Depois de um prolongado hiato (seu último livro, Reis de todos os mundos possíveis, foi publicado em 2013 pela Draco), o professor e escritor carioca Octavio Aragão, que muitos conhecem como o pai do universo compartilhado Intempol, retornou em 2018 com o romance A mão que pune: 1890, pela Caligari, selo da Editora CJT, do Rio de Janeiro. Trata-se de uma ficção científica de contorno steampunk, que mistura ficção alternativa e história alternativa em uma aventura pulpesca movimentada no mesmo ambiente de seu primeiro romance, A mão que cria (Mercuryo, 2006).
Diz o texto da contracapa: "A missão de Angelo Agostini e sua gangue de párias imaginários serve de eixo a uma jornada insólita. Dos céus do Brasil às catacumbas de Paris. Do presidente Júlio Verne ao Imperador D. Pedro II. De Mary Shelley a Machado de Assis. Entre a história e a fantasia, há muitos enigmas em A mão que pune". A introdução é assinada por Christopher Kastensmidt.
O lançamento oficial aconteceu no dia 30 de novembro último, no Rio, e o livro impresso pode ser encomendado aqui.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
Literatura fantástica tem nova editora
A Editora Sromero inaugurou seu catálogo em 2018 com dois livros dedicados à ficção fantástica. Homo tempus, romance do engenheiro e mestre em Política Econômica F. E. Jacob, é uma ucronia, ou seja, uma história de viagem no tempo. Diz o texto de divulgação: "O romance levanta diversos questionamentos enquanto acompanha-se o bibliotecário Wallace Vidal em uma fascinante viagem acidental para o futuro. Nela, ele encontra ninguém menos que os Neandertais: nossos extintos irmãos pré-históricos, uma outra espécie de ser humano de cérebro maior e mais fortes que nós, vivendo simultaneamente com nossos descendentes homo sapiens".
O romance foi lançado oficialmente em Brasília e São Paulo no início de dezembro, mas estão programados eventos em Porto Alegre (10/1, das 18 às 21h, Centro Cultural Érico Veríssimo, R. dos Andradas, 1223) e durante o Seminário Literário de Rio Pardo/RS (11/1, das 9 às 12h, Centro de Ensino Amiga, R. São João, 462), quando também será apresentada As borboletas no muro do cemitério, fantasia infanto juvenil bilíngue de Rogério Lima Goulart, sobre um estudante que faz amizade com as borboletas. Os autores participarão de mesas do evento e conversarão com os leitores presentes.
O romance foi lançado oficialmente em Brasília e São Paulo no início de dezembro, mas estão programados eventos em Porto Alegre (10/1, das 18 às 21h, Centro Cultural Érico Veríssimo, R. dos Andradas, 1223) e durante o Seminário Literário de Rio Pardo/RS (11/1, das 9 às 12h, Centro de Ensino Amiga, R. São João, 462), quando também será apresentada As borboletas no muro do cemitério, fantasia infanto juvenil bilíngue de Rogério Lima Goulart, sobre um estudante que faz amizade com as borboletas. Os autores participarão de mesas do evento e conversarão com os leitores presentes.
domingo, 30 de dezembro de 2018
Mafagafo 2 - 4 de 4
Está disponível para download o quarto e último fascículo da segunda edição da revista eletrônica Mafagafo, organizada por Jana Bianchi, com folhetins de ficção fantástica brasileira apresentados em episódios.
A edição tem 153 páginas e traz a conclusão dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago de André Caniato, Adele Lazarin, Auryo Jotha, Clara Gianni, Conrado de Lima, Natan Andrade, Nina Ladeia, Rafael Marx e Victor Gerhardt. Ilustrações de Raphael Andrade, Dante Luiz, Mayara Barros, Aleff Santos, Vitor Clemente, Marcos Berto, George Amaral, embelezam a publicação e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 153 páginas e traz a conclusão dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago de André Caniato, Adele Lazarin, Auryo Jotha, Clara Gianni, Conrado de Lima, Natan Andrade, Nina Ladeia, Rafael Marx e Victor Gerhardt. Ilustrações de Raphael Andrade, Dante Luiz, Mayara Barros, Aleff Santos, Vitor Clemente, Marcos Berto, George Amaral, embelezam a publicação e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
sábado, 29 de dezembro de 2018
Múltiplo 26
Está circulando o número 26 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição é um especial de Natal e, em 64 páginas, traz quatro hqs assinadas por Marcos Gratão, Fábio Silva, Rom Freire e Moacir Muniz, Beto Portela e Fito Cordeiro, André Carim e Rafael Portela, e Guido Van Pie e Marcos Gratão. Traz ainda ilustrações de Marcos Gratão, May Santos, Paulo Tomson, Décio Ramirez, Estêvão Moraes e Edvaldo Cardozo. A capa é de Marcos Gratão.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, e as edições anteriores também estão disponíveis. O zine também pode ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição é um especial de Natal e, em 64 páginas, traz quatro hqs assinadas por Marcos Gratão, Fábio Silva, Rom Freire e Moacir Muniz, Beto Portela e Fito Cordeiro, André Carim e Rafael Portela, e Guido Van Pie e Marcos Gratão. Traz ainda ilustrações de Marcos Gratão, May Santos, Paulo Tomson, Décio Ramirez, Estêvão Moraes e Edvaldo Cardozo. A capa é de Marcos Gratão.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, e as edições anteriores também estão disponíveis. O zine também pode ser encomendado em formato impresso, aqui.
Dia de folga: Um conto de Natal
Como presente de Natal aos seus leitores, a editora Companhia das Letras oferece gratuitamente em seu saite o conto Dia de folga, do escritor irlandês John Boyne, uma história de Natal nas trincheiras da Primeira Grande Guerra.
Boyne é autor do bestseller O menino do pijama listrado e também escreveu o perturbador A casa assombrada, resenhado aqui.
O ebook está disponível em vários formatos, basta escolher.
Boyne é autor do bestseller O menino do pijama listrado e também escreveu o perturbador A casa assombrada, resenhado aqui.
O ebook está disponível em vários formatos, basta escolher.
Nova odisseia humana
Na primeira fase da internet no país, entre 1990 e 2000 – ainda no território da Segunda Onda da fc brasileira –, surgiram vários projetos de universos compartilhados no ambiente dos fãs. Os mais conhecidos foram a Intempol, de Octávio Aragão, e a coleção SLEV, de Rogério Amaral de Vasconcellos. Com a chegada dos autores da Terceira Onda, tais iniciativas foram abandonadas em favor de trabalhos autorais, pois a facilidade na edição, tanto impressa como digital, não motivava a agremiação de autores como quando as dificuldades para publicar eram maiores.
Então, é bem interessante o recente lançamento de Nova odisseia humana, universo compartilhado apresentado na forma de uma série de romances independentes, cada um escrito por um autor diferente mas seguindo um mesmo enredo geral.
Diz o texto de apresentação: "Há mais de trezentos anos, a humanidade entrou para o rol das raças que conquistaram as estrelas. Neste período, ela ocupou nove sistemas planetários e entrou em contato com inúmeras civilizações. A colonização de mundos parecidos com a Terra e a oferta de tecnologias alternativas no comércio da região galáctica que se encontram colocaram a República em destaque. Vender seus produtos aos gigantescos, antigos e decadentes impérios, sempre envolvidos em suas intermináveis guerras, todavia tornou um problema para uma pequena, mas poderosa nação. Esta gigantesca organização, como preferem alguns, até então dominava os negócios naquela região galáctica. Conhecida como Organização dos Cientistas Livres, uma pequena porém poderosa nação local mantinha cuidadosamente a exclusividade das tecnologias de ponta deste setor da galáxia e as vendiam a quem pagassem o seu preço, controlando, contudo, as vendas das armas mais poderosas e equilibrando deste modo as guerras, fazendo-as durarem indefinidamente. Hoje, com a entrada da Terra neste mercado a situação mudou e a tensão entre estas duas pequenas nações é inevitável".
A coleção promete dez títulos em sua primeira fase chamada A Guerra dos Cientistas Livres. O primeiro volume, já publicado, é Fuga de Olek, de Claudiney Martins. Os volumes seguintes serão Selara IV: O mundo das armadilhas, de Abelardo Domene Pedroga, e O espião relutante, de Miguel Carqueija. Outros nomes envolvidos no projeto são Andréa Martins, Carlos Relva, Roberval Barcellos e Ubiratan Peleteiro.
Para adquirir o primeiro volume, bem como para mais informações sobre o projeto, visite o saite oficial da Editora Universo Compartilhado, aqui.
Então, é bem interessante o recente lançamento de Nova odisseia humana, universo compartilhado apresentado na forma de uma série de romances independentes, cada um escrito por um autor diferente mas seguindo um mesmo enredo geral.
Diz o texto de apresentação: "Há mais de trezentos anos, a humanidade entrou para o rol das raças que conquistaram as estrelas. Neste período, ela ocupou nove sistemas planetários e entrou em contato com inúmeras civilizações. A colonização de mundos parecidos com a Terra e a oferta de tecnologias alternativas no comércio da região galáctica que se encontram colocaram a República em destaque. Vender seus produtos aos gigantescos, antigos e decadentes impérios, sempre envolvidos em suas intermináveis guerras, todavia tornou um problema para uma pequena, mas poderosa nação. Esta gigantesca organização, como preferem alguns, até então dominava os negócios naquela região galáctica. Conhecida como Organização dos Cientistas Livres, uma pequena porém poderosa nação local mantinha cuidadosamente a exclusividade das tecnologias de ponta deste setor da galáxia e as vendiam a quem pagassem o seu preço, controlando, contudo, as vendas das armas mais poderosas e equilibrando deste modo as guerras, fazendo-as durarem indefinidamente. Hoje, com a entrada da Terra neste mercado a situação mudou e a tensão entre estas duas pequenas nações é inevitável".
A coleção promete dez títulos em sua primeira fase chamada A Guerra dos Cientistas Livres. O primeiro volume, já publicado, é Fuga de Olek, de Claudiney Martins. Os volumes seguintes serão Selara IV: O mundo das armadilhas, de Abelardo Domene Pedroga, e O espião relutante, de Miguel Carqueija. Outros nomes envolvidos no projeto são Andréa Martins, Carlos Relva, Roberval Barcellos e Ubiratan Peleteiro.
Para adquirir o primeiro volume, bem como para mais informações sobre o projeto, visite o saite oficial da Editora Universo Compartilhado, aqui.
Red Garden
Miguel Carqueija lançou mais um guia de episódios, desta vez sobre o seriado de animação Red Garden, produzido entre 2006 e 2007 pelo Estúdio Gonzo baseado no mangá de Kirihito Ayamura. Trata-se de uma aventura de horror com estudantes adolescentes, uma recorrência nos quadrinhos japoneses.
