quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Resenha: Tupinilândia, Samir Machado de Machado

Tupinilândia, Samir Machado de Machado. 454 páginas. São Paulo: Todavia, 2018. 

Nada é mais estimulante do que ler uma história em que o sentido de maravilhamento se faz presente. Isso é cada vez mais difícil para um leitor veterano, já tão distante daquela tenra idade em que tudo soa maravilhoso. O leitor da fantasia se esforça, busca por isso, mas raramente reencontra o mesmo senso do maravilhoso de suas primeiras leituras. No meu caso, eram os romances de Julio Verne, as aventuras do Tarzan de Edgar Rice Burrougs e os contos de Ray Bradbury. E ainda mais difícil é encontar esse tipo de sensação na literatura brasileira, tão sofrida quanto o povo daqui. São muitas tristezas, muitas tragédias, muita violência, que acampanham os habitantes de Pindorama desde o dia em que os navegantes portugueses desembarcaram em 1500. 
Por isso é preciso falar de Tupinilândia (Todavia, 2018). Nada poderia ser mais antropofágico, no sentido estrito de Mario de Andrade, do que este romance do escritor portoalegrense Samir Machado de Machado, autor com muita experiência no fantástico, tendo sido organizador e editor da revista Ficção de Polpa, publicada entre 2009 e 2013 pela Não Editora, um dos melhores periódicos literários do gênero no país. Machado também publicou antes alguns títulos bem recebidos pela crítica, como O professor de botânica (2008, Não) Quatro soldados (2013, Rocco) e Homens elegantes (2016, Rocco). 
Mas é em Tupinilândia que o fenômeno acontece. Trata-se de uma fabulação divertida e empolgante, cheia de ação e aventura, sem se afastar daquilo que nos une como nação. 
A história conta a aventura de um grande empreiteiro brasileiro que, depois de ter encontrado Walt Disney em sua visita ao Brasil em 1941, quando ainda criança, e apaixononado por cinema, nunca mais se afastou de ambos. Leitor ávido dos quadrinhos de Carl Barks, foi construindo ao longo da vida o projeto de um parque temático que repetisse no Brasil os mesmos conceitos de cultura e identidade para os brasileiros que a Disneylândia tem para os americanos. Ao herdar a fortuna da família, passa a investir parte de seu patrimônio na aventura de construir próximo às margens do Rio Xingu, em pela floresta amazônica paraense, a sua Tupinilândia. Enquanto a triste história do Brasil acontece lá fora, o projeto é tocado em segredo com o patrocínio grandes empresas nacionais.
Em 1984, em plena campanha eleitoral para escolher o primeiro presidente não militar depois dos vinte e um anos de ditadura, o parque está quase pronto, e para lá vai um seleto grupo de pessoas, entre empresários, apoiadores e familiares, convidados para conhecer o lugar em primeira mão. É claro, desde o princípio, que aquilo está fadado ao fracasso, mas algo tão grandioso não pode simplesmente acabar sem deixar consequências. E elas virão.
O romance está dividido em duas partes, mais um prólogo e um epilogo. A primeira parte, chamada "Versão Brasileira", conta sobre os dias finais de conclusão do ousado projeto e os dias da visita-piloto ao parque. Tupinilândia – o parque – é, obviamente, apenas uma criação de Machado, mas bem que poderia não ser. Na verdade, seria maravilhoso se fosse real. Deveria ser. 
Gosto especialmente do momento em que o autor, na figura de um jornalista contratado para escrever um livro sobre o parque, descreve as histórias em quadrinhos do personagem Arthur Arara, a versão tropical do Mickey Mouse. Como seria bom ler aquelas revistas! Sinceramente, espero que, algum dia, inspirado pela leitura de Tupinilândia – o romance –, algum quadrinhista decida dar corpo a elas, como aconteceu com as histórias de "O Escapista", citadas por Michael Chabon em seu aclamado romance As incríveis aventuras de Kavalier & Clay (2000). Mas o maravilhamento não para por aí. Na verdade, a coisa só melhora a cada capítulo.
Essa primeira parte está dividida em três apisódios, que levam nomes de grandes romances da ficção científica: "1984", "Admirável mundo novo" e "Não verás país nenhum".
A segunda parte tem o título de "Mundo perdido", que dá a dica do que aconteceu ao parque trinta anos depois, e também está dividida em três episódios, que homenageiam filmes de cinema do gênero: "Uma nova esperança", "A terra em que o dia parou" e "De volta para o futuro". 
O livro é uma colcha de retalhos de citações e homenagens, muitas das quais só os entendidos em cultura pop vão "pescar". Mas não é preciso tanto. Há muitas outras que são deliciosamente explícitas e constituem a maravilhosa recriação cenográfica do Brasil dos anos 1980, além de muitos outros detalhes que remetem a uma brasilidade sessentista e setentista que mesmo quem não a viveu vai reconhecer. E mais não digo, para não estragar as supresas. 
O que ainda posso dizer é que Tupinilândia é uma ficção política muito bem engendrada. Ótima narrativa, divertida, historicamente correta, cheia de referências que dão consistência à trama, com um clima meio delirante, meio onírico, mas profundamente brasileiro e politicamente oportuno.
O livro ainda traz, a moda dos romances de fantasia, um mapa de Tupinilândia com arte de Fernando Heynen e Kako, sendo que este último é também responsável pela ilustração espetacular da capa, numa representação da Tupinilândia em 2015 que sugere uma bandeira do Brasil com o Mickey Mouse ao centro. 
Coloque Tupinilândia agora em sua lista de leitura. Garanto que não vai se arrepender.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Lançamentos: Três vezes Ursula

Depois de um recomeço algo tímido, a Editora Morro Branco, agora um selo do grupo editorial Alta Books, engrenou a quinta marcha e lançou uma mancheia de títulos muito interessantes, de fantasia, ficção científica e horror, dentre os quais se destacam três títulos da grande mestra da fcf mundial, Ursula K. Le Guin, escritora americana consagrada com diversos prêmios Hugo e Nebula, cuja obra tem sido resgatada para a língua portuguesa pela Morro Branco. 
Lavínia (Lavinia), originalmente publicado em 2008, é o mais significativo da safra, pois trata-se de um título inédito, vencedor do Prêmio Locus de melhor romance de fantasia. 
Diz o texto de apresentação: "Na Eneida, o herói de Virgílio luta para conquistar Lavínia, a filha do rei, com quem está destinado a fundar um grande império. Mas, nessa história, Lavínia nunca diz uma palavra. Agora, Ursula K. Le Guin dá voz a Lavínia em um romance que nos transporta para o mundo primitivo da antiga Itália, quando Roma não passava de uma aldeia lamacenta aos pés de sete colinas. Lavínia cresce em meio a paz e a liberdade, até que pretendentes aparecem. Sua mãe deseja que ela se case com o belo e ambicioso Turno, mas presságios e profecias das fontes sagradas afirmam que seu destino é outro: ela deve se casar com um estrangeiro. E mais: ela será a causa de uma guerra amarga, e que seu marido não viverá muito tempo. Quando uma frota de navios troianos chega pelo Tibre, Lavínia decide tomar as rédeas de seu próprio destino. E assim, ela nos conta o que Virgílio não contou: a história de sua vida e do grande amor que viveu."
O volume tem 288 páginas e tradução de Helena Coutinho.
Ou outros dois títulos são novelas de ficção científica não-inéditas no Brasil: saíram primeiro pela Editora Tecnoprint nos anos 1970. O planeta do exílio (Planet of exile, 1966, 160 páginas) narra os conflitos entre uma colônia terrestre e os habitantes nativos do gelado planeta Werel durante seu longo inverno de quinze anos. A tradução é de Marcia Men.
O mundo de Rocannon (Rocannon's world, 1966, 192 páginas), primeiro livro escrito por Le Guin,  conta a história do único humano sobrevivente de uma missão de reconhecimento a um planeta sem nome, que precisa liderar os povos nativos contra uma invasão alienígena. A tradução é de Heci Regina Candiani.
Os três títulos, que sem dúvida elevam o padrão de qualidade média da fcf traduzida no Brasil, podem ser encontrados no saite da Morro Branco, aqui, junto a muitos outros títulos disponíveis de seu invejável catálogo.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Lançamento: A vida das nebulosas, Olaf Stapledon

