Chegou recentemente aos assinantes o número 123 do fanzine Quadrinhos Independentes, editado por Edgard Guimarães. A edição vem com os artigos "Heróis brasileiros: Aba Larga", "Quadrinhos brasileiros bissextos: Tonico e Petrolino" e "Uatisdis?", todos estes por Guimarães, "Quadrinhos brasileiros ganham importância", por Lincoln Nery, "Histórias em quadrinhos e praticas educativas", por Elydio dos Santos Neto e Marta Regina Paulo da Silva, além das colunas "Mantendo contato", por Worney Almeida de Souza, "Mistérios do colecionismo", em que Guimarães destrincha a coleção Diversões Juvenis da Editora Abril, "Fórum", com a correspondência do editor, e "Edições independentes", com a relação de fanzines lançados no bimestre. Nos quadrinhos, mais quatro páginas da longa história da fazenda dos robôs, que já não tem nem fazenda nem robôs há muito tempo, e "Poeta Vital", fechando o exemplar, ambas de autoria do editor.
Mas o QI não fica só nisso. Também entrega mais duas lâminas da coleção Cotidiano alterado, e o primeiro de sete fascículos da novela gráfica de faroeste Buster from Texas Rangers: "Desperadoes", de Gus Peterson e José Pires, este um veterano ilustrador português que apresenta um trabalho belíssimo, valorizado, ainda que em p&b, pela ótima impressão digital do volume.
O QI é distribuído unicamente por assinaturas. Mais informações com o editor pelo email edgard@ita.br.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Cyberdinos
A revista infantil Recreio, da Editora Abril, está com uma nova coleção de brinquedos nas bancas. Agora é a magia dos dinossauros que se uniu à ficção científica na coleção Cyberdinos, uma série com doze miniaturas plásticas reproduzindo conhecidas espécies reais desses gigantes do passado em versões robóticas articuladas que também podem virar medalhões.
Por trás da coleção, há a história de como, no ano 2150, os homens recriaram, no planeta Dinor, esses extintos animais a partir de genes encontrados nos fósseis. Quando Dinor é invadido por robôs vindos do planeta Android, os cientistas desenvolvem os cyberdinos, mistura os répteis com robôs, para protegerem o planeta.
O primeiro modelo da coleção é o cyber-espinossauro, que tem o poder de armazenar energia do Sol em sua corcova.
A revista Recreio tem distribuição semanal e a coleção já está nas bancas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; nas demais regiões, deve chegar a partir de 26 de dezembro. Os brinquedos são brindes da revista e não são vendidos separadamente. Mais informações no saite da Recreio, aqui.
Por trás da coleção, há a história de como, no ano 2150, os homens recriaram, no planeta Dinor, esses extintos animais a partir de genes encontrados nos fósseis. Quando Dinor é invadido por robôs vindos do planeta Android, os cientistas desenvolvem os cyberdinos, mistura os répteis com robôs, para protegerem o planeta.
O primeiro modelo da coleção é o cyber-espinossauro, que tem o poder de armazenar energia do Sol em sua corcova.
A revista Recreio tem distribuição semanal e a coleção já está nas bancas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; nas demais regiões, deve chegar a partir de 26 de dezembro. Os brinquedos são brindes da revista e não são vendidos separadamente. Mais informações no saite da Recreio, aqui.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Mausoléu
Tenho acompanhado o trabalho da editora Argonautas e o empenho com que seus editores, Cesar Alcázar e Duda Falcão, têm atuado em favor da ficção fantástica nacional, em especial a fantasia ao estilo Weird. E acho que foram as minhas resenhas a respeito que motivaram Duda Falcão a me convidar para escrever o prefácio de sua primeira coletânea, Mausoléu.
O livro, que tem ilustrações de Fred Macêdo e projeto gráfico de Roberta Scheffer, será lançado durante a Feira do Livro Porto Alegre, no dia 10 de novembro próximo, às 18 horas, no Centro Cultural Erico Veríssimo, como parte do evento Tu Frankenstein. Falcão informa que a atividade vai ser encerrada por uma sessão coletiva de autógrafos, com as presenças de Christopher Kastensmidt, Cesar Alcázar, Felipe Castilho, Marcelo Amado, Celly Borges e outros escritores, além do próprio Duda Falcão, é claro.
E para apresentar o trabalho, nada melhor que adiantar aqui justamente o prefácio, devidamente autorizado pelo autor:
O homem que construiu seu próprio mausoléu
A ficção fantástica brasileira tem na forma curta sua mais bem acabada tradução. Um dos motivos é porque sempre foi difícil ao autor popular chegar a publicação de romances; então a publicação de contos e folhetins em jornais e revistas foi uma possibilidade bem mais viável. Mesmo nos anos recentes, ainda são os contos, reunidos em seletas de diversas temáticas, que têm permitido que um grande número de autores experimentem as dores e as delícias da arte literária.
Que não se enganem os leitores, contudo: escrever um conto não é mais fácil que escrever um romance. Cada formato tem sua linguagem e estrutura, que precisam ser trabalhadas devidamente para atingir a excelência. Só é mais fácil de publicar.
Por isso, é comum que autores novos, antes de se aventurarem na produção de textos longos, trabalhem algum tempo na forma curta. Aos leitores parece também agradar um volume com várias narrativas, pois a publicação de coletâneas tem sido intensa nos últimos anos. E disso se aproveitou Duda Falcão, jovem autor portoalegrense que, desde 2005, tem frequentado as mais diversas coletâneas temáticas organizadas pelas editoras brasileiras.
Duda Falcão é professor, graduado em História com mestrado em Estudos Culturais. Ao lado de César Alcázar, outro escritor gaúcho, fundou a Editora Argonautas, com o firme propósito de contribuir para com o crescimento da literatura fantástica brasileira. Tanto que a dupla foi além da simples atividade editorial e associou-se a outros autores para promover o congresso literário Odisseia de Literatura Fantástica de Porto Alegre, realizado em 2012 e 2013 com grande sucesso.
A paixão declarada de Falcão é pelo período Weird da ficção fantástica, que leva esse nome devido a revista Weird Tales, publicada nos EUA entre 1923 e 1954. O periódico ajudou a estabelecer as fundações da ficção fantástica através da publicação de autores como Robert E. Howard, H. P. Lovecraft, Fritz Leiber, Theodore Sturgeon, Robert Bloch, Clark Ashton Smith, August Derleth e Thomas Ligotti, entre outros, num estilo que navega livremente entre os gêneros, indo da fantasia à ficção científica regadas com doses generosas de horror sobrenatural.
Essa é a textura que também caracteriza a ficção curta de Duda Falcão apresentada nesta coletânea: nada menos que 36 contos, a maior parte deles vistos em antologias de editoras como Andross, Estronho, All Print, Multifoco e Literata, publicadas entre 2009 e 2012, bem como em fanzines e na revista Sagas, principal projeto editorial da Argonautas. A variedade de temas também é grande, passando por zumbis, fantasmas, vampiros, bruxas, faroeste, mitologia indígena, jornada pós-apocalíptica, guerreiros pré-históricos, fantasia medieval e muitas outras.
Podem ser lidos aqui alguns dos textos com os quais o autor se revelou, como "Emplumado" e "Museu do terror", este parte de uma série de histórias publicadas originalmente na internet.
Os contos também revelam a admiração do autor pela obra de Edgar Allan Poe, homenageado em diversos textos, e pela literatura gótica de Mary Shelley e John Polidori, citados textualmente no conto "Humanos, monstros e máquinas". A coletânea conta ainda com uma boa quantidade de textos inéditos.
