segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Max Mallmann (1968-2016)

No dia 4 de novembro de 2016, aos 48 anos, perdemos o escritor e roteirista brasileiro Max Mallmann Souto-Pereira, uma das gratas revelações do final da Segunda Onda da ficção científica brasileira.
Mallmann era gaúcho de Porto Alegre e estreou em 1989 com o livro de realismo fantástico Confissão do minotauro, publicado pelo Instituto Estadual do Livro. Seu segundo romance foi o vencedor do Prêmio Açorianos Mundo bizarro (1996, editora Mercado Aberto), também na linha do realismo fantástico e com o qual ele foi definitivamente integrado ao fandom nacional da literatura de gênero.
No final dos anos 1990, Mallman iniciou seu trabalho como roteirista na TV Globo, onde atuou  em importantes seriados e novelas, tais como Malhação, A grande família e Carga pesada, mas não abandonou o ofício de escritor. Em 2000 publicou pela editora Rocco a novela Síndrome de quimera, finalista do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Argos. Seus livros seguintes, também pela Rocco,  foram Zigurate: Uma fábula babélica (2003) e a ficção histórica  O centésimo de Roma (2010), e sua sequência, As mil mortes de César (2014). Seu último trabalho publicado foi Tomai e bebei, uma pequena novela sobre vampiros lançada em 2015 pela editora Aquario.
Dono de uma prosa agradável e divertida, Mallmann não abria mão do humor e da ironia em doses generosas, que eram também características de seu comportamento social, sendo assim um autor querido por seus colegas e leitores.
Sua morte foi decorrência do agravamento de um câncer de pulmão com o qual lutava desde 2015. O corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e as cinzas levadas para sua cidade natal.


Um comentário:

  1. Estou nas 30 páginas finais do "O centésimo em Roma" e comprei, há pouco, na Estante Virtual o "As mil mortes de César". O "Centésimo" em Roma é MUITO bem escrito, com personagens bem construídos e abordagem que agarra o leitor. Estou ansioso para iniciar o "As mil mortes de César" e já triste com o fato de que a continuação "A prole da Loba", nunca há de ser terminada, devido à morte do autor. Infelizmente, eu comprei o "O centésimo em Roma", apenas quando da morte do autor, eu realmente não o conhecia, mas tive acesso, via lista do CLFC (Clube de Leitores de Ficção Científica) do qual sou sócio, da notícia. Só este ano iniciei a leitura.

    Também aproveitei, adquiri, e li, nas últimas semanas a noveleta "Tomais e bebei". Ela é mais previsível, mas bem escrita. A ideia em si valia a pena ter sido desenvolvida em algo mais amplo e, pelo final, creio que o autor tinha pretensões futuras de desenvolver o personagem principal, em outras histórias, como um caçador de vampiros à brasileira.

    Infelizmente, a vida e nosso tempo nesta terra são incertos e muitos projetos ficam pelo caminho. Nos cabe valorizar o legado deixado e, sempre, rezar pela alma dos que foram.

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