Diz o texto de apresentação: "Numa Nova Iorque alternativa existe uma misteriosa ilha, Roosevelt Island, onde se aloja um estranho colégio de ensino médio, e nele estudam quatro garotas que não possuem foco entre si: Kate, Rose, Raquel e Claire. Mas todas eram amigas de Lise, que um dia desaparece e é encontrada na floresta, assassinada. Quando as quatro se juntam casualmente para tentar descobrir o que aconteceu com a amiga comum, são assassinadas por sua vez mas só descobrem no dia seguinte, pois alguém interferiu e transformou-as em mortas-vivas. Logo elas serão obrigadas a lutar ao lado da organização das Animes, que lutam contra o clã Dolores, cujos membros se transformam periodicamente em monstros que fazem lembrar lobisomens. Uma mútua maldição atingiu os dois clãs em luta, são mortas-vivas contra lobisomens".
Carqueija é um prolífico escritor carioca que, além de ser fã de ficção fantástica, é também de animês e mangás, e tem se dedicado a dissecar os seriados japoneses para os fãs brasileiros. O guia é apresentado em forma de arquivo de texto e pode ser baixado gratuitamente aqui.
Diz o texto de apresentação: "Numa Nova Iorque alternativa existe uma misteriosa ilha, Roosevelt Island, onde se aloja um estranho colégio de ensino médio, e nele estudam quatro garotas que não possuem foco entre si: Kate, Rose, Raquel e Claire. Mas todas eram amigas de Lise, que um dia desaparece e é encontrada na floresta, assassinada. Quando as quatro se juntam casualmente para tentar descobrir o que aconteceu com a amiga comum, são assassinadas por sua vez mas só descobrem no dia seguinte, pois alguém interferiu e transformou-as em mortas-vivas. Logo elas serão obrigadas a lutar ao lado da organização das Animes, que lutam contra o clã Dolores, cujos membros se transformam periodicamente em monstros que fazem lembrar lobisomens. Uma mútua maldição atingiu os dois clãs em luta, são mortas-vivas contra lobisomens".
Carqueija é um prolífico escritor carioca que, além de ser fã de ficção fantástica, é também de animês e mangás, e tem se dedicado a dissecar os seriados japoneses para os fãs brasileiros. O guia é apresentado em forma de arquivo de texto e pode ser baixado gratuitamente aqui.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
A revolução dos bichos
A revolução dos bichos (Animal farm), George Orwell, adaptado e ilustrado por Odyr a partir da tradução de Heitor Aquino Ferreira. 178 páginas. São Paulo: Editora Companhia das Letras, selo Quadrinhos na Cia., 2018.
Há alguns anos, a adaptação de obras literárias para os quadrinhos tornou-se uma verdadeira febre no mercado editorial brasileiro. Todos os anos, dezenas de títulos dessa linha chegam às livrarias, de olho na lucrativa possibilidade de entrar para o listão do MEC, ou seja, convencer o governo federal que era importante colocar o título a disposição dos estudantes nas bibliotecas escolares do país.
O governo foi o maior comprador desse tipo de publicação até que a crise econômica, política e moral que assola o país desde meados de 2015 atingiu o mercado editorial como uma bomba atômica: a bolha furou e impérios começaram a desmoronar, tanto das editoras como das livrarias. Toda a produção editorial foi impactada pela recessão econômica e com a forte redução das compras do governo, as adaptações – bem como todos os demais modelos narrativos – rapidamente perderam o espaço do qual gozavam.
Hoje, são raras as iniciativas de adaptações, por isso é de se admirar que a editora Companhia das Letras tenha investido nesta adaptação da famosa novela de George Orwell, A revolução dos bichos, um dos maiores clássicos da literatura universal, um libelo contra o autoritarismo que tanto a direita quanto a esquerda reivindicam para o seu próprio arcabouço.
Orwell, batizado como Eric Arthur Blair (1903-1950), era cidadão britânico nascido na Índia e cedo se encantou com as lutas revolucionárias. Passou sua juventude no submundo europeu entre dificuldades e privações, engajou-se na militância comunista e chegou a lutar na revolução espanhola contra o ditador Francisco Franco. Sua desilusão com os rumos do comunismo na Rússia o tornou um feroz crítico da capacidade humana de degradar tudo o que toca, do qual A revolução dos bichos, publicado em 1945, é o exemplo mais agudo, ao lado de outro de seus clássicos, o denso e aterrorizante 1984, publicado três anos depois.
A história, dividida em dez capítulos, conta como os animais de uma fazenda britânica, insuflados pelas ideias libertárias de um velho porco, empreendem uma revolução contra o proprietário alcoólatra e assumem o controle do lugar. Esses animais, é claro, têm certas faculdades intelectuais e realmente conseguem assumir o trabalho, mas terão de enfrentar duras batalhas contra o proprietário expulso, que tenta retomar a propriedade com a ajuda de homens do vilarejo. De vitória em vitória, sempre com muita dificuldade, os animais se impõem, mas as coisas complicam quando surgem as primeiras divergências internas: os porcos, líderes da revolta, entram em conflito entre si e daí advém o que sempre acontece quando o poder torna-se um fim em si mesmo.
É interessante ver sendo esboçados nesta história os conceitos de duplipensar – que iriam atingir grau máximo em 1984 –, como na máxima: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros", que talvez seja uma das frases mais famosas da literatura mundial, ao lado das citações shakespearianas "Ser ou não ser, eis a questão" e "Há algo de podre no reino da Dinamarca". A revolução dos bichos, assim como 1984, foi um dos livros mais levados pelos cidadãos brasileiros às urnas na última eleição presidencial, e os motivos são bastante óbvios.
Além do valor indiscutível desta obra, que é leitura obrigatória para estudantes em muitos países do mundo, a edição ganha o reforço luxuoso da narrativa em quadrinhos de Odyr, experiente ilustrador gaúcho de Pelotas que, num belíssimo estilo expressionista em cores brilhantes torna a já poderosa experiência literária ainda mais intensa. O cenário rupestre e a aparente beatitude dos animais da fazenda, dos quais conhecemos bem a mansidão, ganham contornos dramáticos que beiram o insuportável. Talvez se víssemos homens matando-se uns aos outros não percebêssemos o mesmo nível de crueldade. Para quem não leu ainda o livro de Orwell, esta adaptação de Odyr é uma bela introdução, que realmente motiva o leitor a buscar pelo texto original, um efeito raro em outras adaptações.
Se há uma adaptação literária que deveria obrigatoriamente figurar nas bibliotecas escolares, com certeza é esta. Se vai chegar a isso, é um destino que, neste momento, é muito difícil prever. Afinal, discursos contra o autoritarismo não costumam ser muito populares em regimes autoritários. Tomara que eu esteja enganado...
Há alguns anos, a adaptação de obras literárias para os quadrinhos tornou-se uma verdadeira febre no mercado editorial brasileiro. Todos os anos, dezenas de títulos dessa linha chegam às livrarias, de olho na lucrativa possibilidade de entrar para o listão do MEC, ou seja, convencer o governo federal que era importante colocar o título a disposição dos estudantes nas bibliotecas escolares do país.
O governo foi o maior comprador desse tipo de publicação até que a crise econômica, política e moral que assola o país desde meados de 2015 atingiu o mercado editorial como uma bomba atômica: a bolha furou e impérios começaram a desmoronar, tanto das editoras como das livrarias. Toda a produção editorial foi impactada pela recessão econômica e com a forte redução das compras do governo, as adaptações – bem como todos os demais modelos narrativos – rapidamente perderam o espaço do qual gozavam.
Hoje, são raras as iniciativas de adaptações, por isso é de se admirar que a editora Companhia das Letras tenha investido nesta adaptação da famosa novela de George Orwell, A revolução dos bichos, um dos maiores clássicos da literatura universal, um libelo contra o autoritarismo que tanto a direita quanto a esquerda reivindicam para o seu próprio arcabouço.
Orwell, batizado como Eric Arthur Blair (1903-1950), era cidadão britânico nascido na Índia e cedo se encantou com as lutas revolucionárias. Passou sua juventude no submundo europeu entre dificuldades e privações, engajou-se na militância comunista e chegou a lutar na revolução espanhola contra o ditador Francisco Franco. Sua desilusão com os rumos do comunismo na Rússia o tornou um feroz crítico da capacidade humana de degradar tudo o que toca, do qual A revolução dos bichos, publicado em 1945, é o exemplo mais agudo, ao lado de outro de seus clássicos, o denso e aterrorizante 1984, publicado três anos depois.
A história, dividida em dez capítulos, conta como os animais de uma fazenda britânica, insuflados pelas ideias libertárias de um velho porco, empreendem uma revolução contra o proprietário alcoólatra e assumem o controle do lugar. Esses animais, é claro, têm certas faculdades intelectuais e realmente conseguem assumir o trabalho, mas terão de enfrentar duras batalhas contra o proprietário expulso, que tenta retomar a propriedade com a ajuda de homens do vilarejo. De vitória em vitória, sempre com muita dificuldade, os animais se impõem, mas as coisas complicam quando surgem as primeiras divergências internas: os porcos, líderes da revolta, entram em conflito entre si e daí advém o que sempre acontece quando o poder torna-se um fim em si mesmo.
É interessante ver sendo esboçados nesta história os conceitos de duplipensar – que iriam atingir grau máximo em 1984 –, como na máxima: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros", que talvez seja uma das frases mais famosas da literatura mundial, ao lado das citações shakespearianas "Ser ou não ser, eis a questão" e "Há algo de podre no reino da Dinamarca". A revolução dos bichos, assim como 1984, foi um dos livros mais levados pelos cidadãos brasileiros às urnas na última eleição presidencial, e os motivos são bastante óbvios.
Além do valor indiscutível desta obra, que é leitura obrigatória para estudantes em muitos países do mundo, a edição ganha o reforço luxuoso da narrativa em quadrinhos de Odyr, experiente ilustrador gaúcho de Pelotas que, num belíssimo estilo expressionista em cores brilhantes torna a já poderosa experiência literária ainda mais intensa. O cenário rupestre e a aparente beatitude dos animais da fazenda, dos quais conhecemos bem a mansidão, ganham contornos dramáticos que beiram o insuportável. Talvez se víssemos homens matando-se uns aos outros não percebêssemos o mesmo nível de crueldade. Para quem não leu ainda o livro de Orwell, esta adaptação de Odyr é uma bela introdução, que realmente motiva o leitor a buscar pelo texto original, um efeito raro em outras adaptações.
Se há uma adaptação literária que deveria obrigatoriamente figurar nas bibliotecas escolares, com certeza é esta. Se vai chegar a isso, é um destino que, neste momento, é muito difícil prever. Afinal, discursos contra o autoritarismo não costumam ser muito populares em regimes autoritários. Tomara que eu esteja enganado...
Múltiplo em dose dupla
Estão circulando os números 24 e 25 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição 24, referente a outubro, tem 84 páginas e traz como destaque o trabalho do grupo Bengala Boys, com direito a um artigo, quatro hqs curtas de Lancelott Martins e Aírton Marcelino, e uma série de oito fichas dos membros do famigerado bando fora-da-lei do quadrinho nacional.
A edição também apresenta as hqs "O quarteto" de Eloyr Pacheco, Lancelott Martins, Rodrigo Marcondes e Serj D'Lima Plácido, e "Sinistra Selenis", de Leonardo Laino; tiras de Omar Viñole e João Carlos Magiero, e um artigo de Elinaudo Barbosa. A capa traz uma ilustração de Lancelott Martins e Serj D'Lima Plácido. A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui ou adquirida em formato impresso aqui.