Chegou aos assinantes a edição de outubro da Coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
A edição apresenta a novela de ficção científica A vida das nebulosas (Nebula maker) do escritor e filósofo britânico Olaf Stapledon (1886-1950), escrita por volta de 1933, mas só publicada em 1976 com o título de Star maker. Stapledon é considerado um dos grandes da ficção científica mundial que, em 2014, foi incluido no Science Fiction and Fantasy Hall of Fame. Stapledon também apareceu pela editora em um box com dois volumes: Sirius (Sirius: A fantasy of love and discord, 1944) e O estranho John (Odd John: A story between Jest and Earnest, 1935), 
Diz texto de apresentação de A vida das nebulosas: "Antes do homem, antes dos planetas, existiu um tempo em que o próprio universo pensava. A vida das nebulosas conta sobre o despertar da consciências cósmica: inteligências que moldam o cosmos e enfrentam dilemas tão humanos quanto os nossos".
O volume tem 168 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto a ele, os assinantes recebem um marcador de páginas personalizado e uma sacolinha plástica da editora.
Com este volume, a Editora Andarilho anunciou o encerramento da Coleção Andarilhos. Mas ainda é possível adquirir os volumes já publicados no saite da Andarilho, aqui. Vale o investimento pois esta é, certamente, uma das melhores coleções de literatura fantástica já publicadas no Brasil, com títulos inéditos e raros que possivelmente não voltarão a ter reedições em um futuro próximo. Deixará saudades.

sábado, 1 de novembro de 2025

Resenha: A ilha do Dr. Shultz, Ataide Tartari

A ilha do Dr. Shultz
(Tropical shade), Ataide Tartari. 193 páginas. Santos: Do autor, 2013.

Em meados dos anos 1980, um achado movimentou a imprensa internacional. Foram encontrados, no Brasil, os restos mortais de Josef Menguele, o anjo da morte de Aushwitz que, desde o final da Segunda Grande Guerra, em 1945, vinha sendo procurado por todo mundo pelos caçadores de nazistas. É em torno desse fato histórico que o escritor paulistano Ataíde Tartari constrói o enredo de A ilha do Dr. Shultz que, há anos, estava na minha lista de leitura. 
A história acompanha as trajetórias de dois homens negros no Brasil recém redemocratizado. O primeiro, judeu africano, é uma espécie de agente secreto a soldo de uma instituição norte-americana que, a partir da descoberta do restos de Meguele, busca por pistas de outros nazistas escondidos no Brasil. O outro é um norte-americano afrodescendente que, farto da vida miserável que levava em seu país, vem ao Brasil em busca de um tratamento especial que prometia tornar branca a sua pele. O caminho desses dois homens, ambos em busca de redenção, vão se cruzar numa ilhota no litoral do Rio de Janeiro, conhecida como Ilha dos Negros Aço, onde vive um cientista que parece deter técnicas efetivas de branqueamento da pele negra. 
A história não é exatamente fantástica apesar da premissa de ficção científica; é quase realista para dizer a verdade. Não tem viradas dramáticas a cada capítulo, apenas segue em frente, sem barrigas. É um texto preciso e enxuto, que envolve e faz o leitor se importar com os personagens. 
A ilha do Dr. Shultz é surpreendente mesmo para os altos padrões do autor. É incrível sua capacidade em arredondar personagens usando poucos parágrafos, construir ambientes e manipular as tensões. O domínio sobre o enredo é preciso, com uma reconstrução histórica competente da São Paulo dos anos 1980. Possivelmente, este seja tecnicamente o melhor texto do autor. 
Tartari é um autor formado na Segunda Onda da Ficção Científica Brasileira, com diversos contos excelentes publicados nos fanzines. Seu primeiro livro foi o romance de fc  EEUU 2076, (1987, Edicon), publicado sob o pseudônimo de A. A. Smith. Também publicou a novela Sideral no buraco sem fundo de Parnarama (2012, Nova Espiral) e as coletâneas O triângulo de Einstein (2012, Nova Espiral), 17 histórias alternativas, cômicas e futuristas (2013, Virtual) e Veja seu futuro (2017), além dos romances originalmente escritos em inglês Amazon (iUniverse, 2001) e Tropical shade (iUniverse, 2003), sendo este último o original de A ilha do Dr. Shultz, traduzido pelo próprio Tartari.
Vale a pena buscar pelos textos do autor, muitos dos quais seguem disponíveis, como este A ilha do Dr. Shultz, aqui.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

67º Jabuti

O Prêmio Jabuti é a mais prestigiosa premiação do ambiente editorial brasileiro. Promovido pela Câmara Brasileira do Livro, inaugurou em 2020 a categoria: "Romance de Entretenimento", que contempla livros de  ficção científica, fantasia e horror, entre outros gêneros. Os finalistas de cada categoria são escolhidos dentre uma lista de inscritos para o certame, por um juri de três especialistas na área. Além do vencedor, vale citar todos os finalistas da categoria, pois o reconhecimento da CBL muito significativo. São eles:
1º Lugar: As fronteiras de Oline, Rafael Zoehler, Patuá.                                      
Demais finalistas: 
A Casa da Opera de Manoel Luiz, Celso Taddei, Mondru; Boas meninas se afogam em silêncio, Andressa Tabaczinski, Rocco; O amor e sua fome, Lorena Portela, Todavia; Uma família feliz, Raphael Montes, Companhia das Letras.
A relação completa dos vencedores de todas as categorias do 67º Prêmio Jabuti pode ser conferida aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Resenha: Bestiário, Júlio Cortázar

Bestiário
(Bestiario), Júlio Cortázar, 112 páginas, tradução de Remy Corga Filho. São Paulo: Edibolso, 1977. Publicado originalmente em 1951.

Bestiário é uma coletânea com oito contos do escritor argentino Júlio Cortazar (1914-1984), publicada originalmente em 1951. O autor é vinculado ao fantástico latinoamericano, ao lado de Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Gabriel Garcia Marques, mas apresenta um estilo muito particular que o identifica perante seus colegas. 
Cortázar nasceu na Bélgica, mas foi criado na Argentina desde os três anos de idade. Mais tarde, naturalizou-se francês, em protesto contra a ditadura na Argentina. Seus textos muitas vezes se aproximam do surrealismo, escola com a qual também é identificado. 
Os contos desta coletânea são todos curtos, mas a leitura não é fácil nem divertida: são textos perturbadores e dolorosos. Realistas, quase sempre poderiam ser instalados no mundo real sem muito mistério mas, mesmo assim, carregam estranhamento suficiente para torná-los eventos incomuns; cada um proporciona ao leitor uma experiência estética profunda e singular. 
O conto de abertura é "Casa tomada": um casal de irmãos habita uma mansão que, aos poucos, vai sendo invadida por estranhos. "Carta a uma senhora em Paris" é um relato epistolar em que a missivista acredita vomitar coelhos. "A distante" mostra um trecho do diário íntimo de uma mulher que tem vislumbres trágicos de uma outra vida, não necessariamente dela. "Ônibus" relata o início do passeio de uma doméstica em seu dia de folga. Ela embarca em um ônibus metropolitano em que acontecem coisas muito estranhas. "Cefaleia" narra o dia a dia de um casal numa granja de mancuspias (um animal imaginário). Contudo, os granjeiros são regidos por uma fixação em doenças. "Circe" é o conto mais simples, sobre um rapaz que flerta uma garota cujos  noivos anteriores morreram em condições misteriosas. O nome do conto meio que entrega, mas o final não é tão previsível. Em "As portas do céu", dois jovens de luto vão espairecer em um barzinho e lá tem uma experiência algo metafísica. "Bestiário", que encerra e dá nome a seleta, é uma espécie de Sítio do Picapau Amarelo à moda portenha, ou seja, não é para crianças. Uma garotinha vai passar as férias na fazenda dos tios que estão com problemas no casamento, mas todos sempre têm de estar muito atentos para evitar um tigre que vaga entre os aposentos da residência.
A edição deste resenha é de 1977, publicada pela Edibolso; tem 112 páginas e tradução de Remy Corga Filho. Mas há edições mais recentes disponíveis nas livrarias, inclusive uma de 2025 pela Companhia das Letras. Leitura obrigatória para todos que pretendem conhecer os traços identitários da ficção latinoamenricana e brasileira. 
Parafraseando o ditado, com Cortázar não se aprende pelo amor, mas pela dor.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Finalistas do Odisseia 2025

