No dia 17 de dezembro de 2017, estive numa pequena feira vegana em São Caetano do Sul e lá conheci a escritora franco-brasileira Christiane de Murville, que promovia livros de sua autoria, entre os quais a série de fantasia científica A caverna cristalina, publicada em 2015 pela editora Chiado. Esse título não foi percebido pela pesquisa do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica quando de seu lançamento, devido a sabida dificuldade em identificar os livros que não chegam ao mercado e cujos autores não fazem parte ativa do fandom, como é o caso. Cristiane é doutora em Psicologia Clínica pela USP e já havia publicado trabalhos acadêmicos, mas esta série foi sua primeira incursão na ficção.
A série é formada por três volumes: Uma aventura no tempo, O desafio do labirinto e Capturados no tempo. todos bastante parrudos (416, 428 e 488 páginas, respectivamente). Conta sobre um grupo de pesquisadores que encontra uma caverna muito especial na Chapada Diamantina e, a partir de lá, espalha-se pelo tempo e pelas dimensões. A história vai além das questões puramente ligadas a tradição da ficção científica e avança sobre a filosofia oriental, a psicologia e outras correntes especulativas, construindo um painel autoral que escapa de uma classificação objetiva. Outro diferencial é que a série também teve edição na França.
Mais informações sobre estes e outros livros da autora podem ser encontrados no saite Livros & Esculturas, bem como podem ser adquiridos no saite da Editora Chiado, aqui.
sábado, 23 de dezembro de 2017
QI 148
A edição tem 32 páginas e traz os artigos "Lima Barreto em quadrinhos" e "Cromos ou álbuns de figurinhas", ambos de Lio Guerra Borcony, "Robin Hood e seu espírito maçom", de Espedicto Figueiredo, quadrinhos de Luiz Claudio Lopes Faria e do editor, e as colunas "Mantendo contato" (com a primeira parte de uma entrevista com o quadrinhista Fernando Bonini, falecido em 2005), "Fórum" e "Edições independentes" divulgando os lançamentos de fanzines do bimestre. A capa é o destaque da edição, com um aplique em papel azul que, ao ser levantado, conclui um cartum do editor. Há muito tempo não via uma intervenção desse tipo num fanzine e fiquei positivamente surpreso com essa ousadia gráfica.
Junto à edição, os assinantes recebem o fascículo Artigos sobre histórias em quadrinhos 9: A História do Oeste, de Carlos Gonçalves, 12 páginas com um artigo fartamente ilustrado sobre os 50 anos de uma das maiores obras primas dos quadrinhos italianos, a série Storia del Oeste (publicada no Brasil nos anos 1970 pela Ebal na coleção Epopeia Tri), com direito a biografia dos artistas Gino D'Antonio, Sergio Tarquino, Renato Polese, Renzo Galegari, Luis Bermejo Rojo e Giorgio Trevisan, uma homenagem realmente emocionante para o leitor cinquentão.
O QI é distribuído exclusivamente por assinatura e esta edição anuncia a renovação das mesmas para 2018 por apenas R$30,00, que dá direito, além das seis edições do ano, a uma série de brindes maravilhosos que tornam esse valor uma pechincha. Mas para quem não está interessado no fanzine impresso e nos brindes exclusivos, a versão digital do QI 148 estará disponível em breve no saite da editora Marca de Fantasia, aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. Mais informações com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Juvenatrix 191
Está circulando a edição de dezembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti. Traz, em 14 páginas, contos de Norton A. Coll e Emanuel R. Marque, artigo de Angelo Junior sobre a série de tv The walking dead, além de divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo. A capa traz uma ilustração de Dimitri Kozma.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Múltiplo 14
Está circulando o número 14 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição de 56 páginas destaca uma longa entrevista com Denilson Reis, editor do fanzine Tchê.
Nos quadrinhos, produções muito interessantes assinadas por André Carim, Rudy Soares, All Silva, Glauco Torres, Elinaudo Barbosa, Maurício Rosélli Augusto, Luiz Iório e Omar Viñole.
A capa traz a arte de Júlio César enquanto diversas pinups de Teresa Costa enriquecem as páginas internas.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Também pode ser encomendada em formato impresso. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição de 56 páginas destaca uma longa entrevista com Denilson Reis, editor do fanzine Tchê.
Nos quadrinhos, produções muito interessantes assinadas por André Carim, Rudy Soares, All Silva, Glauco Torres, Elinaudo Barbosa, Maurício Rosélli Augusto, Luiz Iório e Omar Viñole.
A capa traz a arte de Júlio César enquanto diversas pinups de Teresa Costa enriquecem as páginas internas.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Também pode ser encomendada em formato impresso. Edições anteriores também estão disponíveis.
45 anos de Velta
Está circulando o primeiro volume da edição comemorativa Velta, de Emir Ribeiro, assinalando os 45 anos de criação da mais conhecida detetive dos quadrinhos brasileiros.
Editada pelo próprio Ribeiro, a publicação de 68 páginas traz uma aventura de Velta ao lado de Naiara, a filha de Drácula, personagem criada em 1967 por Rene Barreto e Edmundo Rodrigues.
A história, carregada de sensualidade – daí sua recomendação para adultos –, tem desenhos de Ribeiro e roteiro do lendário R. F. Lucchetti, que dá um valioso depoimento sobre a criação de Naiara. A capa traz uma ilustração de Paulo Nery.
A edição pode ser adquirida com o autor pelo email emir.ribeiro@gmail.com
Editada pelo próprio Ribeiro, a publicação de 68 páginas traz uma aventura de Velta ao lado de Naiara, a filha de Drácula, personagem criada em 1967 por Rene Barreto e Edmundo Rodrigues.
A história, carregada de sensualidade – daí sua recomendação para adultos –, tem desenhos de Ribeiro e roteiro do lendário R. F. Lucchetti, que dá um valioso depoimento sobre a criação de Naiara. A capa traz uma ilustração de Paulo Nery.
A edição pode ser adquirida com o autor pelo email emir.ribeiro@gmail.com
sábado, 16 de dezembro de 2017
A era das revoluções
A era das revoluções: 1789 - 1848 (The age of revolution: Europe 1789 - 1848), Eric Hobsbawm. Tradução não creditada. Edição avaliada para ebook Kindle, Edição Le Livros, sem data.
O historiador britânico Eric John Ernest Hobsbawm (1917-2012) nasceu no Egito sob dominação britânica. Filho de judeus, formou-se em História em Cambridge, lutou na Segunda Guerra Mundial, foi militante político de esquerda e membro do Partido Comunista britânico.
Hobsbawm produziu uma extensa e vultosa obra, dentro da qual se destaca um ensaio sobre o desenvolvimento do sistema internacional ao longo dos séculos XIX e XX, estudo este publicado nos volumes A era das revoluções (1962), A era do capital (1975) e A era dos impérios (1987), nos quais o autor expõe detalhes do processo de formação do sistema internacional moderno a partir do desenvolvimento do capitalismo, começando na Revolução Industrial britânica e na Revolução Francesa de 1789 – que ele chama de Dupla Revolução – até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A esses títulos pode-se somar Era dos extremos: O breve século XX (1994), em que o autor avança até a queda do regime soviético em 1991. Este texto resenha o primeiro volume da série, A era das revoluções: 1798-1848.
O livro está dividido em dezesseis capítulos separados em dois tomos principais nomeados "Evolução" e "Os resultados", que desdobram cada aspecto da história e dos efeitos da dupla revolução não apenas na Europa, mas também nos demais continentes influenciados pelos impérios emergentes do século XIX.
O primeiro capítulo, "O mundo da década de 1780", monta o panorama do ambiente sociopolítico europeu em que as forças pré-revolucionárias estavam em ebulição, especialmente a Grã-Bretanha e a França, dominado pelas relações de produção medieval e governado por monarquias com grandes senhores de terra e uma população servil. Manifestavam-se, em 1789, as primeiras ações da revolução industrial, com pequenos industriais assalariando camponeses em cidades ainda tão pequenas que mal se destacavam da paisagem rural que as cercava, mas onde já surgia um forte senso de identidade cosmopolita. A máquina a vapor, inventada por James Watt, e outros avanços tecnológicos nos mais diversos campos, como o da olaria, da química e da impressão, aliados à forte influência da maçonaria iluminista, foram os alicerces das grandes mudanças que revolucionariam o mundo nos 50 anos seguintes.
O capítulo 2, "A revolução industrial", detalha a agitação que tomou de assalto a Inglaterra, quando a classe dos proprietários industriais se associou à liderança política e começou a mudar as relações sociais e de produção a seu favor, com as lei dos cercamentos que expulsava os camponeses das terras onde viviam há gerações não só para ali instalarem espaços para criação de ovelhas, mas, principalmente, para dispor de um contingente inesgotável de mão de obra barata para suas fábricas mecanizadas – incluindo as mulheres e as crianças – e leis de trabalho compulsório. Tais medidas aumentaram significativamente a produtividade e os lucros, bem como a dimensão das cidades, com um acentuado declínio da atividade agrícola que levou a busca por mercados internacionais, seja para obter matéria prima, especialmente carvão, ferro e algodão para a indústria têxtil em crescimento, mas também para vender o excedente da produção. Houve resistência, como o movimento ludita, que atacava as fábricas para destruir máquinas, mas foi impossível parar a marcha do progresso.
O capítulo 3 é dedicado à Revolução Francesa. Talvez por conta do tema momentoso, é a leitura mais intensa de todo o livro. Hobsbawm classifica o período em que a Revolução Francesa ocorreu como "Era da revolução democrática", por se identificar com outras revoluções contemporâneas que aconteceram na Bélgica, Irlanda, Holanda, Inglaterra e outros países. Suas causas foram o excesso de pressão social, os problemas financeiros da monarquia francesa, a tentativa dos aristocratas em tomar o poder, e dos burgueses, associados aos trabalhadores e camponeses pobres, para destituir a monarquia e implementar um governo revolucionário republicano. Em 1789 foi promulgada a "Declaração dos direitos do homem e do cidadão", seguida pela Revolução Jacobina de 1890. Todas essas revoluções foram acompanhadas de muita violência e acabaram por deflagar uma guerra revolucionária em toda a Europa, na qual veio a se destacar o General Napoleão Bonaparte.
O capítulo 4, chamado "A guerra", trata justamente do período de intensos conflitos militares promovidos pelo Exército Revolucionário Jacobino sob comando de Bonaparte, força pouco treinada e de recursos escassos, mas muito motivada e idealista, que acabou por conquistar todo o continente levando a mensagem da revolução burguesa. O grande inimigo da França era a Inglaterra mas, devido a dificuldade de levar a ela seus exércitos, Bonaparte optou por uma estratégia de sufocamento comercial. Contudo, os jacobinos seriam derrotados na Rússia com grande perda de efetivos ("De 610 mil homens... 100 mil retornaram"), que se seguiu a derrota total da França Napoleônica frente aos britânicos.
"A paz" é título do capítulo 5, que analisa os anos que se seguiram à queda de Napoleão, com o surgimento de novas potências na Europa, como a Rússia, Grã-Bretanha, França, Áustria e Prússia, o desenvolvimento do mundo árabe sob comando de Mohammed Ali, a expansão dos EUA para o oeste e, sem qualquer resistência, a expansão econômica britânica para o mundo todo a partir de um forte investimento em sua frota naval.
No capítulo seguinte, "As revoluções", Hobsbawm move seu olhar para outras regiões do mundo, observando os movimentos de independência na América Latina (Grande Colômbia, Peru, México e Brasil), algumas delas de inspiração revolucionária. Observa também a organização dos primeiros sindicatos classistas na Europa e o surgimento de uma classe operária como força política autoconsciente e independente.
O capítulo 7, chamado "O nacionalismo", fecha o primeiro tomo, tratando dos movimentos nacionalistas que se espalharam pela Europa, fruto do descontentamento dos pequenos proprietários, intelectuais e de uma recém-formada classe média, impulsionados pelo surgimento de jornais e livros publicados em suas próprias línguas, bem como e o reenraizamento de populações que antes haviam emigrado de suas terras nativas.
Em seguida, o autor passa a analisar os efeitos que dupla revolução causou nas instituições econômicas e culturais da sociedade europeia.
O capítulo 8 trata da primeira dessas instituições , "A terra", que o autor introduz da seguinte maneira: "O impacto da revolução dupla sobre a propriedade e o aluguel da terra e sobre a agricultura foi o mais catastrófico fenômeno do período". Foram três as necessidades que se impuseram à revolução industrial quando se seus estágios iniciais: 1) Transformar a aterra em uma mercadoria; 2) Dar sua propriedade a homens empreendedores; e 3) Transformar os camponeses em mão de obra assalariada. Para isso, calém da já citada lei dos cercamentos, foram tomadas diversas providências, como leis que obrigavam os desterrados a vender sua mão de obra nas cidades, a venda das terras de propriedade da Igreja e a criação forçada de uma classe rural de empresários. Tais providências foram tomadas não apenas na Inglaterra, que sofreu seus efeitos em primeiro lugar, mas também nas colônias britânicas, como a Índia, que foi intencionalmente destituída da indústria artesanal que já possuía, em favor do modelo mecanizado britânico, que trouxe muito sofrimento e miséria ao povo indiano.
Em "Rumo a um mundo industrial" o autor mostra que "de todas as consequências econômicas da época da revolução dupla, a divisão entre os países 'adiantados' e os 'subdesenvolvidos' provou ser a mais profunda e duradoura". Por volta de 1840, só a Inglaterra era industrializada, com os EUA e a Alemanha no limiar. Os aspectos mais notáveis do crescimento industrial, também chamado de "progresso", foram o crescimento populacional e dos fluxos migratórios, o incremento da comunicação, com o surgimento de novas tecnologias, como o telégrafo, e do transporte, como ferrovias e estradas, assim como o explosivo crescimento do comércio, com mudanças sociais e econômicas rápidas e radicais, crescimento das cidades, dos parques industriais e do mercado financeiro.