A edição 25, de dezembro, tem 72 páginas e comemora o segundo ano de publicação do fanzine. Traz quadrinhos de André Carim, Rogério Rocha, Marcos Gratão, Carlos Rodriggs, Rodrigo Pie, Lancelott Martins, May Santos, Lorde Lobo, Zaburo Aoyama, Marcelo Morgolfin e Serj D’Lima Plácido, ilustrações de Laudo e Márcio Sennes Pereira, artigo de Elinaudo Barbosa e capa de Rom Freire e Alanzim Emmanuel. A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, ou em formato impresso, aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição 24, referente a outubro, tem 84 páginas e traz como destaque o trabalho do grupo Bengala Boys, com direito a um artigo, quatro hqs curtas de Lancelott Martins e Aírton Marcelino, e uma série de oito fichas dos membros do famigerado bando fora-da-lei do quadrinho nacional.
A edição também apresenta as hqs "O quarteto" de Eloyr Pacheco, Lancelott Martins, Rodrigo Marcondes e Serj D'Lima Plácido, e "Sinistra Selenis", de Leonardo Laino; tiras de Omar Viñole e João Carlos Magiero, e um artigo de Elinaudo Barbosa. A capa traz uma ilustração de Lancelott Martins e Serj D'Lima Plácido. A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui ou adquirida em formato impresso aqui.
A edição 25, de dezembro, tem 72 páginas e comemora o segundo ano de publicação do fanzine. Traz quadrinhos de André Carim, Rogério Rocha, Marcos Gratão, Carlos Rodriggs, Rodrigo Pie, Lancelott Martins, May Santos, Lorde Lobo, Zaburo Aoyama, Marcelo Morgolfin e Serj D’Lima Plácido, ilustrações de Laudo e Márcio Sennes Pereira, artigo de Elinaudo Barbosa e capa de Rom Freire e Alanzim Emmanuel. A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, ou em formato impresso, aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
Juvenatrix 198
Está circulando a edição de dezembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti, que traz em 11 páginas contos de Allan Fear e Norton A. Coll, resenhas aos filmes de cinema O chicote e o corpo (The whip and the body, 1963) e O vampiro da noite (Horror of Dracula, 1958), a interessante seção "Memórias dos fanzines", com reproduções de capas de fanzines clássicos, ilustrações de Mário Labate e José Nogueira, além de divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo. A capa traz uma ilustração de Allan Fear.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
QI 153
Está circulando o número 153 do fanzine Quadrinhos Independentes-QI editado por Edgard Guimarães, dedicado ao estudo dos quadrinhos, destacando a produção independente e os fanzines brasileiros.
A edição tem 32 páginas e traz os artigos "Tiradas do Sampaio", do editor, "A décima oitava árvore", de E. Figueiredo, e "O Barba-Azul", de Lio Guerra Bocorny, além de quadrinhos de Julie Albuquerque, Cleber José Coimbra, Luiz Cláudio Lopes de Faria e de Guimarães, que também ilustra a capa. Completam a edição as colunas "Fórum" com as cartas dos leitores, "Mantendo contato" de Worney Almeida de Souza, e "Edições independentes" divulgando os lançamentos de fanzines do bimestre.
Junto à edição, os assinantes recebem Artigos sobre histórias em quadrinhos 10: Os pseudo cow-boys dos quadrinhos, fascículo com 16 páginas com uma pesquisa de Carlos Gonçalves sobre diversos personagens de faroeste.
O QI impresso é distribuído exclusivamente por assinatura (informações com o editor no email edgard.faria.guimaraes@gmail.com), mas sua versão digital, bem como seus encartes, são disponibilizados pelo saite da editora Marca de Fantasia, aqui. Edições anteriores também podem ser encontradas.
A edição tem 32 páginas e traz os artigos "Tiradas do Sampaio", do editor, "A décima oitava árvore", de E. Figueiredo, e "O Barba-Azul", de Lio Guerra Bocorny, além de quadrinhos de Julie Albuquerque, Cleber José Coimbra, Luiz Cláudio Lopes de Faria e de Guimarães, que também ilustra a capa. Completam a edição as colunas "Fórum" com as cartas dos leitores, "Mantendo contato" de Worney Almeida de Souza, e "Edições independentes" divulgando os lançamentos de fanzines do bimestre.
Junto à edição, os assinantes recebem Artigos sobre histórias em quadrinhos 10: Os pseudo cow-boys dos quadrinhos, fascículo com 16 páginas com uma pesquisa de Carlos Gonçalves sobre diversos personagens de faroeste.
O QI impresso é distribuído exclusivamente por assinatura (informações com o editor no email edgard.faria.guimaraes@gmail.com), mas sua versão digital, bem como seus encartes, são disponibilizados pelo saite da editora Marca de Fantasia, aqui. Edições anteriores também podem ser encontradas.
Os trinta melhores contos de Gerson Avillez
Gerson Avillez é um novo autor de ficção fantástica que tem focado sua produção na grande rede. Ele agora decidiu reunir seus melhores trabalhos na coletânea Os 30 melhores contos, organizada por ele mesmo e disponibilizada no saite Recando das Letras. A maioria dos textos foi anteriormente publicada na internet, mas também há algum material inédito. Além desta coletânea, outros livros do autor estão disponíveis no mesmo link.
Mitografias, Volume 2: Mitos de origem
Está disponível o segundo volume da antologia Mitografias, subtitulado Mitos de origem, com uma seleta de catorze contos de fantasia organizada por Andriolli Costa, Leonardo Tremeschin e Lucas Rafael Ferraz. A publicação vem recomendada pelo Prêmio LeBlanc, entregue há alguns meses ao primeiro volume da série publicado em 2017, disponível em formato impresso aqui.
Como o nome diz, a antologia pretende refletir a respeito de um tipo bem específico de mito, que é aquele que trata das origens do mundo e dos homens. Os corajosos mitonautas são A.J. Oliveira, Andriolli Costa, Anna Fagundes, Caio Henrique, H. Pueyo, Isa Prospero, Jana P. Bianchi, Leonardo Tremeschin, Lucas R. Ferraz, Rafael Faramiglio Faiani, Rafael Guimarães, Rodrigo Ortiz, Simone Saueressig e Tiago Rech.
O volume é gratuito e está disponível aqui nas extensões pdf, epub e mobi.
Como o nome diz, a antologia pretende refletir a respeito de um tipo bem específico de mito, que é aquele que trata das origens do mundo e dos homens. Os corajosos mitonautas são A.J. Oliveira, Andriolli Costa, Anna Fagundes, Caio Henrique, H. Pueyo, Isa Prospero, Jana P. Bianchi, Leonardo Tremeschin, Lucas R. Ferraz, Rafael Faramiglio Faiani, Rafael Guimarães, Rodrigo Ortiz, Simone Saueressig e Tiago Rech.
O volume é gratuito e está disponível aqui nas extensões pdf, epub e mobi.
Hiperespaço 4
Concluindo a comemoração aos 35 anos do Hiperespaço, está disponível o histórico quarto número desse fanzine de ficção científica publicado originalmente em 1984.
A edição tem 10 páginas e traz entrevista com o ilustrador Mozart Couto, autor da capa exclusiva dessa edição, sequência do artigo de José Carlos Neves sobre os efeitos especiais da ILM, e a sempre elogiada seção de "fofocas" do fanzine. Hiperespaço 4 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1, o número 2 e o número 3 também estão disponíveis.
A edição tem 10 páginas e traz entrevista com o ilustrador Mozart Couto, autor da capa exclusiva dessa edição, sequência do artigo de José Carlos Neves sobre os efeitos especiais da ILM, e a sempre elogiada seção de "fofocas" do fanzine. Hiperespaço 4 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1, o número 2 e o número 3 também estão disponíveis.
O talismã escarlate
Está disponível para leitura e download gratuito o Guia de Episódios de O talismã escarlate, série de animação de Milan Matra pelo Estúdio Zexcs, exibida originalmente no Japão em 2010.
Conta a história de um adolescente que recebe a revelação de que é herdeiro de uma tradição familiar tenebrosa: matar monstros mitológicos. Como está despreparado e vulnerável à vingança dos monstros que estão a sua caça, contará com um espírito protetor mas, será o bastante?
O Guia é escrito e publicado por Miguel Carqueija, fã carioca de anime e mangá que tem realizado nos últimos anos um consistente trabalho de registro desse tipo de produção artística.
Clique aqui para acessar o Guia, apresentado em forma de arquivo de texto.
Conta a história de um adolescente que recebe a revelação de que é herdeiro de uma tradição familiar tenebrosa: matar monstros mitológicos. Como está despreparado e vulnerável à vingança dos monstros que estão a sua caça, contará com um espírito protetor mas, será o bastante?
O Guia é escrito e publicado por Miguel Carqueija, fã carioca de anime e mangá que tem realizado nos últimos anos um consistente trabalho de registro desse tipo de produção artística.
Clique aqui para acessar o Guia, apresentado em forma de arquivo de texto.
Faroeste e cangaço II
Está circulando o número 10 do Fanzine Ilustrado, a segunda edição especial dedicada ao tema Faroeste e cangaço. Editado por André Carim, a edição tem 52 páginas e traz seis hqs de Luiz Iório, mais uma de Arthur Filho, artigos de Zenaldo Nunes sobre o gênero do faroeste, poemas de Rouxinol do Rinaré e muitas ilustrações assinadas por Luiz Iório e Cayman Moreira. A capa traz uma ilustração do mestre Julio Shimamoto.
O fanzine pode ser baixado gratuitamente aqui, mas está também disponível em formato impresso, com direito a brindes exclusivos. Encomendas pelo email andrecarim@outlook.com.
O fanzine pode ser baixado gratuitamente aqui, mas está também disponível em formato impresso, com direito a brindes exclusivos. Encomendas pelo email andrecarim@outlook.com.
Mafagafo 2 - 3 de 4
Está disponível o terceiro fascículo da segunda edição da revista eletrônica Mafagafo, organizada por Jana Bianchi, com folhetins de ficção fantástica brasileira apresentados em episódios.
A edição tem 148 páginas e traz a sequência dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago de Daniel Grimoni, Santiago Santos, Thiago d'Evecque, Victor F. Miranda, Luis Felipe R. T. Barbosa, Emily de Moura, Basílio Belda, Ana Cristina Rodrigues e Camila Loricchio. Ilustrações de autores diversos embelezam a publicação e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 148 páginas e traz a sequência dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago de Daniel Grimoni, Santiago Santos, Thiago d'Evecque, Victor F. Miranda, Luis Felipe R. T. Barbosa, Emily de Moura, Basílio Belda, Ana Cristina Rodrigues e Camila Loricchio. Ilustrações de autores diversos embelezam a publicação e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
Conexão Literatura 42
Está circulando o número 42 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale.
A edição tem 95 páginas e destaca em entrevista o escritor português Francisco J. S. A. Luís, Doutor em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Nova de Lisboa, autor do livro Travestis brasileiros em Portugal, com uma longa pesquisa sobre o assunto.
