No próximo sábado, dia 5 de abril, acontece mais um SBC Geek, encontro de cultura nerd promovido pela Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo.
Além de exibições de animes, seriados de tv, jogos de tabuleiro, rpg, videogames e espaço de trocas para colecionadores, esta edição receberá o professor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e especialista em quadrinhos Roberto Elísio dos Santos que, aproveitando os oitenta anos do Pato Donald, falará sobre a importância do personagem nos quadrinhos e animação, bem como de outros dois patos aniversariantes: Peninha e Afonsinho.
O evento acontece das 13 às 17 horas na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi – localizada na Pinacoteca de São Bernardo, Rua Kara, 105, Jardim do Mar (tel. 11 4125-2379). A entrada é franca.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
segunda-feira, 31 de março de 2014
III Odisseia de Literatura Fantástica
Está chegando a hora de mais uma edição da já esperada Odisseia de Literatura Fantástica, anualmente realizada em Porto Alegre pelos escritores Christopher Kastensmidt, Duda Falcão, Cesar Alcázar, Nikelen Witter e Christian David.
Este ano, o evento cresceu e vai tomar três dias, com diversas atividades intelectuais e lúdicas para quem gosta de ficção científica, fantasia e terror, com livros, autores, editoras, quadrinhos, fã-clubes, RPG, músicas, cosplays, bate-papos, mesas temáticas, leituras partilhadas experiências virtuais, promoções e muitas outras atrações.
Diz o texto de apresentação: "Após décadas de esforços, o Brasil vive um período de consolidação editorial dos gêneros fantásticos, como são conhecidos o Horror, a Fantasia e a Ficção Científica. Novos escritores e editoras dedicadas à Literatura Fantástica surgem por todo o país, enquanto a massa de leitores cresce a cada dia. Para aproveitar esse excepcional momento de nossa literatura, a Argonautas Editora, criada por Duda Falcão e Cesar Alcázar, idealizou ao lado de Christopher Kastensmidt um evento que visa reunir escritores, editores e leitores de diversas localidades do país com o intuito de solidificar o cenário Fantástico brasileiro, além de transformar Porto Alegre em um pólo do Fantástico nas artes."
O encontro acontece nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2014, sendo na sexta das 10 às 19h, e no sábado e domingo das 14h às 19h. A programação está disponível no saite oficial do evento e a entrada é franca.
Este ano, o evento cresceu e vai tomar três dias, com diversas atividades intelectuais e lúdicas para quem gosta de ficção científica, fantasia e terror, com livros, autores, editoras, quadrinhos, fã-clubes, RPG, músicas, cosplays, bate-papos, mesas temáticas, leituras partilhadas experiências virtuais, promoções e muitas outras atrações.
Diz o texto de apresentação: "Após décadas de esforços, o Brasil vive um período de consolidação editorial dos gêneros fantásticos, como são conhecidos o Horror, a Fantasia e a Ficção Científica. Novos escritores e editoras dedicadas à Literatura Fantástica surgem por todo o país, enquanto a massa de leitores cresce a cada dia. Para aproveitar esse excepcional momento de nossa literatura, a Argonautas Editora, criada por Duda Falcão e Cesar Alcázar, idealizou ao lado de Christopher Kastensmidt um evento que visa reunir escritores, editores e leitores de diversas localidades do país com o intuito de solidificar o cenário Fantástico brasileiro, além de transformar Porto Alegre em um pólo do Fantástico nas artes."
O encontro acontece nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2014, sendo na sexta das 10 às 19h, e no sábado e domingo das 14h às 19h. A programação está disponível no saite oficial do evento e a entrada é franca.
Juvenatrix 157
Está circulando a edição 157 do fanzine de horror Juvenatrix, editada por Renato Rosatti.