É este o Mausoléu que Duda Falcão construiu para si mesmo, devidamente povoado por seus próprios pesadelos que, a partir de agora, vão também assombrar as noites dos valentes que se aventurarem em seus meandros.
Recomendo que levem uma lanterna. Boa sorte.
O livro, que tem ilustrações de Fred Macêdo e projeto gráfico de Roberta Scheffer, será lançado durante a Feira do Livro Porto Alegre, no dia 10 de novembro próximo, às 18 horas, no Centro Cultural Erico Veríssimo, como parte do evento Tu Frankenstein. Falcão informa que a atividade vai ser encerrada por uma sessão coletiva de autógrafos, com as presenças de Christopher Kastensmidt, Cesar Alcázar, Felipe Castilho, Marcelo Amado, Celly Borges e outros escritores, além do próprio Duda Falcão, é claro.
E para apresentar o trabalho, nada melhor que adiantar aqui justamente o prefácio, devidamente autorizado pelo autor:
O homem que construiu seu próprio mausoléu
A ficção fantástica brasileira tem na forma curta sua mais bem acabada tradução. Um dos motivos é porque sempre foi difícil ao autor popular chegar a publicação de romances; então a publicação de contos e folhetins em jornais e revistas foi uma possibilidade bem mais viável. Mesmo nos anos recentes, ainda são os contos, reunidos em seletas de diversas temáticas, que têm permitido que um grande número de autores experimentem as dores e as delícias da arte literária.
Que não se enganem os leitores, contudo: escrever um conto não é mais fácil que escrever um romance. Cada formato tem sua linguagem e estrutura, que precisam ser trabalhadas devidamente para atingir a excelência. Só é mais fácil de publicar.
Por isso, é comum que autores novos, antes de se aventurarem na produção de textos longos, trabalhem algum tempo na forma curta. Aos leitores parece também agradar um volume com várias narrativas, pois a publicação de coletâneas tem sido intensa nos últimos anos. E disso se aproveitou Duda Falcão, jovem autor portoalegrense que, desde 2005, tem frequentado as mais diversas coletâneas temáticas organizadas pelas editoras brasileiras.
Duda Falcão é professor, graduado em História com mestrado em Estudos Culturais. Ao lado de César Alcázar, outro escritor gaúcho, fundou a Editora Argonautas, com o firme propósito de contribuir para com o crescimento da literatura fantástica brasileira. Tanto que a dupla foi além da simples atividade editorial e associou-se a outros autores para promover o congresso literário Odisseia de Literatura Fantástica de Porto Alegre, realizado em 2012 e 2013 com grande sucesso.
A paixão declarada de Falcão é pelo período Weird da ficção fantástica, que leva esse nome devido a revista Weird Tales, publicada nos EUA entre 1923 e 1954. O periódico ajudou a estabelecer as fundações da ficção fantástica através da publicação de autores como Robert E. Howard, H. P. Lovecraft, Fritz Leiber, Theodore Sturgeon, Robert Bloch, Clark Ashton Smith, August Derleth e Thomas Ligotti, entre outros, num estilo que navega livremente entre os gêneros, indo da fantasia à ficção científica regadas com doses generosas de horror sobrenatural.
Essa é a textura que também caracteriza a ficção curta de Duda Falcão apresentada nesta coletânea: nada menos que 36 contos, a maior parte deles vistos em antologias de editoras como Andross, Estronho, All Print, Multifoco e Literata, publicadas entre 2009 e 2012, bem como em fanzines e na revista Sagas, principal projeto editorial da Argonautas. A variedade de temas também é grande, passando por zumbis, fantasmas, vampiros, bruxas, faroeste, mitologia indígena, jornada pós-apocalíptica, guerreiros pré-históricos, fantasia medieval e muitas outras.
Podem ser lidos aqui alguns dos textos com os quais o autor se revelou, como "Emplumado" e "Museu do terror", este parte de uma série de histórias publicadas originalmente na internet.
Os contos também revelam a admiração do autor pela obra de Edgar Allan Poe, homenageado em diversos textos, e pela literatura gótica de Mary Shelley e John Polidori, citados textualmente no conto "Humanos, monstros e máquinas". A coletânea conta ainda com uma boa quantidade de textos inéditos.
É este o Mausoléu que Duda Falcão construiu para si mesmo, devidamente povoado por seus próprios pesadelos que, a partir de agora, vão também assombrar as noites dos valentes que se aventurarem em seus meandros.
Recomendo que levem uma lanterna. Boa sorte.
Aulas de ilustração grátis
É claro que perdi muitas ótimas oportunidades ao longo das duas semanas que durou a Feira, mas no dia 11 consegui assistir algumas, especialmente a de dois colegas ilustradores cujos trabalhos admiro bastante: Jô Oliveira e Thaís Linhares.
Jô Oliveira é um veterano desenhista de quadrinhos, que começou sua carreira profissional desenhando selos para os Correios, com os quais ganhou diversos prêmios e muito prestígio. A influência do cordel manifesta-se fortemente em seu estilo, que remete à xilogravura, embora seja feito diretamente no papel.
Depois de ver dois workshops em que Jô demonstrou à sua jovem audiência como usar figuras geométricas simples para obter desenhos complexos, segui-o a outra palestra, desta vez ao lado dos poetas e pesquisadores de cordel, Marco Haurélio e José Santos, para os quais Jô ilustrou o livro História de combates, amores e aventuras do valoroso cavaleiro Palmeirim de Inglaterra, recontando em poesia cordelista essa tradicional fantasia ibérica de Francisco de Morais (1500-1572). Enquanto Haurélio fazia rimas com os nomes da garotada e das professoras presentes, Jô mostrou todo o seu talento elaborando, num flipchart, lindas ilustrações do cavaleiro medieval que é protagonista do livro.
De Haurélio, recebi o livro Florentino e Mariquinha no tribunal do destino (Ed. Louzeiro, 2012), um cordel de trinta páginas com um trabalho meticuloso sobre alguns componentes importantes da cultura brasileira.
Uma ótima notícia que Jô me passou foi que sua mais significativa obra nos quadrinhos, Hans Staden: Um aventureiro no novo mundo, publicada originalmente em 1989 na revista italiana Corto Maltese, terá uma nova edição brasileira. Adaptada a partir de um livro de Monteiro Lobato, o trabalho já teve uma edição brasileira em 2005 pela Conrad, hoje esgotada.
No período da tarde, acompanhei as palestras da ilustradora carioca Thaís Linhares, que conheço desde os anos 1980 quando ela editava o fanzine de fantasia Grimoire, que continua sendo um dos mais bonitos fanzines brasileiros já publicados. Com mais de 100 livros publicados, Thaís estava lançando o livro Vovó Dragão, escrito por ela mesma, que revelou ser uma história autobiográfica em homenagem a avó materna, que lhe contava histórias quando criança.
A escritora-ilustradora é especialista em desenhos desse gênero, principalmente cavaleiros e dragões; suas apresentações focaram esses elementos e valeram por uma aula. Thaís ainda promoveu um outro livro na Felisb, O mergulho do rei, de Caio Ducca, ilustrado por ela.
Depois das palestras, conversamos longamente sobre a situação profissional dos ilustradores e escritores de ficção fantástica no Brasil, no estande da Aelij – Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, agremiação muito bem organizada que está sempre promovendo a apoiando seus associados, entre eles Thais e Jô Oliveira. Um modelo que poderia ser imitado pelos autores e ilustradores de ficção fantástica em geral, se um dia for superada a histórica batalha de egos que assola o fandom.
Ainda podia ser apreciada na Feira uma exposição emocionante sobre os ilustradores brasileiros de livros infanto-juvenis, com destaque especial para saudosos mestres do traço, como André Le Blanc, Jaime Cortez, Luiz Sá, Nico Rosso e tantos outros que já se foram. Uma homenagem justa e merecida.