O capítulo 10, "A carreira aberta ao talento", trata de um fenômeno derivado da dupla revolução, que foi permitir alguma mobilidade social a partir do domínio de habilidades específicas. "O principal resultado da Revolução na França foi o de pôr fim à sociedade aristocrática. Mas não significou o fim da influência aristocrática", diz o autor. Pois a burguesia assenhorou-se dos valores culturais da aristocracia, que se tornaram ainda mais dominantes com o avanço da revolução industrial através da ação dos jornais e da publicidade. Eram quatro os caminhos possíveis para o exercício do talento: os negócios, a educação (que inclui a ciência, a burocracia e o profissionalismo liberal), a política e a guerra. Ou seja, uma pessoa de origem desfavorecida poderia ascender socialmente caso dominasse uma das habilidades valorizadas pela sociedade capitalista revolucionária. A criação na França dos exames seletivos, usados até os dias de hoje, tinha o objetivo claro de selecionar uma elite intelectual. A famigerada família Rothschild é um exemplo de sucesso no setor de negócios, pois eram de origem judaica, um povo recorrentemente mantido à margem da sociedade. A propósito, os judeus foram os que melhor aproveitaram essa oportunidade, destacando-se também nas artes, na ciência e na política. A máxima de Hobsbawm é uma verdade válida até os nosso dias: "O homem que não tivesse demonstrado a habilidade de chegar a proprietário não era um homem completo e, portanto, dificilmente poderia ser um cidadão completo".
O capítulo 11 analisa "Os trabalhadores pobres". Ao indivíduo que não possuísse uma das virtudes valorizadas, restavam três alternativas: lutar para se tornar um burguês (o que era virtualmente impossível), aceitar ser explorado (que levava à depressão, doenças e alcoolismo em massa) e a rebelião (visto que o emprego não era muito melhor que a escravidão). A revolução trabalhista era, pois, uma alternativa quase que compulsória. Logo se formaram uma consciência de classe e uma ambição de classe.
Em "A ideologia religiosa", Hobsbawm observa a influência da revolução dupla sobre as religiões. Por muitos séculos, o cristianismo foi de tal forma dominante na Europa que o termo "cristão" era usado como sinônimo de "homem". A dupla revolução mudou o panorama social, descolando-o de seus aspectos religiosos, secularizando as massas, descristianizando os instruídos e estabelecendo uma moralidade anticristã, com o desenvolvimento de muitas seitas de caráter racionalista. Contudo foi o protestantismo, praticado desde o século XVI, o mais beneficiado devido à convergência de valores fundamentais com o capitalismo burguês. Também foram evidenciadas seitas de caráter integralista, que apresentavam aspectos extremistas como intransigência e histeria religiosas. Da mesma forma, houve um considerável avanço do islamismo no oriente. Em todas as regiões também se observou uma reaproximação entre Estado e Igreja, com a religião se tornando defensora do Estado que, por sua vez, instrumentaliza a religião como mais uma de suas ferramentas de dominação.
No capítulo 13, o autor faz o contraponto abordando "A ideologia secular", apoiada essencialmente nos significantes de "progresso", palavra tão poderosa que praticamente ninguém pode contradizer sem desmoralizar a si próprio. O progresso passa a ser visto como um aspecto na natureza humana, sem a qual a vida é impossível. Essa ideologia, filha do Iluminismo e do Racionalismo, abriu caminho para o Utilitarismo de Bentham e Mill, para o Liberalismo de Smith e Ricardo, e para o Socialismo de Marx e Engels. Pois o que diferencia o Liberalismo do Socialismo não são seus objetivos, que são os mesmos, mas os métodos para atingi-los; pois o primeiro vê a sociedade como um aglomerado de indivíduos autônomos, e o socialismo acredita que o homem é basicamente um ser comunitário. A Alemanha foi grande tributária do pensamento político desse período, onde surgiram os conceitos de Materialismo, Empirismo Filosófico e Filosofia Natural.
O capítulo seguinte debruça-se sobre "As artes", que floresceram como nunca sob influência da revolução dupla potencializada pelo nacionalismo. Os artistas se envolveram com as questões públicas, evidenciado o caráter político em suas obras. A música, a pintura e a literatura cresceram em importância, enquanto a arquitetura perdeu espaço para a engenharia, mais afeita aos valores da revolução industrial. A filosofia naturalista, que propunha a religação do homem a sua natureza, estabeleceu o paradigma do Romantismo, reação ao Classicismo que se desdobrou em praticamente todas as artes desse período. Os românticos viam o homem do campo como um exemplo de virtudes incontaminadas, a "alma do povo". Desenvolveram-se, pois, as grandes epopeias nacionais, os cancioneiros folclóricos, as coletâneas de histórias populares e o cordelismo, embora entre a burguesia o padrão de cultura fosse o do nobre inglês, fruto da supremacia da Grã-Bretanha naquele mundo sob influência da dupla revolução. É aparentemente aqui que se estabelece a profunda distinção entre a arte oficial e a arte popular, que até hoje ecoa o abismo criado pelo capitalismo entre os países centrais desenvolvidos e os periféricos subdesenvolvidos.
"A ciência" é o último aspecto analisado por Hobsbawm neste volume, apontando que o período foi berço de "novos pontos de partida radicais", principalmente no campo da matemática, da química, da física eletromagnética e da astronomia, que resultou no forte crescimento no número de cientistas e eruditos na Europa. Também foi nesse período que se desenvolveram os estudos da vida a partir de ciências inorgânicas, com o desenvolvimento de novas ciências, tais como Geologia, Sociologia, Psicologia, Ciências Biológicas, Filologia, Antropologia, Etnografia, Pré-História e a Paleontologia, entre outras, assim como nas descobertas da química orgânica, do evolucionismo histórico e da evolução das espécies.
O capítulo 16 encerra este estudo com "Conclusão: Rumo a 1948". O autor define o período 1789-1848 como "o meio século mais revolucionário da história" e "uma época de superlativos", com o aumento do desenvolvimento técnico, industrial e científico, aumento populacional, da pobreza, concentração de renda com pouco desenvolvimento da estrutura política e social, e o surgimento da "classe média". A grande depressão da década de 1840, com quebra de safras, fome, miséria e grandes migrações em massa, somada ao aumento contínuo da tensão social levaria o mundo da dupla revolução à grande revolução em 1848.
Ler A era das revoluções: 1789 - 1848 não é tarefa fácil. Trata-se de um texto longo repleto de detalhes que precisam ser lidos com muita atenção, e revela ainda mais detalhes nas segunda e terceira leituras devido ao diálogo entre suas partes. Recomendo a leitura de uma edição oficial, preferencialmente impressa, pois a edição da Le Livros é a pior possível, com muitas gralhas, sem créditos e sem as notas de rodapé que também são muito importantes para a perfeita compreensão de todos os significados do texto. Louva-se o esforço do editor em acrescentar à edição a seção de mapas, contudo ela se torna pouco útil sem a presença dos demais conteúdos. Além do que a visualização dos mapas na pequena tela do Kindle não é favorável, como seria de se desejar.
Ainda assim, a leitura de A era das revoluções: 1789 - 1848 é uma experiência comparável apenas a de grandes clássicos da literatura. Ou seja, se não é obrigatório, deveria ser. Mesmo com todos os problemas desta edição, o resultado é uma série de revelações importantes sobre a natureza da sociedade moderna e do homem, que motiva fortemente o leitor para os demais volumes da série.
Hobsbawm produziu uma extensa e vultosa obra, dentro da qual se destaca um ensaio sobre o desenvolvimento do sistema internacional ao longo dos séculos XIX e XX, estudo este publicado nos volumes A era das revoluções (1962), A era do capital (1975) e A era dos impérios (1987), nos quais o autor expõe detalhes do processo de formação do sistema internacional moderno a partir do desenvolvimento do capitalismo, começando na Revolução Industrial britânica e na Revolução Francesa de 1789 – que ele chama de Dupla Revolução – até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A esses títulos pode-se somar Era dos extremos: O breve século XX (1994), em que o autor avança até a queda do regime soviético em 1991. Este texto resenha o primeiro volume da série, A era das revoluções: 1798-1848.
O livro está dividido em dezesseis capítulos separados em dois tomos principais nomeados "Evolução" e "Os resultados", que desdobram cada aspecto da história e dos efeitos da dupla revolução não apenas na Europa, mas também nos demais continentes influenciados pelos impérios emergentes do século XIX.
O primeiro capítulo, "O mundo da década de 1780", monta o panorama do ambiente sociopolítico europeu em que as forças pré-revolucionárias estavam em ebulição, especialmente a Grã-Bretanha e a França, dominado pelas relações de produção medieval e governado por monarquias com grandes senhores de terra e uma população servil. Manifestavam-se, em 1789, as primeiras ações da revolução industrial, com pequenos industriais assalariando camponeses em cidades ainda tão pequenas que mal se destacavam da paisagem rural que as cercava, mas onde já surgia um forte senso de identidade cosmopolita. A máquina a vapor, inventada por James Watt, e outros avanços tecnológicos nos mais diversos campos, como o da olaria, da química e da impressão, aliados à forte influência da maçonaria iluminista, foram os alicerces das grandes mudanças que revolucionariam o mundo nos 50 anos seguintes.
O capítulo 2, "A revolução industrial", detalha a agitação que tomou de assalto a Inglaterra, quando a classe dos proprietários industriais se associou à liderança política e começou a mudar as relações sociais e de produção a seu favor, com as lei dos cercamentos que expulsava os camponeses das terras onde viviam há gerações não só para ali instalarem espaços para criação de ovelhas, mas, principalmente, para dispor de um contingente inesgotável de mão de obra barata para suas fábricas mecanizadas – incluindo as mulheres e as crianças – e leis de trabalho compulsório. Tais medidas aumentaram significativamente a produtividade e os lucros, bem como a dimensão das cidades, com um acentuado declínio da atividade agrícola que levou a busca por mercados internacionais, seja para obter matéria prima, especialmente carvão, ferro e algodão para a indústria têxtil em crescimento, mas também para vender o excedente da produção. Houve resistência, como o movimento ludita, que atacava as fábricas para destruir máquinas, mas foi impossível parar a marcha do progresso.
O capítulo 3 é dedicado à Revolução Francesa. Talvez por conta do tema momentoso, é a leitura mais intensa de todo o livro. Hobsbawm classifica o período em que a Revolução Francesa ocorreu como "Era da revolução democrática", por se identificar com outras revoluções contemporâneas que aconteceram na Bélgica, Irlanda, Holanda, Inglaterra e outros países. Suas causas foram o excesso de pressão social, os problemas financeiros da monarquia francesa, a tentativa dos aristocratas em tomar o poder, e dos burgueses, associados aos trabalhadores e camponeses pobres, para destituir a monarquia e implementar um governo revolucionário republicano. Em 1789 foi promulgada a "Declaração dos direitos do homem e do cidadão", seguida pela Revolução Jacobina de 1890. Todas essas revoluções foram acompanhadas de muita violência e acabaram por deflagar uma guerra revolucionária em toda a Europa, na qual veio a se destacar o General Napoleão Bonaparte.
O capítulo 4, chamado "A guerra", trata justamente do período de intensos conflitos militares promovidos pelo Exército Revolucionário Jacobino sob comando de Bonaparte, força pouco treinada e de recursos escassos, mas muito motivada e idealista, que acabou por conquistar todo o continente levando a mensagem da revolução burguesa. O grande inimigo da França era a Inglaterra mas, devido a dificuldade de levar a ela seus exércitos, Bonaparte optou por uma estratégia de sufocamento comercial. Contudo, os jacobinos seriam derrotados na Rússia com grande perda de efetivos ("De 610 mil homens... 100 mil retornaram"), que se seguiu a derrota total da França Napoleônica frente aos britânicos.
"A paz" é título do capítulo 5, que analisa os anos que se seguiram à queda de Napoleão, com o surgimento de novas potências na Europa, como a Rússia, Grã-Bretanha, França, Áustria e Prússia, o desenvolvimento do mundo árabe sob comando de Mohammed Ali, a expansão dos EUA para o oeste e, sem qualquer resistência, a expansão econômica britânica para o mundo todo a partir de um forte investimento em sua frota naval.
No capítulo seguinte, "As revoluções", Hobsbawm move seu olhar para outras regiões do mundo, observando os movimentos de independência na América Latina (Grande Colômbia, Peru, México e Brasil), algumas delas de inspiração revolucionária. Observa também a organização dos primeiros sindicatos classistas na Europa e o surgimento de uma classe operária como força política autoconsciente e independente.
O capítulo 7, chamado "O nacionalismo", fecha o primeiro tomo, tratando dos movimentos nacionalistas que se espalharam pela Europa, fruto do descontentamento dos pequenos proprietários, intelectuais e de uma recém-formada classe média, impulsionados pelo surgimento de jornais e livros publicados em suas próprias línguas, bem como e o reenraizamento de populações que antes haviam emigrado de suas terras nativas.
Em seguida, o autor passa a analisar os efeitos que dupla revolução causou nas instituições econômicas e culturais da sociedade europeia.
O capítulo 8 trata da primeira dessas instituições , "A terra", que o autor introduz da seguinte maneira: "O impacto da revolução dupla sobre a propriedade e o aluguel da terra e sobre a agricultura foi o mais catastrófico fenômeno do período". Foram três as necessidades que se impuseram à revolução industrial quando se seus estágios iniciais: 1) Transformar a aterra em uma mercadoria; 2) Dar sua propriedade a homens empreendedores; e 3) Transformar os camponeses em mão de obra assalariada. Para isso, calém da já citada lei dos cercamentos, foram tomadas diversas providências, como leis que obrigavam os desterrados a vender sua mão de obra nas cidades, a venda das terras de propriedade da Igreja e a criação forçada de uma classe rural de empresários. Tais providências foram tomadas não apenas na Inglaterra, que sofreu seus efeitos em primeiro lugar, mas também nas colônias britânicas, como a Índia, que foi intencionalmente destituída da indústria artesanal que já possuía, em favor do modelo mecanizado britânico, que trouxe muito sofrimento e miséria ao povo indiano.