Criado em 2019, o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica é extensão do Congresso de Ficção Fantástica Odisseia e homenageia autores e obras publicadas no ano anterior especificamente inscritas para o certame. Há algumas semanas, a organização do evento divulgou as listas tríplices dos finalistas da edição 2025. São eles: 
PROJETO GRÁFICO
Douglas MCT – A batalha das feras – Avec.
L. F. Lunardello, Daniela Salamão e Larissa Prado (Org.) – As muitas cores que caíram do espaço – Mão Esquerda.
Ricardo Celestino – O vazio e sei lá o que mais… – Necrose.
QUADRINHOS FANTÁSTICOS
A. Z.  Cordenonsi e Fred Rubim – Le Chevalier e a volta ao mundo em 80 horas – Avec.
Julio Wong, Kiko Garcia e Ser Cabral – À moda da casa – Kikomics e Antenor.
P.H. Gomes, Rafael Dantas, Rodrigo Matos e Zé Wellington – Cangaço Overdrive: Além das raízes – Draco.
NARRATIVA LONGA LITERATURA JUVENIL
Larissa Brasil – Mau Noronha e a Onça Cabocla – Independente.
Paola Siviero – A torre do Pântano dos Ossos – Gutenberg.
Yasmin Callado – A quarta pessoa – Independente.
NARRATIVA CURTA FANTASIA
Heitor Serpa – Show do Prata Preta – Independente.
Roberto Cassano – Como cozinhar humanos – Independente.
R. M. Albuquerque – Pocalina e os mortos que sonham – Independente.
NARRATIVA CURTA FICÇÃO CIENTÍFICA
Danilo Heitor – Retirante em Tóngbù – Folheando.
Luis Felipe Mayorga – "Predações da Harpia-Açu" – Literatura Fantástica vol.15.
Sabine Mendes – Releituras Afrofuturistas: O imortal – Kitembô.
NARRATIVA CURTA HORROR
João Mendes – "Vento morto" –  Independente.
Juliana Cunha – "O falo" – O Grifo.
Raquel Setz – "Magic help" – Oito e Meio.
NARRATIVA LONGA FANTASIA
Giu Domingues – Canção dos ossos – Galera Record.
Laís Napoli – A Sociedade das Ilhas Submersas  – Qualis.
R. M. Albuquerque – A larva das sombras – Cabana Vermelha.
NARRATIVA LONGA FICÇÃO CIENTÍFICA
Daniela Funez – Máscaras de pele, tecido e titânio  – Impressões de Minas.
Fábio Fernandes – O Torneio de Sombras: As aventuras de January Purcell – Avec.
Juliane Vicente – Sentinela – Malê.
NARRATIVA LONGA HORROR
Iza Artagão – Legítima defesa – Rocket.
Lizandra Silveira  –  A lenda da noiva fantasma – Independente.
Vanessa Musial – Herdeiros do abismo: Gênesis –  Palavra & Verso.
ARTIGOS FANTÁSTICOS
L. F. Lunardello  – "A máscara do pseudônimo: Francis Stevens e Gertrude Barrows Bennet" – As muitas cores que caíram do espaço – Mão Esquerda.
Nathalia Xavier Thomaz – "Histórias em quadrinhos: Uma arte antropofágica" – Quadrinhos famintos: A 9.a arte como linguagem do limiar – FFLCH/USP.
Oscar Nestarez – "Autoria de mulheres na literatura de horror: Denúncia e acerto de contas em obras do Brasil e da Espanha" – Opiniães: Revista dos  Alunos de Literatura Brasileira – FFLCH/USP.
CONTOS INÉDITOS (a serem oublicados na revista do evento)
Carlos Castelo – "Eu sou Providence";
Felipe Pyhus Julius –  "Olá";
Patrícia Baikal – "Os lírios também têm memórias";
Silvio Junior –  "Ecos de um passado esquecido";
Titi Bayarri – "Ênio e o bicho".
Jurados do Prêmio em 2025 foram Adriana Maschmann, Diego Mendonça, Duda Falcão, Gustavo Czkester, Irka Barrios, Ismael Chaves, Lu Aranha e Mario Pool Gomes.
Os vencedores serão divulgados oportunamente no saite do Odisseia, aqui.

Lançamento: euforya xique-xique, Olyveira Daemon

euforya xique-xique { vidaas : mortees : sonhoos }
é o novo livro experimento literário de Olyveira Daemon, heterônimo do escritor paulista Nelson de Oliveira, que segue ousando na forma e nas ideias, como pode ser experimentado já no texto de divulgação a seguir: "Alguns cientistas afirmam que a atividade neural, durante a passagem da vida para a morte, produz uma longa seqüência de sonhos & pesadelos. Ocorre então um intenso disparo de sinapses, uma sucessão de alucinações que expande os últimos minutos de nossa existência, estendendo o tempo psicológico por semanas, anos, milênios. Euforya Xique-Xique está morrendo e os últimos minutos de sua existência desenham uma longa seqüência de sonhos & pesadelos, visões & viagens, arquétipos & simulacros, lugares reais & imaginários, criaturas amorosas & perigosas, dimensões conhecidas & desconhecidas. Uma longa seqüência principalmente de falecimentos & renascimentos. Quantas vidas, quantas mortes, quantos sonhos cabem no epílogo delirante de uma pessoa e suas personas?"
euforya xique-xique { vidaas : mortees : sonhoos } é difinido por seu autor como um romance-vertigem mas, para descobrir o que exatamente isso significa, só mesmo tendo um contato imediato de terceiro grau com a obra. Difícil afirmar em que gênero se poderia classificar este delírio literário, mas talvez seja possível dizer que se trata de uma ficção científica, já que o mote é uma teoria proposta por cientistas. Mas, mais que a história, o que impacta aqui é mesmo a estrutura formal alternativa que o autor imprime em sua literatura, buscando novas regras de sintaxe e semântica que não previlegiam a suspensão da incredulidade típica da ficção mas, ao contrário, evidenciam o caráter literário da peça, objetivo que caracteriza a arte de Olyveira.
O volume tem 228 páginas e está disponivel aqui, unicamente em versão digital.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Resenha: Manual de sobrevivência na escrita