Agora é esperar pela próxima edição, em 2015. Estarei lá, se Deus quiser.
Chico Bento Moço
Depois do grande sucesso que se tornou a série em quadrinhos Turma da Mônica Jovem, releitura adolescente para a popular criação de Maurício de Sousa, o autor se convenceu que é possível renovar os personagens sem invalidar as características originais de sua bem sucedida franquia. Dessa forma, muitos produtos novos vindos de seus estúdios têm ganhado às bancas e livrarias, e uma das mais interessantes é, sem dúvida, Chico Bento Moço, que aplica no simpático caipira a mesma fórmula que deu tão certo na outra turminha.
Uma edição promocional, com o subtítulo Uma nova jornada, foi distribuída em agosto último, mas o número um só chegou às bancas em setembro, pela editora Panini.
Chico Bento Moço persegue a apresentação gráfica do quadrinho japonês, com miolo em preto e branco, e muitos elementos plásticos típicos do mangá, com linhas cinéticas expressivas e ricas texturas e retículas. Mas o desenho mesmo, não é tão mangá assim e não deixa a sensação de 'peixe-fora-d'água' que acomete a maior parte dos artistas brasileiros que tentam imitar a estética. Além do mais, a equipe que desenvolve o material, com Flavio T. de Jesus nos roteiros e José Aparecido Cavalcante nos desenhos, fez um belo trabalho de caracterização, tanto na linguagem característica de Chico Bento e seus amigos, quanto na cenografia, com elementos de identidade visual muito bem aplicados: arquitetura, veículos, roupas, vegetação etc, sem cacoetes e exageros.
Este primeiro número traz duas histórias: "Hora de voar" e "Despedidas", que mostram os últimos dias de Chico Bento em sua terra natal, a Vila Abobrinha, antes de ir para a faculdade estudar agronomia. Ao longo da narrativa, Chico vai se despedindo de cada um de seus amigos e conhecidos, com destaque especial para sua família, o primo Zé Lelé, também adolescente, e a eterna namorada Rosinha, em momentos realmente emocionantes.
"Confusões na cidade grande" e "Vida na república" são os temas da segunda edição de Chico Bento Moço, que já está nas bancas.
Uma edição promocional, com o subtítulo Uma nova jornada, foi distribuída em agosto último, mas o número um só chegou às bancas em setembro, pela editora Panini.
Chico Bento Moço persegue a apresentação gráfica do quadrinho japonês, com miolo em preto e branco, e muitos elementos plásticos típicos do mangá, com linhas cinéticas expressivas e ricas texturas e retículas. Mas o desenho mesmo, não é tão mangá assim e não deixa a sensação de 'peixe-fora-d'água' que acomete a maior parte dos artistas brasileiros que tentam imitar a estética. Além do mais, a equipe que desenvolve o material, com Flavio T. de Jesus nos roteiros e José Aparecido Cavalcante nos desenhos, fez um belo trabalho de caracterização, tanto na linguagem característica de Chico Bento e seus amigos, quanto na cenografia, com elementos de identidade visual muito bem aplicados: arquitetura, veículos, roupas, vegetação etc, sem cacoetes e exageros.
Este primeiro número traz duas histórias: "Hora de voar" e "Despedidas", que mostram os últimos dias de Chico Bento em sua terra natal, a Vila Abobrinha, antes de ir para a faculdade estudar agronomia. Ao longo da narrativa, Chico vai se despedindo de cada um de seus amigos e conhecidos, com destaque especial para sua família, o primo Zé Lelé, também adolescente, e a eterna namorada Rosinha, em momentos realmente emocionantes.
"Confusões na cidade grande" e "Vida na república" são os temas da segunda edição de Chico Bento Moço, que já está nas bancas.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Metrópolis
Osamu Tezuka (1928-1989), um dos mais influentes quadrinhistas japoneses, é considerado o pai do mangá moderno. Isso porque ele transformou a arte dos quadrinhos no Japão, dando-lhe identidade cultural e tornando-a um verdadeiro fenômeno de massa.
Contudo, Tezuka não atingiu esses objetivos através de uma proposta nacionalista, ao contrário. Ele abraçou com vontade as características do quadrinho ocidental, especialmente o norte-americano, que era extremamente influente no seu país nos anos pós-guerra.
E isso fica muito claro na leitura de um de seus clássicos, Metrópolis, publicado originalmente em 1949, traduzido no Brasil em 2010 pela editora New Pop.
Metrópolis foi confessamente inspirado no filme homônimo de Fritz Lang, de 1927, mas Tezuka conta, no posfácio da edição brasileira, que não tinha visto o filme, mas apenas uma imagem estática da cena em que Maria, a robô, é criada. Tezuka ainda conta que queria realmente mudar o panorama do mangá japonês, então dominado pelo que ele chama de "akahon", a literatura juvenil masculina. Para isso, investiu numa longa saga de ficção científica com uma personagem feminina, ou quase isso: Michi é um androide andrógino, criado a partir de moléculas artificiais de proteína sensibilizadas pela radiação de um raro fenômeno solar. Dr Lawton, o cientista que criou Michi, o fez a mando de uma corporação criminosa internacional controlada pelo mafioso Duque Red, que domina a tecnologia dos robôs e os escraviza em suas fábricas secretas, mas anseia pela criação do super-homem, um passo adiante na tecnologia robótica. Contudo, no último momento, Lawton engana Red incendiando o laboratório e dizendo que o protótipo fora destruído no acidente mas, na verdade, o leva em segredo e passa a cuidar dele como um filho, sem lhe revelar a origem artificial. Anos depois, Red vai descobrir que foi enganado por Lawton e fará de tudo para retomar o controle sobre Michi.
Em meio à história, há referências a outras obras clássicas ocidentais, como a pobre vendedora de flores, inspirada no romance Os miseráveis, de Victor Hugo, a ilha em que Red promove experiências genéticas, que reporta a Ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells, e A ilha misteriosa, de Júlio Verne, assim como a revolta final dos robôs, que vimos primeiro na novela R.U.R, de Karel Capek, e no próprio Metropolis de Fritz Lang.
Além disso, fica patente a forte influência ocidental na estética dos desenhos de Tezuka, especialmente do trabalho de Walt Disney, de quem Tezuka emprestou Mickey Mouse sem a menor cerimônia, numa legítima sequência de antropofagia modernista. É verdade, portanto, o que o mestre falava sobre os grandes olhos dos personagens dos mangás – sua mais importante herança na arte – terem sido inspirados nos estilo da Disney.
No roteiro também percebemos a influência do quadrinho ocidental, desenvolvido em espasmos narrativos, como nas tiras dos jornais. Sem esquecer que Metrópolis adianta alguns dos temas que se tornariam frequentes na arte de Tezuka, como a troca de identidades e da luta pela liberdade.
Metrópolis atinge assim o status de um verdadeiro 'elo-perdido' na história da evolução do mangá e também do quadrinho moderno em todo o mundo, na medida em que o Japão agora realimenta a arte com sua própria estética. É Osamu Tezuka, vivo e influente.
Contudo, Tezuka não atingiu esses objetivos através de uma proposta nacionalista, ao contrário. Ele abraçou com vontade as características do quadrinho ocidental, especialmente o norte-americano, que era extremamente influente no seu país nos anos pós-guerra.
E isso fica muito claro na leitura de um de seus clássicos, Metrópolis, publicado originalmente em 1949, traduzido no Brasil em 2010 pela editora New Pop.