Também são entrevistados os escritores Sheila Mendonça (Rabiscos com café), Ricardo Varriano (O exílio dos escravos), Helder Felix (Batons, eucaliptos e aspirinas) e Harley Wanzeller (Janelas da alma), além de Kátia Simões Parente e Adriana Igrejas, vencedoras do concurso cultural “Os dois melhores contos”, promovido pela revista. Os trabalhos premiados são publicados na edição, que também traz textos assinados por Míriam Santiago e Roberto Schima que têm se tornado autores fixos da publicação. Resenhas, artigos e divulgações de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 95 páginas e destaca em entrevista o escritor português Francisco J. S. A. Luís, Doutor em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Nova de Lisboa, autor do livro Travestis brasileiros em Portugal, com uma longa pesquisa sobre o assunto.
Também são entrevistados os escritores Sheila Mendonça (Rabiscos com café), Ricardo Varriano (O exílio dos escravos), Helder Felix (Batons, eucaliptos e aspirinas) e Harley Wanzeller (Janelas da alma), além de Kátia Simões Parente e Adriana Igrejas, vencedoras do concurso cultural “Os dois melhores contos”, promovido pela revista. Os trabalhos premiados são publicados na edição, que também traz textos assinados por Míriam Santiago e Roberto Schima que têm se tornado autores fixos da publicação. Resenhas, artigos e divulgações de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
Resenhas de livros, volume 1
O escritor Miguel Carqueija, além de escrever muita ficção pratica a perigosa arte da resenha crítica, publicou sua primeira coletânea de resenhas literárias. São vinte resenhas que abordam livros de diversos gêneros, passando por autores do fandom nacional como Roberval Barcellos e Jeronymo Monteiro, clássicos como Guimarães Rosa, Joaquim Manuel de Macedo e Cecília Meireles, e estrangeiros como Júlio Verne e C. S. Lewis.
O volume é ofertado gratuitamente em forma de arquivo de texto no saite Recanto das Letras, aqui.
O volume é ofertado gratuitamente em forma de arquivo de texto no saite Recanto das Letras, aqui.
Argos 2018
No dia 1 de dezembro de 2018 aconteceu a premiação do Argos 2018 para os melhores romances, coletâneas e contos publicados em 2017 na opinião dos membros do Clube de Leitores de Ficção Científica-CLFC. A entrega dos troféus aconteceu no Instituto Pallas Athena, em São Paulo, e foi precedida por uma pequena programação de palestras com participação de Carlos Orsi, Lidia Zuin, Cristina Lasaitis, Edgar Smaniotto, Antonio Stanziani, Alexey Dodsworth, Raphael Fernandes, Priscilla Lhacer, Camila Fernandes, Cadu Fonseca, presidente da Associação Mensa Brasil e Clinton Davisson.
O prêmio é apurado através de consulta pela internet aos membros do clube. Uma semana antes do evento, a comissão organizadora divulgou uma lista com os cinco títulos mais votados em cada categoria, mas o vencedor só foi conhecido no dia da entrega dos troféus. São eles:
Romance
Vencedor: Octopusgarden, Gerson Lodi-Ribeiro, editora Draco.
Segundo lugar: Araruama: O livro das sementes, Ian Fraser, Editora Moinhos. Terceiro lugar: Guanabara Real: A alcova da morte, A. Z. Cordenonsi, Enéias Tavares e Nikelen Witter, Editora Avec. Demais finalistas: Ninguém nasce herói, Erick Novello, Editora Companhia das Letras, selo Seguinte; Ordem Vermelha: Filhos da degradação, Felipe Castilho, Editora Intrínseca.
Coletânea
Vencedor: Magos: Histórias de feiticeiros e mestres do oculto, Ana Lúcia Merege, org., Editora Draco.
Segundo lugar: Contos sombrios, Camila Fernandes, Editora Dandelion. Terceiro lugar: Trasgo vol. 1, Rodrigo van Kampen, org., Editora Trasgo. Demais finalistas: Antologia Mitografias vol. 1: Mitos modernos, Leonardo Henrique, Andriolli Costa e Lucas Ferraz, orgs., Editora Mitografias; Comboio de espectros, Duda Falcão, editora Avec.
Conto
Vencedor: A última balada de Bernardo, Fábio M. Barreto, Editora SOS Hollywood.
Segundo lugar: "O desejo de ser como um rio", publicado na coletânea O desejo de ser como um rio e outras histórias, Claudia Dugim, edição de autor. Terceiro lugar: O ouro de Tartessos, Ana Lúcia Merege, Editora Draco. Demais finalistas: "Era uma vez no oeste bizarro", Marcelo A. Galvão, publicado na antologia Magos: Histórias de feiticeiros e mestres do oculto, editora Draco; "Droneboy", Michel Peres, publicado na revista Trasgo 14, Editora Trasgo.
Congratulações a todos os vencedores e finalistas.
Diferente das edições anteriores, o Argos 2018 não entregou um prêmio pelo conjunto da obra e, como sempre, não divulgou a pontuação total dos finalistas, que permitiria uma análise mais apurada do resultado. Mas circulou a informação não oficial que foram recebidos cerca de 70 votos no total. Também não foi divulgado se houve premiação monetária como ocorrido em 2017.
Nota-se nas últimas edições do Argos uma forte tendência em premiar as publicações da Editora Draco e os trabalhos de autores ligados ao CLFC, óbvio reflexo do regulamento do concurso que exige que o votante seja associado ao clube para participar. Apesar de qualquer pessoa poder se filiar, fica evidenciado um componente corporativo que, se não desqualifica os resultados, pelo menos enfraquece sua representatividade quando observado a partir do ambiente externo ao clube, especialmente no momento tão rico e plural que a fc&f brasileira tem experimentado recentemente.
O prêmio é apurado através de consulta pela internet aos membros do clube. Uma semana antes do evento, a comissão organizadora divulgou uma lista com os cinco títulos mais votados em cada categoria, mas o vencedor só foi conhecido no dia da entrega dos troféus. São eles:
Romance
Vencedor: Octopusgarden, Gerson Lodi-Ribeiro, editora Draco.
Segundo lugar: Araruama: O livro das sementes, Ian Fraser, Editora Moinhos. Terceiro lugar: Guanabara Real: A alcova da morte, A. Z. Cordenonsi, Enéias Tavares e Nikelen Witter, Editora Avec. Demais finalistas: Ninguém nasce herói, Erick Novello, Editora Companhia das Letras, selo Seguinte; Ordem Vermelha: Filhos da degradação, Felipe Castilho, Editora Intrínseca.
Coletânea
Vencedor: Magos: Histórias de feiticeiros e mestres do oculto, Ana Lúcia Merege, org., Editora Draco.
Segundo lugar: Contos sombrios, Camila Fernandes, Editora Dandelion. Terceiro lugar: Trasgo vol. 1, Rodrigo van Kampen, org., Editora Trasgo. Demais finalistas: Antologia Mitografias vol. 1: Mitos modernos, Leonardo Henrique, Andriolli Costa e Lucas Ferraz, orgs., Editora Mitografias; Comboio de espectros, Duda Falcão, editora Avec.
Conto
Vencedor: A última balada de Bernardo, Fábio M. Barreto, Editora SOS Hollywood.
Segundo lugar: "O desejo de ser como um rio", publicado na coletânea O desejo de ser como um rio e outras histórias, Claudia Dugim, edição de autor. Terceiro lugar: O ouro de Tartessos, Ana Lúcia Merege, Editora Draco. Demais finalistas: "Era uma vez no oeste bizarro", Marcelo A. Galvão, publicado na antologia Magos: Histórias de feiticeiros e mestres do oculto, editora Draco; "Droneboy", Michel Peres, publicado na revista Trasgo 14, Editora Trasgo.
Congratulações a todos os vencedores e finalistas.
Diferente das edições anteriores, o Argos 2018 não entregou um prêmio pelo conjunto da obra e, como sempre, não divulgou a pontuação total dos finalistas, que permitiria uma análise mais apurada do resultado. Mas circulou a informação não oficial que foram recebidos cerca de 70 votos no total. Também não foi divulgado se houve premiação monetária como ocorrido em 2017.
Nota-se nas últimas edições do Argos uma forte tendência em premiar as publicações da Editora Draco e os trabalhos de autores ligados ao CLFC, óbvio reflexo do regulamento do concurso que exige que o votante seja associado ao clube para participar. Apesar de qualquer pessoa poder se filiar, fica evidenciado um componente corporativo que, se não desqualifica os resultados, pelo menos enfraquece sua representatividade quando observado a partir do ambiente externo ao clube, especialmente no momento tão rico e plural que a fc&f brasileira tem experimentado recentemente.
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Interferências
Interferências (Crosstalk), Connie Willis, tradução de Viviane Diniz Lopes. 464 páginas. Editora Companhia das Letras, selo Suma, São Paulo, 2018.
Conheci o texto de Connie Willis no periódico Isaac Asimov Magazine (carinhosamente chamada de IAM), publicação tradicional nos EUA que teve 25 edições no Brasil nos anos 1990, pela editora Record. Ao lado de monstros da ficção científica recente, como Charles Sheffield, Kim Stanley Robinson, James Tiptree Jr., Geoffrey Landis, Bruce Sterling, Judit Moffet, George R. R. Martin e Lucius Sheppard, entre outros, Connie Willis era autora frequente e seus textos sempre interessantes e contundentes, como a novela “O último dos Winnenbagos” – publicado na edição número 11 de abril de 1991 e ganhador dos prêmios Hugo e Nebula –, sobre um casal idoso em viagem nas estranhas estradas do uma América futurista. Willis é uma das autoras mais premiadas de sua geração, com nada menos que sete Nebulas e onze Hugos no currículo (e contando).
Connie Willis é, então, uma paixão do passado. Se alguém diz que há uma nova história dela no mercado, meu coração já começa a bater mais forte. Ler Willis hoje é como voltar no tempo e reviver a emoção de ler uma IAM inédita. Velhos tempos.
Interferências, romance de 2016 traduzido no Brasil em 2018 pela Companhia das Letras no selo Suma, é o segundo romance de Connie Willis no Brasil. O anterior foi O livro do juízo final, publicado pela mesma editora em 2017 e resenhado aqui. Fiquei um pouco receoso de que Connie não tivesse acertado a mão em Interferências, pois ouvi opiniões que davam conta de que esta não seria uma história de ficção científica, a especialidade da autora. Mesmo assim, confiava que o talento literário de Willis não me decepcionaria. Eu estava certo e as opiniões, erradas, é claro.
A história acompanha a confusão que se torna a vida de Briddey Flanningan, jovem executiva de uma indústria de celulares que aceita o pedido de Trent, seu noivo e chefe na empresa, para realizarem com um importante cirurgião da moda o implante de um tipo de chip cerebral que permitirá ao casal compartilhar as emoções um do outro e, dessa forma, ter uma relação mais intensa e transparente. Muitos casais felizes atestam as vantagens do procedimento, que é um tipo de prova de amor nesse futuro próximo, sendo uma operação simples e corriqueira, sem riscos à saúde. Mas essa não é a opinião de um dos colegas de Briddey, o engenheiro de desenvolvimento C.B., mais conhecido nos corredores da empresa como “Corcunda de Notre Dame” devido ao seu aspecto desengonçado e anti-social, sempre isolado em sua oficina no subsolo. C.B. usa todos os seus piores argumentos para demover Briddey de sua decisão pelo implante, apela até para um discurso de terror explícito dando exemplos de cirurgias aparentemente simples que levaram os pacientes a óbito, mas a jovem está convencida do amor de Trent e briga com C.B., pois acredita ele está com ciúmes e tentando sabotar seu sonho de conto de fadas.