Manual de sobrevivência na escrita
, Ana Rüsche e George Amaral. 112 páginas. São Paulo: Bandeirola, 2024. 
Recebi há algumas semanas, da própria Editora Bandeirola, um exemplar de Manual de sobrevivência na escrita, de autoria dos escritores e pesquisadores Ana Rüsche (A telepatia são os outros, 2019) e George Amaral (Um estranho tão familiar, 2023), que me comprometi a ler e comentar. 
É um livro curioso. Não é um manual de escrita, pois não dá dicas de métodos e modelos narrativos, nem de modelagem de personagens e universos, e não dá exemplos para melhorar a criatividade nem históricos e definições de gêneros literários. Trata-se, isto sim, de um guia para escritores iniciantes que querem escrever de forma profissional mas não sabem como se organizar para isso. 
O trabalho está dividido em três partes principais: "Antes de colocar a mão na massa", "Mãos à obra" e "Terminei, e agora?", cada uma delas subdivididas em capítulos curtos que procuram dar ao leitor uma panorâmica ampla do processo da escrita, especialmente em relação à disposição do autor, ambiente de trabalho, rotinas e objetivos, e outros detalhes tão intuitivos que a maioria dos escritores nem chega a pensar a respeito.
O resultado é um compêndio de práticas para tornar o ato da escrita mais produtivo e eficiente, com conselhos do tipo: por que escrever, o que se pretende alcançar escrevendo, como montar uma rotina produtiva, o que comer e o que não comer antes e durante o trabalho, quais recursos técnicos, materiais e psicológicos utilizar, como não se deixar vencer pela preguiça etc. Alguns desses conselhos são especialmente úteis como, por exemplo, não beber enquanto se usa um notebook, e realizar backups constantes do material produzido, coisas que todo mundo sabe que deve fazer, mas não faz até se dar mal. E, mesmo depois, continua não fazendo.
Cada capítulo traz ainda depoimentos dos autores falando, de modo bastante intimista, sobre a forma como agem para seguir escrevendo mesmo em momentos de desânimo e pane criativa.  
Manual de sobrevivência na escrita tem 112 páginas, é uma publicação de 2024 e está disponível nos formatos digital e impresso.

sábado, 25 de outubro de 2025

Juvenatrix 276

Está disponível a edição de novembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
Em catorze páginas, traz um conto de Caio Alexandre Bezarias, resenha do romance A hora do vampiro, de Stephen King, por Marcello Simão Branco, e resenhas aos filmes O submarino atômico (1959), O grito do lobo (1974), O único sobrevivente (1984), Volte Ammie, volte! (1970) e Para onde foram todos? (1974), todas asinadas pelo editor. 
A edição é completada com notícias e divulgação de livros e publicações alternativas, e de bandas de metal extremo. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Lançamento: Ficção completa de H. P. Lovecraft

Muitos tentaram mas, até este momento, ninguém conseguiu colocar toda a produção literária do escritor americano H. P. Lovecraft (1890-1937) numa única edição. Isso porque o autor, além de ter sido muito prolífico na prosa de ficção e não ficção, ainda produziu poemas e muita coisa assinada sob pseudônimos. 
Mas é exatamente isso que a Editora Companhia das Letras promete em Ficção completa, uma caixa com dois volumes com nada menos que 1640 páginas reunindo toda a produção do autor, mundialmente reconhecido como o grande mestre do horror cósmico. E quem já leu, sabe: os textos de Lovecraft são efetivamente perturbadores, como poucos outros autores lograram escrever. 
Diz o texto de apresentação: "Criaturas capazes de transtornar a mente são invocadas em um canto de um quarto de pensão, ou se encontram dormentes no gelo da Antártida, ou no além-mar. Os monstros de Lovecraft desafiam a geometria e a lógica, insinuando um mundo onde humanos são dispensáveis. Considerado o nome mais importante da literatura de terror ao lado de Edgar Allan Poe, a obra de H. P. Lovecraft disseminou o gênero do 'horror cósmico'. Nele, o medo e o pavor parecem oriundos de uma angústia existencial profunda."
A tradução é assinada por Guilherme da Silva Braga, também responsável pela organização da coletânea, publicada dentro do selo Clássicos Penguin-Companhia. 
Se é completa como promete, ainda é preciso conferir. Mas que é um item de desejo para qualquer fã de Lovecraft, isso é inegável.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Lançamento: O lobo branco das montanhas Hartz, Frederick Marryat

A Sociedade das Relíquias Literárias - SRL é um projeto da Editora Wish para viabilizar a tradução e publicação em ebook de textos raros de ficção fantástica internacional, resgatando assim obras desconhecidas de autores em domínio público, quase sempre inéditas em português. Uma assinatura mensal dá ao apoiador o direito de um novo ebook a cada mês, entre outras recompensas aditivas.
A relíquia de outubro é a novela de horror O lobo branco das Montanhas Hartz (The white wolf of the Hartz Mountains), do escritor londrino Frederick Marryat (1792-1848), publicada originalmente como um capítulo de O navio fantasma (The phantom ship), romance do mesmo autor publicado em 1839, sendo uma das primeiras histórias a apresentar uma lobisomem feminina.
Diz a sinopse: "Uma história contada em alto mar carrega um passado sombrio e um juramento amaldiçoado. Um caçador, fugitivo da justiça, busca refúgio com sua família entre florestas geladas e vales sombrios, das Montanhas Hartz. Um dia, ao som distante de uma corneta e no rastro de um lobo branco, ele encontra uma bela jovem que se torna sua nova esposa. Mas a mulher que parecia ser sua salvação logo revela um segredo terrível, transformando o lar em um pesadelo".
O lobo branco das Montanhas Hartz ocupa o número 67 da coleção SRL; tem 128 páginas, tradução de Andrea Coronado e traz ainda a biografia do autor. A capa tem uma ilustração de Jane Herkenhoff. 
Para fazer parte da Sociedade, basta formalizar o apoio na página do projeto, aqui.

sábado, 18 de outubro de 2025

Lançamento: Dados & Dragões - A história épica de Dungeons & Dragons

Criada em 1974 por Gary Gygax e Dave Arneson, Dungeons & Dragons se tornou uma das franquias mais populares do século XX, e segue muito relevante no XXI. Sinal disso é a publicação de Dados & Dragões: A história épica de Dungeons & Dragons, de autoria dos pesquisadores australianos Premeet Sidhu, Marcus Carter e José P. Zagalum (EUA), um verdadeiro documento sobre a aventura dos jogos RPGs que celebra os cinquenta anos da marca.
Diz o texto de apresentação: "Dados & Dragões mergulha nas origens do RPG, nas disputas e paixões de seus criadores e no impacto profundo que ele exerceu na cultura pop. Em vinte capítulos fascinantes, os autores exploram o RPG como uma forma de arte viva: um espaço de colaboração, imaginação e liberdade narrativa. Dados & Dragões analisa a ascensão do jogo, sua redescoberta durante a pandemia e as razões que o mantêm mais relevante do que nunca. A edição brasileira ainda traz textos inéditos do tradutor Daniel Bonesso, que convida os leitores a revisitar suas mesas de jogo — e talvez criar novas campanhas e personagens, com o mesmo brilho nos olhos de quem vê a sorte nos dados e a magia na amizade. Dados & Dragões celebra a força de Dungeons & Dragons e é um convite para antigos fãs relembrarem suas primeiras aventuras e para novos jogadores descobrirem o poder de contar histórias juntos. Se você já enfrentou goblins, desafiou dragões ou simplesmente se perdeu em um universo de fantasia, esta é a sua próxima grande aventura — porque quando os dados rolam o verdadeiro tesouro é a jornada."
O volume tem 480 páginas, tradução de Daniel Bonesso, e é uma publicação da Darkside Books, com data de lançamento agendada para 20 de novembro.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Lançamento: Protocolo rebelde, Martha Wells

Está em pré-venda a novela Protocolo rebelde (Rogue protocol, 2018), terceiro volume da série de ficção científica Diários de um robô-assassino, da escritora texana Martha Wells. 
Diz o texto de divulgação: "Depois de uma viagem conturbada, o robô-assassino está de volta e em busca de vingança pelo seu passado. Tudo o que ele precisa é encontrar provas contra a empresa que o criou. Por isso, decide visitar Milu, local que pode ser mais do que um antigo projeto abandonado de GrayCris: o plano é achar evidências de que a empresa ainda conduz operações ilegais no lugar. É uma pena que, no meio do caminho, ele também tenha que lidar com homens descontrolados, naves que precisam de ajuda para mediar conflitos e um pequeno robô que acredita ser amigo verdadeiro de... humanos."
O volume tem 224 páginas, tradução de Laura Pohl e é uma publicação da Editora Aleph. 
A data de lançamento está agendada para o dia 13 de novembro.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Uma resenha do Fim do Nada