Metrópolis foi confessamente inspirado no filme homônimo de Fritz Lang, de 1927, mas Tezuka conta, no posfácio da edição brasileira, que não tinha visto o filme, mas apenas uma imagem estática da cena em que Maria, a robô, é criada. Tezuka ainda conta que queria realmente mudar o panorama do mangá japonês, então dominado pelo que ele chama de "akahon", a literatura juvenil masculina. Para isso, investiu numa longa saga de ficção científica com uma personagem feminina, ou quase isso: Michi é um androide andrógino, criado a partir de moléculas artificiais de proteína sensibilizadas pela radiação de um raro fenômeno solar. Dr Lawton, o cientista que criou Michi, o fez a mando de uma corporação criminosa internacional controlada pelo mafioso Duque Red, que domina a tecnologia dos robôs e os escraviza em suas fábricas secretas, mas anseia pela criação do super-homem, um passo adiante na tecnologia robótica. Contudo, no último momento, Lawton engana Red incendiando o laboratório e dizendo que o protótipo fora destruído no acidente mas, na verdade, o leva em segredo e passa a cuidar dele como um filho, sem lhe revelar a origem artificial. Anos depois, Red vai descobrir que foi enganado por Lawton e fará de tudo para retomar o controle sobre Michi.
Em meio à história, há referências a outras obras clássicas ocidentais, como a pobre vendedora de flores, inspirada no romance Os miseráveis, de Victor Hugo, a ilha em que Red promove experiências genéticas, que reporta a Ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells, e A ilha misteriosa, de Júlio Verne, assim como a revolta final dos robôs, que vimos primeiro na novela R.U.R, de Karel Capek, e no próprio Metropolis de Fritz Lang.
Além disso, fica patente a forte influência ocidental na estética dos desenhos de Tezuka, especialmente do trabalho de Walt Disney, de quem Tezuka emprestou Mickey Mouse sem a menor cerimônia, numa legítima sequência de antropofagia modernista. É verdade, portanto, o que o mestre falava sobre os grandes olhos dos personagens dos mangás – sua mais importante herança na arte – terem sido inspirados nos estilo da Disney.
No roteiro também percebemos a influência do quadrinho ocidental, desenvolvido em espasmos narrativos, como nas tiras dos jornais. Sem esquecer que Metrópolis adianta alguns dos temas que se tornariam frequentes na arte de Tezuka, como a troca de identidades e da luta pela liberdade.
Metrópolis atinge assim o status de um verdadeiro 'elo-perdido' na história da evolução do mangá e também do quadrinho moderno em todo o mundo, na medida em que o Japão agora realimenta a arte com sua própria estética. É Osamu Tezuka, vivo e influente.
Megalon 33
Já pode ser baixada gratuitamente, aqui, a versão digital do número 33 do fanzine de ficção científica e horror Megalon, publicado originalmente em novembro/dezembro de 1994.
Trata-se de mais uma edição especial, comemorativa dos seis anos de publicação do periódico. Dessa vez, o editor Marcello Simão Branco preparou uma antologia de 54 páginas com artigos e ensaios sobre ficção fantástica. O tema mais privilegiado foi a literatura de ficção científica, mas o horror e os quadrinhos também foram lembrados: "Uma rota brasileira para a fc", por Roberto de Sousa Causo, "A ficção curta de Harry Turtledove", por Gerson Lodi-Ribeiro, "Fc made in Brazil", por Braulio Tavares, "Os contistas clássicos do horror", por Anna Creuza Zacharias, "A fc e as viagens no tempo", por Jorge Luiz Calife, " O positivismo na fc brasileira", por Fabio Fernandes, "Fc nas hqs de super-heróis", por Cesar Silva, "A nova Geração GRD", por Jeremias Moranu, e " Dinossauromania na fc brasileira", pelo próprio editor.
A edição também publica o quinto capítulo do folhetim de fc "Neblina e a ninja", de Miguel Carqueija, e muitas ilustrações, uma praxe do fanzine. A capa traz uma ilustração do norte americano Steven Fox.
Apesar de ser material produzido há quase duas décadas, é sempre interessante ler ensaios antigos e comparar suas preocupações com as que correm pelo fandom nos nossos dias. Uma verdadeira viagem no tempo.
Trata-se de mais uma edição especial, comemorativa dos seis anos de publicação do periódico. Dessa vez, o editor Marcello Simão Branco preparou uma antologia de 54 páginas com artigos e ensaios sobre ficção fantástica. O tema mais privilegiado foi a literatura de ficção científica, mas o horror e os quadrinhos também foram lembrados: "Uma rota brasileira para a fc", por Roberto de Sousa Causo, "A ficção curta de Harry Turtledove", por Gerson Lodi-Ribeiro, "Fc made in Brazil", por Braulio Tavares, "Os contistas clássicos do horror", por Anna Creuza Zacharias, "A fc e as viagens no tempo", por Jorge Luiz Calife, " O positivismo na fc brasileira", por Fabio Fernandes, "Fc nas hqs de super-heróis", por Cesar Silva, "A nova Geração GRD", por Jeremias Moranu, e " Dinossauromania na fc brasileira", pelo próprio editor.
A edição também publica o quinto capítulo do folhetim de fc "Neblina e a ninja", de Miguel Carqueija, e muitas ilustrações, uma praxe do fanzine. A capa traz uma ilustração do norte americano Steven Fox.
Apesar de ser material produzido há quase duas décadas, é sempre interessante ler ensaios antigos e comparar suas preocupações com as que correm pelo fandom nos nossos dias. Uma verdadeira viagem no tempo.
domingo, 20 de outubro de 2013
SBC Geek de horror
Está disponível para leitura e download uma nova edição do Fanzine SBC Geek, que divulga os encontros de fãs da cultura nerd realizados mensalmente no Centro Cultural do Bairro Baeta Neves, em São Bernardo do Campo. A edição detalha a programação do próximo dia 27 de outubro, domingo, que terá uma atividade de vídeo mais intensa que das edições anteriores.
Este SBC Geek será inteiramente dedicado ao horror, que é aquele tipo de história em que a sensação de medo é acionada a partir de elementos sobrenaturais, tais como fantasmas, demônios, zumbis e vampiros, todos lembrados nos três filmes que serão exibidos ao longo do evento.
Às 12h, os jovens poderão se assustar com a animação Paranorman (2012), seguida dos clássicos filmes A hora do espanto (1985) e Uma noite alucinante: A morte do demônio (1981), estes recomendados para uma audiência mais experiente, embora todos sejam filmes muito divertidos.
Às 15h, rola um bate-papo com Alexandre Callari, autor da série de romance de horror Apocalipse zumbi, compartilhará sua experiência no gênero, como escritor, tradutor e editor.
Ao longo do encontro, acontecem partidas de RPG com o Mestre Leite, desta vez com o perturbador Call of Cthulhu, baseado na obra do escritor americano H. P. Lovecraft, além de exibições de vídeos de séries de tv e a mais uma seleção de painéis de anime da Exposição Animada Dreamland.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
Este SBC Geek será inteiramente dedicado ao horror, que é aquele tipo de história em que a sensação de medo é acionada a partir de elementos sobrenaturais, tais como fantasmas, demônios, zumbis e vampiros, todos lembrados nos três filmes que serão exibidos ao longo do evento.
Às 12h, os jovens poderão se assustar com a animação Paranorman (2012), seguida dos clássicos filmes A hora do espanto (1985) e Uma noite alucinante: A morte do demônio (1981), estes recomendados para uma audiência mais experiente, embora todos sejam filmes muito divertidos.
Às 15h, rola um bate-papo com Alexandre Callari, autor da série de romance de horror Apocalipse zumbi, compartilhará sua experiência no gênero, como escritor, tradutor e editor.
