sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sozinho no deserto extremo

Com uma produção volumosa e relevante, o escritor Luiz Bras aprofunda-se em sua proposta conceitual de desenvolver no Brasil uma literatura de ficção fantástica de alto nível artístico e temático. A qualidade técnica já está mais do que garantida conforme pode ser percebido pelos seus trabalhos anteriores, como a coletânea de contos Paraíso líquido (Terracota, 2010) e o romance Poeira: Demônios e maldições (Língua Geral, 2010), ganhador do prêmio Casa de las Americas, o qual o autor assinou ainda como Nelson de Oliveira.
Em Poeira: Demônios e Maldições, já se afigurava o desejo do autor em enveredar pela ficção fantástica, à moda de Murilo Rubião e José J. Veiga, mas foi como Luiz Bras que as coisa realmente deslancharam. Além da coletânea de contos, Bras publicou as novelas Babel Hotel (Scipione, 2009) e o romance Sonho, sombras e super-heróis (Ciranda das letras, 2011), ambas ficções de gênero dirigidas ao público juvenil.
Com o romance Sozinho no deserto extremo, que chega agora pela editora Prumo, Bras volta-se ao leitor adulto, com uma história de profundas implicações filosóficas e simbólicas, embora o contexto cenográfico seja bastante concreto. Trata-se da história de um publicitário cansado de seu cotidiano que, um belo dia, desperta num mundo absolutamente vazio, sem nenhum outro ser humano vivo além dele mesmo. O que a princípio parece responder a um desejo secreto do personagem, vai se revelando uma tragédia na medida em que a loucura se instala.
Assumidamente inspirado nos romances Só a terra permanece, de George R. Stewart, e Eu sou a lenda, de Richard Matheson, Bras monta um diálogo ousado pois ambos os títulos são clássicos da ficção científica internacional. Vale lembrar que o tema também foi abordada por outros autores brasileiros com ótimos resultados, como o conto "O último artilheiro", de Levy Menezes, e o romance Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva.
O livro, que tem 320 páginas, terá lançamentos exclusivos em São Paulo, no da 21 de agosto, às 18h30 na Livraria Cultura (Av. Paulista, 2073), e no Rio de Janeiro, dia 3 de setembro na Livraria Travessa (R. Visconde de Pairajá, 572).
Mais informações no saite do autor, aqui.
Luiz Bras nasceu na mítica cidade de Cobra Norato/MS, é doutor em Letras pela USP e colabora regularmente com o jornal literário Rascunho, na coluna "Ruído branco".

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