Este é efetivamente um livro raro. Deve ser a primeira vez que se publica um ebook que é a resenha de outro livro. Mas isso é perfeitamente justificável. 
Trata-se de uma resenha para a raríssima Coletânea do Fim do Nada, antologia amadora organizada por Ruby Felisbino Medeiros, saudoso editor do fanzine portoalegrense Notícias do Fim do Nada, que teve uma vida razoalvelmente longa nos anos 1990. A antologia reuniu todos os contos publicados nesse fanzine ao longo de sua existência, nada menos que 85 textos de 23 autores brasileiros. 
A leitura do material evoca o momento de sua produção, quando não se publicavam, no Brasil, mais do que dez novos títulos de fcf ao ano. A resenha reveste-se, portanto, de um inegável valor histórico.
O resenhista é o escritor carioca Miguel Carqueija, que manteve este material inédito por anos. Diz Carqueija: "Obra amadora e raríssima, a 'Coletânea do Fim do Nada' é uma seleção de trabalhos publicados na década de 1990 no fanzine gaúcho de ficção científica 'Notícias do Fim do Nada', fundado e dirigido pelo médico homeopata Dr. Ruby Felisbino Medeiros, com quem só falei pessoalmente uma vez, em 1992, mas tivemos longa amizade até sua morte em 2011. 
"Ainda que os trabalhos apresentados sejam em geral literariamente fracos, e assinados por autores na maioria pouco conhecidos, a edição artesanal dá testemunho da efervescência da ainda obscura ficção científica brasileira, que muitos brasileiros ainda desconhecem. Minha resenha da coletânea permaneceu inédita até hoje, esquecida num caderno, pois tive de opinar sinceramente sobre cada trabalho e não quis magoar o organizador."
A resenha é prefaciada pelo médico e também escritor José do Santos Fernandes, não por acaso um dos autores presentes na dita "Coletânea", e seu depoimento é bastante divertido. Fernandes e Ruby podem ser vistos na foto ao lado (Fernandes é quem está sentado). 
O ebook da resenha está disponibilizado em forma de arquivo de texto, está disponível para download gratuito aqui.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Em campanha: A arte do nanquim de Silvio Ribeiro

Está aberta a campanha de financiamento direto para viabilizar a publicação do álbum A arte do nanquim, portfólio do ilustrador gaúcho Silvio Ribeiro, que tem apresentado diversas produções autorais no campo das ilustrações e das histórias em quadrinhos. 
O álbum, que é projeto do selo autoral SRP, terá sessenta páginas com mais de cinquenta ilustrações do artista nos gêneros terror, fantasia e ficção científica, todas feitas na clássica técnica da pintura com tinta nanquim. 
Diz o texto de apresentação: "Comecei a usar o nanquim aos 16 anos, ainda na década de 1970, quando encontrei uma pena de nanquim que minha mãe usava na escola, na década de 1950. Desde o início tive contato com materiais clássicos, como pincéis e penas e em meus trabalhos não uso canetinhas de nanquim, a não ser para linhas retas. Esta publicação, apesar destas dicas, não tem a intenção de ser um livro didático, mas certamente, se o leitor observar com atenção minha arte, poderá por si mesmo, adquirir muito conhecimento."
Silvio Ribeiro tem mais de trinta anos de experiência na arte, é professor de desenho e pintura, editor e quadrinhista. 
A campanha recebe apoios aqui até o dia 9 de dezembro de 2025. Também é possível obter detalhes sobre o projeto e até ter a oportunidade de adquirir artes originais de Ribeiro.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Lançamento: Herdeiras de pedra e ar, Mar Freitas

"Rubi Takahashi é uma Herdeira do Ar, nascida em berço de ouro no próspero Império de Körin e sucessora de uma poderosa indústria bélica. Sua vida de luxo e privilégios é abruptamente arruinada durante um sequestro desastroso em que é obrigada a saltar de um dirigível no meio de uma tempestade. Ela cai direto no coração do território inimigo: o militarizado reino de Minéria. Lá, quem a encontra é a capitã Céu Steinbachi, uma soldada implacável cuja missão é proteger a fronteira mágica de Minéria a qualquer custo. Para Céu, a herdeira arrogante não é apenas uma prisioneira de guerra, mas um segredo perigoso que pode expor seu passado e atrair a fúria de uma rainha tirana. Forçadas a uma convivência improvável, a herdeira da tecnologia e a capitã da terra logo descobrem que a linha que separa o ódio da atração é mais tênue do que imaginavam."
Este é o texto de apresentação do romance de fantasia sáfica Herdeiras de pedra e ar, da escritora mineira Mar Freitas, que já tem em sua bibliografia os ebooks Eu que não amo você (2025) e Debaixo do meu chapéu (2024).
Herdeiras de pedra e ar tem 392 páginas, é uma publicação do selo Galera da Editora Record e está em pré-venda aqui, com data de lançamento marcada para 10 de novembro. 

sábado, 11 de outubro de 2025

Lançamento: O tarô de O senhor dos anéis

O jogo Monopoly e os baralhos de tarô existem em todos os temas possíveis. O mais belo desses baralhos que já vi foi o Tarô Vertigo, com as belíssimas ilustrações de Dave McKean – festejado ilustrador das capas de Sandman –, que hoje é peça valorizadíssima entre os colecionadores. Mas agora temos um concorrente a altura.
Trata-se do O Tarô de O senhor dos anéis: Uma jornada pela Terra Média, baralho oficial da franquia, escrito por Casey Gilly com ilustrações do espanhol Tomás Hijo. 
Diz a divulgação: "O baralho de 78 cartas retrata personagens, criaturas e cenas memoráveis da Terra-Média, de heróis como Sam e Legolas a antagonistas como Gollum e Sauron. Além disso, o kit colecionável inclui um guia de leitura com o significado de cada carta e tiragens simples, uma toalha de leitura, um diário para anotações e uma bolsa de tecido aveludado para guardar as cartas. E com exclusividade na edição brasileira, um livreto extra com textos de César Machado (Tolkien Talk) e Reinaldo José Lopes (tradutor das obras de Tolkien no Brasil)". O kit vem acondicionado e uma simpática caixa rígida. 
O Tarô de O senhor dos anéis é uma publicação da Editora Pensamento, com lançamento marcado para o dia 1º de novembro.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Gene Wolfe em dose dupla

Já está disponível A Garra do Concilador (The Claw of the Conciliator), romance de fantasia originalmente publicado em 1981, vencedor dos prêmios Locus e Nebula, segundo volume da saga O Livro do Novo Sol, do escritor novaiorquino Gene Wolfe (1931-2019), iniciada com A sombra do Torturador, publicado há alguns meses pela mesma editora Morro Branco.
Diz o texto de divulgação: "Severian, o torturador exilado, embarca em sua jornada para Thrax, uma cidade distante ligada ao seu destino. Ao seu lado, carrega dois objetos notáveis: Terminus Est, a antiga e formidável espada do carrasco, e a Garra do Conciliador, uma joia de extraordinário poder extraterrestre e beleza hipnotizante. Esta relíquia, ligada ao lendário Senhor do Poder, possui uma aura de mistério e perigo, pois nunca foi concebida para ser empunhada por um único homem. À medida que Severian avança em direção ao seu destino, ele encontra uma série de fenômenos estranhos e preocupantes. Seu caminho cruza com macacos bizarros, rituais canibais perturbadores e um estrangeiro enigmático chamado Jonas, cada um desempenhando um papel na definição de sua jornada. A cidade de Thrax surge à sua frente, mas as provações que ele enfrenta no percurso revelam que a estrada para seu exílio é tão cheia de perigos quanto o próprio destino."
Na sequência, entrou em pré-venda A espada do Lictor (The sword of the Lictor), romance originalmente publicado em 1983, vencedor do prêmio Locus, terceira parte da mesma saga de Gene Wolfe. 
Diz o texto de apresentação: "Exilado pelo 'pecado' da misericórdia, Severian chega ao seu posto designado como Lictor em Thrax, a Cidade das Salas Sem Janelas, e parece preparado para se estabelecer na vida ativa, embora um tanto macabra, de um funcionário do governo. Entretanto, coisas perturbadoras começam a acontecer. Sua companheira, Dorcas, abandona-o e retorna ao local onde sua jornada iniciou, o Lago dos Pássaros, onde jazem os mortos. Severian é perseguido por uma fera mortal, passa a questionar seu papel como Torturador e enfim rejeita sua posição e responsabilidade, libertando uma mulher e fugindo da cidade. Ele se dirige às montanhas, sobrevive a outro encontro com Ágia, que o persegue em seu esforço constante para se vingar da morte de seu irmão, e continua sua fuga ao lado de um jovem, seu homônimo, órfão pelo ataque de um alzabo." A Espada de Lictor tem data de lançamento marcada para 30 de outubro.
Ambos os títulos têm ilustrações de Don Maitz e tradução de Fábio Fernandes.  