Com uma bela capa de Erik Muller Thurm, a edição traz, em suas 18 páginas, contos de Norton A. Coll, Rita Maria Felix da Silva, Ronald Rahal e do argentino Fernando Sorrentino, além de um artigo sobre Boris Karloff (1887-1969) e comentários sobre diversos filmes recentes: 300: A ascensão do império, Alemão, Eaters: Rise of the dead, O grande herói, Hércules, Pompeia, Quarentena 2, Robocop e Sem escalas. Divulgação de fanzines e de bandas de metal extremo complementam a edição.
Para solicitar uma cópia, em formato pdf, basta enviar um e-mail para renatorosatti@yahoo.com.br.
Com uma bela capa de Erik Muller Thurm, a edição traz, em suas 18 páginas, contos de Norton A. Coll, Rita Maria Felix da Silva, Ronald Rahal e do argentino Fernando Sorrentino, além de um artigo sobre Boris Karloff (1887-1969) e comentários sobre diversos filmes recentes: 300: A ascensão do império, Alemão, Eaters: Rise of the dead, O grande herói, Hércules, Pompeia, Quarentena 2, Robocop e Sem escalas. Divulgação de fanzines e de bandas de metal extremo complementam a edição.
Para solicitar uma cópia, em formato pdf, basta enviar um e-mail para renatorosatti@yahoo.com.br.
Megalon 42
Finalmente, volta a estar disponível uma das mais antológicas edições do fanzine de ficção científica e horror Megalon, editado por Marcello Simão Branco ainda no século passado. Trata-se da edição número 42, publicada originalmente em novembro de 1996, dedicada ao mestre do horror H. P. Lovecraft, escritor norte-americano que, ao longo de uma bibliografia que conta com mais de cem contos e novelas publicados, construiu um universo aterrorizante no qual o conhecimento dos segredos cósmicos invariavelmente leva à loucura e a morte.
Lovecraft foi um dos mais característicos autores da era Weird e sua ficção de laivos xenófobos e excessos literários ainda hoje é cultuada e imitada, tendo influenciado até alguns dos mais conhecidos contos de Jorge Luiz Borges.
A edição traz, em suas 50 páginas, ficções de Carlos Orsi e Fábio Fernandes – inspiradas na cosmologia do cavalheiro de Providence –, diversos ensaios sobre a vida e a obra lovecraftiana pelos especialistas Anna Creuza Zacharias, Fausto Cunha, Carlos Orsi e S. T. Joshi, além das colunas fixas "Terras alternativas", "Sagas", "Diário do fandom" e "Publicações recebidas", as duas últimas com notícias da cena fc&f da época.
O arquivo em formato pdf pode ser baixado gratuitamente aqui, sendo que também está disponível um arquivo bônus, aqui, com duas edições do Bulletim, newsletter editada por Fábio Fernandes para o CLFC - Rio, também publicadas em 1996.
Lovecraft foi um dos mais característicos autores da era Weird e sua ficção de laivos xenófobos e excessos literários ainda hoje é cultuada e imitada, tendo influenciado até alguns dos mais conhecidos contos de Jorge Luiz Borges.
A edição traz, em suas 50 páginas, ficções de Carlos Orsi e Fábio Fernandes – inspiradas na cosmologia do cavalheiro de Providence –, diversos ensaios sobre a vida e a obra lovecraftiana pelos especialistas Anna Creuza Zacharias, Fausto Cunha, Carlos Orsi e S. T. Joshi, além das colunas fixas "Terras alternativas", "Sagas", "Diário do fandom" e "Publicações recebidas", as duas últimas com notícias da cena fc&f da época.
O arquivo em formato pdf pode ser baixado gratuitamente aqui, sendo que também está disponível um arquivo bônus, aqui, com duas edições do Bulletim, newsletter editada por Fábio Fernandes para o CLFC - Rio, também publicadas em 1996.
Estádios na estante
Quebra-cabeças em 3D já são bastante conhecidos. Há vários modelos de marcas diferentes, fabricados em diversas partes do mundo e facilmente encontráveis nas lojas de brinquedos brasileiras. Geralmente são modelos em escala de monumentos e edifícios famosos, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, o Big Ben e o Empire State Building, entre outros. Mas a novidade que surge agora no Brasil, provavelmente motivada pela proximidade da Copa do Mundo, são modelos de montar dos principais estádios de futebol brasileiros.