Depois de uma verdadeira operação de guerra para evitar as fofocas no trabalho e as invasivas mulheres de sua família irlandesa, Briddey e Trent internam-se secretamente no hospital para receber o implante. Tudo vai bem até que a anestesia passa e Briddey descobre que alguma coisa deu muito errado com a cirurgia: em vez de sentir as ondas de amor emanadas por Trent, começa a ouvir em sua mente a voz de C.B., com quem agora têm um vínculo telepático. E isso é muito mais que um inconveniente, pois o que Trent vai pensar quando souber que sua amada tem com o “Corcunda de Notre Dame” uma ligação mais íntima que com ele próprio? Mas isso é só o início dos problemas de Briddey, pois o seu dom telepático pode colocar em perigo não só a si, mas a toda sua família, que é disfuncional mas a qual ela ama sinceramente.
A história tem, em boa parte, o tom de uma comédia romântica, e em alguns momentos iniciais realmente lembra o enredo do longa-metragem Do que as mulheres gostam (What women want, 2000). Mas é só superficialmente, porque Interferências tem um panorama efetivamente de ficção científica, com muitas teorias voando por todos os lados, com direito a conspirações e cientistas malucos que tornam a narrativa uma verdadeira montanha-russa. O tom humorístico é delicioso e raro tanto no trabalho de Willis – que geralmente é dramático – quanto no gênero da ficção científica de modo geral. Uma peça literária valiosa portanto.
E as epígrafes que abrem cada capítulo são um charme à parte, transcrevendo frases inspiradoras de filmes, seriados de tv e livros como Graça infinita, Artemis Fowl, Alice no País das Maravilhas, O jardim secreto e outros, que fazem o delírio dos fãs de citações.
Por tudo isso, Interferências é um livro que pode ser lido com prazer tanto pelo leitor veterano, fã de ficção científica, como também pelo leitor não especializado no gênero, incluindo aquele que acredita não gostar dele. Porque, no fim das contas, Connie conseguiu com louvor fazer aquilo que muitos perseguem sem sucesso: escreveu uma ficção científica para quem não gosta de ficção científica. E isso é um feito e tanto.
Conheci o texto de Connie Willis no periódico Isaac Asimov Magazine (carinhosamente chamada de IAM), publicação tradicional nos EUA que teve 25 edições no Brasil nos anos 1990, pela editora Record. Ao lado de monstros da ficção científica recente, como Charles Sheffield, Kim Stanley Robinson, James Tiptree Jr., Geoffrey Landis, Bruce Sterling, Judit Moffet, George R. R. Martin e Lucius Sheppard, entre outros, Connie Willis era autora frequente e seus textos sempre interessantes e contundentes, como a novela “O último dos Winnenbagos” – publicado na edição número 11 de abril de 1991 e ganhador dos prêmios Hugo e Nebula –, sobre um casal idoso em viagem nas estranhas estradas do uma América futurista. Willis é uma das autoras mais premiadas de sua geração, com nada menos que sete Nebulas e onze Hugos no currículo (e contando).
Connie Willis é, então, uma paixão do passado. Se alguém diz que há uma nova história dela no mercado, meu coração já começa a bater mais forte. Ler Willis hoje é como voltar no tempo e reviver a emoção de ler uma IAM inédita. Velhos tempos.
Interferências, romance de 2016 traduzido no Brasil em 2018 pela Companhia das Letras no selo Suma, é o segundo romance de Connie Willis no Brasil. O anterior foi O livro do juízo final, publicado pela mesma editora em 2017 e resenhado aqui. Fiquei um pouco receoso de que Connie não tivesse acertado a mão em Interferências, pois ouvi opiniões que davam conta de que esta não seria uma história de ficção científica, a especialidade da autora. Mesmo assim, confiava que o talento literário de Willis não me decepcionaria. Eu estava certo e as opiniões, erradas, é claro.
A história acompanha a confusão que se torna a vida de Briddey Flanningan, jovem executiva de uma indústria de celulares que aceita o pedido de Trent, seu noivo e chefe na empresa, para realizarem com um importante cirurgião da moda o implante de um tipo de chip cerebral que permitirá ao casal compartilhar as emoções um do outro e, dessa forma, ter uma relação mais intensa e transparente. Muitos casais felizes atestam as vantagens do procedimento, que é um tipo de prova de amor nesse futuro próximo, sendo uma operação simples e corriqueira, sem riscos à saúde. Mas essa não é a opinião de um dos colegas de Briddey, o engenheiro de desenvolvimento C.B., mais conhecido nos corredores da empresa como “Corcunda de Notre Dame” devido ao seu aspecto desengonçado e anti-social, sempre isolado em sua oficina no subsolo. C.B. usa todos os seus piores argumentos para demover Briddey de sua decisão pelo implante, apela até para um discurso de terror explícito dando exemplos de cirurgias aparentemente simples que levaram os pacientes a óbito, mas a jovem está convencida do amor de Trent e briga com C.B., pois acredita ele está com ciúmes e tentando sabotar seu sonho de conto de fadas.
Depois de uma verdadeira operação de guerra para evitar as fofocas no trabalho e as invasivas mulheres de sua família irlandesa, Briddey e Trent internam-se secretamente no hospital para receber o implante. Tudo vai bem até que a anestesia passa e Briddey descobre que alguma coisa deu muito errado com a cirurgia: em vez de sentir as ondas de amor emanadas por Trent, começa a ouvir em sua mente a voz de C.B., com quem agora têm um vínculo telepático. E isso é muito mais que um inconveniente, pois o que Trent vai pensar quando souber que sua amada tem com o “Corcunda de Notre Dame” uma ligação mais íntima que com ele próprio? Mas isso é só o início dos problemas de Briddey, pois o seu dom telepático pode colocar em perigo não só a si, mas a toda sua família, que é disfuncional mas a qual ela ama sinceramente.
A história tem, em boa parte, o tom de uma comédia romântica, e em alguns momentos iniciais realmente lembra o enredo do longa-metragem Do que as mulheres gostam (What women want, 2000). Mas é só superficialmente, porque Interferências tem um panorama efetivamente de ficção científica, com muitas teorias voando por todos os lados, com direito a conspirações e cientistas malucos que tornam a narrativa uma verdadeira montanha-russa. O tom humorístico é delicioso e raro tanto no trabalho de Willis – que geralmente é dramático – quanto no gênero da ficção científica de modo geral. Uma peça literária valiosa portanto.
E as epígrafes que abrem cada capítulo são um charme à parte, transcrevendo frases inspiradoras de filmes, seriados de tv e livros como Graça infinita, Artemis Fowl, Alice no País das Maravilhas, O jardim secreto e outros, que fazem o delírio dos fãs de citações.
Por tudo isso, Interferências é um livro que pode ser lido com prazer tanto pelo leitor veterano, fã de ficção científica, como também pelo leitor não especializado no gênero, incluindo aquele que acredita não gostar dele. Porque, no fim das contas, Connie conseguiu com louvor fazer aquilo que muitos perseguem sem sucesso: escreveu uma ficção científica para quem não gosta de ficção científica. E isso é um feito e tanto.
Legendas HQ 1
Está circulando a primeira edição de Legendas HQ, fanzine de quadrinhos brasileiros que surge da associação de quatro editores veteranos: Denílson Reis (Tchê), André Carim (Múltiplo), Clodoaldo Cruz (Cabal) e Marcos Freitas (Quadritos).
A edição de estreia tem 48 páginas e destaca o trabalho do cartunista e caricaturista Bira Dantas, que é entrevistado e participa com uma hq. Também comparecem Emir Ribeiro, Henry Jaepelt, Marck Ferreira, All Silva e Érika Saheki ilustrando hqs roteirizadas pelos editores. Complementam a edição as colunas informativas “Tchê Express”, “Radioatividade” e “Múltiplo’s”, além de artigos e resenhas.
A publicação está disponível exclusivamente em formato impresso, com tiragem de 140 exemplares. Contatos pelo email atomiceditora@gmail.com. Mais informações no blogue da Editora Atomic, aqui.
A edição de estreia tem 48 páginas e destaca o trabalho do cartunista e caricaturista Bira Dantas, que é entrevistado e participa com uma hq. Também comparecem Emir Ribeiro, Henry Jaepelt, Marck Ferreira, All Silva e Érika Saheki ilustrando hqs roteirizadas pelos editores. Complementam a edição as colunas informativas “Tchê Express”, “Radioatividade” e “Múltiplo’s”, além de artigos e resenhas.
A publicação está disponível exclusivamente em formato impresso, com tiragem de 140 exemplares. Contatos pelo email atomiceditora@gmail.com. Mais informações no blogue da Editora Atomic, aqui.
A assombração da Casa da Colina
A assombração da Casa da Colina (The haunting of Hill House), Shirley Jackson, Tradução de Débora Landsberg. 240 páginas. Editora Companhia das Letras, selo Suma, São Paulo, 2018.
Muitas vezes, conhecemos um clássico não pela obra original, mas por suas inúmeras adaptações. Mas é claro que as adaptações, por não serem obrigatoriamente idênticas ao original, tomam liberdades, mudam contornos e até alteram completamente seu conteúdo. Na maior parte das vezes, as adaptações não fazem justiça ao original e as exceções são raras.
Não foi diferente com relação a este romance de Shirley Jackson (1916-1965), escritora norte-americana que viveu de maneira reclusa e morreu jovem, aos 48 anos, tendo escrito uma porção de contos e uns poucos livros, geralmente associados ao gênero do horror, dentre os quais seu quinto romance, A assombração da Casa da Colina (1959), é o mais destacado. Apesar disso, sua obra é muito respeitada, sendo frequentemente creditada como influência por autores como Richard Matheson (1926-2013), Stephen King e Neil Gaiman. Contudo, foi pouco publicada no Brasil; além deste, somente está disponível o romance Sempre vivemos no castelo (We have always lived in the castle, 1962), publicado pela editora Companhia da Letras em 2017. E isso é bastante sintomático. Jackson trabalha temas incômodos e delicados, entre os quais a condição da mulher na sociedade. Finalmente, a Companhia das Letras decidiu traduzir e publicar esses dois títulos em edições luxuosas de capas duras, a altura de seu significado.
Mas o teor feminista é apenas um dos muitos atributos de sua arte. Jackson é senhora de um estilo limpo e elegante, de descrições vívidas, personagens bem construídos e uma sensibilidade emocional que impacta o leitor.