Em "Rumo a um mundo industrial" o autor mostra que "de todas as consequências econômicas da época da revolução dupla, a divisão entre os países 'adiantados' e os 'subdesenvolvidos' provou ser a mais profunda e duradoura". Por volta de 1840, só a Inglaterra era industrializada, com os EUA e a Alemanha no limiar. Os aspectos mais notáveis do crescimento industrial, também chamado de "progresso", foram o crescimento populacional e dos fluxos migratórios, o incremento da comunicação, com o surgimento de novas tecnologias, como o telégrafo, e do transporte, como ferrovias e estradas, assim como o explosivo crescimento do comércio, com mudanças sociais e econômicas rápidas e radicais, crescimento das cidades, dos parques industriais e do mercado financeiro.
O capítulo 10, "A carreira aberta ao talento", trata de um fenômeno derivado da dupla revolução, que foi permitir alguma mobilidade social a partir do domínio de habilidades específicas. "O principal resultado da Revolução na França foi o de pôr fim à sociedade aristocrática. Mas não significou o fim da influência aristocrática", diz o autor. Pois a burguesia assenhorou-se dos valores culturais da aristocracia, que se tornaram ainda mais dominantes com o avanço da revolução industrial através da ação dos jornais e da publicidade. Eram quatro os caminhos possíveis para o exercício do talento: os negócios, a educação (que inclui a ciência, a burocracia e o profissionalismo liberal), a política e a guerra. Ou seja, uma pessoa de origem desfavorecida poderia ascender socialmente caso dominasse uma das habilidades valorizadas pela sociedade capitalista revolucionária. A criação na França dos exames seletivos, usados até os dias de hoje, tinha o objetivo claro de selecionar uma elite intelectual. A famigerada família Rothschild é um exemplo de sucesso no setor de negócios, pois eram de origem judaica, um povo recorrentemente mantido à margem da sociedade. A propósito, os judeus foram os que melhor aproveitaram essa oportunidade, destacando-se também nas artes, na ciência e na política. A máxima de Hobsbawm é uma verdade válida até os nosso dias: "O homem que não tivesse demonstrado a habilidade de chegar a proprietário não era um homem completo e, portanto, dificilmente poderia ser um cidadão completo".
O capítulo 11 analisa "Os trabalhadores pobres". Ao indivíduo que não possuísse uma das virtudes valorizadas, restavam três alternativas: lutar para se tornar um burguês (o que era virtualmente impossível), aceitar ser explorado (que levava à depressão, doenças e alcoolismo em massa) e a rebelião (visto que o emprego não era muito melhor que a escravidão). A revolução trabalhista era, pois, uma alternativa quase que compulsória. Logo se formaram uma consciência de classe e uma ambição de classe.
Em "A ideologia religiosa", Hobsbawm observa a influência da revolução dupla sobre as religiões. Por muitos séculos, o cristianismo foi de tal forma dominante na Europa que o termo "cristão" era usado como sinônimo de "homem". A dupla revolução mudou o panorama social, descolando-o de seus aspectos religiosos, secularizando as massas, descristianizando os instruídos e estabelecendo uma moralidade anticristã, com o desenvolvimento de muitas seitas de caráter racionalista. Contudo foi o protestantismo, praticado desde o século XVI, o mais beneficiado devido à convergência de valores fundamentais com o capitalismo burguês. Também foram evidenciadas seitas de caráter integralista, que apresentavam aspectos extremistas como intransigência e histeria religiosas. Da mesma forma, houve um considerável avanço do islamismo no oriente. Em todas as regiões também se observou uma reaproximação entre Estado e Igreja, com a religião se tornando defensora do Estado que, por sua vez, instrumentaliza a religião como mais uma de suas ferramentas de dominação.
No capítulo 13, o autor faz o contraponto abordando "A ideologia secular", apoiada essencialmente nos significantes de "progresso", palavra tão poderosa que praticamente ninguém pode contradizer sem desmoralizar a si próprio. O progresso passa a ser visto como um aspecto na natureza humana, sem a qual a vida é impossível. Essa ideologia, filha do Iluminismo e do Racionalismo, abriu caminho para o Utilitarismo de Bentham e Mill, para o Liberalismo de Smith e Ricardo, e para o Socialismo de Marx e Engels. Pois o que diferencia o Liberalismo do Socialismo não são seus objetivos, que são os mesmos, mas os métodos para atingi-los; pois o primeiro vê a sociedade como um aglomerado de indivíduos autônomos, e o socialismo acredita que o homem é basicamente um ser comunitário. A Alemanha foi grande tributária do pensamento político desse período, onde surgiram os conceitos de Materialismo, Empirismo Filosófico e Filosofia Natural.
O capítulo seguinte debruça-se sobre "As artes", que floresceram como nunca sob influência da revolução dupla potencializada pelo nacionalismo. Os artistas se envolveram com as questões públicas, evidenciado o caráter político em suas obras. A música, a pintura e a literatura cresceram em importância, enquanto a arquitetura perdeu espaço para a engenharia, mais afeita aos valores da revolução industrial. A filosofia naturalista, que propunha a religação do homem a sua natureza, estabeleceu o paradigma do Romantismo, reação ao Classicismo que se desdobrou em praticamente todas as artes desse período. Os românticos viam o homem do campo como um exemplo de virtudes incontaminadas, a "alma do povo". Desenvolveram-se, pois, as grandes epopeias nacionais, os cancioneiros folclóricos, as coletâneas de histórias populares e o cordelismo, embora entre a burguesia o padrão de cultura fosse o do nobre inglês, fruto da supremacia da Grã-Bretanha naquele mundo sob influência da dupla revolução. É aparentemente aqui que se estabelece a profunda distinção entre a arte oficial e a arte popular, que até hoje ecoa o abismo criado pelo capitalismo entre os países centrais desenvolvidos e os periféricos subdesenvolvidos.
"A ciência" é o último aspecto analisado por Hobsbawm neste volume, apontando que o período foi berço de "novos pontos de partida radicais", principalmente no campo da matemática, da química, da física eletromagnética e da astronomia, que resultou no forte crescimento no número de cientistas e eruditos na Europa. Também foi nesse período que se desenvolveram os estudos da vida a partir de ciências inorgânicas, com o desenvolvimento de novas ciências, tais como Geologia, Sociologia, Psicologia, Ciências Biológicas, Filologia, Antropologia, Etnografia, Pré-História e a Paleontologia, entre outras, assim como nas descobertas da química orgânica, do evolucionismo histórico e da evolução das espécies.
O capítulo 16 encerra este estudo com "Conclusão: Rumo a 1948". O autor define o período 1789-1848 como "o meio século mais revolucionário da história" e "uma época de superlativos", com o aumento do desenvolvimento técnico, industrial e científico, aumento populacional, da pobreza, concentração de renda com pouco desenvolvimento da estrutura política e social, e o surgimento da "classe média". A grande depressão da década de 1840, com quebra de safras, fome, miséria e grandes migrações em massa, somada ao aumento contínuo da tensão social levaria o mundo da dupla revolução à grande revolução em 1848.
Ler A era das revoluções: 1789 - 1848 não é tarefa fácil. Trata-se de um texto longo repleto de detalhes que precisam ser lidos com muita atenção, e revela ainda mais detalhes nas segunda e terceira leituras devido ao diálogo entre suas partes. Recomendo a leitura de uma edição oficial, preferencialmente impressa, pois a edição da Le Livros é a pior possível, com muitas gralhas, sem créditos e sem as notas de rodapé que também são muito importantes para a perfeita compreensão de todos os significados do texto. Louva-se o esforço do editor em acrescentar à edição a seção de mapas, contudo ela se torna pouco útil sem a presença dos demais conteúdos. Além do que a visualização dos mapas na pequena tela do Kindle não é favorável, como seria de se desejar.
Ainda assim, a leitura de A era das revoluções: 1789 - 1848 é uma experiência comparável apenas a de grandes clássicos da literatura. Ou seja, se não é obrigatório, deveria ser. Mesmo com todos os problemas desta edição, o resultado é uma série de revelações importantes sobre a natureza da sociedade moderna e do homem, que motiva fortemente o leitor para os demais volumes da série.
Cine Makabro 2
Aproveitando o embalo, poucos dias após o lançamento da edição de estreia, o fanzine eletrônico de horror Cine Makabro chega ao segundo número. Enfim, descobri que o editor é, como já desconfiava pelo estilo, Iam Godoy, através do portal Gore Boulevar.
Esta edição tem 30 páginas e publica um longo e detalhado artigo, com direito a muitas fotos, sobre a campanha de censura que o governo britânico moveu, nos anos 1980, contra a produção de vídeos independentes de horror na Inglaterra, além de uma lista com mais de 70 títulos dessas produções mais do que raras, chamadas "Video Nasties". Também aparecem artigos de Renato Rosatti, Marcello Milici e Paulo Teixeira sobre produções e personalidades do cinema de horror e sobre bandas de rock macabro como, por exemplo, um divertido Top 10 de filmes natalinos, destacado na capa.
Cine Makabro está disponível aqui para download gratuito.
Esta edição tem 30 páginas e publica um longo e detalhado artigo, com direito a muitas fotos, sobre a campanha de censura que o governo britânico moveu, nos anos 1980, contra a produção de vídeos independentes de horror na Inglaterra, além de uma lista com mais de 70 títulos dessas produções mais do que raras, chamadas "Video Nasties". Também aparecem artigos de Renato Rosatti, Marcello Milici e Paulo Teixeira sobre produções e personalidades do cinema de horror e sobre bandas de rock macabro como, por exemplo, um divertido Top 10 de filmes natalinos, destacado na capa.
Cine Makabro está disponível aqui para download gratuito.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
De A a Z: Dicas para escritores
Fábio Fernandes é um nome conhecido entre os leitores de ficção fantástica no Brasil. Tradutor e escritor, diga se de passagem um dos melhores do gênero no país, com textos publicados tanto no Brasil como no estrangeiro, Fernandes estudou com Neil Gaiman e Samuel Delany na Clarion West Writers Workshop de Seattle, é professor da PUC de São Paulo e desenvolve um importante trabalho de pesquisa sobre as mídias sociais.
De A a Z: Dicas para escritores é um breve compêndio alfabético no qual Fernandes reuniu um pequeno mas valioso lote de conselhos úteis para escritores, inclusive os experientes, uma vez que ninguém está livre de adquirir cacoetes indesejáveis.
Algumas letras têm mais de um verbete, que pode ser tão inspirador quanto "Bunda", "Gaveta", "Síndrome da folha em branco" ou "Zona de conforto", tornando a leitura uma experiência divertida, apesar de rápida: dá para ler tudo em pouco mais de meia hora.
A edição em ebook é uma opção do autor, entusiasta do formato desde a sua criação, no final do século. Tanto que seu primeiro livro, a coletânea Interface com o vampiro, publicada em 2000, foi um dos primeiros ebooks profissionais no país, editado pela extinta editora Writers.
De A a Z: Dicas para escritores está disponível para dispositivos Kindle e pode ser adquirido aqui. Mas prepare-se para ter questionadas algumas certezas sobre a arte da escrita.
De A a Z: Dicas para escritores é um breve compêndio alfabético no qual Fernandes reuniu um pequeno mas valioso lote de conselhos úteis para escritores, inclusive os experientes, uma vez que ninguém está livre de adquirir cacoetes indesejáveis.
Algumas letras têm mais de um verbete, que pode ser tão inspirador quanto "Bunda", "Gaveta", "Síndrome da folha em branco" ou "Zona de conforto", tornando a leitura uma experiência divertida, apesar de rápida: dá para ler tudo em pouco mais de meia hora.
A edição em ebook é uma opção do autor, entusiasta do formato desde a sua criação, no final do século. Tanto que seu primeiro livro, a coletânea Interface com o vampiro, publicada em 2000, foi um dos primeiros ebooks profissionais no país, editado pela extinta editora Writers.
De A a Z: Dicas para escritores está disponível para dispositivos Kindle e pode ser adquirido aqui. Mas prepare-se para ter questionadas algumas certezas sobre a arte da escrita.
Megalon 72
Depois de lançar sua última edição em 2004, o fanzine de ficção científica e horror Megalon volta à cena com uma edição totalmente dedicada ao escritor britânico Arthur C. Clarke, um dos grandes mestres da ficção científica, cujo centenário de nascimento se comemora no próximo dia 16 de dezembro.
Quem conhece o Megalon sabe que as pesquisas que publica são muito bem produzidas, com profundidade sem paralelo no país.
A edição tem 60 páginas com uma extensa pesquisa bibliográfica sobre a obra do autor: sua ficção longa e curta, os livros de não-ficção e divulgação científica, e também os muitos trabalhos publicados sobre a sua obra.
A edição impressa pode ser adquirida com o editor pelo email marcellobranco@ig.com.br, mas uma versão em pdf está disponível gratuitamente aqui.
Quem conhece o Megalon sabe que as pesquisas que publica são muito bem produzidas, com profundidade sem paralelo no país.
A edição tem 60 páginas com uma extensa pesquisa bibliográfica sobre a obra do autor: sua ficção longa e curta, os livros de não-ficção e divulgação científica, e também os muitos trabalhos publicados sobre a sua obra.
A edição impressa pode ser adquirida com o editor pelo email marcellobranco@ig.com.br, mas uma versão em pdf está disponível gratuitamente aqui.
Argos 2017
O Clube de Leitores de Ficção Científica-CLFC divulgou os títulos dos livros finalistas da edição 2017 do Prêmio Argos, que aponta, na opinião de seus membros, os melhores trabalhos nacionais publicados no Brasil em 2016 nas categorias Romance, Conto e Antologia. São eles:
Melhor romance
A Bandeira do Elefante e da Arara, Christopher Kastensmidt, Devir Livraria
O caminho do Louco, Alex Mandarino, Editora Avec
O esplendor, Alexey Dodsworth, Editora Draco
A fonte âmbar, Ana Lúcia Merege, Editora Draco
O último refúgio, João Beraldo, Editora Draco
Melhor conto
"Amor, uma arqueologia", Fabio Fernandes (Trasgo 11)
"Auto-retrato de uma natureza morta", Octavio Aragão (Crônica da guerra dos muitos mundos, Volume 1)
"O domo, o roubo e a guia", Roberta Spindler (Dinossauros, Editora Draco)
"O grande livro do fogo", Ana Lúcia Merege (Medieval: Contos de uma era fantástica, Editora Draco)
"A noviça escarlate", Luiz Felipe Vasques (Crônica da guerra dos muitos mundos, Volume 1)
Melhor antologia ou coletânea
Crônicas da guerra dos muitos mundos, Volume 1, Rita Maria Felix da Silva, org.
