e descaminhos da FC&F brasileira não me parecem derivadas de qualquer responsabilidade dessa editora. Tanto é que, apenas neste relise, percebi pelo menos três títulos bastante afinados com os interesses dos leitores de ficção fantástica, e mais um que se não é,
pode estar em seus contrafortes (os comentários foram extraidos do próprio relise da editora):


O escorpião encalacrado, Davi Arrigucci Jr.
Uma interpretação exemplar da obra do escritor argentino Julio Cortázar. Enquanto deslinda as linhas mestras da ficção cortazariana, Arrigucci investiga questões colocadas pela melhor literatura contemporânea. Reedição de uma das obras máximas do ensaísmo brasileiro.

O medo e o mar, Maria Camargo

Dois jovens irmãos voltam a Paraty pela primeira vez depois da morte da mãe. Enquanto tentam adequar-se à nova vida, as crianças tornam-se protagonistas de uma história de fantasmas e piratas, tesouros e aventura, ambientada na Paraty dos dias de hoje.


Tempo de travessia, Eliana Martins e Rosana Rios
Depois de O último portal, e dando continuidade à série O segredo das pedras, Tempo de travessia é mais do que uma aventura emocionante: personagens e mundos imaginativos transmitem ao leitor importantes informações a respeito da ciência, da mitologia e da história do mundo todo.

Órfãos do Eldorado, Milton Hatoum

Com a novela Órfãos do Eldorado, na pele de personagens como Arminto e Dinaura, Florita e Estiliano, Milton Hatoum concentra - num relato de sonho e pesadelo, ambientado no final do ciclo seringueiro na Amazônia - a vasta matéria que vem explorando desde Relato de um certo oriente, Dois irmãos e Cinzas do norte.

Bom saber que até autores identificados com o fandom, como a veterana Rosana Rios, está emplacando seus trabalhos por esse prestigiosa editora. Um sinal inequívoco de que a era de combates entre o mainstream e a literatura de gênero passou, se é que, como eu sempre desconfiei, isso nunca tenha passado de uma mitologia entre os colecionadores de livros de FC.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A beira do fim


Recebi este semana o número 98 de um dos mais premiados fanzines brasileiros, o Quadrinhos Independentes, ou simplesmente QI, editado pelo engenheiro Edgard Guimarães a partir da cidade de Brasópolis, em Minas Gerais.
O QI nasceu há cerca de 10 anos como um catálogo de fanzines, de publicação mensal e grande tiragem, de forma a realmente auxiliar na divulgação dos muitos fanzines que pululavam naquela época, principalmente voltados a publicação de histórias em quadrinhos. Aos poucos, contudo, foi se transformando num fanzine também, publicando quadrinhos, ensaios e um fórum concorrido, que abrigava altos debates entre os fanzineiros e leitores.
Mas há coisa de dois anos, Guimarães soltou o balão de um possível concelamento da publicação em seu número 100, pois a publicação já não atingia os objetivos esperados e os custos sempre em ascensão somados à dificuldade de manter as atualizações estavam minando a disposição do até então incansável editor. Desde então esse tem sido o principal tema dos debates, com todo mundo se descabelando pelo cada vez mais próximo fim. A pressão por uma alternativa foi engrossando e o editor parece que está sensível a isso. Neste número, entre as atrações de praxe - entre elas mais um capítulo de uma longa e enigmática aventura de ficção científica sem nome, criada pelo editor, que faz diversas homenagens ao universo Disney - Guimarães faz publicar um editorial intitulado "O fim do QI", em que acena a possibilidade de transmutar o zine em alguma coisa mais adequada aos seus atuais objetivos editorias. A nação fanzineira respira aliviada, mas acredito que o catálogo, que ainda ocupa parte das páginas do fanzines, é um dos elementos que será extinto na nova fase.
Bom, não será uma espera longa. Faltam apenas duas edições para o desfecho dessa emocionante aventura.
Enquanto isso, vamos curtindo o que o atual QI tem a oferecer. Além do que já foi citado - a novela em quadrinhos, o fórum e o catálogo - há a série "Entendendo a linguagem das HQs", também produzida pelo editor, quadrinhos de Laerçon e Paulo dos Anjos, e listas de vendas de revistas raras, nas quais já encontrei muita coisa legal por preços interessantíssimos.
O QI custa apenas R$1,00, mas só pode ser adquirido pelo correio, no endereço Rua Capitão Gomes, 168, Brasópolis, MG, CEP 37530-000.