Fabricados pela Mifano, são maquetes muito bonitas e variadas, sendo que estão disponíveis, por exemplo, modelos dos estádios Morumbi, Vila Belmiro, São Januário, Laranjeiras, Botafogo e até dos novos Arena Palmeiras e Itaquerão, ainda em construção.
Para quem é fã de futebol e de maquetes, é uma novidade e tanto.
Mais informações, no saite da Saraiva, aqui.
Fabricados pela Mifano, são maquetes muito bonitas e variadas, sendo que estão disponíveis, por exemplo, modelos dos estádios Morumbi, Vila Belmiro, São Januário, Laranjeiras, Botafogo e até dos novos Arena Palmeiras e Itaquerão, ainda em construção.
Para quem é fã de futebol e de maquetes, é uma novidade e tanto.
Mais informações, no saite da Saraiva, aqui.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Boca do inferno 5
Está circulando o número 5 do Boca do Inferno, newsletter do blogue Infernotícias e do saite Boca do inferno, editado por Renato Rosatti e distribuído gratuitamente em eventos.
Em apenas uma única folha A4, impressa na frente e no verso, o fanzine apresenta três resenhas de filmes de horror e fantasia: Triângulo mortal (1982), O mundo perdido (1960) e As torturas do Dr. Diabolo (1967).
Contatos pelos emails marcelomilici@yahoo.com.br e renatorosatti@yahoo.com.br.
Em apenas uma única folha A4, impressa na frente e no verso, o fanzine apresenta três resenhas de filmes de horror e fantasia: Triângulo mortal (1982), O mundo perdido (1960) e As torturas do Dr. Diabolo (1967).
Contatos pelos emails marcelomilici@yahoo.com.br e renatorosatti@yahoo.com.br.
A história da ficção científica tem oficina em São Paulo
"A ficção científica no Brasil e no mundo" é a oficina que o escritor e pesquisador Roberto de Sousa Causo coordenará no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. O trabalho apresentará, em quatro encontros, um panorama da história, do desenvolvimento e da herança da ficção científica como gênero literário.
A oficina acontecerá às quartas-feiras (26 de março, 2, 9 e 16 de abril), das 19 às 21h30.
Mas informações e inscrições no saite do Sesc, aqui.
A oficina acontecerá às quartas-feiras (26 de março, 2, 9 e 16 de abril), das 19 às 21h30.
Mas informações e inscrições no saite do Sesc, aqui.
terça-feira, 18 de março de 2014
Agenda: lançamento de Pequena coleção de grandes horrores
No próximo dia 2 de abril, às 18h30, Luiz Bras recebe leitores e amigos na Casa das Rosas para o lançamento da coletânea de contos Pequena coleção de grandes horrores.
Diz o autor sobre a obra: "No comecinho de abril, eu e meus 67 minicontos estaremos no café da Casa das Rosas, acompanhados das inquietas rosas, da charmosa casa e do saboroso café, à sua espera. Venham. Juntem-se ao minicontista. Deixem essas 67 pequenas histórias abraçar e beijar vocês. Elas são terríveis, mas muito afetuosas. Assustadoramente carinhosas. Será amor e susto à primeira vista!"
Diz o autor sobre a obra: "No comecinho de abril, eu e meus 67 minicontos estaremos no café da Casa das Rosas, acompanhados das inquietas rosas, da charmosa casa e do saboroso café, à sua espera. Venham. Juntem-se ao minicontista. Deixem essas 67 pequenas histórias abraçar e beijar vocês. Elas são terríveis, mas muito afetuosas. Assustadoramente carinhosas. Será amor e susto à primeira vista!"