Ao longo do encontro, acontecem partidas de RPG com o Mestre Leite, desta vez com o perturbador Call of Cthulhu, baseado na obra do escritor americano H. P. Lovecraft, além de exibições de vídeos de séries de tv e a mais uma seleção de painéis de anime da Exposição Animada Dreamland.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Mandrake!
Depois de Luluzinha e Fantasma, agora é a vez do maior de todos os ilusionistas voltar às bancas. Um dos mais queridos personagens da era de ouro dos quadrinhos, Mandrake, o mágico, criado em 1934 por Lee Falk e Phil Davis, ganhou um novo álbum em cores com suas histórias mais clássicas, publicadas originalmente na forma de tiras de jornal.
Mais que um mágico, Mandrake é um hipnotizador que faz seus algozes acreditarem que suas ilusões são muito reais. É auxiliado pela eterna noiva, a sensual Narda, e pelo gigante príncipe africano Lothar, que é uma espécie de assistente de Mandrake. Implicações politicamente incorretas dessa relação trilateral acompanharam o personagem desde sua estreia e ainda rendem comentários, o que demonstra a riqueza das histórias e a ousadia que os autores de quadrinhos tinham nos primeiros tempos da arte, combatida ferozmente ao longo dos anos 1950 pelo famigerado Comics Code, que censurou muitos títulos e limou as características mais relevantes naqueles que sobreviveram à perseguição macartista. Esta é uma ótima oportunidade para os leitores mais jovens conferirem os detalhes deste personagem, que fez estrondoso sucesso por décadas seguidas entre os leitores brasileiros.
Mandrake, o mágico: O mundo do espelho e outras histórias é uma publicação do selo Pixel Media, tem 128 páginas e custa R$ 16,90.
Mais que um mágico, Mandrake é um hipnotizador que faz seus algozes acreditarem que suas ilusões são muito reais. É auxiliado pela eterna noiva, a sensual Narda, e pelo gigante príncipe africano Lothar, que é uma espécie de assistente de Mandrake. Implicações politicamente incorretas dessa relação trilateral acompanharam o personagem desde sua estreia e ainda rendem comentários, o que demonstra a riqueza das histórias e a ousadia que os autores de quadrinhos tinham nos primeiros tempos da arte, combatida ferozmente ao longo dos anos 1950 pelo famigerado Comics Code, que censurou muitos títulos e limou as características mais relevantes naqueles que sobreviveram à perseguição macartista. Esta é uma ótima oportunidade para os leitores mais jovens conferirem os detalhes deste personagem, que fez estrondoso sucesso por décadas seguidas entre os leitores brasileiros.
Mandrake, o mágico: O mundo do espelho e outras histórias é uma publicação do selo Pixel Media, tem 128 páginas e custa R$ 16,90.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Super-Heróis DC
Agora é a vez dos personagens da DC invadirem as bancas brasileiras. A Coleção Super-Heróis DC Comics chegou acompanhada de uma forte campanha promocional da televisão, aproveitado o carisma de seu principal personagem, Batman, para atrair a atenção dos fãs.
Cada fascículo tem vinte páginas, com um histórico do personagem, seus poderes, equipamentos, parceiros e maiores inimigos. Mas o que realmente justifica a coleção são as miniaturas que acompanham cada fascículo. Moldadas em metal, numeradas e pintadas à mão, reproduzem em escala realista o personagem abordado pela edição.
A coleção original completa, publicada pela editora britânica Eaglemoss, conta com 120 miniaturas, entre as quais diversos vilões do universo DC.
No Brasil, a Eaglemoss oferece um serviço de assinaturas que, como vantagens, entrega capas para os fascículos, expositores para as miniaturas e dois modelos adicionais exclusivos, que são realmente muito tentadores.
O primeiro número tem o preço promocional de R$17,95, valor que deve ser substancialmente majorado a partir da edição seguinte que trará ninguém menos que o Superman, em seu uniforme clássico. Mais informações, no saite da coleção, aqui.
A Eaglemoss tem em seu catálogo original coleções de miniaturas de diversas outras franquias desejadas, como Star Trek e Doctor Who, além de uma belíssima coleção dos veículos do Batman. Quem sabe elas também não aparecem por aqui?
Cada fascículo tem vinte páginas, com um histórico do personagem, seus poderes, equipamentos, parceiros e maiores inimigos. Mas o que realmente justifica a coleção são as miniaturas que acompanham cada fascículo. Moldadas em metal, numeradas e pintadas à mão, reproduzem em escala realista o personagem abordado pela edição.
A coleção original completa, publicada pela editora britânica Eaglemoss, conta com 120 miniaturas, entre as quais diversos vilões do universo DC.
No Brasil, a Eaglemoss oferece um serviço de assinaturas que, como vantagens, entrega capas para os fascículos, expositores para as miniaturas e dois modelos adicionais exclusivos, que são realmente muito tentadores.
O primeiro número tem o preço promocional de R$17,95, valor que deve ser substancialmente majorado a partir da edição seguinte que trará ninguém menos que o Superman, em seu uniforme clássico. Mais informações, no saite da coleção, aqui.
A Eaglemoss tem em seu catálogo original coleções de miniaturas de diversas outras franquias desejadas, como Star Trek e Doctor Who, além de uma belíssima coleção dos veículos do Batman. Quem sabe elas também não aparecem por aqui?
Ferrari Lego Shell
Está na tv a nova campanha promocional dos postos Shell que, anualmente, dispõe aos clientes ótimas coleções de miniaturas oficiais da Ferrari. E, desta vez, a surpresa é dupla. A coleção, além da escuderia italiana, traz também a assinatura da famosa marca de brinquedos de montar Lego.
São seis modelos: Ferrari 150º Itália, Scuderia Ferrari Truck, F40, 250 GT Berlinetta, 458 Itália e FXX, todos equipados com motores a fricção, os menores já feitos pela Lego.
O cliente deve primeiro utilizar os serviços do posto – abastecimento, troca de óleo ou outros serviços previstos no regulamento – e então poderá comprar cada miniatura ao preço de R$15,99.
No saite da promoção é possível ver as miniaturas e até interagir com elas, num joguinho simples mas bem bacana.
São seis modelos: Ferrari 150º Itália, Scuderia Ferrari Truck, F40, 250 GT Berlinetta, 458 Itália e FXX, todos equipados com motores a fricção, os menores já feitos pela Lego.
No saite da promoção é possível ver as miniaturas e até interagir com elas, num joguinho simples mas bem bacana.
Adorável Noite 35
Depois de três anos de ausência, um dos mais apreciados fanzines dedicados à literatura vampírica renasce de suas cinzas.
Está disponível o número 35 do Adorável Noite, editado pelo escritor Adriano Siqueira que, em 16 páginas, traz contos de Elenice Netto, Helio Flavio, Alvaro Domingues, Huevillyn Cipriano Romão, Renato A. Azevedo, Andréa Costa, Victório Anthony e Stefany Albuquerque.
Uma iniciativa muito bem vinda que reforça a tendência de retorno das edições alternativas que, ainda no século passado, deram início ao movimento dos autores-fãs.
A edição pode ser baixada gratuitamente aqui.
Está disponível o número 35 do Adorável Noite, editado pelo escritor Adriano Siqueira que, em 16 páginas, traz contos de Elenice Netto, Helio Flavio, Alvaro Domingues, Huevillyn Cipriano Romão, Renato A. Azevedo, Andréa Costa, Victório Anthony e Stefany Albuquerque.
Uma iniciativa muito bem vinda que reforça a tendência de retorno das edições alternativas que, ainda no século passado, deram início ao movimento dos autores-fãs.
A edição pode ser baixada gratuitamente aqui.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Temos que pegar!