Dinossauros, Gerson Lodi-Ribeiro, org., Editora Draco
Estranha Bahia, Alec Silva, Ricardo Santos e Rochett Tavares, orgs., Editora EX!
Medieval: Contos de uma era fantástica, Ana Lucia Merege e Eduardo Kasse, orgs., Editora Draco
Mistérios do mal, Carlos Orsi, Editora Draco
A novidade desta edição é a volta dos prêmios em dinheiro para os vencedores, como acontecia nas primeiras edições do Argos, além dos tradicionais troféus.
Os vencedores das serão revelados na cerimônia de premiação, no dia 16 de dezembro de 2017, das 13 às 18h, no Auditório da Sala A-206 da Universidade Veiga de Almeida, Campus Tijuca (Rua Ibituruna, 108, Rio de Janeiro). Também será entregue um prêmio especial póstumo ao editor Douglas Quinta Reis, recentemente falecido.
Parabéns a todos.
Melhor romance
A Bandeira do Elefante e da Arara, Christopher Kastensmidt, Devir Livraria
O caminho do Louco, Alex Mandarino, Editora Avec
O esplendor, Alexey Dodsworth, Editora Draco
A fonte âmbar, Ana Lúcia Merege, Editora Draco
O último refúgio, João Beraldo, Editora Draco
Melhor conto
"Amor, uma arqueologia", Fabio Fernandes (Trasgo 11)
"Auto-retrato de uma natureza morta", Octavio Aragão (Crônica da guerra dos muitos mundos, Volume 1)
"O domo, o roubo e a guia", Roberta Spindler (Dinossauros, Editora Draco)
"O grande livro do fogo", Ana Lúcia Merege (Medieval: Contos de uma era fantástica, Editora Draco)
"A noviça escarlate", Luiz Felipe Vasques (Crônica da guerra dos muitos mundos, Volume 1)
Melhor antologia ou coletânea
Crônicas da guerra dos muitos mundos, Volume 1, Rita Maria Felix da Silva, org.
Dinossauros, Gerson Lodi-Ribeiro, org., Editora Draco
Estranha Bahia, Alec Silva, Ricardo Santos e Rochett Tavares, orgs., Editora EX!
Medieval: Contos de uma era fantástica, Ana Lucia Merege e Eduardo Kasse, orgs., Editora Draco
Mistérios do mal, Carlos Orsi, Editora Draco
A novidade desta edição é a volta dos prêmios em dinheiro para os vencedores, como acontecia nas primeiras edições do Argos, além dos tradicionais troféus.
Os vencedores das serão revelados na cerimônia de premiação, no dia 16 de dezembro de 2017, das 13 às 18h, no Auditório da Sala A-206 da Universidade Veiga de Almeida, Campus Tijuca (Rua Ibituruna, 108, Rio de Janeiro). Também será entregue um prêmio especial póstumo ao editor Douglas Quinta Reis, recentemente falecido.
Parabéns a todos.
Cine Makabro 1
Inspirado pelo IV Festival Boca do Inferno, acontecido em São Paulo no final de novembro, Cine Makabro é um fanzine dedicado gênero do horror (infelizmente, o editor não foi creditado).
A edição tem 22 páginas e conta com colaboração de especialistas do gênero como Renato Rosatti, Marcello Milici, Iam Godoy e Paulo Teixeira. Publica uma programação ilustrada do referido festival, artigos sobre filmes, sobre rock macabro e sobre a produção nacional de horror.
Cine Makabro está disponível para download gratuito aqui.
A edição tem 22 páginas e conta com colaboração de especialistas do gênero como Renato Rosatti, Marcello Milici, Iam Godoy e Paulo Teixeira. Publica uma programação ilustrada do referido festival, artigos sobre filmes, sobre rock macabro e sobre a produção nacional de horror.
Cine Makabro está disponível para download gratuito aqui.
Dunya
Continuando sua missão de levar aos infiéis a mensagem da ficção científica, o escritor Tibor Moricz lança um novo título em ebook, desta vez o inédito Dunya.
Conta a história de uma colônia de mineradores num planeta inóspito habitado por uma raça igualmente hostil.
Moricz, que já colocou a disposição alguns de seus livros anteriores (Fome, Síndrome de cérbero, O peregrino, Filamentos iridescentes) é conhecido pela ousadia temática e crueza com que apresenta os dramas humanos, sempre muito agudos e contundentes.
Dunya está disponível para os leitores Kindle e pode ser adquirido aqui.
Conta a história de uma colônia de mineradores num planeta inóspito habitado por uma raça igualmente hostil.
Moricz, que já colocou a disposição alguns de seus livros anteriores (Fome, Síndrome de cérbero, O peregrino, Filamentos iridescentes) é conhecido pela ousadia temática e crueza com que apresenta os dramas humanos, sempre muito agudos e contundentes.
Dunya está disponível para os leitores Kindle e pode ser adquirido aqui.
Conexão Literatura 29 e 30
Foi só piscar e apareceram logo duas edições da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição 29, publicada no finalzinho de novembro, tem 43 páginas e a matéria de capa destaca a obra do poeta e pintor britânico William Blake (1757-1827). Também dá o devido crédito ao conto vencedor do concurso promovido pela revista, de autoria de Almyr Araujo, publicando o texto premiado e entrevistando o autor. Também aparecem contos de Míriam Santiago e Amanda Leonardi, entrevistas com os escritores Hiran Murbach (Quase esquecidos) e Victor Bonini (O casamento), e artigos de Marissa Fernandes Thutor e Rafael Botter.
A edição 30, publicada poucos dias depois, tem 89 páginas e destaca na matéria da capa o psicógrafo Hercílio Maes. Ainda entrevista os escritores JP Santsil (O filho daquela que mais brilha), André Wagner Rodrigues (Sofia, a menina que gostava de filosofar), J. Sterling (Eu odeio você), Jonadabe Vieira (Do sonho à realidade), William Tannure (O legado da ruína), Gil Epifânia (Arquivos da vida), Samuel Caitano (Aprovados em Cristo), Carla Krainer (Júlia), Celeste Santos (Verdelândia), Renata Ribeiro (O enigma da noite sem fim) e Roberto Martins de Souza (Histórias e memórias de idosos analfabetos), artigos de Míriam Santiago, Rafael Botter, Marissa Fernandes Tuthor e Eudes Cruz, além de um conto do editor.
A revista é gratuita e edições anteriores também estão disponíveis.
A edição 29, publicada no finalzinho de novembro, tem 43 páginas e a matéria de capa destaca a obra do poeta e pintor britânico William Blake (1757-1827). Também dá o devido crédito ao conto vencedor do concurso promovido pela revista, de autoria de Almyr Araujo, publicando o texto premiado e entrevistando o autor. Também aparecem contos de Míriam Santiago e Amanda Leonardi, entrevistas com os escritores Hiran Murbach (Quase esquecidos) e Victor Bonini (O casamento), e artigos de Marissa Fernandes Thutor e Rafael Botter.
A edição 30, publicada poucos dias depois, tem 89 páginas e destaca na matéria da capa o psicógrafo Hercílio Maes. Ainda entrevista os escritores JP Santsil (O filho daquela que mais brilha), André Wagner Rodrigues (Sofia, a menina que gostava de filosofar), J. Sterling (Eu odeio você), Jonadabe Vieira (Do sonho à realidade), William Tannure (O legado da ruína), Gil Epifânia (Arquivos da vida), Samuel Caitano (Aprovados em Cristo), Carla Krainer (Júlia), Celeste Santos (Verdelândia), Renata Ribeiro (O enigma da noite sem fim) e Roberto Martins de Souza (Histórias e memórias de idosos analfabetos), artigos de Míriam Santiago, Rafael Botter, Marissa Fernandes Tuthor e Eudes Cruz, além de um conto do editor.
A revista é gratuita e edições anteriores também estão disponíveis.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
O castelo dos homens mecânicos
Está disponível a aventura de ficção científica O castelo dos homens mecânicos, quarta parte da série Liga Mundial, que já conta com os volumes O fantasma do apito, O clube da Luluzinha e O olho mortal.
Dessa vez, as estudantes Fátima, Andréia e Carol, acompanhadas da detetive vidente Irina, seguem num dirigível rumo ao castelo do vilão Conde Bruxelas, nos Alpes, para o que pode vir a ser um confronto definitivo.
Escrita por Miguel Carqueija e Melanie Evarino, a novela tem prefácios de Cesar Silva e Chico Martellini, e um posfácio de Ronald Rahal.
O arquivo, em formato de texto, pode ser baixado gratuitamente aqui.
Dessa vez, as estudantes Fátima, Andréia e Carol, acompanhadas da detetive vidente Irina, seguem num dirigível rumo ao castelo do vilão Conde Bruxelas, nos Alpes, para o que pode vir a ser um confronto definitivo.
Escrita por Miguel Carqueija e Melanie Evarino, a novela tem prefácios de Cesar Silva e Chico Martellini, e um posfácio de Ronald Rahal.
O arquivo, em formato de texto, pode ser baixado gratuitamente aqui.
Mitografias
Está circulando a antologia Mitografias, Volume 1: Mitos modernos, seleta de contos de fantasia organizada por Andriolli Costa, editor do blogue O Colecionador de Sacis, Leonardo Tremeschin, criador do saite Mitografias e do podcast Papo Lendário, e Lucas Rafael Ferraz, do podcast Sobrescrever e da revista Trasgo.
São 14 contos que revisitam mitologias do mundo todo nos dias de hoje, com textos de Alessandra Barcelar, Ana Lúcia Merege, Andriolli Costa, Bruno Leandro, Cassiano Rodka, Isa Prospero, Janayna Bianchi, Leonardo Tremeschin, Lucas Ferraz, Michel Peres, Paulo Teixeira, Rodrigo Rahmati, Romeu Martins e Saulo Moraes. A capa foi criada pelo ilustrador Mikael Quites.
O volume é gratuito e está disponível aqui nas extensões pdf, epub e mobi.
São 14 contos que revisitam mitologias do mundo todo nos dias de hoje, com textos de Alessandra Barcelar, Ana Lúcia Merege, Andriolli Costa, Bruno Leandro, Cassiano Rodka, Isa Prospero, Janayna Bianchi, Leonardo Tremeschin, Lucas Ferraz, Michel Peres, Paulo Teixeira, Rodrigo Rahmati, Romeu Martins e Saulo Moraes. A capa foi criada pelo ilustrador Mikael Quites.
O volume é gratuito e está disponível aqui nas extensões pdf, epub e mobi.
Trasgo 16
Está disponível o número 16 da revista eletrônica Trasgo, editada por Rodrigo van Kampen, totalmente dedicada à produção nacional de ficção fantástica.
A edição, que tem 104 páginas em sua versão pdf, traz contos e novelas de ficção científica, fantasia e terror escritos por Sandro G. Moura, Anna Fagundes Martino, Bruna Nora, Carolina Menegotto, Leonardo Maran Neiva, Vimala Ananda Jay, além de uma galeria com ilustrações de Jean Milezzi, que também assina a capa. Todos os artistas publicados são entrevistados na edição.
Trasgo pode ser lida e baixada aqui, nos formatos epub, mobi e pdf, bastando para isso compartilhar a informação nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
Trasgo aceita submissões e os trabalhos publicados são remunerados.
A edição, que tem 104 páginas em sua versão pdf, traz contos e novelas de ficção científica, fantasia e terror escritos por Sandro G. Moura, Anna Fagundes Martino, Bruna Nora, Carolina Menegotto, Leonardo Maran Neiva, Vimala Ananda Jay, além de uma galeria com ilustrações de Jean Milezzi, que também assina a capa. Todos os artistas publicados são entrevistados na edição.
Trasgo pode ser lida e baixada aqui, nos formatos epub, mobi e pdf, bastando para isso compartilhar a informação nas redes sociais. Edições anteriores também estão disponíveis.
Trasgo aceita submissões e os trabalhos publicados são remunerados.
Horror tem fanzines e evento em Sampa
Estão circulando novas edições dos fanzines de horror Astaroth e Boca do Inferno, editados por Renato Rosatti, ambos divulgando o IV Festival Boca do Inferno que acontecerá em São Paulo nos dias 25 e 26 de novembro.
Astaroth 69 tem duas páginas com um único artigo sobre o filme Os mortos falam (The devil commands, 1941) e o cartaz do evento, enquanto Boca do Inferno 16 - representante do saite homônimo editado por Marcelo Milici - traz em suas duas páginas a programação completa do Festival.
Os fanzines têm edições impressas distribuídas gratuitamente em eventos, mas cópias em pdf podem ser solicitadas através do email renatorosatti@yahoo.com.br.
Mais informações sobre o IV Festival Boca do Inferno podem ser obtidas no saite oficial, aqui.
Astaroth 69 tem duas páginas com um único artigo sobre o filme Os mortos falam (The devil commands, 1941) e o cartaz do evento, enquanto Boca do Inferno 16 - representante do saite homônimo editado por Marcelo Milici - traz em suas duas páginas a programação completa do Festival.
Os fanzines têm edições impressas distribuídas gratuitamente em eventos, mas cópias em pdf podem ser solicitadas através do email renatorosatti@yahoo.com.br.
Mais informações sobre o IV Festival Boca do Inferno podem ser obtidas no saite oficial, aqui.
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Honey Bel na mão
Miguel Carqueija avisa:
"As aventuras de Honey Bel será lançada no próximo sábado, dia 11 de novembro, a partir das 15 horas, na Papelaria Áurea, situada na Rua Barata Ribeiro, 645, em Copacabana, Rio de Janeiro. Todos estão convidados."
