domingo, 1 de novembro de 2009

VELTA 2010 - Uma aventura nos anos 30


Emir Ribeiro é um dos mais entusiasmados editores independentes que conheço e seus primeiros trabalhos tiveram alguma influência quando de minha decisão de publicar o Hiperespaço.
Lá pelos idos de 1980, conheci o fanzine 10abafo, publicado por ele, que estava entre as muitas revistinhas independentes que encontrei em um sebo no bairro do Butantã, em São Paulo. Eu havia ido até lá em busca de números novos de outras revistas que eu já conhecia, como a Garatuja, publicada por um grupo de quadrinhistas de São Paulo, e Historieta, publicado pelo saudoso Oscar Kern, mas acabei encontrando os zines do Emir e neles as histórias da Velta (que então se escrevia Welta). Foi uma revelação para mim, porque até então eu só tivera acesso a fanzines feitos em off-set, sofisticados, como os já citados Garatuja e Historieta, e 10abafo era praticamente feito com cópias em xerox, o que significava que eu também podia fazer um.
Até hoje, todas as vezes que encontro uma nova edição com Velta, revivo a sensação de maravilhamento que me acompanhou naquele dia e em muitos dias que vieram depois. Eu arrisco dizer que isso é felicidade.
Pois esta semana pude reviver isso tudo ao receber pelo correio a edição VELTA 2010 - Uma aventura nos anos 30.
A revista dá sequência ao projeto de Emir em recriar sua personagem mais importante, a gigante loura que solta cargas elétricas pelo corpo. Desta vez ele instala Velta nos anos 1930, um período difícil para a humanidade, vinda da crise econômica causada pela quebra da bolsa de Nova York e aguardando a explosão de violência e morte que cairia sobre todas as nações, inclusive o Brasil. A origem da personagem também é recontada. Agora Velta – diminutivo de Herivelta! – é Catarina, que ganha seus poderes depois de um tratamento heterodoxo para a paralisia que a acometeu depois que foi agredida pelo marido. E ela vai ter que enfrentar toda a ira de seu agressor para ajudar o Homem de Preto, um vingador mascarado que morreu por obra da Irmandade do Canhão, a qual ele pertence.
A trabalho é bem produzido, com impressão de qualidade, capas em cores cartonadas e plastificadas e 64 páginas de miolo em preto e branco, com um bom acabamento em meios tons. Emir fez a lição de casa e incorporou várias cenas históricas a narrativa, que são explicadas num anexo.
A revista deve ser oficialmente lançada somente em 2010, como diz o título, mas já está em pré-venda. Os primeiros cinquenta compradores ganharão como brinde um cartão tamanho útil de 5 x 7 cm, com um desenho original de Emir retratando qualquer personagem escolhido.
Para comprar, entre em contato com o editor aqui, ou pelos emails emir_ribeiro@yahoo.com.br e emir.ribeiro@gmail.com.

Um comentário:

  1. Emir comentou por e-mail:
    Não há de quê, César. Afinal, vc sempre fez o mesmo comigo, a cada livro, revista ou fanzine que editou nesses mais de 30 anos que nos correspondemos.
    Ademais, gosto de manter aquele antigo espírito de fanzineiro, quando todos enviavam aos colegas/amigos, automaticamente, cada novo lançamento. Depois, todos faziam propaganda um do outro em suas respectivas publicações. Ou seja, havia um clima agradável de amizade, respeito, colaboração e união entre quase todos (excediam à regra uma meia dúzia, claro). Infelizmente, são boas coisas que raramente vemos hoje em dia. Por isso, gosto de manter aquele clima saudável com os velhos amigos (e os novos que comungam do mesmo espírito).
    Enquanto ainda curto fazer e havendo público para ler, estarei publicando sempre.
    ...agradeço muito pelas opiniões dadas. Fiquei muito contente em saber que meus lançamentos em quadrinhos o deixam feliz com a leitura. Imagino que é um resultado que todo artista deseja.
    Mas... há uma correção a fazer. Os fanzines em xeróx que editei não eram os"10-abafo," visto que toda a coleção "10-abafo" foi impressa em off-set, na forma de revista (com capa em cores, inclusive). Tive a sorte de começar já publicando profissionalmente em edições impressas em off-set, como no caso dos jornais (a partir de 1975), das revistas (a partir de 1978) e até alguns fanzines, como o Minizine da 2ª fase.
    Imagino que o amigo deva ter visto nos sebos o Minizine da 1ª fase, esse sim, impresso em xeróx. Porém, não era um fanzine de quadrinhos, mas apenas de informações sobre quadrinhos. É que eu sempre tinha como objetivo só publicar HQs em off-set, pois não tinham boa apresentação na xeróx (naquele tempo, a maioria das copiadoras não tinha boa qualidade).
    Por isso, os fanzines que editei em fotocopiadoras FALAVAM de quadrinhos, mas não publicavam histórias em quadrinhos.
    Grande abraço, César.
    Emir

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