A história é conhecida dos brasileiros nas adaptações cinematográficas Desafio do além (1963, Robert Wise) e A casa amaldiçoada (1999, Jan de Bont). O filme de Wise tem uma proposta mais cerebral, próxima à ficção científica e com um desfecho que tudo explica de forma mais ou menos satisfatória. O de Bont é um festival de efeitos especiais em que a história é o que menos importa. Nenhuma delas prepara o leitor para a experiência emocional que é mergulhar nas páginas da narrativa literária. A mais recente adaptação do romance é uma série exclusiva do servidor de streaming Netflix, que dizem ser bastante fiel ao romance, mas isso é algo que ainda preciso conferir.
Acompanhamos a história pelos olhos da jovem desempregada Eleanor, que se inscreve para um projeto de pesquisa acadêmica de um tal Montague, doutor em filosofia que pretende estudar uma casa incomum próxima a Hillsdale. Ela vê nisso a oportunidade de encontrar um rumo para sua vida, depois da longa doença e morte da mãe da qual cuidava, o que comprometeu as chances de uma carreira mais precoce. Ao ser selecionada, Eleanor empreende uma corajosa viagem dirigindo seu próprio automóvel, chega ao vilarejo em que se encontra a mansão e, numa breve parada para um café, percebe de imediato a animosidade dos habitantes locais com relação ao lugar. Quando avista a construção pela primeira vez, fica angustiada com a aparência externa da casa. E fica ainda mais alarmada com a recepção feroz que recebe dos empregados do lugar, um casal de zeladores muito rudes e intimidadores. Mas, ao adentrar a mansão, fica impressionada com o luxo das dependências, que beira ao extravagante. Apesar de tudo, a casa é aconchegante e confortável, mas de uma arquitetura que confunde os sentidos.
Suas preocupações reduzem-se com a chegada dos outros membros da equipe de pesquisas: Theodora, garota segura e expansiva com a qual Eleanor se identifica de imediato; Luke, jovem herdeiro da mansão que participa do grupo por insistência dos proprietários, e o próprio dr. Montague, que parece muito mais interessado em curtir o luxo da residência do que realmente realizar uma pesquisa séria.
Depois de alguns dias, período em que os jovens passam a se conhecer e dominar a confusa estrutura da casa, que tem peculiaridades como portas que se fecham sozinhas, armários que se auto-organizam e áreas em que a temperatura é radicalmente contrastante com o ambiente ao redor. Mas o mais assustador são os acontecimentos noturnos, que parecem ameaçar a vida dos hóspedes, mas que não deixam quaisquer rastros: a casa sempre se recompõe depois de cada evento, deixando em todos a impressão de que tudo não passou de alucinação.
As coisas complicam quando chegam dois novos hóspedes: a sra. Montague e seu motorista. Agora percebemos por que o dr. Montague não parecia tão interessado na pesquisa: a verdadeira pesquisadora é a sua autoritária esposa, uma mulher de personalidade forte e dominadora, que acredita piamente em espíritos desencarnados e quer fazer contato com eles para poder “libertá-los” de sua sina. O trabalho, enfim, começa. Mas a casa tem outros planos e Eleanor parece fazer parte deles. E quando uma casa escolhe alguém, é muito difícil negociar com ela.
A assombração da Casa da Colina é uma história apavorante, mas está longe de ser uma história de horror. Não há monstros, nem assassinos psicopatas. Não há perigos maiores do que aqueles que enfrentamos em qualquer outro lugar. O grande terror é mesmo a tensão psicológica de estar vinculado a uma situação da qual sabemos que precisamos nos afastar mas que, ao mesmo tempo, não queremos, por razões muitas vezes justificadas, mas que mesmo assim nos fazem mal. O destino da equipe de pesquisadores importa menos que o de Eleanor. A história que se conta aqui é a dela, e só a dela.
O final é surpreendente, sem ser um “final surpresa”, por contraditório que isso possa parecer. Talvez até escorra uma lágrima, mas não choramos por Eleanor. Choramos por nós mesmos, que ficamos na Casa da Colina.
Muitas vezes, conhecemos um clássico não pela obra original, mas por suas inúmeras adaptações. Mas é claro que as adaptações, por não serem obrigatoriamente idênticas ao original, tomam liberdades, mudam contornos e até alteram completamente seu conteúdo. Na maior parte das vezes, as adaptações não fazem justiça ao original e as exceções são raras.
Não foi diferente com relação a este romance de Shirley Jackson (1916-1965), escritora norte-americana que viveu de maneira reclusa e morreu jovem, aos 48 anos, tendo escrito uma porção de contos e uns poucos livros, geralmente associados ao gênero do horror, dentre os quais seu quinto romance, A assombração da Casa da Colina (1959), é o mais destacado. Apesar disso, sua obra é muito respeitada, sendo frequentemente creditada como influência por autores como Richard Matheson (1926-2013), Stephen King e Neil Gaiman. Contudo, foi pouco publicada no Brasil; além deste, somente está disponível o romance Sempre vivemos no castelo (We have always lived in the castle, 1962), publicado pela editora Companhia da Letras em 2017. E isso é bastante sintomático. Jackson trabalha temas incômodos e delicados, entre os quais a condição da mulher na sociedade. Finalmente, a Companhia das Letras decidiu traduzir e publicar esses dois títulos em edições luxuosas de capas duras, a altura de seu significado.
Mas o teor feminista é apenas um dos muitos atributos de sua arte. Jackson é senhora de um estilo limpo e elegante, de descrições vívidas, personagens bem construídos e uma sensibilidade emocional que impacta o leitor.
A história é conhecida dos brasileiros nas adaptações cinematográficas Desafio do além (1963, Robert Wise) e A casa amaldiçoada (1999, Jan de Bont). O filme de Wise tem uma proposta mais cerebral, próxima à ficção científica e com um desfecho que tudo explica de forma mais ou menos satisfatória. O de Bont é um festival de efeitos especiais em que a história é o que menos importa. Nenhuma delas prepara o leitor para a experiência emocional que é mergulhar nas páginas da narrativa literária. A mais recente adaptação do romance é uma série exclusiva do servidor de streaming Netflix, que dizem ser bastante fiel ao romance, mas isso é algo que ainda preciso conferir.
Acompanhamos a história pelos olhos da jovem desempregada Eleanor, que se inscreve para um projeto de pesquisa acadêmica de um tal Montague, doutor em filosofia que pretende estudar uma casa incomum próxima a Hillsdale. Ela vê nisso a oportunidade de encontrar um rumo para sua vida, depois da longa doença e morte da mãe da qual cuidava, o que comprometeu as chances de uma carreira mais precoce. Ao ser selecionada, Eleanor empreende uma corajosa viagem dirigindo seu próprio automóvel, chega ao vilarejo em que se encontra a mansão e, numa breve parada para um café, percebe de imediato a animosidade dos habitantes locais com relação ao lugar. Quando avista a construção pela primeira vez, fica angustiada com a aparência externa da casa. E fica ainda mais alarmada com a recepção feroz que recebe dos empregados do lugar, um casal de zeladores muito rudes e intimidadores. Mas, ao adentrar a mansão, fica impressionada com o luxo das dependências, que beira ao extravagante. Apesar de tudo, a casa é aconchegante e confortável, mas de uma arquitetura que confunde os sentidos.
Suas preocupações reduzem-se com a chegada dos outros membros da equipe de pesquisas: Theodora, garota segura e expansiva com a qual Eleanor se identifica de imediato; Luke, jovem herdeiro da mansão que participa do grupo por insistência dos proprietários, e o próprio dr. Montague, que parece muito mais interessado em curtir o luxo da residência do que realmente realizar uma pesquisa séria.
Depois de alguns dias, período em que os jovens passam a se conhecer e dominar a confusa estrutura da casa, que tem peculiaridades como portas que se fecham sozinhas, armários que se auto-organizam e áreas em que a temperatura é radicalmente contrastante com o ambiente ao redor. Mas o mais assustador são os acontecimentos noturnos, que parecem ameaçar a vida dos hóspedes, mas que não deixam quaisquer rastros: a casa sempre se recompõe depois de cada evento, deixando em todos a impressão de que tudo não passou de alucinação.
As coisas complicam quando chegam dois novos hóspedes: a sra. Montague e seu motorista. Agora percebemos por que o dr. Montague não parecia tão interessado na pesquisa: a verdadeira pesquisadora é a sua autoritária esposa, uma mulher de personalidade forte e dominadora, que acredita piamente em espíritos desencarnados e quer fazer contato com eles para poder “libertá-los” de sua sina. O trabalho, enfim, começa. Mas a casa tem outros planos e Eleanor parece fazer parte deles. E quando uma casa escolhe alguém, é muito difícil negociar com ela.
A assombração da Casa da Colina é uma história apavorante, mas está longe de ser uma história de horror. Não há monstros, nem assassinos psicopatas. Não há perigos maiores do que aqueles que enfrentamos em qualquer outro lugar. O grande terror é mesmo a tensão psicológica de estar vinculado a uma situação da qual sabemos que precisamos nos afastar mas que, ao mesmo tempo, não queremos, por razões muitas vezes justificadas, mas que mesmo assim nos fazem mal. O destino da equipe de pesquisadores importa menos que o de Eleanor. A história que se conta aqui é a dela, e só a dela.
O final é surpreendente, sem ser um “final surpresa”, por contraditório que isso possa parecer. Talvez até escorra uma lágrima, mas não choramos por Eleanor. Choramos por nós mesmos, que ficamos na Casa da Colina.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Velta 45 anos: Tomo III
Está circulando o terceiro número do fanzine Velta, comemorativo aos 45 anos da personagem criada pelo paraibano Emir Ribeiro. A edição recupera uma história antiga, primeiro publicada também na edição comemorativa aos dez anos da personagem em 1983, um dos primeiros fanzines que adquiri. A história publicada é "Invasão", tem roteiro e desenhos de Ribeiro e co-artefinal de Deodato Filho, então um jovem aprendiz que mais tarde se tornaria o superstar Mike Deodato. Também traz a hq "A chegada de Myra", história alternativa do tipo "o que aconteceria se", com uma Velta afrodescendente.
A edição tem 52 páginas, capa em cartão laminado e é uma edição da Atomic Editora.
A edição tem 52 páginas, capa em cartão laminado e é uma edição da Atomic Editora.
Conexão Literatura 41
Está circulando o número 41 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale.
A edição tem 62 páginas e destaca em entrevista o escritor José M. S. Freire, autor da série Tamara Jong. Também são entrevistados os escritores Daniel Renattini (Herdeiros das estrelas: O filho do sol), Magnólia Gomes (A guardiã Dama da Noite), Raquel Cassiano (Arquidata: A dama da espada e o segredo do medalhão) e Zacharia Korn (Rabullione: Uma autobiografia não autorizada de Napoleão Bonaparte). Nas seção de ficções, contos de Míriam Santiago e Roberto Schima, além de poemas de Idianara Lira Navarro. Artigos e divulgações de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 62 páginas e destaca em entrevista o escritor José M. S. Freire, autor da série Tamara Jong. Também são entrevistados os escritores Daniel Renattini (Herdeiros das estrelas: O filho do sol), Magnólia Gomes (A guardiã Dama da Noite), Raquel Cassiano (Arquidata: A dama da espada e o segredo do medalhão) e Zacharia Korn (Rabullione: Uma autobiografia não autorizada de Napoleão Bonaparte). Nas seção de ficções, contos de Míriam Santiago e Roberto Schima, além de poemas de Idianara Lira Navarro. Artigos e divulgações de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
O Sacy-Pererê
Está disponível para download gratuito o ebook O Sacy-Pererê: Resultado de uma collab, coletânea de ilustrações organizadas por Andriolli Costa para o saite Colecionador de Sacis.