A novela, uma ficção científica humorística anunciada aqui há poucos dias, é a primeira publicação sob a chancela do selo Electron, de propriedade do autor, com apoio das Edições Hiperespaço.
"As aventuras de Honey Bel será lançada no próximo sábado, dia 11 de novembro, a partir das 15 horas, na Papelaria Áurea, situada na Rua Barata Ribeiro, 645, em Copacabana, Rio de Janeiro. Todos estão convidados."
A novela, uma ficção científica humorística anunciada aqui há poucos dias, é a primeira publicação sob a chancela do selo Electron, de propriedade do autor, com apoio das Edições Hiperespaço.
domingo, 5 de novembro de 2017
Múltiplo 13
Está circulando o número 13 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição, comemorativa ao primeiro ano de publicação, tem 204 páginas e destaca o trabalho dos quadrinhistas Watson Portela e Mácio Sennes Pereira, que são entrevistados pelo editor. Traz também artigos assinados por Mylle Silva, Ágata Desmond, Beralto e do editor. Contudo, o que realmente empolga é a grande quantidade de quadrinhos nos mais variados estilos, assinados por diversos artistas: Rudy Soares, Claudiney Dias, Adauto Silva, Glauco Grayn, Lafaiete C. N., Elinaudo Barbosa, Marcos Gratão, Alcivan Gameleira, Chagas Lima, Maurício Rosélli Augusto, Dinho Monteiro, Marcelo Tibúrcio Vanni, Edgard Guimarães, Edgar Franco, Flávio Calazans, Josi OM, Paulo José e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Laudo Ferreira Jr.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição, comemorativa ao primeiro ano de publicação, tem 204 páginas e destaca o trabalho dos quadrinhistas Watson Portela e Mácio Sennes Pereira, que são entrevistados pelo editor. Traz também artigos assinados por Mylle Silva, Ágata Desmond, Beralto e do editor. Contudo, o que realmente empolga é a grande quantidade de quadrinhos nos mais variados estilos, assinados por diversos artistas: Rudy Soares, Claudiney Dias, Adauto Silva, Glauco Grayn, Lafaiete C. N., Elinaudo Barbosa, Marcos Gratão, Alcivan Gameleira, Chagas Lima, Maurício Rosélli Augusto, Dinho Monteiro, Marcelo Tibúrcio Vanni, Edgard Guimarães, Edgar Franco, Flávio Calazans, Josi OM, Paulo José e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Laudo Ferreira Jr.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
Limbographia
Os anos 1980-1990 foram era dourada da ficção fantástica brasileira. Um período romântico e idealista, de teses apaixonadas e debates ferozes, quando os gêneros obtiveram um desenvolvimento conceitual de tal monta que as obras daquela época chegaram a ser classificadas como "alta literatura" por especialistas mais recentes. Sem dúvida que é um exagero mas, de fato, havia na ficção daquele tempo um vigor e uma personalidade tão fortes que estabeleceram uma identidade para a fc&f nacional. Entre os autores desse período, nenhum foi mais festejado que Roberto Schima. O artista teve uma produção robusta e reconhecida não só pelos fãs, mas também por especialistas, sendo o maior vencedor do Prêmio Nova - o mais importante prêmio do gênero no país -, e não apenas como autor, mas também como ilustrador. Também foi o grande vencedor do concurso de contos Jerônimo Monteiro, promovido pela revista Isaac Asimov Magazine em 1991.
Apesar disso tudo, Schima teve apenas um único livro solo publicado (Pequenas portas do eu, Scortecci, 1987). A maior parte de sua produção ficou restrita aos fanzines, que desapareceram na virada do século, assim como o autor, que se afastou do campo por muitos anos.
Mas como quem é vivo sempre aparece, os antológicos contos de Roberto Schima estão novamente disponíveis na coletânea Limbographia, organizada pelo autor. Anteriormente publicada pela AgBooks, o livro chega agora em edição luxuosa pela plataforma Clube de Autores. São 20 contos de ficção científica e fantasia, entre os quais o premiado "Como a neve de maio", vencedora do já citado Prêmio Jerônimo Monteiro. Ilustrações do autor também valorizam a edição, que tem capa dura e 578 páginas em papel couchê.
O preço do volume é salgado, mas Shima é, sem qualquer dúvida, um autor que merece o investimento.
Apesar disso tudo, Schima teve apenas um único livro solo publicado (Pequenas portas do eu, Scortecci, 1987). A maior parte de sua produção ficou restrita aos fanzines, que desapareceram na virada do século, assim como o autor, que se afastou do campo por muitos anos.
Mas como quem é vivo sempre aparece, os antológicos contos de Roberto Schima estão novamente disponíveis na coletânea Limbographia, organizada pelo autor. Anteriormente publicada pela AgBooks, o livro chega agora em edição luxuosa pela plataforma Clube de Autores. São 20 contos de ficção científica e fantasia, entre os quais o premiado "Como a neve de maio", vencedora do já citado Prêmio Jerônimo Monteiro. Ilustrações do autor também valorizam a edição, que tem capa dura e 578 páginas em papel couchê.
O preço do volume é salgado, mas Shima é, sem qualquer dúvida, um autor que merece o investimento.
Resenha: O bazar dos sonhos ruins
O bazar dos sonhos ruins (The bazaar of bad dreams), Stephen King. 528 páginas. Tradução de Regiane Winarski. Editora Companhia das Letras, selo Suma das Letras, São Paulo, 2017.
Stephen King é provavelmente o autor mais presente na minha vida de leitor. Desde minha juventude tenho acompanhado sua obra e é interessante observar como ele tem se tornado um autor cada vez mais mainstream sem perder o apelo de uma ficção fantástica, mesmo quando não tem nada de fantasiosa. Esse caráter já pode ser claramente percebido no coletânea Escuridão total sem estrelas, resenhada aqui, mas fica ainda mais evidente na nova coletânea O bazar dos sonhos ruins, publicada em 2017 pela editora Companhia das Letras no selo Suma das Letras.
Diferente da coletânea anterior, formada principalmente por novelas, esta é mesmo uma seleção de contos, com vinte textos distribuídos em suas 528 páginas.
Os momentos mais expressivos do autor neste volume são justamente os contos não fantásticos, que demonstram que King tornou-se um sensível cronista da América decadente.
Não comentarei todos eles, pois isso tornaria a leitura desta resenha um tanto enfadonha - uma vez que não tenho, nem de longe, a habilidade do mestre para entreter o leitor. Então, falarei sobre aqueles que mais me empolgaram, embora nenhum texto da seleta possa ser classificado abaixo de bom. De fato, a maior parte está entre muito bom e excelente, com picos de excepcionalidade, que serão aqueles que vou comentar.
"Batman e Robin têm uma discussão" é uma pequena obra prima. Apesar do título, não tem nada a ver com quadrinhos e os personagens do título não aparecem na história, que conta sobre um almoço entre pai e filho num restaurante. Nada muito especial, exceto pelo fato de que o pai sofre de alzheimer, e este pequeno ritual, repetido semanalmente, é um momento de extrema ternura entre ambos. Contudo, ao retornar para a casa de repouso onde o pai vive, algo ruim acontece e a ficção vai assumir um caráter imprevisivelmente realista.
"Ur" conta uma história com a qual qualquer leitor moderno vai se identificar. Um professor de literatura algo tecnofóbico, num momento de indignação extrema depois de uma discussão com a namorada que o acusa de ser quadrado, resolve comprar um kindle, o leitor de ebooks da Amazon. Contudo, o aparelho que é entregue em sua casa algumas horas depois não é exatamente o que nós conhecemos como um kindle. É igual na forma e na operacionalidade, mas além de uma cor rosa absurda, tem um ícone a mais no menu que dá ao seu usuário acesso a livros que nunca foram escritos - pelo menso não na nossa realidade.
"Blockade Billy" tem aquele delicioso formato de alguém que conta um causo. Trata-se de uma história de esporte, sobre beisebol, um jogo com os qual os brasileiros, com raras exceções, não têm nenhuma empatia. Contudo, o que acontece dentro das "quatro linhas" - ou do diamante, com diriam os fãs de beisebol - não é diferente do que acontece em qualquer outro esporte coletivo: vitórias, derrotas, camaradagem, antagonismos, violência acidental ou não, juizes parciais, angústias e alegrias, é isso que faz com que quem gosta de algum esporte, mesmo não sendo o beisebol, curta a história. Trata-se do surgimento de um novo craque que vai levar o time a um patamar inédito de conquistas. Mas, sabendo quem é o autor da história, dá para imaginar que não há apenas glória e ouro no fim do arco-íris.
Em "Mr. Delícia" o elemento fantástico está presente, mas é tão impreciso que poderia ser classificada como uma história realista. Estamos mais uma vez entre gente idosa numa casa de repouso. Entre eles, dois amigos compartilham a montagem de um quebra-cabeças. Um deles conta ao outro sobre Mr. Delícia, alguém que ele conheceu quando era muito jovem e aparentemente está de volta a sua vida.
"Trovão de verão" é o texto que fecha a coletânea, um conto pós-holocausto de extrema delicadeza. Não há zumbis, nem canibais, nem correrias, nem explosões. A frase "o mundo não acaba numa explosão, mas num suspiro", poderia ser usada aqui mas, de fato, o mundo acaba mesmo é com um trovão em pleno verão.
Além dessas excelentes histórias, a coletânea tem muito mais a oferecer, um carro antropófago, uma duna que revela quem vai morrer, o que há depois da morte, um exorcismo bastante assustador, uma desconfortável história sobre obituários, uma corrida armamentista, um demônio em forma de menino, e pelo menos dois poemas, que é uma raridade na obra do mestre do horror.
Cada conto vem precedido de uma contextualização feita pelo autor, que revela detalhes de sua concepção e desenvolvimento, muito interessantes e efetivamente úteis para a leitura.
O bazar dos sonhos ruins é um grande livro que prova que Stephen King continua sendo um ótimo contista. Com e sem fantasia.
Stephen King é provavelmente o autor mais presente na minha vida de leitor. Desde minha juventude tenho acompanhado sua obra e é interessante observar como ele tem se tornado um autor cada vez mais mainstream sem perder o apelo de uma ficção fantástica, mesmo quando não tem nada de fantasiosa. Esse caráter já pode ser claramente percebido no coletânea Escuridão total sem estrelas, resenhada aqui, mas fica ainda mais evidente na nova coletânea O bazar dos sonhos ruins, publicada em 2017 pela editora Companhia das Letras no selo Suma das Letras.
Diferente da coletânea anterior, formada principalmente por novelas, esta é mesmo uma seleção de contos, com vinte textos distribuídos em suas 528 páginas.
Os momentos mais expressivos do autor neste volume são justamente os contos não fantásticos, que demonstram que King tornou-se um sensível cronista da América decadente.
Não comentarei todos eles, pois isso tornaria a leitura desta resenha um tanto enfadonha - uma vez que não tenho, nem de longe, a habilidade do mestre para entreter o leitor. Então, falarei sobre aqueles que mais me empolgaram, embora nenhum texto da seleta possa ser classificado abaixo de bom. De fato, a maior parte está entre muito bom e excelente, com picos de excepcionalidade, que serão aqueles que vou comentar.
"Batman e Robin têm uma discussão" é uma pequena obra prima. Apesar do título, não tem nada a ver com quadrinhos e os personagens do título não aparecem na história, que conta sobre um almoço entre pai e filho num restaurante. Nada muito especial, exceto pelo fato de que o pai sofre de alzheimer, e este pequeno ritual, repetido semanalmente, é um momento de extrema ternura entre ambos. Contudo, ao retornar para a casa de repouso onde o pai vive, algo ruim acontece e a ficção vai assumir um caráter imprevisivelmente realista.
"Ur" conta uma história com a qual qualquer leitor moderno vai se identificar. Um professor de literatura algo tecnofóbico, num momento de indignação extrema depois de uma discussão com a namorada que o acusa de ser quadrado, resolve comprar um kindle, o leitor de ebooks da Amazon. Contudo, o aparelho que é entregue em sua casa algumas horas depois não é exatamente o que nós conhecemos como um kindle. É igual na forma e na operacionalidade, mas além de uma cor rosa absurda, tem um ícone a mais no menu que dá ao seu usuário acesso a livros que nunca foram escritos - pelo menso não na nossa realidade.
"Blockade Billy" tem aquele delicioso formato de alguém que conta um causo. Trata-se de uma história de esporte, sobre beisebol, um jogo com os qual os brasileiros, com raras exceções, não têm nenhuma empatia. Contudo, o que acontece dentro das "quatro linhas" - ou do diamante, com diriam os fãs de beisebol - não é diferente do que acontece em qualquer outro esporte coletivo: vitórias, derrotas, camaradagem, antagonismos, violência acidental ou não, juizes parciais, angústias e alegrias, é isso que faz com que quem gosta de algum esporte, mesmo não sendo o beisebol, curta a história. Trata-se do surgimento de um novo craque que vai levar o time a um patamar inédito de conquistas. Mas, sabendo quem é o autor da história, dá para imaginar que não há apenas glória e ouro no fim do arco-íris.
Em "Mr. Delícia" o elemento fantástico está presente, mas é tão impreciso que poderia ser classificada como uma história realista. Estamos mais uma vez entre gente idosa numa casa de repouso. Entre eles, dois amigos compartilham a montagem de um quebra-cabeças. Um deles conta ao outro sobre Mr. Delícia, alguém que ele conheceu quando era muito jovem e aparentemente está de volta a sua vida.
"Trovão de verão" é o texto que fecha a coletânea, um conto pós-holocausto de extrema delicadeza. Não há zumbis, nem canibais, nem correrias, nem explosões. A frase "o mundo não acaba numa explosão, mas num suspiro", poderia ser usada aqui mas, de fato, o mundo acaba mesmo é com um trovão em pleno verão.
Além dessas excelentes histórias, a coletânea tem muito mais a oferecer, um carro antropófago, uma duna que revela quem vai morrer, o que há depois da morte, um exorcismo bastante assustador, uma desconfortável história sobre obituários, uma corrida armamentista, um demônio em forma de menino, e pelo menos dois poemas, que é uma raridade na obra do mestre do horror.
