terça-feira, 8 de março de 2011

Muitas peles


Acaba de ser publicado, pela Editora Terracota, a coletânea Muitas peles, de Luiz Bras.
O livro traz na capa um desenho de Teo Adorno, o mesmo artista que que ilustrou a capa da excelente coletânea de contos Paraíso líquido, do mesmo autor, publicada em 2010 pela mesma Terracota, e isso até pode confundir o leitor, mas trata-se de um trabalho completamente diferente. Muitas peles é o primeiro livro de não ficção de Luiz Bras e reúne os seus melhores artigos publicados na coluna sobre literatura "Ruído Branco" do jornal Rascunho.
Diz o texto de apresentação: "A literatura contemporânea é composta de muitas vozes, muitos olhares, muitas peles, que não se deixam reunir pacificamente em certas doutrinas ou em certos grupos muito bem definidos. Essa multiplicidade pode ser conferida facilmente nas livrarias, nas bibliotecas, nos eventos literários espalhados pelo país.
E a crítica contemporânea? O tempo das escolas analíticas muito bem definidas – de expressão estruturalista, sociológica, psicanalítica, pós-modernista etc. – também é coisa do passado? Tudo indica que sim. Hoje, a multiplicidade de enfoques e ferramentas analíticas indica que também a crítica é composta de muitas vozes, muitos olhares, muitas peles.
É preciso refletir sobre o presente, usando as ferramentas do presente. A crítica literária de agora evita basear-se no modelo clássico, aristotélico, de enquadramento em normas rígidas. Para dar chance a interpretações inauditas, ela prefere ir em busca da geometria não euclidiana, da física não newtoniana, da razão não kantiana, da epistemologia não cartesiana."
Entre os textos está o importante "Convite ao mainstream", no qual Bras convida todos os autores brasileiros a experimentarem a ficção científica como uma alternativa ao engessamento estilístico da literatura brasileira.
A edição, no formato diferenciado de 12x17 cm, teve o apoio da ProAC - Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. Mais informações no blogue de Luiz Bras, aqui. Altamente recomendável.

Um comentário:

  1. César, meu caro, obrigado por divulgar minha primeira coletânea de artigos.
    Agora há pouco fiquei sabendo que o talentoso ficcionista Flávio Carneiro está escrevendo um romance de ficção científica. Ótima notícia. Creio que ele foi o primeiro autor do mainstream a aceitar o convite-desafio.
    Um abraço,
    Luiz

    ResponderExcluir