Ainda que não seja o gênero mais querido pelas editoras comerciais, a ficção científica conta com muitos adeptos, que têm dado vazão a seus escritos através da grande rede, de forma gratuita, a quem quiser ler. E não são coisas a se desprezar.
O experiente Miguel Carqueija disponibilizou no portal Recanto das Letras o ebook Histórias de mulheres, uma antologia com três contos fantásticos cuja característica comum é terem, como protagonistas, mulheres fortes e destemidas. O prefácio é assinado pela escritora Regina Madeira e o arquivo é apresentado em formato de texto.
Já o portal Entretextos foi escolhido por Ronald Rahal para tornar público o arquivo de texto Linha temporal alternativa do moinho e o tempo, que faz uma releitura de um conto original de Miguel Carqueija.
O escritor Goulart Gomes também disponibilizou gratuitamente, um arquivo pdf de seu primeiro livro de fc, Deixando de existir, publicado em 2009.
E finalmente, mas não menos importante, o trabalho mais ousado desta pequena lista, a antologia Universo desconstruído: Ficção científica feminista, organizada por Aline Valek e Lady Sybylla, com um conjunto de dez textos que discutem a questão feminista, a homofobia e o racismo pelo prisma da ficção científica. Participam do livro os escritores Ben Hazrael, Camila Mateus, Leandro Leite, Gabriela Ventura, Lyra Libero, Thabata Borine, Alex Luna e Dana Martins, além das próprias organizadoras. O livro está disponível em vários formatos digitais e também pode ser obtido no formato real, em papel, aqui.
O experiente Miguel Carqueija disponibilizou no portal Recanto das Letras o ebook Histórias de mulheres, uma antologia com três contos fantásticos cuja característica comum é terem, como protagonistas, mulheres fortes e destemidas. O prefácio é assinado pela escritora Regina Madeira e o arquivo é apresentado em formato de texto.
Já o portal Entretextos foi escolhido por Ronald Rahal para tornar público o arquivo de texto Linha temporal alternativa do moinho e o tempo, que faz uma releitura de um conto original de Miguel Carqueija.
O escritor Goulart Gomes também disponibilizou gratuitamente, um arquivo pdf de seu primeiro livro de fc, Deixando de existir, publicado em 2009.
E finalmente, mas não menos importante, o trabalho mais ousado desta pequena lista, a antologia Universo desconstruído: Ficção científica feminista, organizada por Aline Valek e Lady Sybylla, com um conjunto de dez textos que discutem a questão feminista, a homofobia e o racismo pelo prisma da ficção científica. Participam do livro os escritores Ben Hazrael, Camila Mateus, Leandro Leite, Gabriela Ventura, Lyra Libero, Thabata Borine, Alex Luna e Dana Martins, além das próprias organizadoras. O livro está disponível em vários formatos digitais e também pode ser obtido no formato real, em papel, aqui.
Megalon 32
Está disponível a edição 32 do histórico fanzine de ficção científica e horror Megalon, originalmente publicada em outubro 1994.
Com 32 páginas, ela dá continuidade ao folhetim de fc de Miguel Carqueija, mais contos de Carlos Angelo e Alysson Ferrari, uma história em quadrinhos de José Carlos Neves, artigos de Jorge Luiz Calife e Gerson Lodi-Ribeiro, e traduz a entrevista que o escritor inglês Brian Lumley cedeu ao fanzine britânico Flikers' N' Frames, além de notícias e divulgação das ações do fandom naquele momento. A capa tem uma ilustração do Roberto Schima e download, gratuito, pode ser feito aqui.
Como de costume, o editor Marcello Simão Branco disponibilizou também um arquivo bônus, com documentação de eventos e lançamentos realizados no período.
Com 32 páginas, ela dá continuidade ao folhetim de fc de Miguel Carqueija, mais contos de Carlos Angelo e Alysson Ferrari, uma história em quadrinhos de José Carlos Neves, artigos de Jorge Luiz Calife e Gerson Lodi-Ribeiro, e traduz a entrevista que o escritor inglês Brian Lumley cedeu ao fanzine britânico Flikers' N' Frames, além de notícias e divulgação das ações do fandom naquele momento. A capa tem uma ilustração do Roberto Schima e download, gratuito, pode ser feito aqui.
Como de costume, o editor Marcello Simão Branco disponibilizou também um arquivo bônus, com documentação de eventos e lançamentos realizados no período.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Resenha: Mary
Todas as histórias em quadrinhos são mudas, porque, afinal não têm som. Mas entre elas, há um tipo muito especial de narrativa, que é aquele que não tem nenhuma palavra escrita, nada que simule a função do "som" que os quadrinhos nunca tiveram. Não são comuns e nem fáceis de achar. O melhor do quadrinho que se lê apenas pelas imagens é sua universalidade, não importa qual língua o leitor fale, a história será plenamente compreendida.
Alguns cartunistas usaram esse modelo narrativo com resultados belíssimos, como os clássicos Pinduca (Henry, no original), de Carl Anderson, e O Reizinho (The Little King) de Otto Soglow, ambos dos anos 1930. Eles demonstram muito bem o fundamento que o grande cartunista Will Einser (1917-2005) batizou como Arte Sequencial, a mais nobre característica dos quadrinhos.
No Brasil, o quadrinho mudo também não é comum, mas tem muitos admiradores, porque sua execução exige maestria e virtuosismo artístico. E é justamente isso que encontramos em Mary, de Magno Costa, um pequeno álbum de apenas 40 páginas publicado dentro da coleção Zug, da Balão Editorial.
A história mostra o drama de uma mulher vitimada pela Inquisição e as consequências funestas desse ato violento. Os desenhos, apenas um por página, são em preto e branco com belos tons de aguada, e têm uma expressividade perturbadora realçada pela esqualidez das personagens. A história não chega a aterrorizar, mas deixa no leitor o gosto amargo da cumplicidade pelo destino daquela gente confusa.
Magno Costa é um autor jovem, mas que já conta com um currículo respeitável. Premiado em 2011 com o HQMix de desenhista revelação, publicou anteriormente dois trabalhos muito bem avaliados pelos leitores: Oeste vermelho e Matinê, ambos em parceria com seu irmão gêmeo, Marcelo.
A Balão Editorial tem um conceito intrigante com a coleção Zug. Com formato semelhante ao de uma caixa de cd, no tamanho 13 x 13 cm, remete a uma situação do jogo de xadrez conhecida como zugzwang. Cada número da coleção é identificado com uma peça do tabuleiro. Todo mundo é feliz, de Mateus Acioli, é o peão branco. Como na quinta série, de DW Ribatski, é o peão preto (que pode – e deve – ser lido online, aqui). Mary é o terceiro volume, o bispo branco.
O preço acessível, de apenas R$13,00, é amplamente compensado pela qualidade do trabalho, um exemplo raro e didático de até onde uma história em quadrinhos pode ir nas mãos de um artista talentoso.
Alguns cartunistas usaram esse modelo narrativo com resultados belíssimos, como os clássicos Pinduca (Henry, no original), de Carl Anderson, e O Reizinho (The Little King) de Otto Soglow, ambos dos anos 1930. Eles demonstram muito bem o fundamento que o grande cartunista Will Einser (1917-2005) batizou como Arte Sequencial, a mais nobre característica dos quadrinhos.
No Brasil, o quadrinho mudo também não é comum, mas tem muitos admiradores, porque sua execução exige maestria e virtuosismo artístico. E é justamente isso que encontramos em Mary, de Magno Costa, um pequeno álbum de apenas 40 páginas publicado dentro da coleção Zug, da Balão Editorial.
