sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Novas antologias da Nephelibata

A editora catarinense Nephelibata, comandada pelo editor Camilo Prado, superando as dificuldades que 2016 infligiu a todos nós, finalmente anuncia a publicação de dois novos volumes reunindo os mais incomuns textos da ficção fantástica produzida entre o final do século 19 e as primeiras décadas do século 20, quase tudo em domínio público.
Paris invadida por um flagelo desconhecido: Contos de folhetim francês tem 156 páginas com textos de Jean Rameau, Maurice Leblanc, J. Joseph Renaud, Georges Rouvray, Maurice Level, Gaston-Ch. Richard, André de Lorde, Pierre de La Batut, G. Gustave Toudouze, Gustave Le Rouge e R. A. Fleury. Diz o texto de divulgação: "Foi em nome da Imaginação que esses escritores de folhetim criaram uma literatura que hoje na França chamam de littérature populaire. Arrancaram do mundo da imaginação as coisas mais estranhas, bizarras, assustadoras – e, às vezes, divertidas, por que não? – para com elas povoar o cotidiano dos leitores franceses. Suas plantas carnívoras, seus mortos-vivos, seus mundos misteriosos, seus personagens desvairados, suas descobertas incríveis, suas invenções assustadoras – haverá o leitor de notar –, posteriormente entraram para o universo do cinema. Nessa literatura, o real e o imaginário se mesclam e se confundem de tal maneira que pouco importa os dados históricos, a psicologia dos personagens, a preocupação com o estilo. Importa apenas arrastar o leitor para aventuras distantes, ideias insanas, mundos impensados, enfim, para o reino do 'puramente literário'".
Contos de terror é dedicada ao terror produzido por brasileiros. O livro tem 168 páginas e traz textos de Coelho Netto, Lucilo Varejão, João do Rio, Théo-Filho, Viriato Corrêa, Julia Lopes, Humberto de Campos, Gastão Cruls, Monteiro Lobato, Rodrigo Octavio, Domicio da Gama, Medeiros e Albuquerque, Baptista Junior e Carlos de Vasconcelos. Diz a divulgação: "Sendo o terror na literatura brasileira um gênero bastante desprezado, não é de se surpreender que tenha sido partilhado pelos mesmos desprezados escritores do nosso Decadentismo... Aqui permanecemos dentro dos limites do natural, e do psicologicamente real. E nada há de mais assustador do que a incongruência chamada realidade, e dentro dela, nenhum outro ser mais abominavelmente aterrorizante do que o homem."
Como é padrão da Nephelibata, ambas são edições artesanais muito caprichadas, com tiragem de 70 exemplares numerados cada. Mais informações, bem como vídeos sobre as duas publicações, podem ser vistos aqui.
O catálogo oferece ainda diversos outros títulos de interesse, que vale conhecer aqui.

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