Trasgo 2
Mais um webzine está disponível para os fãs de literatura fantástica. Trata-se do segundo número de Trasgo, editado por Rodrigo van Kampen, cuja primeira edição foi lançada no finalzinho de 2013.
O zine tem 74 páginas e traz contos de Ana Lúcia Merege, Victor Oliveira de Faria, Jim Anotsu, George Amaral, Albarus Andreos e Cristina Lasaitis, todos também entrevistados na edição, além de uma galeria com a arte do ilustrador campineiro Alex Leão, que também ilustra a capa.
A revista está disponível nos fomatos epub e mobi, e pode ser baixada no saite, aqui, através do qual também podem ser submetidas colaborações.
O zine tem 74 páginas e traz contos de Ana Lúcia Merege, Victor Oliveira de Faria, Jim Anotsu, George Amaral, Albarus Andreos e Cristina Lasaitis, todos também entrevistados na edição, além de uma galeria com a arte do ilustrador campineiro Alex Leão, que também ilustra a capa.
A revista está disponível nos fomatos epub e mobi, e pode ser baixada no saite, aqui, através do qual também podem ser submetidas colaborações.
Sombrias escrituras, a missão
O saite de literatura de horror Sombrias Escrituras, editado por Sr. Arcano, resgata seu webzine para a cena alternativa. Apesar de ser apresentado agora com o número 1, a publicação já teve uma edição em julho de 2010, comentada aqui.
Esta nova edição tem 26 páginas e traz uma seleta de poemas e contos de autoria de Taiane Gonçalves Dias, Vanessa Bosso, Marjory Tolentino, Carla Curci, Angelo Tiago de Miranda, Ademir Antonio da Silva, Adolph Kliemann, Bruno Anselmi Matangrano, Carmelo Ribeiro, Danièle Uglione, Igor Rangel, Godfield, Raphael Redfield e Danilo Souza Pelloso. A imagem da capa não está creditada, mas parece ser de Luciana Waak, que tem outros desenhos publicados na edição.
A edição é toda em preto e branco e pode ser baixada gratuitamente aqui.
Esta nova edição tem 26 páginas e traz uma seleta de poemas e contos de autoria de Taiane Gonçalves Dias, Vanessa Bosso, Marjory Tolentino, Carla Curci, Angelo Tiago de Miranda, Ademir Antonio da Silva, Adolph Kliemann, Bruno Anselmi Matangrano, Carmelo Ribeiro, Danièle Uglione, Igor Rangel, Godfield, Raphael Redfield e Danilo Souza Pelloso. A imagem da capa não está creditada, mas parece ser de Luciana Waak, que tem outros desenhos publicados na edição.
A edição é toda em preto e branco e pode ser baixada gratuitamente aqui.
quinta-feira, 6 de março de 2014
Agenda: Luiz Bras no SBC Geek
No próximo sábado, dia 8 de março, acontece mais um encontro de fãs da cultura nerd, o SBC Geek, promovido pela Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo.
Além de exibições de animes, seriados de tv, jogos de tabuleiro, RPG, videogames e espaço de trocas para colecionadores, esta edição do encontro receberá para um bate-papo o escritor de ficção científica Luiz Bras, autor da coletânea Paraíso Líquido e do romance Sozinho do deserto extremo, entre outros ótimos livros.
O evento acontece das 13 às 17 horas na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi – localizada na Pinacoteca de São Bernardo, que fica na Rua Kara, 105, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo (tel. 11 4125-2379). A entrada é franca.
A programação detalhada pode ser vista no Fanzine do SBC Geek, que pode ser lido online ou baixado gratuitamente aqui.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
Além de exibições de animes, seriados de tv, jogos de tabuleiro, RPG, videogames e espaço de trocas para colecionadores, esta edição do encontro receberá para um bate-papo o escritor de ficção científica Luiz Bras, autor da coletânea Paraíso Líquido e do romance Sozinho do deserto extremo, entre outros ótimos livros.