Cada conto vem precedido de uma contextualização feita pelo autor, que revela detalhes de sua concepção e desenvolvimento, muito interessantes e efetivamente úteis para a leitura.
O bazar dos sonhos ruins é um grande livro que prova que Stephen King continua sendo um ótimo contista. Com e sem fantasia.
QI 147
Está circulando o número 147 do fanzine Quadrinhos Independentes-QI, editado por Edgard Guimarães, dedicado ao estudo dos quadrinhos destacando a produção independente e os fanzines brasileiros.
A edição tem 32 páginas e traz os artigos "Poe e Verne em quadrinhos", de Lio Guyerra Bocorny, "Príncipe Valente copiado" e "Ted Osborne faz graça" de Guimarães, quadrinhos de Chagas Lima e do editor, e as colunas "Mantendo contato", "Fórum" e "Edições independentes" divulgando os lançamentos de fanzines do bimestre. A capa tem uma ilustração do editor, com detalhe colorido à mão.
Junto à edição, os assinantes recebem dois brindes especiais: o fascículo Artigos sobre histórias em quadrinhos 8: Os três cães mais famosos do cinema, de Carlos Gonçalves, 12 páginas fartamente ilustradas com o histórico sobre Lassie, Rintintin e Strongheart; e o volumoso Pequena biblioteca sobre histórias em quadrinhos 4: Alguns heróis brasileiros dos quadrinhos, que reúne uma série de artigos publicados no QI ao longo de cinco anos, uma verdadeira enciclopédia com artigos históricos sobre 24 heróis brasileiros. O miolo tem 78 páginas em preto e branco, e acompanham quatro lâminas que reproduzem em cores as ilustrações de Marcos Fabiano Lopes fez para a série, em um estilo caricato que criou identidade no fanzine.
O QI é distribuído exclusivamente por assinatura, mas sua versão digital estará disponível em breve no saite da editora Marca de Fantasia, aqui. Edições anteriores, assim como seus suplementos, também estão disponíveis. Mais informações com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com.
A edição tem 32 páginas e traz os artigos "Poe e Verne em quadrinhos", de Lio Guyerra Bocorny, "Príncipe Valente copiado" e "Ted Osborne faz graça" de Guimarães, quadrinhos de Chagas Lima e do editor, e as colunas "Mantendo contato", "Fórum" e "Edições independentes" divulgando os lançamentos de fanzines do bimestre. A capa tem uma ilustração do editor, com detalhe colorido à mão.
Junto à edição, os assinantes recebem dois brindes especiais: o fascículo Artigos sobre histórias em quadrinhos 8: Os três cães mais famosos do cinema, de Carlos Gonçalves, 12 páginas fartamente ilustradas com o histórico sobre Lassie, Rintintin e Strongheart; e o volumoso Pequena biblioteca sobre histórias em quadrinhos 4: Alguns heróis brasileiros dos quadrinhos, que reúne uma série de artigos publicados no QI ao longo de cinco anos, uma verdadeira enciclopédia com artigos históricos sobre 24 heróis brasileiros. O miolo tem 78 páginas em preto e branco, e acompanham quatro lâminas que reproduzem em cores as ilustrações de Marcos Fabiano Lopes fez para a série, em um estilo caricato que criou identidade no fanzine.
O QI é distribuído exclusivamente por assinatura, mas sua versão digital estará disponível em breve no saite da editora Marca de Fantasia, aqui. Edições anteriores, assim como seus suplementos, também estão disponíveis. Mais informações com o editor pelo email edgard.faria.guimaraes@gmail.com.
Honey Bel na Electron
O escritor carioca Miguel Carqueija há algum tempo tem se dedicado à tarefa de editar ele mesmo os seus escritos. A maior parte dessa produção tem sido disponibilizada pelo autor em forma digital em diversos saites de autoedição, mas Carqueija decidiu dar um novo e ousado passo em sua carreira criando um selo próprio, através do qual pretende publicar livros impressos, ainda que confeccionados artesanalmente.
O selo foi batizado de Edições Electron e a primeira publicação sob essa chancela é a novela de ficção científica humorística As aventuras de Honey Bel, que teve edição virtual anterior, mas faz agora sua estreia em formato real. Com prefácio de Francisco Martinelli, conta a história de Honey Bel, garota romântica, desastrada e biruta que, num futuro distante, tenta a sorte como vendedora na Terra II, mas seu sonho é encontrar um Príncipe Encantado. O acaso a joga num roubo audacioso e agentes da Cosmopol – a Interpol do futuro – e Honey decide se tornar uma agente secreta.
A edição é impressa digitalmente, tem 64 páginas, formato 10,5 x 21cm e capa em cores. Carqueija já teve publicações anteriores em formato similar, pelos selos editoriais Scarium e Hiperespaço, sendo que este lhe prestou assessoria nesta nova fase; não é um salto no vazio, portanto. O autor tem experiência com venda direta e podemos esperar mais títulos no futuro.
Mais informações sobre como e onde adquirir o livro com o autor, pelo email mcarqueija@gmail.com.
O selo foi batizado de Edições Electron e a primeira publicação sob essa chancela é a novela de ficção científica humorística As aventuras de Honey Bel, que teve edição virtual anterior, mas faz agora sua estreia em formato real. Com prefácio de Francisco Martinelli, conta a história de Honey Bel, garota romântica, desastrada e biruta que, num futuro distante, tenta a sorte como vendedora na Terra II, mas seu sonho é encontrar um Príncipe Encantado. O acaso a joga num roubo audacioso e agentes da Cosmopol – a Interpol do futuro – e Honey decide se tornar uma agente secreta.
A edição é impressa digitalmente, tem 64 páginas, formato 10,5 x 21cm e capa em cores. Carqueija já teve publicações anteriores em formato similar, pelos selos editoriais Scarium e Hiperespaço, sendo que este lhe prestou assessoria nesta nova fase; não é um salto no vazio, portanto. O autor tem experiência com venda direta e podemos esperar mais títulos no futuro.
Mais informações sobre como e onde adquirir o livro com o autor, pelo email mcarqueija@gmail.com.
domingo, 29 de outubro de 2017
Douglas Quinta Reis (1954-2017)
Se há uma coisa que não gosto de escrever são obituários, que adio o máximo que posso. Fica ainda mais difícil quando se trata de uma pessoa é próxima, como é o caso. Mas não posso me furtar a testemunhar aqui o passamento de Douglas Quinta Reis que, por muitos anos, foi o meu principal editor.
Reis foi um dos fundadores da Devir Livraria que, ao longo dos anos 1980, montou um esquema próprio de distribuição de revistas importadas, para o qual criou o boletim Recado Devir, fanzine que marcou uma geração de leitores. A Devir também ficou conhecida pela publicação de livros de RPG e card games, jogos que se tornaram grandes coqueluches dos anos 1990. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, a Devir também se envolveu com a publicação de quadrinhos de artistas nacionais e estrangeiros - sempre apresentados na forma de álbuns de luxo -, e com a literatura fantástica, para a qual mantinha selos exclusivos para ficção científica, horror e fantasia, de autores brasileiros e estrangeiros, clássicos e modernos. Reis era como um malabarista que mantém muitos pratos girando ao mesmo tempo na ponta de varetas, sem derrubar nenhum e sem perder a classe. O trabalho adiante de todas essas linhas editoriais ao longo dos 30 anos da Devir colaborou decisivamente para estabelecer no Brasil um segmento hoje muito disputado, o da chamada cultura geek.
Conheci Reis em 1995 quando me lancei a tarefa de realizar a primeira de quatro convenções anuais de horror, as HorrorCons. Logo de cara, e com toda boa vontade e gentileza que sempre o caracterizaram, Reis se aproximou do evento, patrocinou cartazes de divulgação e esteve presente em todas elas. Mais tarde, acolheu a publicação do meu Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, do qual publicou cinco edições, sem falar em vários outros projetos dos quais participei direta e indiretamente. Neste momento estávamos envolvidos na preparação de uma antologia de contos de horror, que organizei ao lado de Marcello Simão Branco - que também foi meu parceiro nas HorrorCons e no Anuário -, e estávamos em contato quase diário. Foi um choque receber a notícia de sua morte repentina, vitimado por um ataque cardíaco fulminante na noite de 12 de outubro. Até porque Reis não tinha histórico algum, era jovem e ativo. Divertido, bem informado e sempre pronto para um bom papo - sem falar nas lições sobre edição que passava naturalmente durante as conversas - era um prazer compartilhar sua presença.
Seu corpo foi velado e enterrado no dia 14 de outubro no Cemitério da Quarta Parada, em São Paulo.
A Devir continua e torcemos por seu sucesso, mas por certo que não será a mesma sem a presença de Douglas Quinta Reis. Não há dúvida que testemunhamos aqui o fim de uma era.
Reis foi um dos fundadores da Devir Livraria que, ao longo dos anos 1980, montou um esquema próprio de distribuição de revistas importadas, para o qual criou o boletim Recado Devir, fanzine que marcou uma geração de leitores. A Devir também ficou conhecida pela publicação de livros de RPG e card games, jogos que se tornaram grandes coqueluches dos anos 1990. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, a Devir também se envolveu com a publicação de quadrinhos de artistas nacionais e estrangeiros - sempre apresentados na forma de álbuns de luxo -, e com a literatura fantástica, para a qual mantinha selos exclusivos para ficção científica, horror e fantasia, de autores brasileiros e estrangeiros, clássicos e modernos. Reis era como um malabarista que mantém muitos pratos girando ao mesmo tempo na ponta de varetas, sem derrubar nenhum e sem perder a classe. O trabalho adiante de todas essas linhas editoriais ao longo dos 30 anos da Devir colaborou decisivamente para estabelecer no Brasil um segmento hoje muito disputado, o da chamada cultura geek.
Conheci Reis em 1995 quando me lancei a tarefa de realizar a primeira de quatro convenções anuais de horror, as HorrorCons. Logo de cara, e com toda boa vontade e gentileza que sempre o caracterizaram, Reis se aproximou do evento, patrocinou cartazes de divulgação e esteve presente em todas elas. Mais tarde, acolheu a publicação do meu Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, do qual publicou cinco edições, sem falar em vários outros projetos dos quais participei direta e indiretamente. Neste momento estávamos envolvidos na preparação de uma antologia de contos de horror, que organizei ao lado de Marcello Simão Branco - que também foi meu parceiro nas HorrorCons e no Anuário -, e estávamos em contato quase diário. Foi um choque receber a notícia de sua morte repentina, vitimado por um ataque cardíaco fulminante na noite de 12 de outubro. Até porque Reis não tinha histórico algum, era jovem e ativo. Divertido, bem informado e sempre pronto para um bom papo - sem falar nas lições sobre edição que passava naturalmente durante as conversas - era um prazer compartilhar sua presença.
Seu corpo foi velado e enterrado no dia 14 de outubro no Cemitério da Quarta Parada, em São Paulo.
A Devir continua e torcemos por seu sucesso, mas por certo que não será a mesma sem a presença de Douglas Quinta Reis. Não há dúvida que testemunhamos aqui o fim de uma era.
Juvenatrix 190
Em suas 18 páginas, traz conto de Fernando Sorrentino e resenhas aos filmes Blade runner: O caçador de andróides (1982), Ataque alienígena (Alien attack, 1976), La maldición de la bestia (1975), A maldição de Zachary (Slime City, 1988), Possessão (Witchboard III: The possession, 1995) e Terror mortal (Deadly strangers, 1975).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração de Angelo Júnior.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie e-mail para renatorosatti@yahoo.com.br.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Max Mallmann (1968-2016)
No
dia 4 de novembro de 2016, aos 48 anos, perdemos o escritor e
roteirista brasileiro Max Mallmann Souto-Pereira, uma das gratas
revelações do final da Segunda Onda da ficção científica brasileira.
Mallmann era gaúcho de Porto Alegre e estreou em 1989 com o livro de realismo fantástico Confissão do minotauro, publicado pelo Instituto Estadual do Livro. Seu segundo romance foi o vencedor do Prêmio Açorianos Mundo bizarro (1996, editora Mercado Aberto), também na linha do realismo fantástico e com o qual ele foi definitivamente integrado ao fandom nacional da literatura de gênero.
No final dos anos 1990, Mallman iniciou seu trabalho como roteirista na TV Globo, onde atuou em importantes seriados e novelas, tais como Malhação, A grande família e Carga pesada, mas não abandonou o ofício de escritor. Em 2000 publicou pela editora Rocco a novela Síndrome de quimera, finalista do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Argos. Seus livros seguintes, também pela Rocco, foram Zigurate: Uma fábula babélica (2003) e a ficção histórica O centésimo de Roma (2010), e sua sequência, As mil mortes de César (2014). Seu último trabalho publicado foi Tomai e bebei, uma pequena novela sobre vampiros lançada em 2015 pela editora Aquario.
Dono de uma prosa agradável e divertida, Mallmann não abria mão do humor e da ironia em doses generosas, que eram também características de seu comportamento social, sendo assim um autor querido por seus colegas e leitores.
Sua morte foi decorrência do agravamento de um câncer de pulmão com o qual lutava desde 2015. O corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e as cinzas levadas para sua cidade natal.
Mallmann era gaúcho de Porto Alegre e estreou em 1989 com o livro de realismo fantástico Confissão do minotauro, publicado pelo Instituto Estadual do Livro. Seu segundo romance foi o vencedor do Prêmio Açorianos Mundo bizarro (1996, editora Mercado Aberto), também na linha do realismo fantástico e com o qual ele foi definitivamente integrado ao fandom nacional da literatura de gênero.
No final dos anos 1990, Mallman iniciou seu trabalho como roteirista na TV Globo, onde atuou em importantes seriados e novelas, tais como Malhação, A grande família e Carga pesada, mas não abandonou o ofício de escritor. Em 2000 publicou pela editora Rocco a novela Síndrome de quimera, finalista do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Argos. Seus livros seguintes, também pela Rocco, foram Zigurate: Uma fábula babélica (2003) e a ficção histórica O centésimo de Roma (2010), e sua sequência, As mil mortes de César (2014). Seu último trabalho publicado foi Tomai e bebei, uma pequena novela sobre vampiros lançada em 2015 pela editora Aquario.
