terça-feira, 7 de setembro de 2010

Spell Work 7

Ainda ecoando a FantastiCon, acontecida há pouco mais de uma semana, este zine eu recebi das mãos de sua editora, Thina Curtis, que o estava distribuindo durante o evento.
Trata-se de Spell Work um zine à moda antiga, e com isso me refiro a um formato que foi bastante comum nos anos 1980, de publicações em xerox, volumosas, que tratavam de inúmeros assuntos, de política a música, de poesia a ficção científica etc. Eu acreditava que esse tipo de publicação estivesse extinto, subjugado pela avassaladora onda digital de blogues e comunidades virtuais. Ainda bem que eu estava enganado, pois ainda há muitos lugares neste país nos quais a cultura digital não chegou e não chegará pelo menos neste século. As publicações em papel cumprem, assim, um trabalho fundamental de expandir o alcance da informação.
Certa vez, li um trabalho acadêmico, disponível aqui, que estabelecia definições muito específicas entre fanzine e zine. As duas definições, de acordo com o autor, não se referem ao mesmo tipo de publicação. Fanzine é uma publicação feita por fãs, e se entende por fã alguém que escolheu consumir (e esta é uma palavra chave na definição) algum tipo de produto em especial. Ou seja, o objeto de desejo de um fã é algo comercial, consumível: um cantor, um ator de TV, um gênero ou estilo de música ou literatura, etc. Quando a publicação trata de coisas como política, ecologia, sociologia etc, ou quando não se foca unicamente no mesmo assunto, tornando-se um tipo de almanaque, a definição mais exata seria zine, uma revista publicada alternativamente porém sem o caráter específico de fã. Concordo que isso pode ser discutido, mas eu gostei da definição.
Spell Work tem um escopo muito amplo e é, portanto, um zine. Nas 48 páginas de sua sétima edição, o zine trata de assuntos variadíssimos, como música, pintura, cinema, quadrinhos, literatura, poesia, dança, cidadania, turismo etc.
A maior parte dos artigos são assinados pela editora, mas também colaboram na edição Gazy Andraus, Iam Godoy, Rosana Raven, Edgar Franco, Edson F., Marcelo Pastel e Alan Draht. São entrevistados o poeta Glauco Matoso e as bandas Anorkia e Harry and The Addict. Completam a edição, uma HQ de Edgar Franco, um conto de Edson F. e poemas de Luiz Carlos Conceição e Thina Curtis. A capa é do artista plástico Carlos Rodolfo Gamba.
Spell Work tem páginas no Myspace e no Orkut. Para conseguir um exemplar, tente que escrever para a editora: tinacurtis11@yahoo.com.br ou emodem@ig.com.br.

2 comentários:

  1. Muito bacana sua resenha Cerito!O SW acabou se tornando peça importante nas nossas vidas, e nas dos leitores!
    Aproveito para convida-lo a visitar meu blog dedicado aos quadrinhos modemhq.blogspot.com, eu mesmo já fui um aluno seu, em uma oficina em são bernardo, ha uns anos atras...

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  2. Esta rede de ativistas que propicia a circulação da nossas idéias e arte é fundamental para que a cena alternativa continue viva e forte ao longo dos anos. Em especial, gostaria de salientar a presença marcante da ativista, poeta e editora Thina Curtis, que se tornou uma referência para a cultura alternativa brasileira e é um elo forte e de extrema importância no contexto difusor, nacional e internacionalmente. Congratulações a este espaço virtual pela matéria.

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