O evento acontece das 13 às 17 horas na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi – localizada na Pinacoteca de São Bernardo, que fica na Rua Kara, 105, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo (tel. 11 4125-2379). A entrada é franca.
A programação detalhada pode ser vista no Fanzine do SBC Geek, que pode ser lido online ou baixado gratuitamente aqui.
Mais informações na fanpage do SBC Geek.
Resenha: Piscina Livre
Piscina Livre, André Carneiro.
Ed. Moderna, São Paulo, 1980, 136 páginas.
André Carneiro, o mais importante autor da ficção científica brasileira, festejado por seus contos publicados em várias línguas e muitas vezes premiados, tem também neste romance utópico um ótimo momento.
Publicado em 1980, pouco antes da organização do movimento que ficou conhecido como Segunda Onda da ficção científica brasileira, Piscina Livre apresenta características marcantes da proposta literária da primeira onda, a geração GRD, na qual Carneiro se insere. A começar pela apresentação formal do texto que, numa ousadia modernista, não observa os convencionais recuos dos parágrafos. Não se trata de um erro editorial, uma vez que tanto o autor quanto a editora tinham muita experiência na publicação de livros. A apresentação é proposital, mas surpreende os leitores acostumados aos textos da Segunda Onda, que tiveram uma postura conservadora em relação à forma e ao estilo, com pouca ou nenhuma experimentação nesse aspecto.
Também na prosa, Piscina Livre tem um toque de elegância e ousadia técnica pouco comuns da ficção científica brasileira, características que fizeram valer os elogios que o autor recebeu e ainda recebe de editores, leitores e teóricos. E, como se não bastasse, ainda carrega um punhado de boas ideias.
O mundo de Piscina Livre é habitado por pessoas felizes e frívolas, que vivem em cidades confortáveis, ilhas de urbanidade cercadas por natureza selvagem. A Piscina Livre é uma casa de prostituição, onde as mulheres encontram exemplares masculinos geneticamente desenvolvidos para esse fim. São os andrs, homens artificiais que não têm direitos de cidadão. O termo "piscina livre" advém do fato que sua vitrine é um enorme aquário no qual andrs nus exibem-se para a clientela num erótico balé subaquático. Em nenhum momento o romance sugere que existam andrs fêmeas e, com efeito, o discurso feminista de Carneiro, também visto em muitas outras de suas obras, aqui condena explicitamente a prostituição feminina.
A sociedade não vê a Piscina Livre como uma atividade moralmente condenável, ao contrário. Trata-se de um lugar elegante e bem frequentado, no qual as mais destacadas mulheres da sociedade encontram complementos para sua completa satisfação sexual, inclusive um gorila muito requisitado. De fato, essa comunidade futura trocou as religiões pelo sexo, que é praticado livremente por homens e mulheres de todas as idades, até crianças. O prazer erótico é a linha guia da sociedade, ensinado nas escolas por especialistas, com uma infinidade de práticas variantes. Não há ciúme ou vergonha e todos desfrutam de liberdade sexual absoluta.
Os andrs, contudo, não são felizes. Anseiam pela liberdade e buscam por ela fugindo para a selva, principalmente quando, depois de algum acidente, apresentam "defeitos" ou aleijumes. Estes acabam servindo como caça desportiva para homens que se divertem matando-os com rifles elétricos.
Nesse cenário, encontramos um casal jovem que, no princípio da narrativa, chamam-se Blanche e Kratz. Esses nomes não duram muito além das páginas iniciais, pois os cidadãos usam braceletes identificadores que lhes mudam o nome todos os dias. O que poderia tornar-se uma confusão é tratado de forma segura pelo autor e, em nenhum momento, o leitor perde a identidade dos personagens.