Diz o texto de divulgação: "Nestas páginas, ilustradores profissionais e amadores se debruçaram sobre o centenário livro lobatiano para dar forma aos depoimentos ali registrados. Acompanha cada arte um trecho que captura a riqueza daquele testemunho."
Participam da edição os ilustradores Alisson Alencar, Azrael de Aguiar, Cristiane Xavier, Daniel Batista, David Dornelles, Fernando PJ, Ícaro Maciel, Luiz Henrique, Marco Goes, Mikael Quites, Pedro Godoy, Rafael Serpentis, Vee Marques, e a capa é de Azrael de Aguiar. A edição tem 29 páginas e pode ser baixada aqui.
Diz o texto de divulgação: "Nestas páginas, ilustradores profissionais e amadores se debruçaram sobre o centenário livro lobatiano para dar forma aos depoimentos ali registrados. Acompanha cada arte um trecho que captura a riqueza daquele testemunho."
Participam da edição os ilustradores Alisson Alencar, Azrael de Aguiar, Cristiane Xavier, Daniel Batista, David Dornelles, Fernando PJ, Ícaro Maciel, Luiz Henrique, Marco Goes, Mikael Quites, Pedro Godoy, Rafael Serpentis, Vee Marques, e a capa é de Azrael de Aguiar. A edição tem 29 páginas e pode ser baixada aqui.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
As melhores histórias brasileiras de horror
Este é um convite oficial para o lançamento do livro que ajudei a organizar, As melhores histórias brasileiras de horror, publicado pela Devir Livraria.
As melhores histórias brasileiras de horror tem a intenção de mostrar o quão rica e assustadora é esta trajetória, com uma seleção caprichada que vai de 1870 a 2014, ou seja, cobre 144 anos, quase toda a trajetória independente da vida nacional. Procuramos escolher histórias representativas, em especial as que abordam mais de perto a cultura brasileira, além de se destacar pela qualidade literária. Nesse sentido o conjunto dos autores selecionados é demonstrativo do interesse de parte dos melhores autores brasileiros, de diferentes épocas: Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Inglês de Sousa, Afonso Arinos, João do Rio, Gastão Cruls, Thomaz Lopes, Tabajara Ruas, Braulio Tavares, Márcia Kupstas, Roberto de Sousa Causo, Júlio Emílio Braz, Carlos Orsi, M. Deabreu, Walter Martins e Gustavo Faraon.
Um mosaico do que a ficção de horror brasileira já fez de mais interessante em cada época, permitindo uma experiência de leitura rica e diversificada. Aparecerão temas como canibalismo, feitiçarias e misticismos, catalepsia, erotismo sobrenatural, fantasmas e assombrações, fim dos tempos, epidemia, rituais pagãos, pactos e possessões, paranoias e conspirações. Um variado leque para despertar a imaginação e deixar os sentidos alertas. Pois o horror poderá estar à espreita em cada linha, em cada página. E certamente em todas as histórias.
Ficaremos felizes com a sua presença.
As melhores histórias brasileiras de horror tem a intenção de mostrar o quão rica e assustadora é esta trajetória, com uma seleção caprichada que vai de 1870 a 2014, ou seja, cobre 144 anos, quase toda a trajetória independente da vida nacional. Procuramos escolher histórias representativas, em especial as que abordam mais de perto a cultura brasileira, além de se destacar pela qualidade literária. Nesse sentido o conjunto dos autores selecionados é demonstrativo do interesse de parte dos melhores autores brasileiros, de diferentes épocas: Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Inglês de Sousa, Afonso Arinos, João do Rio, Gastão Cruls, Thomaz Lopes, Tabajara Ruas, Braulio Tavares, Márcia Kupstas, Roberto de Sousa Causo, Júlio Emílio Braz, Carlos Orsi, M. Deabreu, Walter Martins e Gustavo Faraon.
Um mosaico do que a ficção de horror brasileira já fez de mais interessante em cada época, permitindo uma experiência de leitura rica e diversificada. Aparecerão temas como canibalismo, feitiçarias e misticismos, catalepsia, erotismo sobrenatural, fantasmas e assombrações, fim dos tempos, epidemia, rituais pagãos, pactos e possessões, paranoias e conspirações. Um variado leque para despertar a imaginação e deixar os sentidos alertas. Pois o horror poderá estar à espreita em cada linha, em cada página. E certamente em todas as histórias.
Ficaremos felizes com a sua presença.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Carruagens de fogo
O escritor carioca Rogério Amaral de Vasconcellos, que na virada do século fez muito rebuliço com a coleção de ebooks SLEV, retoma o selo pela plataforma de autoedição da Amazon com o romance de ficção científica Carruagens de fogo.
A história – que começa em 2073 e avança até o século 23, quando a Terra está superpovoada, as viagens espaciais são rotineiras e a humanidade está pluralizada em diversas espécies – inicia acompanhando as desventuras do cargueiro Aurum Palladium numa viagem ao sistema Ômega do Tigre. O romance tem 256 páginas e está participando do Concurso Literário da Amazon.
Para mais informações, com direito a degustação, viste a página do romance aqui.
A história – que começa em 2073 e avança até o século 23, quando a Terra está superpovoada, as viagens espaciais são rotineiras e a humanidade está pluralizada em diversas espécies – inicia acompanhando as desventuras do cargueiro Aurum Palladium numa viagem ao sistema Ômega do Tigre. O romance tem 256 páginas e está participando do Concurso Literário da Amazon.
Para mais informações, com direito a degustação, viste a página do romance aqui.
Mafagafo 2 - 2 de 4
Está disponível para download o segundo fascículo da segunda edição da revista eletrônica Mafagafo, organizada por Jana Bianchi, com folhetins de ficção fantástica brasileira apresentados em episódios.
A edição tem 145 páginas e traz a sequência dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago assinadas por Maisa Fonseca, Alliah, Ailton Borges, André Colabelli, Geraldo Cebola João Lucas, Rodrigo Silva do Ó, Rúbia Dias, Wilson Faws e Clara Monteiro.
Ilustrações de autores diversos embelezam a publicação, e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista está disponível nos formatos mobi, epub e pdf, pode ser baixada gratuitamente aqui bastando compartilhar um post nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 145 páginas e traz a sequência dos contos de Lauro Kociuba, Isa Propero, Michel Peres, Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche. Também traz ficções-relâmpago assinadas por Maisa Fonseca, Alliah, Ailton Borges, André Colabelli, Geraldo Cebola João Lucas, Rodrigo Silva do Ó, Rúbia Dias, Wilson Faws e Clara Monteiro.
Ilustrações de autores diversos embelezam a publicação, e a capa é de Giovanna Cianelli.
A revista está disponível nos formatos mobi, epub e pdf, pode ser baixada gratuitamente aqui bastando compartilhar um post nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
sábado, 20 de outubro de 2018
Hiperespaço 3
Prosseguindo com a comemoração aos 35 anos de lançamento do Hiperespaço, está disponível o histórico terceiro número deste fanzine de ficção científica publicado originalmente em 1984.
A edição tem 10 páginas e traz artigos de José Carlos Neves sobre os efeitos especiais da hoje lendária ILM, empresa responsável pelos efeitos especiais da trilogia clássica da franquia Star wars, e sobre a construção de um modelo super-realista da famosa espaçonave da série de tv Battlestar Galactica. A capa traz uma ilustração de Cerito.
Hiperespaço 3 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1 e o número 2 também estão disponíveis.
A edição tem 10 páginas e traz artigos de José Carlos Neves sobre os efeitos especiais da hoje lendária ILM, empresa responsável pelos efeitos especiais da trilogia clássica da franquia Star wars, e sobre a construção de um modelo super-realista da famosa espaçonave da série de tv Battlestar Galactica. A capa traz uma ilustração de Cerito.
Hiperespaço 3 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1 e o número 2 também estão disponíveis.
Múltiplo 23
A edição de 76 páginas destaca o trabalho do escritor Ricardo Quartim (Os senhores de Ur), que foi transformado por seus fãs no personagem de quadrinhos Quartzo Dourado e é longamente entrevistado.
A edição publica quadrinhos de Rom Freire, Elinaudo Barbosa, Chagas Lima, Valmar Oliveira e Marcelo Lima. Tiras de Omar Viñole e um artigo de Elinaudo Barbosa completam a edição. A capa traz um desenho Rom Freire.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, e as edições anteriores também estão disponíveis. O zine podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
Juvenatrix 197
Outra publicação que reduziu a periodicidade em 2018 foi o fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti, mas neste caso o editor revelou as causas: está exausto das décadas de militância intensiva e decidiu reduzir o ritmo para poder dedicar-se a outras frentes de ação.
A edição 197 (outubro 2018) tem 10 páginas e traz um conto de Allan Fear, e resenhas do editor aos filmes de cinema The war in space/Battle in outer space 2 (1977) e do clássico absoluto Drácula de Tod Browning, de 1931, com o insuperável Bela Lugosi no papel principal. Divulgações de metal extremo e publicações independentes completam a edição, e a capa traz uma ilustração do sempre competente Mário Labate, outro ex-editor de fanzines que faz muita falta no meio independente.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
A edição 197 (outubro 2018) tem 10 páginas e traz um conto de Allan Fear, e resenhas do editor aos filmes de cinema The war in space/Battle in outer space 2 (1977) e do clássico absoluto Drácula de Tod Browning, de 1931, com o insuperável Bela Lugosi no papel principal. Divulgações de metal extremo e publicações independentes completam a edição, e a capa traz uma ilustração do sempre competente Mário Labate, outro ex-editor de fanzines que faz muita falta no meio independente.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Trasgo 18
2018 tem sido um ano de dificuldades para todo o mercado editorial brasileiro, com o encerramento de muitas editoras, bancas e livrarias, cancelamento de projetos em curso e problemas de periodicidade até com edições eletrônicas como a Trasgo que enfim publica sua segunda edição no ano, cinco meses depois da edição 17 e treze depois da 16. O editor, Rodrigo van Kampen, anuncia mudanças futuras no editorial da edição 18, justamente para superar esses atrasos, e tais mudanças talvez nos revelem as causas do problema. Vamos aguardar.
A revista, que é totalmente dedicada à produção nacional de ficção fantástica, traz 119 páginas na versão pdf, com contos e novelas de ficção científica, fantasia e terror de autoria de Marlon Ortiz, Guilherme Lopes, Márcio Moreira, Helton Lucinda Ribeiro, Lívia Stocco e Isa Prospero, além de uma galeria com ilustrações de Raitan Ohi, que também assina a capa. Todos os artistas publicados são entrevistados na edição.
Trasgo pode ser lida e baixada aqui, nos formatos epub, mobi e pdf, bastando para isso compartilhar a informação nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
Trasgo aceita submissões e os trabalhos publicados são remunerados.