A história mostra o drama de uma mulher vitimada pela Inquisição e as consequências funestas desse ato violento. Os desenhos, apenas um por página, são em preto e branco com belos tons de aguada, e têm uma expressividade perturbadora realçada pela esqualidez das personagens. A história não chega a aterrorizar, mas deixa no leitor o gosto amargo da cumplicidade pelo destino daquela gente confusa.
Magno Costa é um autor jovem, mas que já conta com um currículo respeitável. Premiado em 2011 com o HQMix de desenhista revelação, publicou anteriormente dois trabalhos muito bem avaliados pelos leitores: Oeste vermelho e Matinê, ambos em parceria com seu irmão gêmeo, Marcelo.
A Balão Editorial tem um conceito intrigante com a coleção Zug. Com formato semelhante ao de uma caixa de cd, no tamanho 13 x 13 cm, remete a uma situação do jogo de xadrez conhecida como zugzwang. Cada número da coleção é identificado com uma peça do tabuleiro. Todo mundo é feliz, de Mateus Acioli, é o peão branco. Como na quinta série, de DW Ribatski, é o peão preto (que pode – e deve – ser lido online, aqui). Mary é o terceiro volume, o bispo branco.
O preço acessível, de apenas R$13,00, é amplamente compensado pela qualidade do trabalho, um exemplo raro e didático de até onde uma história em quadrinhos pode ir nas mãos de um artista talentoso.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Os números do Argos 2012
O Prêmio Argos é uma promoção do Clube dos leitores de Ficção Científica. Teve algumas edições no início do século, parou por algum tempo e retornou em 2012, sendo esta a sua segunda premiação depois do interregno. A apuração está fundamentada na consulta aos membros do Clube, por voto direto em escrutínio único. Embora os vencedores sejam conhecidos desde então, é divulgada uma lista com os cinco finalistas de cada categoria, sendo os vencedores revelados na cerimônia de entrega dos troféus, de forma a criar alguma expectativa, aos moldes da entrega do Oscar.
Uma coisa que me incomodava no Argos era a falta da divulgação dos números finais da pesquisa que, na minha opinião, têm significado maior até que os nomes dos vencedores. Conversando com o presidente do Clube, atualmente o escritor Clinton Davisson, finalmente tive aceso às planilhas da premiação de 2012, que quase ninguém tinha visto até agora, arquivo este que pode ser consultado e baixado aqui.
As planilhas permitem perceber o cuidado dos organizadores no processo. São duas: uma mostra a classificação completa das duas categorias, com definição dos primeiros e segundo lugares (cada votante indica dois títulos por categoria, na ordem), o total de votos recebidos e a pontuação de cada título. A outra mostra a situação de cada voto, sem informar o nome do votante. Todos os votos estão lá, válidos ou não, especificando o motivo no caso de invalidação. Na categoria Contos, a planilha revela apenas os títulos votados em primeiro lugar, sem o mesmo detalhamento dado às indicações dos romances, muito mais completo.
O vencedor de 2012 na categoria Romance foi A guardiã da memória, de Gerson Lodi-Ribeiro, de longe o título mais votado, com 8 votos em primeiro lugar e 2 em segundo, num total de 18 pontos (são computados 2 pontos para cada primeiro lugar e 1 para cada segundo). Em segundo lugar ficou Os filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida, de Eduardo Spohr (5 pontos, dois primeiros lugares). Em terceiro, A ilha, de Flávio Carneiro (4 pontos, dois primeiros lugares), em quatro, B9 de Simone Saueressig (2 pontos, 1 primeiro lugar) e Sonho, sombras e super-heróis, de Luiz Brás, na quinta colocação (com 2 segundo lugares). Ainda foram citados outros dez títulos, lembrados apenas uma única vez, alguns em primeiro, outros em segundo lugar. Fica patente aqui um critério discutível, pois o Argos considera que dois segundos lugares valem mais que um primeiro, o que a mim não parece muito justo, mas vá lá.
Entre os finalistas, nomes conhecidos do fandom, a exceção de Flávio Carneiro, lembrado por dois votantes. A maior parte dos citados (não vou considerar os votos inválidos) são trabalhos de fantasia (7), com o terror e a fc empatados na segunda posição (4 cada um), embora dentre os finalistas, 3 sejam de fc, incluindo o vencedor, o que é de se esperar sendo a pesquisa feita dentro de um grupo de fãs desse gênero. Uma das surpresas foi ver Kaori: Coração de vampira, de Giulia Moon, segundo volume da série vencedora em 2013, apenas na nona colocação.
Na categoria Conto, venceu "Pendão da esperança", de Flávio Medeiros (10 pontos, 5 primeiros lugares), seguido de "Auto de extermínio", de Cirilo Lemos (6 pontos, 2 primeiros lugares), "Seu momento de glória", de Marcelo Jacinto Ribeiro (6 pontos, 2 primeiros lugares), "Morgana Memphis contra a Irmandade Gravibramânica", de Alliah (5 pontos, 2 primeiros lugares) e "A esfera dourada", de Clinton Davisson (5 pontos, 2 primeiros lugares). Percebe-se aqui outro ponto polêmico, uma vez que foram validados os votos dados ao trabalho de um dos organizadores da promoção, além de presidente da agremiação promotora, o que, na maior parte das dinâmicas desse tipo, não é considerado ético, visto que isso pode incentivar a manipulação dos votos.
Outros 27 trabalhos foram lembrados e a fc predominou com pelo menos metade dos títulos citados, reflexo de algumas antologias do gênero muito bem avaliadas pelos fãs.
De um total de 43 votantes registrados nas duas categorias (incluindo os testes), 20 tiveram pelo menos uma de suas indicações a romance validadas. Quanto aos contos, foram 32 votos válidos para o primeiro lugar, sinal que os votantes estão muito mais bem informados com relação a ficção curta.
Davisson confidenciou-me que, em 2013, o universo de votantes foi consideravelmente ampliado, mas não precisou a quantidade exata, adiantando que as planilhas de 2013 devem ser divulgadas ainda este ano. Quando isso acontecer, voltarei ao assunto aqui.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Colheita macabra
Este ano, trouxe dois livros do Fantasticon, recebidos diretamente de seus autores. O primeiro que me chegou às mãos foi Diabólica e outras histórias (2013, Literata), primeira coletânea individual de Ademir Pascale, autor que há anos desenvolve o trabalho de organizar antologias coletivas para diversas editoras. Apesar do título sugestivo, a coletânea reúne 14 histórias que trafegam pelo horror, a fantasia e a ficção científica, sendo boa parte inédita. Os contos são curtos, formando um volume de 124 páginas que se leem rapidamente. O volume, impresso em papel pólem, tem um bom acabamento, com capa de laminação fosca e orelhas. Apesar de ser a primeira coletânea de Pascale, não é o primeiro livro do autor, que já tem em sua bibliografia, os romances O desejo de Lilith (2010, Draco) e Encruzilhada (2011, Literata). Estes e outros títulos do autor podem ser conferidos aqui.
O segundo livro foi Ritual do espírito maligno, publicação do selo Dimensões Ficção da editora Multifoco, primeiro romance da jovem autora Wândria Coelho, estudante de Ciências Biológicas na Unesp, que veio diretamente da cidade de Catanduva, no interior de São Paulo, para prestigiar o evento e divulgar o trabalho. O volume tem 122 páginas e conta, é claro, uma história de terror sobrenatural, na qual um jovem que se meteu onde não devia e acabou amaldiçoado, busca desesperadamente por uma maneira de se livrar de um destino nada agradável. Entre bruxarias e exorcismos, ele vai descobrir mistérios sobre o mundo dos mortos que certamente preferia nunca ficar sabendo. Uma ótima estreia, conforme avaliação do saite Prosa Mágica. Ambos estão na fila para futuras resenhas aqui.