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Lançamento: Kuroro e os exploradores do espaço, Rihito Uchu

"Uma bruma se espalha ao redor da Árvore Sagrada, cuja luz, que protege a Terra há milhares e milhares de anos, se apagou. Caso a situação permaneça assim, o planeta corre grande perigo! É assim que o gato preto Kuroro começa sua aventura. Convocado para a missão ao lado de uma equipe de exploração espacial da Nebulosa Olho de Gato, ele deve atravessar as estrelas até o Sistema Solar e fazer contato com o povo dos ursos-da-lua, que pode ter alguma pista sobre o desaparecimento da joia luminosa da Árvore Sagrada. Será que Kuroro e os exploradores do espaço vão conseguir salvar a Terra?"
Este é o texto de apresentação do incomum livro ilustrado Kuroro e os exploradores do espaço, com uma história repleta de maravilhamento publicada originalmente em 2022. Trata-se de um livro na linha do chamado mangá kodomo, voltado para crianças em fase de letramento, ideal para a formação de novos leitores no gênero da ficção científica, mas que muitos marmanjos também vão amar.
A obra é creditada a Rihito Uchu, sobre o qual não se encontra absolutamente nada em parte alguma; provavelmente seja um pseudônimo ou o nome de algum estúdio.
Kuroro e os exploradores do espaço tem 104 páginas, tradução de Rita Kohl e é uma publicação do selo Glida da Editora Aleph.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Em campanha: O mundo onírico de Lord Dunsany

Esta aberta a campanha de financiamento direto para viabilizar a publicação da coletânea O mundo onírico (A dreamer’s tales), do escritor londrino Lord Dunsany (1878-1957), originalmente publicada em 1910. 
O autor, festejado como um dos principais influenciadores de escritores como J. R. R. Tolkien e H. P. Lovecraft, também é reconhecido pela coletânea Contos Maravilhosos e o romance A filha do Rei de Elfland, ambas já traduzidas no Brasil. 
O mundo onírico contém os seguintes contos: "Poltarnees, o contemplador do oceano, "Blagdaross", "A loucura de Andelsprutz", "Onde a maré sobe e desce", "Bethmoora", "Dias oníricos no Yann", "A espada e o ídolo", "A cidade onírica", "O homem do haxixe", "O pobre velho Bill", "Os mendigos", "Carcassonne", "Em Zaccarath", "O campo", "O dia da eleição" e "O corpo infeliz". Também apresentará uma cronologia da obra de Dunsany, uma introdução escrita por Randal Plunkett, bisneto do escritor e atual 21º Barão Dunsany e, dependendo da arrecadação da campanha, poesias, ensaios e cartas do autor.
A tradução é de Daniel Dutra e a publicação é da Editora Clock Tower. 
O projeto pode ser apoiado aqui até o dia 6 de dezembro.

sábado, 4 de outubro de 2025

Lançamento: A terra de ninguém/O vigilante no limiar, John Buchan

Chegou aos assinantes a edição de setembro da Coleção Andarilhos, clube de assinaturas da Editora Andarilho dedicado à publicação mensal de livros de bolso de ficção fantástica clássica e inédita, de autores pouco conhecidos. 
A edição apresenta duas novelas de horror: A terra de ninguém (No man's land) e O vigilante no limiar (The watcher by the threshold) do escritor, advogado e político escocês John Buchan (1875-1940), originalmente publicadas em 1899 e 1902, respectivamente. 
Diz texto de apresentação de A terra de ninguém: "Acompanhamos um acadêmico em uma expedição pelos ermos da Escócia, em busca de um refúgio tranquilo para as férias; até que uma lenda sombria do passado vem à tona". Já a apresentação de O vigilante no limiar diz tratar-se da "história de um homem atormentado por uma entidade invisível a observá-lo sem parar".
O volume tem 204 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa e, junto a ele, os assinantes recebem um marcador de páginas personalizado e o simpático origami de um fantasminha.
Os livros do Clube Andarilhos são comercializados inicialmente por assinaturas mas, após algumas semanas, podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Lançamento: Katábasis, R. F. Kuang

"Alice Law tem apenas um objetivo: se tornar uma das mentes mais brilhantes da área de magia analítica. Ela sacrificou tudo: orgulho, vida amorosa e até mesmo a sanidade. Abriu mão do que foi preciso para entrar no programa de pós-graduação de Cambridge e trabalhar ao lado do professor Jacob Grimes, o maior mago do mundo. Mas Grimes não é uma figura fácil. Rígido e exigente, é capaz de ultrapassar qualquer limite. E em um universo onde cometer o menor erro pode ser física e moralmente fatal, Alice se vê sem rumo quando o professor morre em um experimento mágico simples. E a culpa talvez seja dela."
Este é o texto de divulgação de Katábasis (Katabasis), novo romence da escritora sino-americana R. F. Kuang, vencedora dos prêmios Nebula e Locus por Babel ou a necessidade de violência (2022). Ainda gravitando no universo acadêmico das grandes universidades da Inglaterra, Kuang agora toma Cambridge como cenário principal, mas não se espante se de repente se ver às portas do inferno.
Katábasis tem 480 páginas, Tradução Marina Vargas e é uma publicação da Editora Intrínseca.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Tu, Frankenstein: Nova era

Tu, Frankenstein: Nova era
é o novo volume deste curioso projeto literário iniciado em 2013 e organizado pelo escritor Duda Falcão. Trata-se de uma antologia com textos de horror de diversos escritores brasileiros que se reuniram para escrevê-los ao longo de uma única noite, assim repetindo a mítica experiência realizada em 1816 por Lord Byron, Percy Shelley, Mary Shelley e John Polidori na Vila  Diodati.
Esta antologia é resultado de uma ação realizada em 2024 na Casa de Cultura Mario Quintana, e conta com a participação de Adriana Maschmann, Amanda Leonardi, Duda Falcão, Gilberto Fonseca, Gustavo Melo Czekster, Juliane Vicente, Lucas Borne, Mariana Bortoletti, Marina Mainardi, Mario Augusto Pool, Miriam N. Dohrn e Irka Barrios. 
Diz o texto de apresentação: "Em um período de catástrofes ambientais, desconexão com a natureza, destruição de florestas,  consumo exacerbado, autoritarismo, doenças psicológicas, guerras entre nações, utilização de  IAs, entre outros problemas que nos assolam — será que ainda temos chance de encontrar um  caminho que nos coloque em harmonia ecológica, social, econômica e política no planeta? Não temos resposta para essa pergunta que nos inquieta. Mas nem por isso deixamos de pensar  ou desistir da vida. De maneira lúdica, ativamos um pouco do que existe de Victor Frankenstein  em nós para gerar a criatura de palavras que você vai ler! Divirta-se... e assombre-se também!"
Tu, Frankenstein: Nova era está em pré-venda no saite da Editora Cinco Gatas, aqui.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