Apesar de ter uma vida confortável, Blanche não está plenamente feliz, embora não saiba disso. Em uma visita à Piscina Livre, ela desfruta do andrs Several (ao contrário dos cidadãos livres, os andrs nunca mudam de nome). Na Piscina Livre, a seleção dos andrs é aleatória, mas Blanche – que a essa altura já não se chama mais assim – desenvolve uma fixação por ele. Kratz não se importa que Blanche tenha relações com outros homens, sejam eles andrs ou cidadãos, mas fica abalado quando desconfia que ela entabula diálogos lógicos com Several, uma vez que considera os andrs mentalmente inferiores.
Conforme Blanche estreita seu relacionamento com Several, Kratz fica cada vez mais abalado emocionalmente, e isso vai levá-lo a adotar medidas drásticas na tentativa de recuperar o seu amor. Sendo conselheiro da cidade, Kratz dispõe de algum poder, e o que se segue é nada menos que um holocausto.
Interessante notar o final anticlimático da trama, depois do torvelinho de situações de crime e tragédia.
O moralismo que caracteriza o genoma da ficção científica internacional mais bem sucedida não encontra eco em Piscina Livre que, na mais pura tradição tupiniquim, termina literalmente em pizza, sem culpa ou punição. Desse modo, o autor deixa a conclusão aberta ao leitor: trata-se de uma alegoria à impunidade que assola o país; de uma parábola para o perdão cristão; de uma proposta para redenção espiritual através do sexo ou outras infinitas abordagens que se tenha possa perceber.
Nota-se uma forte influência do romance Admirável mundo novo, com o sexo livre tomando o lugar do soma – a droga de controle social do romance de Aldus Huxley. Em alguns momentos, a narrativa assume um tom escandalosamente erótico, que a diferencia absolutamente da corrente principal da ficção científica.
Também se pode observar a conjunção temática entre Piscina Livre e os contos "Diário da nave perdida" (Diário da nave perdida, Edart, 1963), "Um casamento perfeito" (O homem que adivinhava, Edart, 1966), "Nave circular" (Isaac Asimov Magazine nº 18, Record, 1991) e "Meu nome é Go" (A máquina de Hyerônimus, UFSCar, 1997), proximidade tão estreita que arrisco dizer fazerem parte de um mesmo universo ficcional, embora a sexualidade e o feminismo sejam assinaturas estilísticas da ficção de André Carneiro.
Piscina Livre define um modelo pouco explorado de ficção científica, que exige do autor uma ampla capacidade abstrativa e estilística, além de uma maturidade moral e filosófica capaz de lidar com o tema do sexo sem cair no escracho, no machismo ou na grosseria. Autores com essa capacidade geralmente preferem não escrever ficção científica, enquanto que os autores de ficção científica de alguma qualidade não ousam tocar nesses assuntos, por uma questão de protocolo do gênero. Ainda bem que tivemos a ventura de ter André Carneiro na ficção científica brasileira.
Ed. Moderna, São Paulo, 1980, 136 páginas.
André Carneiro, o mais importante autor da ficção científica brasileira, festejado por seus contos publicados em várias línguas e muitas vezes premiados, tem também neste romance utópico um ótimo momento.
Publicado em 1980, pouco antes da organização do movimento que ficou conhecido como Segunda Onda da ficção científica brasileira, Piscina Livre apresenta características marcantes da proposta literária da primeira onda, a geração GRD, na qual Carneiro se insere. A começar pela apresentação formal do texto que, numa ousadia modernista, não observa os convencionais recuos dos parágrafos. Não se trata de um erro editorial, uma vez que tanto o autor quanto a editora tinham muita experiência na publicação de livros. A apresentação é proposital, mas surpreende os leitores acostumados aos textos da Segunda Onda, que tiveram uma postura conservadora em relação à forma e ao estilo, com pouca ou nenhuma experimentação nesse aspecto.
Também na prosa, Piscina Livre tem um toque de elegância e ousadia técnica pouco comuns da ficção científica brasileira, características que fizeram valer os elogios que o autor recebeu e ainda recebe de editores, leitores e teóricos. E, como se não bastasse, ainda carrega um punhado de boas ideias.