A revista, que é totalmente dedicada à produção nacional de ficção fantástica, traz 119 páginas na versão pdf, com contos e novelas de ficção científica, fantasia e terror de autoria de Marlon Ortiz, Guilherme Lopes, Márcio Moreira, Helton Lucinda Ribeiro, Lívia Stocco e Isa Prospero, além de uma galeria com ilustrações de Raitan Ohi, que também assina a capa. Todos os artistas publicados são entrevistados na edição.
Trasgo pode ser lida e baixada aqui, nos formatos epub, mobi e pdf, bastando para isso compartilhar a informação nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
Trasgo aceita submissões e os trabalhos publicados são remunerados.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Revistinha Pulp
Sem alarde, já está à venda o terceiro número, Aliens, do periódico literário Revistinha Pulp, inteiramente dedicado à ficção científica, com edição do dramaturgo Saulo Sisnando através do grupo Teatro de Apartamento, que desenvolve a produção e apresentação de peças no gênero.
Aliens tem 88 páginas e traz contos de Abdrei Simões, Breno Torres, Clara Gianni, Fábio de Andrade, Flávio Ramos Moreira, Giuliana Murakami e Lenmarck.
A publicação está disponível para leitores Kindle, mas acredito ser possível lê-lo usando o leitor online Kindle Cloud. As edições anteriores, Terror e Assombração, também estão disponíveis.
Aliens tem 88 páginas e traz contos de Abdrei Simões, Breno Torres, Clara Gianni, Fábio de Andrade, Flávio Ramos Moreira, Giuliana Murakami e Lenmarck.
A publicação está disponível para leitores Kindle, mas acredito ser possível lê-lo usando o leitor online Kindle Cloud. As edições anteriores, Terror e Assombração, também estão disponíveis.
Conexão Literatura 40
Está circulando o número 40 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale.
A edição tem 86 páginas e destaca em entrevista o escritor português Nuno Morais, autor da trilogia Tráfico desumano. Também são entrevistados os escritores Gabriel Ferreira (Espirando e expelindo), Caio Mirabelli (A conscienciologia evolutiva), César Dabus (A liga dos corações puros) e José Michel (Laquê na virilha). Nas seção de ficções, contos de Míriam Santiago e Roberto Schima; artigos e divulgação de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 86 páginas e destaca em entrevista o escritor português Nuno Morais, autor da trilogia Tráfico desumano. Também são entrevistados os escritores Gabriel Ferreira (Espirando e expelindo), Caio Mirabelli (A conscienciologia evolutiva), César Dabus (A liga dos corações puros) e José Michel (Laquê na virilha). Nas seção de ficções, contos de Míriam Santiago e Roberto Schima; artigos e divulgação de filmes e livros completam a edição.
Conexão Literatura é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
Prêmio ABERST 2018
Surge um novo prêmio para a literatura fantástica brasileira: o Prêmio ABERST de Literatura, que pretende apurar, através de um corpo de jurados, os melhores nas categorias Conto/noveleta/novela policial ou de suspense; Conto/noveleta/novela de terror ou horror; Romance policial ou de suspense; Romance de terror ou horror; Projeto gráfico numa obra de terror, horror, suspense ou policial; Autor/autora revelação de terror/horror/suspense/policial; e Conjunto da obra.
ABERST é sigla para Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror, entidade idealizada pela escritora Cláudia Lemes que tem como objetivo promover e congregar os autores desses gêneros no país.
A cerimônia de entrega acontece no dia 27 de outubro, às 14 horas, no auditório da Unibes Cultural (R. Oscar Freire, 2500, São Paulo). Duda Falcão, autor cuja obra está intimamente ligada ao horror, aparece indicado em duas categorias. A lista completa dos indicados pode ser conferida no saite da entidade, aqui.
ABERST é sigla para Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror, entidade idealizada pela escritora Cláudia Lemes que tem como objetivo promover e congregar os autores desses gêneros no país.
A cerimônia de entrega acontece no dia 27 de outubro, às 14 horas, no auditório da Unibes Cultural (R. Oscar Freire, 2500, São Paulo). Duda Falcão, autor cuja obra está intimamente ligada ao horror, aparece indicado em duas categorias. A lista completa dos indicados pode ser conferida no saite da entidade, aqui.
Múltiplo 19
Enfim, está circulando o número 19 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim. Como foi anunciado, a edição saiu atrasada - a numeração já vai pelo 22 - por conta de alguns contratempos com o conteúdo.
A edição de 112 páginas destaca a hq "Segredos extremos", de Belardino Brabo e Elinaldo Barbosa, reunindo uma enorme quantidade de super heróis do novo quadrinho independente. Também focaliza em entrevista o roteirista Rodrigo Marcondes (criador do personagem Blindado).
A edição ainda traz quadrinhos de Elenílton Freitas, Chris Ciuffi, Marcos Gratão, Jhonas Vieira, Glauco Torres Grayn, Alexandre Cardoso, Fernando César, Luiz Iório, Josi OM e João Carlos Magier. Artigos e resenhas completam a edição. A capa traz um desenho de Fernando César R. Fonseca .
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, e as edições anteriores também estão disponíveis. O zine também pode ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição de 112 páginas destaca a hq "Segredos extremos", de Belardino Brabo e Elinaldo Barbosa, reunindo uma enorme quantidade de super heróis do novo quadrinho independente. Também focaliza em entrevista o roteirista Rodrigo Marcondes (criador do personagem Blindado).
A edição ainda traz quadrinhos de Elenílton Freitas, Chris Ciuffi, Marcos Gratão, Jhonas Vieira, Glauco Torres Grayn, Alexandre Cardoso, Fernando César, Luiz Iório, Josi OM e João Carlos Magier. Artigos e resenhas completam a edição. A capa traz um desenho de Fernando César R. Fonseca .
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui, e as edições anteriores também estão disponíveis. O zine também pode ser encomendado em formato impresso, aqui.
Mafagafo 2 - 1 de 4
Está disponível para download o primeiro fascículo da segunda edição da revista eletrônica Mafagafo, organizada por Jana Bianchi, com folhetins de ficção fantástica brasileira apresentados em episódios.
A edição tem 160 páginas e traz as primeiras partes de oito contos dos seguintes autores: Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche, Isa Propero, Lautro Kociuba e Michel Peres. Também traz nove ficções-relâmpago assinadas por Luiz Miguel Lisboa Machado, Rafael Peregrino, Viviane Maurey, H. Pueyo, Pasola Siviero, Sergio Eduardo Felisbino Jr., Allan Jonhnatha, Lucas David Michels dos Santos e Carol Vidal. Diversas ilustrações ilustram cada trabalho e embelezam a publicação. A capa é de Giovanna Cianelli.
Mafagafo pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
A edição tem 160 páginas e traz as primeiras partes de oito contos dos seguintes autores: Sergio Motta, Anna Fagundes Martino, Marcos Berto, Dante Luiz e Ana Rüsche, Isa Propero, Lautro Kociuba e Michel Peres. Também traz nove ficções-relâmpago assinadas por Luiz Miguel Lisboa Machado, Rafael Peregrino, Viviane Maurey, H. Pueyo, Pasola Siviero, Sergio Eduardo Felisbino Jr., Allan Jonhnatha, Lucas David Michels dos Santos e Carol Vidal. Diversas ilustrações ilustram cada trabalho e embelezam a publicação. A capa é de Giovanna Cianelli.
Mafagafo pode ser baixada gratuitamente aqui nos formatos mobi, epub e pdf, bastando compartilhar um post nas redes sociais. As edições anteriores também estão disponíveis.
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Parabéns: Hiperespaço 2
Prosseguindo com a comemoração aos 35 anos do Hiperespaço, está disponível o histórico segundo número do fanzine de ficção científica patriarca deste blogue, publicado originalmente no início do icônico ano de 1984.
A edição tem 10 páginas e destaca os detalhes do longa O retorno de jedi, então recentemente lançado nos cinemas brasileiros, num artigo de José Carlos Neves. Também publica uma entrevista com o ilustrador Rodval Matias – autor do desenho da capa –, quadrinhos de Mário Mastrotti e notícias sobre fatos e eventos da época.
Hiperespaço 2 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1 também está disponível.
A edição tem 10 páginas e destaca os detalhes do longa O retorno de jedi, então recentemente lançado nos cinemas brasileiros, num artigo de José Carlos Neves. Também publica uma entrevista com o ilustrador Rodval Matias – autor do desenho da capa –, quadrinhos de Mário Mastrotti e notícias sobre fatos e eventos da época.
Hiperespaço 2 pode ser lido online aqui ou baixado gratuitamente aqui. O número 1 também está disponível.
Algazarra
Santiago Santos, autor do excelente romance episódico Na eternidade sempre é domingo (2016), retorna às estantes pela Editora Patuá com a coletânea de microcontos Algazarra. São cinquenta textos que vão de trezentas a mil palavras e trafegam por diversos temas e formatos, passando inclusive pela fantasia, o terror, a ficção científica e o realismo fantástico, entre outros gêneros. O volume é ainda valorizado pela belíssima capa de Ericka Lugo.
Organizada pelo próprio autor, esta é a primeira seleta de suas publicações no bem avaliado saite Flash Fiction, ainda ativo e publicando periodicamente trabalhos inéditos sempre surpreendentes pela ousadia e qualidade.
Santiago é jornalista e constrói seu multiverso ficcional a partir de Cuiabá, onde reside desde criança. Recomendadíssimo.
Mais informações no saite da Editora Patuá, aqui.
Organizada pelo próprio autor, esta é a primeira seleta de suas publicações no bem avaliado saite Flash Fiction, ainda ativo e publicando periodicamente trabalhos inéditos sempre surpreendentes pela ousadia e qualidade.
Santiago é jornalista e constrói seu multiverso ficcional a partir de Cuiabá, onde reside desde criança. Recomendadíssimo.
Mais informações no saite da Editora Patuá, aqui.
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Contos de Horror: Shimamoto
Grande mestre dos quadrinhos brasileiros, Julio Shimamoto tem boa parte de sua obra associada aos quadrinhos de horror, que pratica desde sua estreia na arte, tendo participado da história dos quadrinhos em praticamente todas as suas fases, tanto nas editoras mais importantes como nos fanzines e publicações alternativas. Algumas de suas histórias mais clássicas estão destacadas na coletânea Contos de Horror organizada pela Atomic Books e Quadrante Sul Comics. São seis história, produzidas entre 1961 e 1989 e originalmente publicadas nas revistas Medo (Press) Mestres do Terror, Calafrio (D’Arte) e Spektro (Vecchi), todas no preto e branco que Shimamoto domina como poucos, sendo duas delas com roteiro de Júlio Emílio Braz e as demais do próprio Shimamoto.
A edição tem 64 páginas, acabamento gráfico primoroso com papel encorpado, capa laminada, e lombada quadrada, que tem sido o padrão dessa editora independente.
Mais informações no blogue da Atomic, aqui.
A edição tem 64 páginas, acabamento gráfico primoroso com papel encorpado, capa laminada, e lombada quadrada, que tem sido o padrão dessa editora independente.
Mais informações no blogue da Atomic, aqui.