QI 196

Está circulando o número 196 fanzine Quadrinhos Independentes-QI, editado por Edgard Guimarães, inteiramente dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos, destacando a produção independente e os fanzines brasileiros. 
A edição tem 48 páginas com vinhetas em quadrinhos de Henrique Magalhães, Luiz Iório, Manoel Dama, Joaquim Moura, Luiz Cláudio Lopes de Faria, Cristiano de Souza, ilustrações de José Nogueira, Mário Labate Santiago, Angelo Júnior e do editor, artigos de Pedro José Rosa de Oliveira, E. Figueiredo, Alex Sampaio e Rod Tigre, e e as colunas "Fórum" com as cartas dos leitores,"Edições independentes" divulgando lançamentos de fanzines do bimestre anterior e "Mantendo contato", de Worney Almeida de Souza, tudo muito ilustrado com tiras e imagens de quadrinhos. A capa traz uma ilustração de Guimarães, com um mecanismo de dobras interativas para conduzir a narrativa.
Junto a esta edição do QI, os assinantes recebem os seguintes suplementos: os números 28, 29, 30 e 31 da série Reflexões sobre Imagem e Cultura, com pesquisas de Guimarães, Rod Tigre e Quiof Thrul; o número 12 de HQ Além dos Balões, um fascículo de 24 páginas com mais uma parte da pesquisa de Fábio Sales sobre "Obras autorais continuadas por outros artistas"; e o terceiro número da série Liga dos Quadrinhistas Independentes, dedicado ao artista Sérgio Oliveira Jr., com direito a entrevista e relação completa de seus trabalhos. Além disso tudo, o quinto pacote com quatro novos cromos para o álbum Carrancas Digitais nada normais, de Manoel Dama, e o segundo pacote de cromos do álbum Maria, de Henrique Magalhães.
Exemplares impressos do QI e seus encartes podem ser adquiridos mediante assinatura. Mais informações, diretamente com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com. Versões digitais de todas as edições, desde o primeiro número, bem como de todos os encartes, estão disponíveis no saite da editora Marca de Fantasia, aqui, além de muitas outras publicações que valem a pena conhecer.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Lançamento: A cicatriz, China Miéville

"Em uma grande embarcação, um grupo de prisioneiros e escravizados é transportado para a colônia de Nova Crobuzon, a Nova Esperium. Viajantes e fugitivos estão entre os passageiros, inclusive Bellis Vinhofrio, renomada linguista cujos serviços lhe garantiram escapar de uma terrível punição. O plano de Bellis é viver na colônia até que seja seguro voltar para casa. No meio da travessia, o navio é cercado por piratas e a tripulação é sumariamente executada. Os sobreviventes são levados para Armada, cidade construída a partir dos cascos dos navios piratas e habitada por diferentes facções. Ali seu destino se entrelaça ao de outros personagens e uma busca incessante pela liberdade se inicia, com monstros lendários e uma iminente ameaça de guerra."
Este é o texto de apresentação do novo romance do escritor britânico Chine Miéville, A cicatriz (The scar), seguno volume da trilogia Bas-Lag, iniciado com Estação Perdido (Perdido Street Station), traduzido pela mesma Boitempo Editorial em 2016. Tratam-se de textos classificados como New Weird, um gênero híbrido em que os contornos dos gêneros são imprecisos, com elementos de fantasia, ficção científica e horror misturados de forma indissociável. Outra característica desse modelo literário é o viéz revolucionário, que cai muito bem no texto vertiginoso de Miéville, um declarado e reconhecido pensador de esquerda. 
O volume tem 528 páginas, com tradução de José Baltazer Pereira Júnior.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Lançamento: Ao meu redor, André Vianco

"Teodora é uma policial corrupta à beira do abismo. Traída por Raoni, a temida chefe do tráfico com quem mantinha um acordo sombrio, ela reage com fúria e desespero: mata a criminosa e parte em uma caçada frenética pelo dinheiro do crime, sua única chance de fuga. Sua última esperança? Jéssica, a irmã com quem tem uma relação conturbada – uma cientista brilhante, sensível e instável, que criou uma droga revolucionária, a Iboga-7, capaz de abrir um canal direto entre vivos e mortos. Com a ajuda desse experimento proibido, Teodora pretende arrancar da própria alma de Raoni o segredo sobre onde está escondida a fortuna. Mas ao cruzar o limiar entre os mundos, Teodora e Jéssica se veem presas em um pesadelo que vai muito além do crime."
Este é o texto de apresentação do romance de horror e ficção científica Ao meu redor, do escritor osasquense André Vianco que, desde seu primeiro livro, Os sete – lançado em 2000 pela Novo Século –, tornou-se um surpreendente sucesso de vendas. Merecido, Vianco escreve bem e tem ótimas ideias, e a leitura desta pequena introdução deixa claro que sua criatividade continua afiada. 
O livro foi lançado em julho de 2025, tem 272 páginas e é uma publicação da editora Citadel, pelo selo Lumens.

sábado, 27 de setembro de 2025

Lançamento: Luella Miller, Mary Wilkins Freeman

A Sociedade das Relíquias Literárias - SRL é um projeto da Editora Wish para viabilizar a tradução e publicação em ebook de textos raros de ficção fantástica internacional, resgatando assim obras desconhecidas de autores em domínio público, quase sempre inéditas em português. Uma assinatura mensal dá ao apoiador o direito de um novo ebook a cada mês, entre outras recompensas aditivas.
A relíquia de setembro é a novela de horror Luella Miller, da escritora americana Mary Wilkins Freeman (1852-1930), publicada originalmente em 1902. A volumosa ficção de Mary Wilkins é bastante valorizada pelo movimento feminista contemporâneo, pois trata invariavelmente da vida de mulheres fortes em ambientes de muitas dificuldades. 
Diz a sinopse: "Mesmo após sua morte, a lembrança de Luella continua a assombrar os moradores, cercada por rumores de doença, tragédia e uma estranha sucessão de mortes dos que se aproximaram daquela beldade incomum. Lydia Anderson, a única que conheceu a mulher mais enigmática da aldeia, carrega a história de uma jovem cuja presença parecia sugar a vida de todos ao seu redor. A história de Luella atravessa gerações na memória da comunidade, cercada por rumores de feitiçaria e tragédias inexplicáveis."
O volume ocupa o número 66 da coleção SRL; tem 87 páginas, tradução de Andrea Coronado e traz também uma biografia da autora. A capa tem uma ilustração de Maria Fonseca. 
Para fazer parte da Sociedade, basta formalizar o apoio na página do projeto, aqui.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Lançamento: As crônicas de Âmbar, Roger Zelazny

Lançado ainda em agosto de 2025, As crônicas de Âmbar (The chronicles of Amber) é apenas o segundo livro do multipremiado escritor americano Roger Zelazny (1937-1995) lançado no Brasil (o primeiro foi O senhor da luz, publicado há poucos meses pela Editora Aleph). E já chega para diminuir o atraso: a edição reúne nada menos que os cinco primeiros volumes da saga: Os nove príncipes de Âmbar (1970), As armas de Avalon (1972), O sinal do unicórnio (1975), A mão de Oberon (1976) e As cortes do caos (1978), que formam o "The Corwin cycle", primeiro tomo de uma série.
Diz o texto de apresentação: "Certo dia, Corwin, príncipe de Âmbar, acorda em uma terra estranha sem memórias de seu passado. Ao tentar escapar de seu exílio, ele descobre que sua família é capaz de manipular a realidade, viajar entre as infinitas sombras do multiverso e controlar poderosos artefatos mágicos, como os arcanos. Quando o patriarca da família desaparece misteriosamente, os nove príncipes de Âmbar travam uma guerra implacável pelo trono. Em meio a traições familiares, duelos mágicos e reinos que desafiam a lógica, Corwin embarca em uma jornada épica para recuperar sua identidade, conquistar seu lugar no trono e desvendar o paradeiro de seu pai, o ardiloso rei Oberon. Ao enfrentar perigos de infinitos mundos e a ganância implacável de seus irmãos, cada qual com os próprios segredos e ambições, Corwin descobrirá que a lealdade pode ser tão mutável quanto as sombras que cercam o reino de Âmbar."
A série tem pelo menos mais cinco volumes (que formam "The Merlin cycle"), uma coletânea de contos (Seven tales in Amber) e quatro prequelas escritas por John Gregory Betancourt, após a morte de Zelazny, consideradas fanfics pelos mais puristas.
As crônicas de Âmbar tem 736 páginas, tradução de Leonardo Alves e é uma publicação da Editora Intrínseca.
Na página da obra, aqui, dá para baixar uma "desgustação" em pdf para experimentar a leitura, mas nem precisa: Zelazny é um dos mais surpreendentes escritores de fcf que já andaram sobre este planeta.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