O segundo livro foi Ritual do espírito maligno, publicação do selo Dimensões Ficção da editora Multifoco, primeiro romance da jovem autora Wândria Coelho, estudante de Ciências Biológicas na Unesp, que veio diretamente da cidade de Catanduva, no interior de São Paulo, para prestigiar o evento e divulgar o trabalho. O volume tem 122 páginas e conta, é claro, uma história de terror sobrenatural, na qual um jovem que se meteu onde não devia e acabou amaldiçoado, busca desesperadamente por uma maneira de se livrar de um destino nada agradável. Entre bruxarias e exorcismos, ele vai descobrir mistérios sobre o mundo dos mortos que certamente preferia nunca ficar sabendo. Uma ótima estreia, conforme avaliação do saite Prosa Mágica. Ambos estão na fila para futuras resenhas aqui.
Atmosfera rarefeita
A coleção Enciclopédia Galáctica, de Devir Livraria, selo que chancela os Anuários, acaba de receber mais um título significativo, Atmosfera rarefeita: A ficção científica no cinema brasileiro, não-ficção do Prof. Dr. Alfredo Suppia que, como o próprio nome revela, se debruça no mapeamento do gênero dentro da produção cinematográfica nacional, seara de poucos mas importantes trabalhos.
Diz o texto de apresentação do livro: "...para além de uma noção conservadora de gênero cinematográfico, a ficção científica se oferece como interface de análise de um amplo conjunto de filmes, uma arena de debates sobre a sociedade brasileira, sua relação com a ciência e a tecnologia e a produção nacional de artefatos culturais. Nesse sentido, o cinema brasileiro de ficção científica se apresenta como importante plataforma para a investigação da 'cultura nacional', da história do país e de suas mais notórias contradições, produto de uma 'modernização conservadora' assombrada pelo antagonismo entre vetores arcaicos e ondas progressistas".
Suppia colaborou no Anuário 2011 com o ensaio "Cinema e literatura de ficção científica no Brasil: Apontamentos sobre uma tímida relação", que já revelava a profundidade com que domina o tema. Atmosfera rarefeita avança na análise crítica do cinema de fc brasileiro, em curta e longa metragens, de seus primeiros exemplos até os mais recentes. Entre suas 348 páginas, traz um caderno de 16 páginas com imagens em cores de raras produções nacionais nele comentadas.
Suppia é professor de Cinema na Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, e tem em sua bibliografia os livros A metrópole replicante: Construindo um diálogo entre Metropolis e Blade Runner (2011) e Cinema(s) independente(s): Cartografias para um fenômeno audiovisual global (2013), além de ser fundador e editor da revista eletrônica Zanzalá.
Atmosfera rarefeita é, sem dúvida, um dos mais importantes ensaios sobre fc já publicados no País. Recomendadíssimo.
Diz o texto de apresentação do livro: "...para além de uma noção conservadora de gênero cinematográfico, a ficção científica se oferece como interface de análise de um amplo conjunto de filmes, uma arena de debates sobre a sociedade brasileira, sua relação com a ciência e a tecnologia e a produção nacional de artefatos culturais. Nesse sentido, o cinema brasileiro de ficção científica se apresenta como importante plataforma para a investigação da 'cultura nacional', da história do país e de suas mais notórias contradições, produto de uma 'modernização conservadora' assombrada pelo antagonismo entre vetores arcaicos e ondas progressistas".
Suppia colaborou no Anuário 2011 com o ensaio "Cinema e literatura de ficção científica no Brasil: Apontamentos sobre uma tímida relação", que já revelava a profundidade com que domina o tema. Atmosfera rarefeita avança na análise crítica do cinema de fc brasileiro, em curta e longa metragens, de seus primeiros exemplos até os mais recentes. Entre suas 348 páginas, traz um caderno de 16 páginas com imagens em cores de raras produções nacionais nele comentadas.
Suppia é professor de Cinema na Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, e tem em sua bibliografia os livros A metrópole replicante: Construindo um diálogo entre Metropolis e Blade Runner (2011) e Cinema(s) independente(s): Cartografias para um fenômeno audiovisual global (2013), além de ser fundador e editor da revista eletrônica Zanzalá.
Atmosfera rarefeita é, sem dúvida, um dos mais importantes ensaios sobre fc já publicados no País. Recomendadíssimo.
A portadora da estrela e Honey Bell
O simpático escritor carioca Miguel Carqueija não para. Em ação desde o início dos anos 1980, ele é certamente o mais prolífico autor brasileiro de ficção fantástica, com uma produção intensa e variada que passa pela fantasia, ficção científica e horror, indo do infantil ao adulto e do dramático ao humorístico com a mesma desenvoltura, sempre com personagens femininas fortes e destemidas.
A maior parte de sua produção apareceu em fanzines e publicações coletivas, mas já logrou publicar títulos profissionais, tais como Farei meu destino (2008, Giz) e O estigma do Feiticeiro Negro (2012, Ornitorrinco). Ainda assim, o autor não abandona os canais alternativos e acaba de publicar pelo portal Recando das Letras o ebook A portadora da estrela, descrito pelo próprio como "uma fanfic cruzada que homenageia diversos universos ficcionais". Conta a história de uma jovem, membro de um clã de guerreiras místicas, guarda de um segredo extraordinário que pode comprometer a sua missão. O volume tem prefácio da escritora Regina Madeira e pode ser baixado gratuitamente aqui.
Carqueija também está em busca de uma editora que lhe publique um novo livro, já finalizado. Trata-se de As aventuras de Honney Bell, novela cômica de ficção científica que se passa num mundo colonial em um futuro distante. Diz o texto de divulgação do autor "O que você diria de uma agente secreta que nada sabe sobre o assunto, que é desastrada e assumidamente biruta? Que se tornou agente secreta por acaso? Poderia dar certo de alguma forma? Bem. Talvez, se o nome dela for Honey Bell e se possuir um truque secreto do qual só ela tem conhecimento e somente ela sabe utilizar." O texto já tem até prefácio e posfácio, assinados por Francisco Martellini e Ricardo Guilherme dos Santos, respectivamente. Ativo como é, acredito que Carqueija logo encontrará uma casa para Bell.
A maior parte de sua produção apareceu em fanzines e publicações coletivas, mas já logrou publicar títulos profissionais, tais como Farei meu destino (2008, Giz) e O estigma do Feiticeiro Negro (2012, Ornitorrinco). Ainda assim, o autor não abandona os canais alternativos e acaba de publicar pelo portal Recando das Letras o ebook A portadora da estrela, descrito pelo próprio como "uma fanfic cruzada que homenageia diversos universos ficcionais". Conta a história de uma jovem, membro de um clã de guerreiras místicas, guarda de um segredo extraordinário que pode comprometer a sua missão. O volume tem prefácio da escritora Regina Madeira e pode ser baixado gratuitamente aqui.
Carqueija também está em busca de uma editora que lhe publique um novo livro, já finalizado. Trata-se de As aventuras de Honney Bell, novela cômica de ficção científica que se passa num mundo colonial em um futuro distante. Diz o texto de divulgação do autor "O que você diria de uma agente secreta que nada sabe sobre o assunto, que é desastrada e assumidamente biruta? Que se tornou agente secreta por acaso? Poderia dar certo de alguma forma? Bem. Talvez, se o nome dela for Honey Bell e se possuir um truque secreto do qual só ela tem conhecimento e somente ela sabe utilizar." O texto já tem até prefácio e posfácio, assinados por Francisco Martellini e Ricardo Guilherme dos Santos, respectivamente. Ativo como é, acredito que Carqueija logo encontrará uma casa para Bell.