Dono de uma prosa agradável e divertida, Mallmann não abria mão do humor e da ironia em doses generosas, que eram também características de seu comportamento social, sendo assim um autor querido por seus colegas e leitores.
Sua morte foi decorrência do agravamento de um câncer de pulmão com o qual lutava desde 2015. O corpo foi cremado no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e as cinzas levadas para sua cidade natal.
Mustafá Ali Kanso (1960-2017)
Uma grande perda para a ficção científica brasileira: deixou-nos em 26 de junho último, aos 57 anos, o escritor curitibano Mustafá ibn Ali Kanso.
Bacharel em Química e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Kanso teve uma carreira breve nas letras fantásticas, contudo produtiva e bem avaliada. Suas primeiras contribuições surgiram no início do século, durante as oficinas de escrita criativa ministradas na capital paranaense pelo saudoso escritor André Carneiro, que foi seu grande mentor. Após a morte do mestre em 2014, Kanso assumiu a direção da atividade.
O autor conviveu com grandes nomes do gênero e com eles compartilhou várias antologias: Futuro presente (2009, Record), organizada por Nelson de Oliveira, Contos imediatos (2009, Terracota), Proibido ler de gravata (2010, Multifoco), Sagas: Odisseia espacial (2012, Argonautas), Estranhas histórias de seres normais (2015, Illuminata) e Possessão alienígena (2017, Devir), além de algumas edições do Projeto Portal, organizadas e editadas por Luiz Brás em 2009 e 2010.
Seus livros solo foram a coletânea A cor da tempestade (2011, Multifoco) e o romance O mesmo sol que rompe os céus (2016, Fragmentos).
Vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu passamento repentino e precoce surpreendeu todo fandom nacional de literatura fantástica. O corpo foi cremado no Crematório Vaticano, em Curitiba.
Bacharel em Química e Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Kanso teve uma carreira breve nas letras fantásticas, contudo produtiva e bem avaliada. Suas primeiras contribuições surgiram no início do século, durante as oficinas de escrita criativa ministradas na capital paranaense pelo saudoso escritor André Carneiro, que foi seu grande mentor. Após a morte do mestre em 2014, Kanso assumiu a direção da atividade.
O autor conviveu com grandes nomes do gênero e com eles compartilhou várias antologias: Futuro presente (2009, Record), organizada por Nelson de Oliveira, Contos imediatos (2009, Terracota), Proibido ler de gravata (2010, Multifoco), Sagas: Odisseia espacial (2012, Argonautas), Estranhas histórias de seres normais (2015, Illuminata) e Possessão alienígena (2017, Devir), além de algumas edições do Projeto Portal, organizadas e editadas por Luiz Brás em 2009 e 2010.
Seus livros solo foram a coletânea A cor da tempestade (2011, Multifoco) e o romance O mesmo sol que rompe os céus (2016, Fragmentos).
Vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu passamento repentino e precoce surpreendeu todo fandom nacional de literatura fantástica. O corpo foi cremado no Crematório Vaticano, em Curitiba.
Conexão Literatura 28
Está circulando o número 27 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição de 40 páginas destaca, mais uma vez, a obra do escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849), desta feita analisando a influência do autor nas mídias modernas. Nas entrevistas, que sempre recheiam as edições, o editor Gustavo Drago (Drago Editorial) e as escritoras Marli Freitas (666 sinais), Renata Souza (Nova chance para o amor) e Valquíria Carroze (Mario, o modernista a caráter). Ficção de Míriam Santiago e do editor, quadrinho de Pascale e Hugo Máximo, e algumas resenhas literárias completam a edição.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição de 40 páginas destaca, mais uma vez, a obra do escritor americano Edgar Allan Poe (1809-1849), desta feita analisando a influência do autor nas mídias modernas. Nas entrevistas, que sempre recheiam as edições, o editor Gustavo Drago (Drago Editorial) e as escritoras Marli Freitas (666 sinais), Renata Souza (Nova chance para o amor) e Valquíria Carroze (Mario, o modernista a caráter). Ficção de Míriam Santiago e do editor, quadrinho de Pascale e Hugo Máximo, e algumas resenhas literárias completam a edição.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
Juvenatrix 189
Está circulando a edição de setembro do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti.
Em suas 15 páginas, traz resenha ao livro O massacre da serra elétrica: Arquivos sangrentos, de Stefan Jaworzyn, e resenhas aos filmes de cinema Amor satânico (Deadly love, 1987), O endereço do medo (The house that Mary bought, 1995), Mistério no bosque/ Olhos na floresta (The watcher in the woods, 1980), Narco satanico (1968), Superman and the mole-men (1951) e Vingança eterna/A múmia vive (The mummy lives, 1993).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração da talentosa herdeira Vanessa Rosatti, de apenas 12 anos, já enveredando na tradição familiar.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Em suas 15 páginas, traz resenha ao livro O massacre da serra elétrica: Arquivos sangrentos, de Stefan Jaworzyn, e resenhas aos filmes de cinema Amor satânico (Deadly love, 1987), O endereço do medo (The house that Mary bought, 1995), Mistério no bosque/ Olhos na floresta (The watcher in the woods, 1980), Narco satanico (1968), Superman and the mole-men (1951) e Vingança eterna/A múmia vive (The mummy lives, 1993).
Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração da talentosa herdeira Vanessa Rosatti, de apenas 12 anos, já enveredando na tradição familiar.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Múltiplo 12
Está circulando o número 12 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição tem 84 páginas e destaca o trabalho do escritor e roteirista Rafael Spaca, que cedeu uma minuciosa entrevista ao editor. A coluna de Ágata Desmond sobre hq nacional lembra Angelo Agostini, Carim resenhas de quadrinhos e fanzines, e participa com roteiros para as hqs publicadas, que também conta com as colaborações de Rodnei Soares, Dinho Monteiro, Watson e Raphael Portela, Glauco Grayn Torres, Laudo, Bruna Costa, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Carlos Brandino.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição tem 84 páginas e destaca o trabalho do escritor e roteirista Rafael Spaca, que cedeu uma minuciosa entrevista ao editor. A coluna de Ágata Desmond sobre hq nacional lembra Angelo Agostini, Carim resenhas de quadrinhos e fanzines, e participa com roteiros para as hqs publicadas, que também conta com as colaborações de Rodnei Soares, Dinho Monteiro, Watson e Raphael Portela, Glauco Grayn Torres, Laudo, Bruna Costa, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM e Omar Viñole. Ilustrações avulsas completam a edição. A capa traz uma arte de Carlos Brandino.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Terra da noite
A editora Clock Tower abre nesta sexta feita, 29 de setembro, às 20 horas, em transmissão ao vivo pelo Youtube, as vendas antecipadas para a coletânea A terra da noite, do clássico autor americano William Hope Hodgson (1877-1918), mais conhecido por sua famosa e assustadora novela A casa sobre o abismo.
As vendas serão realizadas através do site da editora, mas o endereço da Live será divulgado exatamente às 20 horas na sua fanpage, aqui. Para participar, é necessário ter um e-mail do Gmail e estar logado.
As vendas serão realizadas através do site da editora, mas o endereço da Live será divulgado exatamente às 20 horas na sua fanpage, aqui. Para participar, é necessário ter um e-mail do Gmail e estar logado.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Filamentos iridescentes
Tibor Moricz, um dos mais importantes autores da terceira onda da ficção científica brasileira, está republicando em ebook os seus trabalhos esgotados. Depois de relançar o romance Síndrome de cérbero (2007, JR) e o fix-up Fome (2008, Tarja), Moricz lança agora a coletânea pela Filamentos iridescentes, com onze textos primeira vez reunidos num único volume. "Os melhores, creio, que escrevi nos últimos anos", diz o autor.
O texto de divulgação diz: "uma seleção de contos que o levará do espaço sideral a futuros distópicos, do terror ao humor, do degenerado ao instigante, ao inquietante, ao revoltante".
O pequeno conto que dá nome ao volume foi escrito há cerca de dez anos para um concurso na comunidade autores de fc da extinta rede social Orkut, e acabou escolhido como o melhor do certame pelos seus pares, o que é uma recomendação e tanto.
Os demais textos selecionados pelo autor são "Ma chérie", "Do humans dream of other realities?", "As mandrágoras", "Eu te amo, papai", "Eu sou foda, cara!", "Cibermetarealidade", "Recomeços", "Boneca Denden, feliz que a tem", "Grande G" e "Variável de imponderabilidade".
O livro está disponível aqui apenas no formato ebook para Kindle mas, com o uso de aplicativos adequados, é possível ler o arquivo em outros dispositivos.
O texto de divulgação diz: "uma seleção de contos que o levará do espaço sideral a futuros distópicos, do terror ao humor, do degenerado ao instigante, ao inquietante, ao revoltante".
O pequeno conto que dá nome ao volume foi escrito há cerca de dez anos para um concurso na comunidade autores de fc da extinta rede social Orkut, e acabou escolhido como o melhor do certame pelos seus pares, o que é uma recomendação e tanto.
Os demais textos selecionados pelo autor são "Ma chérie", "Do humans dream of other realities?", "As mandrágoras", "Eu te amo, papai", "Eu sou foda, cara!", "Cibermetarealidade", "Recomeços", "Boneca Denden, feliz que a tem", "Grande G" e "Variável de imponderabilidade".
O livro está disponível aqui apenas no formato ebook para Kindle mas, com o uso de aplicativos adequados, é possível ler o arquivo em outros dispositivos.
Erva venenosa
No início do século, o escritor Rogério Amaral de Vasconcellos esteve adiante do ambicioso projeto SLEV, uma coleção de mais de meia centena de ebooks de autores diversos trabalhando em um mesmo universo compartilhado – dos quais foram efetivamente publicados pouco mais de vinte volumes. Após um longo hiato em suas atividades, Vasconcellos retornou ao trabalho através das modernas ferramentas de autopublicação virtual, agora investindo em seus próprios escritos. Seu mais recente lançamento é o romance de Erva venenosa: Um romance apócrifo, que foi selecionado pela Associação Beneficente Professores Públicos Ativos e Inativos-APPAI para a XVIII Bienal Internacional do Livro, realizada no Rio de Janeiro.
O livro, que tem elementos de ficção científica, conta a história de uma jovem amargurada que não aceita a morte do pai e se entrega ao vício e ao namorado delinquente. Para preservar a vida da mãe, aceita ser levada para o cativeiro da facção criminosa da qual ele faz parte, mas dessa forma acaba envolvida numa verdadeira guerra de gangues.
Apesar da existência virtual do volume, o autor compareceu ao evento para divulgar a edição, uma situação que renderia um bom conto de fc há não muito tempo. O ebook está disponível aqui, mas é possível obter cópias impressas na versão estrangeira do saite.
O livro, que tem elementos de ficção científica, conta a história de uma jovem amargurada que não aceita a morte do pai e se entrega ao vício e ao namorado delinquente. Para preservar a vida da mãe, aceita ser levada para o cativeiro da facção criminosa da qual ele faz parte, mas dessa forma acaba envolvida numa verdadeira guerra de gangues.
Apesar da existência virtual do volume, o autor compareceu ao evento para divulgar a edição, uma situação que renderia um bom conto de fc há não muito tempo. O ebook está disponível aqui, mas é possível obter cópias impressas na versão estrangeira do saite.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Fanzine Ilustrado 4
Está circulando o número 4 do Fanzine Ilustrado, editado por André Carim.
A publicação de 192 páginas destaca o trabalho de Flavio Calazans, com muitas hqs e ilustrações desse conhecido fanzineiro e acadêmico, sempre lembrado quando se trata de levantar a memória dos quadrinhos alternativos no Brasil.
A edição conta ainda com prefácio de Edgard Guimarães, posfácio de André Carim, depoimento de Lafaiete Nascimento e contribuições de Bira Dantas, Marcos Gratão e Clodoaldo Cruz. Traz ainda uma biografia de Calazans escrita por sua esposa Ivany Sevarolli.
A edição pode ser baixada gratuitamente aqui, e a versão impressa está disponível no Clube de Autores.
A publicação de 192 páginas destaca o trabalho de Flavio Calazans, com muitas hqs e ilustrações desse conhecido fanzineiro e acadêmico, sempre lembrado quando se trata de levantar a memória dos quadrinhos alternativos no Brasil.
A edição conta ainda com prefácio de Edgard Guimarães, posfácio de André Carim, depoimento de Lafaiete Nascimento e contribuições de Bira Dantas, Marcos Gratão e Clodoaldo Cruz. Traz ainda uma biografia de Calazans escrita por sua esposa Ivany Sevarolli.
A edição pode ser baixada gratuitamente aqui, e a versão impressa está disponível no Clube de Autores.
Conexão Literatura 27
Está circulando o número 27 da revista eletrônica Conexão Literatura, editada por Ademir Pascale pela Fábrica de Ebooks.
A edição de 45 páginas destaca entrevistas com a atriz e poetiza Elisa Lucinda (Vozes guardadas), o famigerado "Menino do Acre" Bruno Borges (TAC), e também com os escritores Gi Lobato (Perdidamente), Junior Salvador (As luzes do arrebal), Lauren Blakely (Big rock) e Anis Nacfur Júnior (Início de hoje). Ficção de Raphael Albuquerque e algumas resenhas literárias completam a edição.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
A edição de 45 páginas destaca entrevistas com a atriz e poetiza Elisa Lucinda (Vozes guardadas), o famigerado "Menino do Acre" Bruno Borges (TAC), e também com os escritores Gi Lobato (Perdidamente), Junior Salvador (As luzes do arrebal), Lauren Blakely (Big rock) e Anis Nacfur Júnior (Início de hoje). Ficção de Raphael Albuquerque e algumas resenhas literárias completam a edição.
A revista é gratuita e pode ser baixada aqui. Edições anteriores também estão disponíveis.
Juvenatrix 188
Está circulando a edição de agosto do fanzine eletrônico de horror e ficção científica Juvenatrix editado por Renato Rosatti.