HQ Memories 25

HQ Memories
é um fanzine de e sobre quadrinhos editado pelo cartunista Luigi Rocco sob a chancela do selo Inumanos Agrupados, dedicado a resgatar trabalhos e autores esquecidos dos quadrinhos brasileiros e estrangeiros.
A edição 25 resgata do esquecimento as seguintes histórias em quadrinhos: "Science boy JQ" (1965), de Taku Horie; "O Doutor" (1966), de Álvarez; "O espelho mágico" (1960), de Aylton Thomaz; "Ambler" (1973), de Doug Wildey; "Zistor, o robô" (1961), de Waldir Igayara; e "Mister Mediano" (1957), de Steve Ditko. 
A edição tem 44 páginas, formato magazine com capa em cartão, que traz uma ilustração de Doug Widey com os personagens da série de tv Jonny Quest. Imagens e detalhes de cada um dos trabalhos apresentados podem ser conferidos no blogue da publicação, aqui.
Rocco também está republicando os primeiros números do fanzine, agora no formato grande. Várias edições já estão disponíveis.  
HQ Memories pode ser encomendado diretamente com o autor, pelo email luigirocco29@gmail.com.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Republicação: O enigma da Estatueta da Sorte, Gladis N. Stumpf González

"Na rua onde Gisela mora nunca acontece nada — até que a vizinha desaparece misteriosamente após receber a visita de um homem de chapéu escuro. Apaixonada por livros de mistério, Gisela decide investigar com a ajuda de seu cão Prisco e da gata Mitzi. Logo se torna aliada do Inspetor Souza, usando sua astúcia para seguir pistas como um bilhete estranho, um jardim revirado e um enigmático elefantinho vermelho da sorte. Entre aulas, perigos e repórteres curiosos, Gisela mostra que até os menores podem desvendar grandes mistérios."
Esta é o texto de apresentação de O enigma da Estatueta da Sorte, romance de mistério e fantasia da escritora gaúcha Gladis N. Stumpf González (1930-1994), que trabalhou extensamente na produção de livros para o público infantojuvenil, como as séries O clube do Falcão Dourado e Chico e Faísca
O enigma da Estatueta da Sorte, que agora ganha uma oportuna republicação pela Avec, faz parte da série Gisela e Prisco, que conta com quinze volumes originalmente publicados entre 1975 e 1979 pela Ediouro. 
O volume tem 96 páginas e traz prefacio de Nikelen Witter e posfácio de Leonardo Nahoum.

Juvenatrix 275

Está disponível a edição de outubro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix, editado por Renato Rosatti. 
Em quinze páginas, traz um conto de Caio Alexandre Bezarias e resenhas aos filmes O monstro de Pedras Brancas (1959), Na solidão da noite (1945), O mundo em perigo (1954), O passo do monstro (1932), Trama diabólica (1971) e O monstro cósmico (1958), todas do  editor. A edição é completada com notícias e divulgação de livros e publicações alternativas, e de bandas de metal extremo. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Cópias em formato pdf podem ser obtidas pelo email renatorosatti@yahoo.com.br.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Histórias Extraordinárias 10

Está em campanha de financiamento direto o décimo número do fanzine literário de ficção científica Histórias Extraordinárias, editado por Paolo Fabrizio Pugno para a Editora Dicotomia.
Estranhou? Pois é. Depois de um ano de ausência, a publicação retorna por uma nova editora e corpo editorial reduzido, mas seguindo os mesmos aspectos gráficos. 
O editor promete uma edição com 64 páginas com contos de Eduardo Akira, Rogério Justino, Gerson Lodi-Ribeiro, Kairo D. Barbosa, Davi M. Gonzales, Cuca Nuñes e Roberto Causo, além de artigos sobre cinema, séries, livros e ciência, e uma entrevista com o escritor Jorge Luiz Calife, comemorando os quarenta anos de publicação do seu romance Padrões de contato, reputado como marco fundador da Segunda Onda da Ficção Científica Brasileira. 
Mais uma coisa, infelizmente, não mudou: Histórias Extraordinárias segue sustentando a política editorial de não publicar mulheres. Uma pena. 
Para apoiar esta edição, visite a página da campanha, disponível até o dia 14 de outubro de 2025. Edições anteriores podem ser adquiridas em pacotes promocionais.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Resenha: Os filhos das estrelas, H. G. Wells

Os filhos das estrelas
(Star begotten), H. G. Wells. 248 páginas. Tradução de Gustavo Terranova Aversa. São Paulo: Andarilho, 2025. Publicação original de 1937.

H. G. Wells (1866-1946) dispensa apresentações. Este escritor britânico é sumamente conhecido e popular entre leitores no mundo todo, autor de uma infinidade de clássicos da literatura, entre os quais estão A guerra dos mundos, O homem invisível, A máquina do tempo, além de trabalhos em diversas outras áreas, como filosofia, política e história. 
Contudo, mesmo sendo um leitor inveterado dos textos de Wells, não conhecia Os filhos das estrelas, novela originalmente publicada em 1937 que apresenta uma série de características incomuns, tanto ao gênero da ficção científica no qual ele pode ser classificado, não sem alguma polêmica, mas ao próprio escopo  dos textos do autor. 
Não que lhe seja realmente desconforme, pois está alinhado às ideias mais frequentes de Wells, mas por conta do estilo. Creio nunca ter lido um texto assim de Wells e me parece nunca ter lido algo parecido na fc.
Porque Os filhos das estrelas mal tem um enredo. De fato, ele se manifesta através de longos diálogos ao estilo platônico,  que vão se aprofundando, mudando o ponto de vista e reformulando argumentações. Ou seja, a novela está mais para um ensaio filosófico do que para uma ficção, como um diálogo de Platão com pequenas parábolas como ilustrações argumentativas. A única diferença é que Wells não encerra em aporia, mas oferece uma conclusão mais ou menos satisfatória.
A história, se podemos dizer assim, fala sobre Joseph Davis, um homem comum da sociedade britânica que, certo dia, depois de participar de conversas aleatórias com alguns intelectuais num evento, tem uma revelação perturbadora: a humanidade estaria sendo manipulada em sua estrutura genética por alienígenas de Marte que, sem condições de promover uma invasão física ao planeta, bombardeiam a Terra com raios cósmicos mutagênicos para alterar a humanidade até que ela se torne marciana. Ao relatar suas angústias a um psicólogo, este acaba contaminado pela ideia e, sendo afeito a fofoca, espalha a história, que se torna um meme internacional. 
Talvez a proximidade maior deste texto de Wells, inclusive considerando-se o tema, seja com Assim falou Zaratustra, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, publicado em 1883.  Alias, o conceito de Übermensch, desenvolvido pelo filósofo nesse livro, foi bastante explorado pela fc e pode ser percebido, por exemplo, em diversos livros de Arthur C. Clarke, e no desconcertante The new Adam,  de Stanley G. Weinbaum, publicado em 1939. O conceito é chave de entendimento desta novela de Wells.
O volume tem formato de bolso com 248 páginas, tradução de Gustavo Terranova Aversa, e faz parte da coleção Clube Andarilhos da Editora Andarilho, que é comercializada através de assinaturas. Mas, após algumas semanas, os livros dessa coleção podem ser encontrados para venda no saite da editora, aqui.
Sem dúvida, um livro incomum e valioso para todos os que gostam de uma boa ficção científica filosófica.