O mundo de Piscina Livre é habitado por pessoas felizes e frívolas, que vivem em cidades confortáveis, ilhas de urbanidade cercadas por natureza selvagem. A Piscina Livre é uma casa de prostituição, onde as mulheres encontram exemplares masculinos geneticamente desenvolvidos para esse fim. São os andrs, homens artificiais que não têm direitos de cidadão. O termo "piscina livre" advém do fato que sua vitrine é um enorme aquário no qual andrs nus exibem-se para a clientela num erótico balé subaquático. Em nenhum momento o romance sugere que existam andrs fêmeas e, com efeito, o discurso feminista de Carneiro, também visto em muitas outras de suas obras, aqui condena explicitamente a prostituição feminina.
A sociedade não vê a Piscina Livre como uma atividade moralmente condenável, ao contrário. Trata-se de um lugar elegante e bem frequentado, no qual as mais destacadas mulheres da sociedade encontram complementos para sua completa satisfação sexual, inclusive um gorila muito requisitado. De fato, essa comunidade futura trocou as religiões pelo sexo, que é praticado livremente por homens e mulheres de todas as idades, até crianças. O prazer erótico é a linha guia da sociedade, ensinado nas escolas por especialistas, com uma infinidade de práticas variantes. Não há ciúme ou vergonha e todos desfrutam de liberdade sexual absoluta.
Os andrs, contudo, não são felizes. Anseiam pela liberdade e buscam por ela fugindo para a selva, principalmente quando, depois de algum acidente, apresentam "defeitos" ou aleijumes. Estes acabam servindo como caça desportiva para homens que se divertem matando-os com rifles elétricos.
Nesse cenário, encontramos um casal jovem que, no princípio da narrativa, chamam-se Blanche e Kratz. Esses nomes não duram muito além das páginas iniciais, pois os cidadãos usam braceletes identificadores que lhes mudam o nome todos os dias. O que poderia tornar-se uma confusão é tratado de forma segura pelo autor e, em nenhum momento, o leitor perde a identidade dos personagens.
Apesar de ter uma vida confortável, Blanche não está plenamente feliz, embora não saiba disso. Em uma visita à Piscina Livre, ela desfruta do andrs Several (ao contrário dos cidadãos livres, os andrs nunca mudam de nome). Na Piscina Livre, a seleção dos andrs é aleatória, mas Blanche – que a essa altura já não se chama mais assim – desenvolve uma fixação por ele. Kratz não se importa que Blanche tenha relações com outros homens, sejam eles andrs ou cidadãos, mas fica abalado quando desconfia que ela entabula diálogos lógicos com Several, uma vez que considera os andrs mentalmente inferiores.
Conforme Blanche estreita seu relacionamento com Several, Kratz fica cada vez mais abalado emocionalmente, e isso vai levá-lo a adotar medidas drásticas na tentativa de recuperar o seu amor. Sendo conselheiro da cidade, Kratz dispõe de algum poder, e o que se segue é nada menos que um holocausto.
Interessante notar o final anticlimático da trama, depois do torvelinho de situações de crime e tragédia.
O moralismo que caracteriza o genoma da ficção científica internacional mais bem sucedida não encontra eco em Piscina Livre que, na mais pura tradição tupiniquim, termina literalmente em pizza, sem culpa ou punição. Desse modo, o autor deixa a conclusão aberta ao leitor: trata-se de uma alegoria à impunidade que assola o país; de uma parábola para o perdão cristão; de uma proposta para redenção espiritual através do sexo ou outras infinitas abordagens que se tenha possa perceber.
Nota-se uma forte influência do romance Admirável mundo novo, com o sexo livre tomando o lugar do soma – a droga de controle social do romance de Aldus Huxley. Em alguns momentos, a narrativa assume um tom escandalosamente erótico, que a diferencia absolutamente da corrente principal da ficção científica.