Em suas 25 páginas, traz contos de Angelo Júnior, Caio Alexandre Bezarias e Miguel Carqueija, resenha à antologia de ensaios Medo de palhaço, organizada por Marcelo Milici, e aos filmes de cinema Ao cair da noite (It comes at night, 2017), O ataque do tubarão de 5 cabeças (5-headed shark attack, 2017), As condenadas (L´ultima orgia del III Reich, 1977), El caminante (The traveller, 1979), Maciste no inferno (Maciste all´inferno, 1962) e Os mortos falam (The devil commands, 1941). Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
Em suas 25 páginas, traz contos de Angelo Júnior, Caio Alexandre Bezarias e Miguel Carqueija, resenha à antologia de ensaios Medo de palhaço, organizada por Marcelo Milici, e aos filmes de cinema Ao cair da noite (It comes at night, 2017), O ataque do tubarão de 5 cabeças (5-headed shark attack, 2017), As condenadas (L´ultima orgia del III Reich, 1977), El caminante (The traveller, 1979), Maciste no inferno (Maciste all´inferno, 1962) e Os mortos falam (The devil commands, 1941). Divulgação e curiosidades sobre fanzines, livros, filmes e bandas independentes de rock extremo complementam a edição. A capa traz uma ilustração de Angelo Junior.
Para solicitar uma cópia em formato pdf, envie email para renatorosatti@yahoo.com.br.
domingo, 27 de agosto de 2017
A fantástica jornada do escritor no Brasil
Há alguns meses, recebi um telefonema da jornalista Katia Regina Souza que queria colher depoimentos sobre minha atividade editorial com ficção fantástica. Tinha ficado com a impressão que era para um artigo de algum jornal de Porto Alegre, que é a terra da jornalista, por isso fiquei positivamente surpreso quando soube que se tratava de um trabalho acadêmico sobre o mercado de fc&f no Brasil e que geraria um livro. E fiquei ainda mais impressionado quando um exemplar de A fantástica jornada do escritor no Brasil, publicado pela editora Metamorfose, desembarcou aqui em casa, gentilmente enviado pela autora, a quem agradeço duplamente: pelo volume em si, que é muito bacana, e também porque muitas de minhas falas estão fielmente reproduzidas ali. Mas o significado do livro vai muito além de uma massagem no ego.
Ocorre que o volume é, de fato, um artigo de 178 páginas, cuidadosamente elaborado com detalhes colhidos em dezenas de entrevistas que a autora realizou ao longo de mais de um ano, com autores e editores de várias regiões do país que atuam no segmento: Ana Cristina Rodrigues, Ana Lúcia Merege, André C. S. Santos, André Vianco, Anna Fagundes Martino, Artur Vecchi, Bárbara Morais, Becca Mackenzie, Camila Fernandes, Camila Guerra, Carlos Orsi, Celly Borges, Cesar Silva, Christopher Kastensmidt, Cirilo Lemos, Clara Madrigano, Claudia Dugim, Clinton Davisson, Cristina Lasaitis, Duda Falcão, Eduardo Kasse, Eduardo Spohr, Eric M. Souza, Eric Novello, Erick Sama, Fábio M. Barreto, Felipe Castilho, FML Pepper, Gianpaolo Celli, Giulia Moon, Helena Gomes, Jana P. Bianchi, Jim Anotsu, Ju Lund, Karen Alvares, Lauro Kociuba, Marcella Rossetti, Marcelo Amado, Marcus Barcelos, Martha Argel, Nikelen Witter, Peterson Rodrigues, R. F. Lucchetti, Regina Drummond, Richard Diegues, Roberta Spindler, Roberto de Sousa Causo, Rodrigo van Kampen, Rosana Rios, Simone O. Marques, Simone Saueressig e Thais Lopes.
As entrevistas foram fragmentadas e suas partes distribuídas ao longo de oito capítulos: "O papel do editor"; "A publicação tradicional"; "A publicação independente"; "Panorama da literatura fantástica brasileira; "O processo criativo"; "Divulgando o trabalho"; "Como sobreviver às críticas negativas" e "O fim da jornada?". O texto é agradável, otimista e com brilho jornalístico, sem o peso que se espera de um texto acadêmico.
Apesar da proposta da autora de produzir um manual para novos autores – confissão expressa na primeira orelha –, o resultado é um valioso instantâneo do estado atual da ficção fantástica brasileira, que pode servir como farol para autores e editores em atividade, sejam eles novos ou veteranos. Este é realmente um livro que todos precisam ler.
A fantástica jornada do escritor no Brasil está à venda no saite da Editora Metamorfose. Mais informações podem ser obtidas com a autora, aqui.
Ocorre que o volume é, de fato, um artigo de 178 páginas, cuidadosamente elaborado com detalhes colhidos em dezenas de entrevistas que a autora realizou ao longo de mais de um ano, com autores e editores de várias regiões do país que atuam no segmento: Ana Cristina Rodrigues, Ana Lúcia Merege, André C. S. Santos, André Vianco, Anna Fagundes Martino, Artur Vecchi, Bárbara Morais, Becca Mackenzie, Camila Fernandes, Camila Guerra, Carlos Orsi, Celly Borges, Cesar Silva, Christopher Kastensmidt, Cirilo Lemos, Clara Madrigano, Claudia Dugim, Clinton Davisson, Cristina Lasaitis, Duda Falcão, Eduardo Kasse, Eduardo Spohr, Eric M. Souza, Eric Novello, Erick Sama, Fábio M. Barreto, Felipe Castilho, FML Pepper, Gianpaolo Celli, Giulia Moon, Helena Gomes, Jana P. Bianchi, Jim Anotsu, Ju Lund, Karen Alvares, Lauro Kociuba, Marcella Rossetti, Marcelo Amado, Marcus Barcelos, Martha Argel, Nikelen Witter, Peterson Rodrigues, R. F. Lucchetti, Regina Drummond, Richard Diegues, Roberta Spindler, Roberto de Sousa Causo, Rodrigo van Kampen, Rosana Rios, Simone O. Marques, Simone Saueressig e Thais Lopes.
As entrevistas foram fragmentadas e suas partes distribuídas ao longo de oito capítulos: "O papel do editor"; "A publicação tradicional"; "A publicação independente"; "Panorama da literatura fantástica brasileira; "O processo criativo"; "Divulgando o trabalho"; "Como sobreviver às críticas negativas" e "O fim da jornada?". O texto é agradável, otimista e com brilho jornalístico, sem o peso que se espera de um texto acadêmico.
Apesar da proposta da autora de produzir um manual para novos autores – confissão expressa na primeira orelha –, o resultado é um valioso instantâneo do estado atual da ficção fantástica brasileira, que pode servir como farol para autores e editores em atividade, sejam eles novos ou veteranos. Este é realmente um livro que todos precisam ler.
A fantástica jornada do escritor no Brasil está à venda no saite da Editora Metamorfose. Mais informações podem ser obtidas com a autora, aqui.
Múltiplo 11
Está circulando o número 11 do fanzine virtual de quadrinhos Múltiplo, editado por André Carim.
A edição tem 139 páginas com entrevistas de Bira Dantas e Luiz Gustavo M. Pereira, coluna de Ágata Desmond sobre HQs Nacionais, quadrinhos de Bira Dantas, Aurélio Filho, John Castelhano, André Lima, Francisco A. P. S., André Carim, Laudo Ferreira Jr., Bruna Costa, Dinho Monteiro, Alcivan Gameleira, Marc Oliver, Rodrigo Fernandes, Míbio Vinícius, A. Gameleira, Antonieto, Max Piaga, Glauco Torres, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM, Edvaldo Cardozo e Lancelott Martins.
Completam a edição, ilustrações avulsas, divulgação de fanzines e cartas dos leitores. A capa traz uma arte de Bira Dantas.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
A edição tem 139 páginas com entrevistas de Bira Dantas e Luiz Gustavo M. Pereira, coluna de Ágata Desmond sobre HQs Nacionais, quadrinhos de Bira Dantas, Aurélio Filho, John Castelhano, André Lima, Francisco A. P. S., André Carim, Laudo Ferreira Jr., Bruna Costa, Dinho Monteiro, Alcivan Gameleira, Marc Oliver, Rodrigo Fernandes, Míbio Vinícius, A. Gameleira, Antonieto, Max Piaga, Glauco Torres, Maurício Rosélli Augusto, Josi OM, Edvaldo Cardozo e Lancelott Martins.
Completam a edição, ilustrações avulsas, divulgação de fanzines e cartas dos leitores. A capa traz uma arte de Bira Dantas.
A publicação pode ser lida online ou baixada gratuitamente aqui. Edições anteriores também estão disponíveis. O zine também podem ser encomendado em formato impresso, aqui.
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Almanaque da Arte Fantástica Brasileira 2016
Está disponível aqui, para leitura e download gratuitos, a lista de lançamentos e relançamentos literários de fantasia, fc e horror no Brasil em 2016, que é um suplemento do blogue Almanaque da Arte Fantástica Brasileira.
Há alguns meses, publiquei aqui um estudo elaborado como tarefa acadêmica no curso Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, com algumas conclusões estatísticas sobre essa lista. Contudo, como prossigo com a pesquisa dos títulos até mais ou menos o meio do ano, foram acrescentados títulos à relação que serviu de base ao estudo e alguns números foram ligeiramente ampliados, mas não em quantidade que desqualifique as conclusões obtidas nele. Também publiquei aqui, no início deste ano, um artigo comentando os títulos que considero mais relevantes dessa produção. Ambos merecem a leitura de quem tiver interesse pelo assunto, então agora vou apenas comparar os números finais de 2016 com os de 2015, cuja relação também está disponível aqui.
Foi interessante observar que, apesar da crise moral, política e financeira que assola o país, o campo da literatura fantástica brasileira cresceu. Isso não é incomum. Em tempos de crise, a busca pelo gênero fantástico – dito escapista – tende a aumentar. E, desta vez, o fenômeno não ficou restrito às mídias audiovisuais e chegou também aos livros.
No total, foram publicados em 2016, 321 títulos de autores brasileiros, contra 282 em 2015, um crescimento até bastante razoável. A fantasia segue sendo o gênero mais praticado, com a fc em segundo e o horror em terceiro, e os três gêneros apresentaram crescimento em relação a 2015. Na categoria romance, por exemplo, a fantasia subiu de 105 para 142 títulos, a fc foi de 49 para 53, e o horror, de 37 para 43.
No que se refere a ficção traduzida, os números caíram: foram publicados 339 livros em 2016 contra 414 em 2015. Ainda que a fantasia também predomine aqui, sofreu uma redução de 129 para 93 títulos publicados na categoria romance. Também a fc caiu de 140 para 127, e o horror, de 50 para 32, nessa categoria.
Isso leva a crer que a crise está ajudando os autores locais a obterem espaço, embora muito desse crescimento seja enganoso em termos de tiragem absoluta: os livros de autores nacionais continuam a ser muito menos distribuídos que dos estrangeiros e são poucos os que ganham tiragem superior a uma centena de unidades. Por isso, a plataforma virtual tem sido cada vez mais utilizada pelos autores e até algumas editoras.
As ferramentas tecnológicas vieram para ficar, assim como a globalização. Se isso é bom, ainda não é possível saber. É cada vez mais difícil fazer este levantamento devido a miríade de nanoeditoras atuando no mercado. A quantidade de títulos aumenta, mas decerto que o público não inflaciona na mesma medida. E com mais autores disputando o mesmo mercado restrito, favorece-se o seletivismo, que eleva a qualidade a médio prazo. O que não deixa de ser interessante.
Há alguns meses, publiquei aqui um estudo elaborado como tarefa acadêmica no curso Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, com algumas conclusões estatísticas sobre essa lista. Contudo, como prossigo com a pesquisa dos títulos até mais ou menos o meio do ano, foram acrescentados títulos à relação que serviu de base ao estudo e alguns números foram ligeiramente ampliados, mas não em quantidade que desqualifique as conclusões obtidas nele. Também publiquei aqui, no início deste ano, um artigo comentando os títulos que considero mais relevantes dessa produção. Ambos merecem a leitura de quem tiver interesse pelo assunto, então agora vou apenas comparar os números finais de 2016 com os de 2015, cuja relação também está disponível aqui.
Foi interessante observar que, apesar da crise moral, política e financeira que assola o país, o campo da literatura fantástica brasileira cresceu. Isso não é incomum. Em tempos de crise, a busca pelo gênero fantástico – dito escapista – tende a aumentar. E, desta vez, o fenômeno não ficou restrito às mídias audiovisuais e chegou também aos livros.
No total, foram publicados em 2016, 321 títulos de autores brasileiros, contra 282 em 2015, um crescimento até bastante razoável. A fantasia segue sendo o gênero mais praticado, com a fc em segundo e o horror em terceiro, e os três gêneros apresentaram crescimento em relação a 2015. Na categoria romance, por exemplo, a fantasia subiu de 105 para 142 títulos, a fc foi de 49 para 53, e o horror, de 37 para 43.
No que se refere a ficção traduzida, os números caíram: foram publicados 339 livros em 2016 contra 414 em 2015. Ainda que a fantasia também predomine aqui, sofreu uma redução de 129 para 93 títulos publicados na categoria romance. Também a fc caiu de 140 para 127, e o horror, de 50 para 32, nessa categoria.
Isso leva a crer que a crise está ajudando os autores locais a obterem espaço, embora muito desse crescimento seja enganoso em termos de tiragem absoluta: os livros de autores nacionais continuam a ser muito menos distribuídos que dos estrangeiros e são poucos os que ganham tiragem superior a uma centena de unidades. Por isso, a plataforma virtual tem sido cada vez mais utilizada pelos autores e até algumas editoras.
As ferramentas tecnológicas vieram para ficar, assim como a globalização. Se isso é bom, ainda não é possível saber. É cada vez mais difícil fazer este levantamento devido a miríade de nanoeditoras atuando no mercado. A quantidade de títulos aumenta, mas decerto que o público não inflaciona na mesma medida. E com mais autores disputando o mesmo mercado restrito, favorece-se o seletivismo, que eleva a qualidade a médio prazo. O que não deixa de ser interessante.