Também se pode observar a conjunção temática entre Piscina Livre e os contos "Diário da nave perdida" (Diário da nave perdida, Edart, 1963), "Um casamento perfeito" (O homem que adivinhava, Edart, 1966), "Nave circular" (Isaac Asimov Magazine nº 18, Record, 1991) e "Meu nome é Go" (A máquina de Hyerônimus, UFSCar, 1997), proximidade tão estreita que arrisco dizer fazerem parte de um mesmo universo ficcional, embora a sexualidade e o feminismo sejam assinaturas estilísticas da ficção de André Carneiro.
Piscina Livre define um modelo pouco explorado de ficção científica, que exige do autor uma ampla capacidade abstrativa e estilística, além de uma maturidade moral e filosófica capaz de lidar com o tema do sexo sem cair no escracho, no machismo ou na grosseria. Autores com essa capacidade geralmente preferem não escrever ficção científica, enquanto que os autores de ficção científica de alguma qualidade não ousam tocar nesses assuntos, por uma questão de protocolo do gênero. Ainda bem que tivemos a ventura de ter André Carneiro na ficção científica brasileira.
Velta, a super-detetive 3
Está disponível o terceiro número da série Velta, a super-detetive, de Emir Ribeiro.
A edição vem com 36 páginas e duas hqs em cores: "Pau de arara", publicada em 2002, redesenhada a partir de uma roteiro original dos anos 1980, e "Os vampiros de Minas", redesenhada em 1987 de uma história de 1979.
A edição também apresenta textos com curiosidades sobre as duas versões de ambas as histórias, diversas pinups e capas ilustradas por Paulo Nery e Watson Portela.
O arquivo, em formato cbr, pode ser baixado gratuitamente aqui.
A edição vem com 36 páginas e duas hqs em cores: "Pau de arara", publicada em 2002, redesenhada a partir de uma roteiro original dos anos 1980, e "Os vampiros de Minas", redesenhada em 1987 de uma história de 1979.
A edição também apresenta textos com curiosidades sobre as duas versões de ambas as histórias, diversas pinups e capas ilustradas por Paulo Nery e Watson Portela.
O arquivo, em formato cbr, pode ser baixado gratuitamente aqui.
Megalon 41
Continuando a missão de tornar toda a coleção digitalmente disponível, Marcello Simão Branco disponibilizou o número 41 do fanzine de ficção científica e horror Megalon, publicado originalmente em julho de 1996.
Em 40 páginas, a edição traz ficção de Gerson Lodi-Ribeiro e Fabio Fernandes, artigos de Braulio Tavares e Eduardo Frank, entrevista com Alexandre Pereira dos Santos – então editor do Informativo Perry Rhodan – e as colunas fixas "Diário do fandom" e "Terras alternativas". Completam a edição um artigo sobre a tentativa do editor em entrevistar o escritor Arthur C. Clarke, e a transcrição de uma reportagem sobre o I Simpósio Internacional de Ficção Científica, publicada em 29 de março de 1969 no jornal O Estado de S. Paulo (o facsímile da mesma reportagem pode ser visto num arquivo bônus, aqui). A capa tem uma ilustração de R. S. Causo e Cerito.
O arquivo em pdf desta edição pode ser baixado gratuitamente aqui.
Em 40 páginas, a edição traz ficção de Gerson Lodi-Ribeiro e Fabio Fernandes, artigos de Braulio Tavares e Eduardo Frank, entrevista com Alexandre Pereira dos Santos – então editor do Informativo Perry Rhodan – e as colunas fixas "Diário do fandom" e "Terras alternativas". Completam a edição um artigo sobre a tentativa do editor em entrevistar o escritor Arthur C. Clarke, e a transcrição de uma reportagem sobre o I Simpósio Internacional de Ficção Científica, publicada em 29 de março de 1969 no jornal O Estado de S. Paulo (o facsímile da mesma reportagem pode ser visto num arquivo bônus, aqui). A capa tem uma ilustração de R. S. Causo e Cerito.
O arquivo em pdf desta edição pode ser baixado gratuitamente aqui.